A Melhor Fic de Jacob e Nessie escrita por Franck


Capítulo 40
De volta pra casa




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EM WASHINGTON - JACOB


Fui acordado pelo canto de um pássaro que pousou na janela do quarto de hospedes. Os raios de sol iluminavam o chão e contrastava com o tapete enorme no chão. Levantei, me dirigi a mochila que trouxe de casa e peguei minha escova de dente, em seguida fui à suíte do quarto, escovei os dentes e lavei o rosto. Um som conhecido ecoou da minha barriga avisando que eu necessitava de um café da manhã bem reforçado. Então, desci as escadas rumo à cozinha dos Cullen.

Ao chegar à cozinha, vi Alice sentada numa poltrona – perto da porta que direcionava ao jardim de Esme -, encolhida, abraçando as duas pernas. Esme e Rosalie estavam em pé diante dela. A loira azeda segurava uma pazinha de jardinagem e luvas. Esme tinha um lenço nos cabelos e segurava uma tesoura – usada para o mesmo fim da pazinha.

– Não fica assim meu bem. – Disse Esme, olhando penosamente para Alice.

– A culpa não é minha se todos resolveram me abandonar hoje. – Choramingou Alice.

– Deixa de ser fresca e venha conosco Alice! – Ordenou Rosalie.

– Não! Eu já disse que odeio mexer com terra. Argh!

– Bom dia querido! - Cumprimentou Esme, ao se virar e notar minha presença.

– Bom dia. – Respondi confuso com a conversa das três – Pensei que vocês estavam na escola.

– Você não viu que o dia está ensolarado cachorro? – Disse Rosalie bruscamente.

Automaticamente, lembrei da condição dos vampiros em relação à exposição solar e entendi o motivo das duas estar em casa.

Esme repreendeu Rosalie com um olhar. A loira apenas se virou fazendo biquinho. Ela realmente não me sulportava, e nem eu a ela.

– Você deve estar com fome querido. – Disse Esme com o jeito maternal de sempre. - Assenti ao seu comentário. Eu estava faminto! – Infelizmente, estamos sem comida Jacob. Com a Nessie em Forks não tínhamos mais necessidade de abastecer a cozinha com comida humana.

– Não faz mal. Vou a alguma lanchonete por aí... – Falei voltando vagarosamente para a sala.

– Espera Jacob. Vou com você! – Anunciou Alice, levantando da poltrona num salto.

– O quê? – Perguntou Rosalie, abismada.

– Não vou ficar aqui sozinha.

– E os garotos? – Perguntei contrariado com a idéia de sair com a baixinha.

– Calisle está no hospital. Jasper e Emmett foram caçar longe da cidade, Esme e Rosalie vão ficar jardinando por aqui... E eu odeio jardinagem. Amo as flores! Mas quando estão longe da terra nojenta.

– Bom, não sei se é uma boa idéia. – Disse tentando me esquivar do passeio matinal com Alice.

– Porque não? – Perguntou ela com os olhos brilhando iguais aos de um cachorrinho.

Fazer essa cara é golpe baixo – Pensei.

– Eu vou fazer minha primeira refeição do dia. E você Alice... – Não consegui continuar. Mas fiz uma cara de nojo, ela entendeu na hora.

– Você quer dizer que não quer que eu vá porque não passo de uma vampira fedorenta? – Indagou ela, indignada.

– Eu não disse isso... – tentei me explicar.

– Mas pensou. – Comentou Rosalie me colocando contra a parede.

– Jacob, eu prometo ficar dentro do carro enquanto você come.

– Vou de moto Alice.

– Sua moto ainda está sem gasolina, e eu não empresto a chave do meu carro. – Disse ela com meio sorriso nos lábios. Com certeza, sentindo o gosto da vitória.

– Ok! Você venceu... vamos. – Chamei.

Alice rodopiou de alegria.

– Espera só um minutinho. Vou colocar algo mais adequado... – Disse ela subindo as escadas.

Assenti e fiquei pensando o que poderia ser adequado para me acompanhar num café-da-manhã.

Dentro de uns cinco minutos, a baixinha estava de volta usando calça jeans, blusa rosa, uma sandália simples – mas muito bonita – e um, sobretudo que lhe cobria completamente. Em seu braço ela carrega uma bolsa pequena e uma sombrinha.

– Dá pra explicar o sobretudo e a sombrinha? – Perguntei intrigado.

– Você vai entender... – Disse ela, rodando a chave do carro no dedo indicador. – Me espera lá fora enquanto trago meu carro do estacionamento.

Assenti e fiz o que ela disse.

Quando veio com seu carro, entrei e vi Rosalie nos observar da porta da casa. Antes de dar partida, Alice deu uma piscadela para a irmã e Rosalie sorriu falando num tom que meus ouvidos super apurados foram capazes de ouvir:

– Se ferrou cachorrão!

Por um momento, me arrependi de ter topado aquela companhia inesperada.


EM FORKS - RENESMEE


– Alô – A voz de Seth soou do outro lado da linha.

– Oi Seth, é a Nessie.

– Oi Nessie! Que surpresa... – Disse ele, rindo.

– Porquê? Não esperava mais ouvir minha voz hoje?

– Não e sim... – Respondeu ele, confuso. – Onde você está?

– Na casa do vôvo Charlie.

– Há! Pensei que você já estivesse voando de volta pra Washington...

– Não! Nosso voou foi marcado para o final da tarde porque mamãe quer passar mais tempo com o vôvo. E eu queria me despedir de você.

– É por isso que está ligando?

– Sim e não. – Respondi confundindo-o – Sim porque quero me despedir e não porque quero fazer isso pessoalmente.

Ele riu.

– Tudo bem. Você quer vir a La Push ou prefere que eu vá até aí?

– Vou até a reserva. Meu pai me deixará aí. Na fronteira...

– Mas não existe mais o tratado entre os Cullens e os lobos quileutes.

– Papai prefere assim, você pode me esperar na fronteira?

– É claro.

– Ta bom então... Vá agora pra lá, papai e eu já estamos de saída.

– Ok! – Respondeu desligando.

– Vamos papai, Seth estará nos esperando na fronteira.

Ele pegou as chaves do carro do vôvo e me conduziu até o veículo. Mamãe ficou conversando com Charlie, os dois tinham assuntos infindáveis. Mamãe disse que era pra compensar o tempo em que morava com ele, pois mal se falavam. Na época, os monossílabos eram os mais usados na comunicação entre os dois.

O silêncio reinou durante o trajeto da casa do vôvo até metade do caminho, fiquei vagando nos meus próprios pensamentos. Foi tolice pensar demais, papai estava na minha cabeça e rompeu o silêncio de dentro do carro.

– Não precisa ficar nervosa meu amor. Eu tenho certeza que aquele cachorro se comportará bem ao lhe ver.

– Não fale assim do Seth papai. – Falei revertendo o adjetivo de Jacob para Seth.

– Você sabe que não é dele que estou falando. – Disse papai num meio sorriso.

– Mas é ele que estou indo ver. – Falei na tentativa de não discutir minha apreensão no encontro com Jacob hoje à noite. Não me sentia preparada para vê-lo. Tinha medo de estragar tudo com uma única palavra.

– Você não vai estragar nada filha.

– Será se dar pro senhor sair da minha cabeça papai? – Toquei sua face lhe enviando a mensagem.

Quando o chamava de “senhor” ele ficava emburrado, sempre alegava que não aparentava ser tão velho assim.

– Desculpa, só queria ajudar... – Disse ele num tom melancólico.

Senti-me culpada por sua reação.

– Sou eu quem deve pedir desculpas papai, é que estou muito nervosa. Hoje será um dia especial pra mim. Enfim vou rever Jacob e acabar com essa angustia...

– Querida, ele te ama também.

– É! Seth e mamãe já me disseram isso também. Mas quando se trata do amor, é difícil ter certeza quando não ouvimos da própria pessoa. – Justifiquei. – Você já ligou avisando a hora que chegaremos?

– Já! Esme disse que estará esperando você com uma comidinha toda especial...

Fiz cara de nojo, a variedade da comida humana não despertava em mim um apetite muito grande. Papai riu da minha reação...

– E adivinha quem está dormindo lá em casa desde que eu e Bella vimos pra Forks? – Perguntou ele num tom amargo.

Senti meu coração disparar.

Será? Será que Jacob está esperando por mim? – Pensei aflita.

– Sim Nessie, é o vira-lata que está lá. – Papai respondeu aos meus pensamentos. – Esme disse que ele e Alice tinham acabado de sair.

– Jacob e Alice? – Perguntei intrigada com a informação.

– Sim, parece que não tinha café da manhã para o cachorro lá em casa e os dois saíram para comer fora.

– Mas porque tia Alice sairia com Jacob?

– Rose e Esme estão cuidando do jardim. Alice odeia jardinagem. Os garotos estão caçando e Calisle está no hospital.

– E porque ela não foi caçar com Tio Emmett e Jasper?

– Querida, os dois parecem duas crianças. Eles caçam em ritmo de jogo. Se Rosalie não for junto, Alice volta muito chateada.

– Há ta! E porque você está com esse sorrisinho malicioso papai? Em que está pensando? – Perguntei desconfiada.

– Se conheço bem sua tia. O vira-lata não vai apenas fazer uma refeição... – Disse ele mantendo o sorriso irônico.

– E o que mais pode acontecer?

– Deixa pra lá querida, lá você pode perguntar pra ele como foi o passeio.

Fiquei curiosa, papai estava escondendo algo. E se estava rindo é porque Jacob iria sofrer muito com as idéias da minha tia. Espero que ela não o coloque em nenhuma situação constrangedora. Coitado do meu Jacob!

– Chegamos! – Papai anunciou.

Seth saiu por trás de uma árvore e se colocou na frente do carro. – na forma humana – Ao sair do carro, o perfume suave de flores me invadiu e uma enorme sensação de bem estar tomou conta de mim. Aquilo era esquisito, mas muito bom...

Acenei um tchauzinho para o papai e ele retornou para casa do vôvo.

– Nessie! – Disse Seth, me abraçando.

– Oi Seth...

– Não imaginei que fosse lembrar de mim. Pensei que estivesse ansiosa demais para encontrar Jacob em Washington.

Será se Seth está lendo pensamentos também? – Pensei rindo da possibilidade.

– É! Eu estou muito ansiosa sim, mas já esperei tanto tempo, posso esperar mais algumas horas. E eu nunca ia esquecer de você Seth! Você me ajudou muito desde que cheguei à Forks.

Ele riu e me estendeu a mão. Fomos caminhando até a praia.

– Vou sentir muitas saudades suas... – falei rompendo o silencio da caminhada.

– Eu também vou sentir sua falta Nessie. Mas vou estar tranqüilo em relação a você e ao meu amigo.

– Se der tudo certo né? – Falei rindo, sem graça.

– Você ainda duvida do amor que ele possa ter por você?

– Fica difícil ter certeza Seth! Jacob nunca me disse que me amava...

– E você? Já disse isso pra ele? – Perguntou Seth, irônico.

– Não... mas... – Tentei justificar, mas não tinha palavras.

– Nessie, a mesma dúvida que você sente, Jacob deve estar sentindo também. Lembre-se que o relacionamento de vocês sempre foi muito limitado... Ele com certeza vai ficar relutante em te tocar ou qualquer coisa parecida. É você que deve mostrar que agora é diferente! Que o ama e principalmente está disposta a viver esse amor intensamente.

– Seth, você é demais. Obrigado por ser tão... solidário. – Falei abraçando-o.

Nunca pensei no que ele acabou de dizer. Me senti mais segura para ver Jacob e admitir o quanto o amo e que nunca mais pretendo me afastar de sua presença.


EM WASHNGTON - JACOB


– Nós já passamos de três lanchonetes... Será se da pra eu saber pra onde a “Miss vamp” está me levando? – Perguntei quase num rosnado. Além da fome, aquela sensação de perdido me deixava louco.

– Ta bom, ta bom... – Disse ela tentando me acalmar – Estamos indo ao Shopping.

– Hã? – Perguntei incrédulo.

– Isso mesmo... Vamos ao shopping.

– Mas eu estou com fome Alice, não precisamos ir a um shopping só para eu tomar um café-da-manhã... – Falei revoltado.

– Lá você come o quanto quiser. Depois vamos tratar do que realmente me interessa.

Deitei no banco do passageiro, cruzei os braços e fiz cara feia. Não me restava mais nada... Se matasse aquela baixinha as coisas só iriam piorar.

Minutos depois, vi um shopping enorme do outro lado da rua que estávamos. Creio que seja o maior da cidade. Alice fez uma volta e entrou no estacionamento.

Saímos do carro e ela abriu sua sombrinha. Enfim entendi que o sobretudo e a sombrinha eram pra protegê-la dos raios solares.

– Não adianta fazer cara feia. Já chegamos... vê se relaxa! – Disse ela quase vibrando de alegria por estar ali.

Entramos no prédio e ela fechou a sombrinha e tirou o sobretudo... enquanto andávamos, as pessoas paravam para contemplar a beleza de Alice.

– Droga! Se eu soubesse que você chamaria tanta atenção, teria te deixado dentro do carro. – Disse ela, fingindo estar zangada.

– Eu? – Perguntei franzindo o cenho.

– Ta bom, tem alguns homens olhando também... Mas a maioria são cadelas. – Retrucou ela rindo. – Vamos logo para a praça de alimentação matar essa sua fome de cão.

– Há-há!!! – Ri ironicamente de sua piada. Ela apenas deu meio sorriso.

Não demorou muito para a garçonete vir nos atender.

– O que esse lindo casal vai querer? – Perguntou a moça.

Nós rimos, sem graça...

– Não somos namorados querida. – Falou Alice para a garçonete.

– Então, você está solteiro? – Ela me perguntou.

Apenas assenti, envergonhado. Alice praticamente me fuzilou com os olhos, não entendi sua reação.

– Por favor, traz dois amburgers, dois refrigerantes e duas porções de batata frita. – Pediu Alice, quase mandando a garçonete ir embora.

Depois que a garçonete se retirou, o fuzilamento continuou.

– O que foi? – Perguntei.

– Quer dizer que você está solteiro!? – Perguntou ela, retoricamente. – Parece que Nessie não significa nada pra você não é?

– Olha, eu não... – Quando tentei me explicar, o celular de Alice tocou.

– Oi... – Ela atendeu...

Não me concentrei na sua conversa. Em poucos segundos, ela desligou.

– Era a Esme. – Comunicou ela. – Ligou pra avisar que Nessie volta hoje pra casa.

Quase saltei da cadeira.

– Então vamos!!! – Chamei – Quero estar lá quando ela chegar... – Falei deixando a saudade me invadir.

– Se acalma... Eles só chegarão de Forks as 19:30 da noite. Não temos porque voltar agora. – Explicou.

Voltei ao meu lugar. E a ansiedade me cumprimentava. Nessie se tornou a dona dos meus pensamentos e com o nervosismo a fome só aumentou. Não conseguia pensar em mais nada que não fosse à volta da mulher que amo.

– Aqui está! – Disse a mulher servindo o pedido.

Ela serviu a mim e a Alice. É lógico que eu comeria tudo já que a vampirinha não tinha fome de comida humana.

Tentei manter os modos enquanto comia, Alice parece se ofender muito fácil com qualquer atitude brusca. Ri ao perceber que ela era forte e sensível ao mesmo tempo. Não demorou muito pra eu terminar a primeira etapa. Ainda estava com fome e pedi mais duas porções de tudo.

– Você é magro só de ruim sabia? – Disse a baixinha com desdém.

– Por que você diz isso? – Perguntei de boca cheia.

– Você come pra caramba. Qualquer ser humano normal já teria espocado.

– Aí é que está! Eu não sou um ser humano normal. – Falei rindo.

– Se é assim num café-da-manhã, imagine como será num almoço... você deve comer pra cachorro – Disse ela num meio sorriso e fazendo piada.

– É uma pena que não vou almoçar hoje.

– Porque não? Aqui tem muitos restaurantes. Você só não come se não quiser.

– Não sei se a senhorita percebeu, mas já é quase meio dia. Você fez questão de me trazer pra esse shopping, que fica do outro lado da cidade, e chegamos tarde. Mais um motivo pra eu estar com tanta fome. E a culpa é sua – Falei tomando outro gole de refrigerante.

Ela apenas revirou os olhos e praticamente ordenou:

– Cuide logo com isso. Ainda temos muita coisa pra fazer.

Não dei a mínima pra sua pressa, manti o ritmo e voltei a vagar em meus pensamentos. Algo sobre o retorno de Nessie me pertubava....


EM FORKS... - RENESMEE


Liguei para meus pais e avisei que ia almoçar com Seth. Na verdade, caçamos na floresta... Foi muito divertido, brincamos igual duas crianças fazendo apostas para saber quem pegava o maior animal. Depois disso, voltamos para a praia e conversamos mais. Nossa! Seth é um grande amigo. Agora entendo por que papai gosta dele e Jacob o tem como um irmão.

– Trimmm, Trimm, Trimmm... – Meu celular tocou.

– Só um minuto Seth – Disse interrompendo a conversa – É o papai... – Falei ao ver o nome no visor.

Ele assentiu, educadamente.

– Oi papai... – Atendi.

– Nessie, já são quase três horas filha. Nosso vôo está marcado para as 17:30, sem falar do caminho que temos até Port Angeles. Acho melhor você voltar logo para a casa de Charlie.

– Ta bem papai... Estou indo.

– Ok. Tome cuidado, tchau.

– Tchau... – Desliguei.

Olhei frustrada para Seth, não queria ir agora.

– Eu ouvi tudo Nessie, vem! Eu te levo lá... – Disse ele correndo para mata.

Após ter se transformado. Ele veio até mim e baixou a cabeça me incentivando a subir em suas costas. Fiz isso e ele correu rumo à saída da reserva. Depois de uns vinte minutos nós chegamos. Seth voltou para trás de uma arvore e se vestiu. Fiquei esperando até que ele chegou para caminharmos mais um pouco até a casa do vôvo.

– Nessie, você me promete uma coisa. – Disse ele quase levando para um tom de pergunta.

– Claro. Se for para o seu bem... – Respondi curiosa.

– É para o bem de ambos. – Disse ele rindo – Você promete sempre contar comigo se algo te perturbar em relação ao impriting?

– Por que você quer que eu prometa isso?

– Sei lá, você parece muito confusa. Tenho medo que você e Jacob não se entendam... Jacob é um irmão pra mim, quase um pai. Desde que está em Washington ele já me ligou algumas vezes. Sempre pra conversar a seu respeito e do quanto estava difícil te amar e não poder demonstrar isso diretamente.

Fiquei boquiaberta com as revelações que ele fez. Nunca imaginei que Jacob estava me poupando de seu amor e isso me fez calar.

– E aí... – Insistiu ele.

– É claro Seth. Você se tornou a pessoa mais adequada para eu recorrer nos meus bons e maus momentos. Compre um celular e amarre na perna... Vou te ligar sempre. – Falei sorrindo.

Ele riu da piada.

– Pronto, entregue! – Disse ele segurando minhas mãos e olhando para a casa do vôvo.

– Vou sentir muitas saudades de você. – Disse o abraçando.

Senti ele relaxar. Conti o choro da despedida, não queria chegar em casa de olhos inchados.

– Adeus Nessie e Boa Sorte... – Seth soltou-se de meu abraço e voltou correndo. Tão rápido que quase passou como um vulto.

Depois de observar sua partida por alguns segundos. Senti os braços, gélidos, do meu pai ao meu redor.

– Ele é mesmo um ótimo rapaz querida. Agora vamos entrar, temos uma longa viagem pela frente.


EM WHASHINGTON, - JACOB


Como é que alguém pode comprar tanto? – Fiquei me perguntando enquanto via Alice fazendo um verdadeiro arrastão em quase todas as lojas.

Servi de mordomo segurando tantas sacolas. O peso não incomodava, mas o espaço do meu corpo estava se esgotando. Eram incontáveis as sacolas que eu tinha nas mãos. Comecei a colocar no antebraço para conseguir mais espaço.

– E aí Jacob. Ficou bom? – Perguntou Alice, saindo do mostruário.

Alice experimentava um vestido azul cintilante. Bem curto até... Qualquer roupa nela ficava bonita. Então, só repeti o que eu já dissera nas outras dezenas de lojas:

– Ficou ótima.

Ela ria como quem duvidasse do que eu falava.

– Agora vamos para aquela outra loja ali. – Disse ela puxando meu braço.

Entramos numa loja de roupa masculina. Ela passeou e foi tirando várias peças de seus lugares.

– Pobre Jasper. Não tem como escolher nem as próprias roupas. – Falei pra mim mesmo. Mas ela ouviu.

– Quem disse que essas roupas são para Jasper? – Retrucou ela com um olhar incrédulo.

Franzi o cenho demonstrando a confusão na minha cabeça. Bastou um olhar para eu saber o que ela quis dizer.

– Há não! – Protestei. Antes que eu pudesse argumentar, ela praticamente voou até mim e colocou o dedo indicador nos meus lábios me fazendo calar.

– Shiii... – Disse ela. - Não reclame, coloque essas sacolas no canto e vá para o mostruário. Aposto que essa roupa vai ficar demais em você.

Não consegui evitar, ela quase me empurrou. Não iria bancar o teimoso na frente das pessoas que estavam na loja.

– Você me paga... – Falei baixinho ao seu ouvido, enquanto pegava as roupas que estendia para mim.

Ela apenas riu com o gosto de vitória na boca.

Entrei na câmara de vestir e tirei a camisa e as roupas que usava. Coloquei uma calça preta de um jeans muito bonito e uma camisa vermelha macia e que não deixava a desejar em nada.

– Ficou bom – Pensei.

– Jacob? Já se vestiu? – Perguntou ela.

– Já!

– Então sai, deixa eu ver como ficou...

Que humilhação, não gosto de fazer compras. Sem falar que me senti um bonequinho nas mãos de Alice.

Abri a porta do mostruário e ela me encarou.

– Da uma voltinha pra eu ver melhor... – Disse ela.

Fiz o que ela pediu, totalmente sem graça, mas fiz.

– É! Ficou lindo... – Disse ela batendo palminhas.

Ri com sua reação e me desprendi mais um pouco. Será que a vaidade dela era contagiosa? – Pensei comigo mesmo. Após repetir aquele ritual dezenas de vezes, Alice anunciou que tava ficando tarde e era melhor voltarmos.

Ela passou o cartão de crédito e agora, um vendedor da loja me ajudava a carregar o amontoado de sacolas até o carro.

Depois de colocar tudo no porta-malas e nos bancos de trás. Uma idéia passou pela minha cabeça de relance. Senti meu coração acelerar com a decisão que acabei de tomar.

– Alice, será se podemos comprar uma última coisa antes de irmos?

Ela franziu o cenho e perguntou.

– O quê?

– Eu te mostro. Vamos...

A curiosidade com certeza havia tomado conta da sua cabecinha. Quase correndo, voltamos ao shopping. No Terceiro piso encontrei uma joalheria... Olhei a vitrine enquanto Alice me enchia de perguntas sobre o que eu pretendia comprar.

– Esse aqui... – Falei apontando para uma caixinha preta, forrada de veludo vermelho com um anel de esmeraldas e, provavelmente, diamantes.

Senti que ela ficou mais confusa do que nunca.

Perguntei o preço. O anel era muito caro, mas Alice já tinha entregue seu cartão de crédito sem limites para o vendedor. Não me constrangi dela pagar, dinheiro era algo insignificante para os Cullen.

Depois de pagar, saímos da loja e voltamos para o carro.

– Eu posso saber o porquê do anel? – Perguntou Alice enquanto dirigia.

– É uma surpresa. Só posso dizer isso agora...

Um sorriso em seus lábios deixava claro que ela entendeu minhas razões.

– Ótima escolha... – Elogiou olhando para a caixinha preta.

Assenti sorrindo. Derrepente, um pensamento triste veio à minha mente. Não demorou muito para que Alice percebesse minha mudança de humor...

– O que aconteceu? – Perguntou ela.

– Nada! – Menti olhando para frente.

– Você e Bella são dois péssimos mentirosos.

– Você quer mesmo saber?

– Se não se importar...

– Tenho medo do que Nessie possa ter decidido em Forks. E se ela não corresponder ao amor que sinto por ela?

O carro parou de uma vez, quase bati o rosto contra o pára-brisa.

– O que foi? – Perguntei assustado.

– Você! Por que diabos pensa que Nessie vai te rejeitar?

Suspirei aliviado e tenso ao mesmo tempo. Aliviado por que ela não tinha matado nenhum animal ou alguém no meio da estrada. E tenso por causa do real motivo do impacto.

– Sei lá! E se ela tiver chegado à conclusão de que não vale a pena me amar? E se tiver odiado fazer parte dessa droga de magia que é o impriting? – Desabafei.

– Não adianta sofrer por antecipação Jacob. – Alice disse mais calma e olhando pra mim. – Sem falar, que Nessie gosta muito de você. Ela vai entender que você não tem culpa de nada que aconteceu.

– Pode ser... – Falei baixo – Mas, fui um canalha forçando a barra com ela e Thyfane...

– Aquela vaca é passado Jake – Disse ela me fazendo rir em meio ao nervosismo. Sem falar que era a primeira vez que me chamava de “Jake”... Foi inevitável não perceber a diferença na sua voz – E outra coisa, você é um bom garoto. Nessie sempre adorou sua companhia, você é muito especial Jacob!

– Acha mesmo? – Era estranho a ouvir falando assim de mim.

– Claro! Nunca tive nada contra você, apenas achava melhor manter distância. Apesar de você me “cegar”, quando está por perto – por causa da mutação de lobo – você é uma pessoa bem agradável.

Era perceptível o esforço que ela fazia pra me elogiar. Se atrapalhando toda com as palavras.

– Ta bom Alice. Falei pegando sua mão e a envolvendo num abraço de urso. – Você também é alguém muito especial sabia? – Falei ao seu ouvido – Apesar de teimosa e impulsiva... muito especial.

Ela me deu uns tapinhas no braço por chamá-la de teimosa e sorriu.

– Agora vamos, já são 17:45... Edward, Bella e Nessie já devem estar no avião. – Alice deu partida e quase voamos de volta pra casa dos Cullen.

Quando chegamos, Emmett e Jasper tiraram as compras do carro... Entramos na sala e Rosalie perguntou ironicamente com meio sorriso nos lábios.

– Como foi o dia cachorro?

– Maravilhoso! Só faltou você... – Falei.

Ela fez cara feia. Com certeza não esperava aquela resposta. Esme e Alice ficaram rindo de sua expressão.

– Vou subir e tomar uma ducha... – Falei. - Estou exausto.

– É claro querido. – Concordou Esme.

Subi e lutei contra a vontade de cair na cama e durmir. Queria estar bem acordado quando Nessie chegasse.

Após tomar um banho prolongado. Me enrolei na toalha e procurei a mochila que trouxe com algumas roupas. Peguei uma muda simples, apenas um short e uma camiseta preta. Coloquei em cima da cama e tirei a toalha que me envolvia...

– Jacob! – Exclamou Alice entrando no quarto.

Ela ficou paralisada com a cena, ergui a toalha na velocidade da luz.

– Desculpa Alice... – Falei corando...

– N-ão, não... – gaguejou - A culpa foi minha que não bati antes de entrar... – Disse ela totalmente constrangida. – Então... vim trazer suas roupas.

Ela segurava algumas sacolas da loja de roupa masculina. Alice tinha nas mãos algumas peças dobradas e fora da sacola.

– E essas aí em sua mão?

– É pra você vestir hoje à noite. São as peças que mais gostei... – Falou olhando para o chão.

Peguei as roupas e agradeci. Ela saiu quase correndo do quarto. Repeti pra mim mesmo que só faço besteira. Eu tinha que ter fechado a porta com a chave. Coitada da Alice, quase morre de vergonha... Espero que ela não tenha visto nada muito especifico. Mas acho difícil, o choque de sua entrada deu tempo suficiente para o mais alto grau da visualização constrangedora.

Vesti a roupa que ela trouxe, ficou bom... Eu acho. Era a primeira peça que vesti no mostruário. Em seguida, me joguei na cama e fiquei a vagar nos meus próprios pensamentos que só apontavam para um único evento: A chegada de Renesmee.

  








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Notas finais do capítulo

A Fic ta de CAPA nova... Todo esse crédito vai para uma leitora muito especial... Karolyne! Um Bjo pra vc minha linda.