A Melhor Fic de Jacob e Nessie escrita por Franck


Capítulo 58
Caçada Perigosa




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Voltando pra casa, subi numa das árvores mais altas no meio da floresta que cortava as margens dessa grande cidade. Talvez seja uma tentativa inútil de encontrar Jacob por aqui, nunca tive os sentidos tão apurados quanto o restante da família. Mas Jacob tem um cheiro único e se estiver transformado minha pouca eficácia não será empecilho para encontrar o grande lobo avermelhado.

– Droga! – Murmurei ao aspirar à brisa e não sentir o cheiro de Jacob pelas redondezas. Não pude evitar morder o lábio inferior em angustia – Talvez ele esteja na forma humana... – Pensei comigo mesma.

Franzi o cenho e encarei todos os lados. Jacob não estava ali, mas por outro lado encontrei um grupo de caçadores reunidos à beira de um riacho com um baú enorme por perto. Achei estranho o objeto, não pareciam estar acampando e mesmo assim não guardariam todos os utensílios de um acampamento dentro de um baú, que apesar de grande ainda era pequeno para aquele fim. Saltei algumas árvores a frente para ter uma visão melhor do local onde estavam, vi um dos homens se dirigir ao baú e abri-lo sem muita sutileza. De dentro dele, retirou armas pesadas e outras bem diferentes do comum. Uma delas parecia um tipo de instrumento medieval, era uma espécie de arco e flecha, mas o local da lança tinha encaixe e um dispositivo mecânico que com certeza faria a flecha alcançar uma longa distancia e causar estragos consideráveis num animal. Depois de tirar várias armas iguais a essa, retirou lanças prateadas e com vários guinchos nas pontas.

O homem que exibia as armas ergueu uma e falou algo que não consegui compreender, todos os outros riram como se estivesse se vangloriando de algo. Suas expressões e trejeitos me causaram repudio. Os ignorei e retomei meu destino rumo a minha casa.

ROSALIE

– Aqui está bom. – Falei parando num ponto qualquer da floresta.

Emmett assentiu enquanto segurava Mari em seus braços.

– Está com muita sede benzinho? – Perguntei ao ver os olhos, intensamente vermelhos, da fadinha.

Mari balançou a cabeça, vagarosamente, num sim. A garota parecia não gostar de matar os animais, pois sua tristeza em estar aqui para isso era evidente. Tomei Mari em meus braços e a encarei sorrindo...

– Vai ser rápido anjinho. – Falei tentando animá-la. Os olhares tristes de uma criança me são mais nocivos que qualquer outra coisa.

Mari me devolveu um sorriso forçado e tocou minha face como um gesto de carinho. Percebi que por perto havia alguns cervos e esse era o momento de saciar a sede da pequena.

Corremos em direção aos animais e quando ficamos duma distância que não pudessem notar nossa presença, perguntei:

– Você sabe o que fazer?

Mari assentiu um tanto confusa.

– Então vamos, estou louco pra devorar o maior deles. – Disse Emmett, animado.

Coloquei Mari no chão e nós três corremos na mesma direção. Éramos guiados pelo cheiro atraente do sangue dos animais que estavam próximos. Assim que o alcançamos, Emmett predou o maior e eu matei outros dois, lançando um dos corpos para Mari. A pequena se aproximava do animal completamente penalizada. Mas, assim que começou a sugar o sangue do cervo foi ganhando animo pra se alimentar.

De repente, vi Emmett se erguer e seus olhos ficarem vidrados num horizonte sem destino.

– Droga! – Murmurei ao sentir o cheiro de sangue humano trazido pelo vento que soprava.

No mesmo momento pensei na criança e olhei para onde ela devia estar.

– Emmett, onde está Mari? – Perguntei quando não a vi por perto.

Emmett deu de ombros – Não vi quando se afastou de nós... – Disse passando a mão acima da nuca, completamente atônito com o desaparecimento da pequena fada.

O cheiro dos humanos ficou cada vez mais intenso à medida que o vento soprava com maior intensidade. Fiquei alguns segundos paralisada com a idéia que me surgiu... – Mari também sentiu o cheiro dos humanos e deve ter ido atacá-los.

– Ela não os mataria Rose. – Defendeu.

– Emmett, a fadinha nunca viu os seres humanos tão de perto. Deve ter ido atrás deles... – Deduzi angustiada com a idéia.

Largamos as carcaças dos animais que detínhamos e corremos em direção ao cheiro apetitoso de sangue humano. Por uma lado, seria bom estar certa. Pois encontraríamos Mari sem muita dificuldade. O que me preocupa é o estrago que a sede da fadinha pode fazer com os mortais ao encontrá-los.

MARI

Recuei assustada ao ver o corpo do animalzinho que a senhorita Rose jogou perto de mim. Seu olhar me alcançou dando-me apoio pra ceder à vontade vampiresca dentro de mim. Então, deixei meus instintos me guiarem pra eu poder continuar... Abaixei-me sobre o pescoço do bichinho – que já tinha sido rompido pelo ataque da senhorita Cullen – e comecei a sugá-lo como sempre fazia quando Flora me acompanhava.

Não vi o tempo passar, a sensação de estar saciando àquilo que me atormentava era algo tão bom que eu já não conseguia mais pensar se o animalzinho estava sofrendo muito. Ergui-me para tomar um pouco de ar e senti minha garganta formigar de desejo pelo sangue mais apetitoso que eu poderia encontrar por ali. Era diferente, senti-me tão atraída como uma formiga por um pedaço de doce.

– Tenho que encontrar! – Pensei fora de mim e completamente insaciável.

Comecei a correr deixando-me guiar pelo odor maravilhoso do animal que só pertencia àquela região. O sangue nunca foi tão desejado por mim, que espécie será essa que nunca encontrei nas caçadas com Flora? – meditei confusa.

Minha garganta formigava cada vez mais forte. Eu estava perto, muito perto.

– O que você faz por aqui criança? – Um homem alto me questionou quando parei de correr e pensei ter chegado ao meu destino. Era um senhor de meia idade, não tão jovem como o senhor Cullen. Vestia calças azuis bem escuras e uma espécie de jaqueta com vários bolsos. Seu rosto era largo e tomado de uma barba grossa e negra, em sua cabeça tinha um chapéu engraçado. Em suas mãos, ostentava um instrumento com uma lança prateada por cima.

O vento soprou na minha direção atingindo suas costas e trazendo seu cheiro pra mim.

– É ele? – Pensei angustiada com a vontade insana de atacá-lo. Olhei para suas roupas e vi que não era um de nós, também não era vampiro. Pois, seu coração batia muito rápido e o seu sangue era muito atraente pra mim.

– “Igualzinho a nós...” – Lembrei das palavras da senhorita Nessie. – Você é... humano? – Perguntei e fui surpreendida com a minha voz que saiu quase como um rosnado.

O homem riu.

– Claro que sou criança. Sou tão feio assim que está me confundido com um animal? – Indagou gargalhando. – Onde estão seus pais? Também estão caçando aqui perto? Não deviam ter trazido você, a floresta está perigosa esses tempos – Disse aproximando-se um passo de mim.

Sua aproximação tornava o desejo de atacá-lo quase que insuportável.

– Eu não posso! – Gritei ajoelhando-me, a folhagem abrandou minha queda repentina. Balancei a cabeça várias vezes tentando ignorar minha vontade de matá-lo e sugar todo o seu sangue – Você é tão parecido com a gente, como pode ser assim? – Questionei gritando. Tentando entender o porque.

O homem me encarava confuso e de olhos estreitos.

– Você está perdida não é? Coitadinha, venha... vamos procurar seus pais. – Veio até mim no intuito de segurar minha mão.

– Não! – Me afastei rápido. Se me tocasse eu não iria resistir. – Afaste-se... – Pedi sentindo as lágrimas rolar por meu rosto.

– Não precisa ter medo bebê, não vou te machucar.

Tentei me mover para não encarar as veias daquela pele branca que saltavam do pescoço do homem à minha frente. Mas, não tive forças... Senti-me fraca e debilitada ao resistir à mim mesma.

– Eu não vou suportar... – Sussurrei pra mim mesma – fuja! – Tentei gritar para o par de olhos que me encaravam atônito.

Ao contrário do que supliquei, o homem se aproximou mais ainda. Desviei meu olhar dos seus olhos e tentei não encará-lo, senti minha boca esquentar e meu corpo pedir pra avançar na sua jugular.

– Venha criança. Não precisa ter medo de mim, não é seguro ficar sozinha nessa floresta. – Disse tocando o alto da minha cabeça. Cravei minhas mãos no chão para não reagir como meus instintos queriam e as lágrimas continuavam jorrando devido minha agonia. Senti-me sendo torturada, meu corpo parecia nunca ter se alimentado antes.

– Vá embora... – Falei, exasperada, olhando fixamente para o alimento proibido.

O homem se assustou com minha expressão e recuou subitamente.

– Seus olhos... – Começou falar atropelando as palavras – estão... vermelhos! – Completou horrorizado com a cena.

Minhas pupilas estavam dilatadas e a íris dos meus olhos não tinha mais a mesma cor. Sempre que minha sede chegava meus olhos ganhavam o tom avermelhado.

Seu horror foi o que faltava para despertar minha insanidade. O encarei com olhos famintos e um trincar de dentes audíveis.

– Você... é um deles! – Falou assustado pegando o instrumento que há pouco deixara apoiado sobre um tronco.

Quando apontou pra mim o objeto com uma lança na parte superior tive certeza de que se tratava de uma arma e o desespero me assolou terrivelmente.

Por um momento, engoli o choro, fechei os olhos, baxei a cabeça e virei o rosto para o lado direito. Eu não queria ver o que ele faria com aquilo. Nunca imaginei que morreria assim, lembrei de mamãe e a dor da saudade atingiu meu peito. Na minha mente vieram os carinhos, os passeios pela floresta e as historinhas que sempre me contava antes de eu dormir. De relance me veio o sorriso de Flora, tia Die, Jana e Angus... Abri os olhos para o ver o fim e no mesmo segundo a arma disparou em minha direção.

– Mamãããããããããããe... – Gritei, chorando, com medo da dor que eu viria a sentir.


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