A Melhor Fic de Jacob e Nessie escrita por Franck


Capítulo 33
Beijo Ardente.




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NO AEOROPORTO DE WASHGTON:

RENESMEE

Enfim, cheguei! Quase fico louca dentro daquele avião. A ansiedade de ver meu Jacob só aumentava, uma onda de perguntas inundou minha mente. Não é muito sadio pensar demais.

Mamãe e Jacob são as primeiras pessoas que quero rever e abraçar. O Jake se tornou a razão da minha vida e está sendo quase impossível viver sem sua presença insubstituível. A mamãe é a minha melhor amiga, não importa o que aconteceu ou deixou de acontecer no passado. Desde que nasci só vejo sacrifícios por parte dela, seu amor por mim sempre foi demonstrado a cada gesto seu. Eu tenho certeza que não devo me preocupar com ela e Jacob, do jeito que eles vão indo, é capaz de nem se falarem mais daqui a alguns anos. – Pensei ao relembrar do quão distante mamãe e Jacob são um do outro – Se Jacob retribuir todo o amor que sinto por ele, essa situação terá de mudar, pois não vivo sem nenhum dos dois.

Com minhas malas sempre por perto, saí do aeroporto.

– Táxi!!! – Chamei ao passar um por mim.

Eu sei que poderia ligar pra qualquer um de minha família, que viriam me buscar. Até mesmo para o Jake, mas não. Quero fazer uma surpresa, principalmente para o Jake! Vou direto para a sua casa e quando chegar lá, me jogarei em seus braços e direi o quanto o amo e se preciso for, pedirei perdão por todo esse meu tempo de “cegueira”, ainda sou revoltada por não perceber que eu sempre o amei. Foi por não enxergar esse amor que estou sofrendo tanto.

O táxi voltou e o motorista saiu do carro para colocar meus pertences no porta-malas.

– Obrigada – Agradeci ao entrar no táxi.

– Pra onde a dama deseja ir. – Perguntou o jovem motorista ao dirigir.

– Pra Rua New Moon, por favor... – Informei meu destino: Casa do Jacob.

Ele me chamou de dama? – Pensei. – Nossa! Quanta formalidade. Nunca mais usarei sobre - tudo e escapin juntos.

– Você está muito nervosa, quer um pouco de água? – Ofereceu o motorista, mostrando uma garrafinha que tinha no porta luvas.

– Não, obrigada.

– Desculpe se estou sendo enxerido, é que tenho uma doença muito grave que acaba fazendo com que eu pergunte demais.

– Doença? Nunca ouvi falar de uma doença com tais sintomas.

– É que ela é muito comum e inofensiva, quase ninguém confessa ter.

– Hum... e qual é? Talvez também tenha essa suposta doença e nem sei.

– A curiosidade.

Ri com a resposta. Eu com certeza sou doente então, minha curiosidade chega a matar.

– Então, quer conversar sobre toda essa ansiedade. Sou um ótimo ouvinte. – Oferece ele.

– Ta bom, ta bom. Já vi que você não vai desistir mesmo... - Ele riu com minhas palavras. – Estou tão nervosa assim, por que descobri que amo meu melhor amigo e estou ansiosa pra revê-lo e declarar todo o meu amor. – Resumi.

Depois de falar, o silêncio predominou por alguns minutos, o rapaz enfim, se manifestou:

– É um motivo muito bom mesmo... Digamos que inusitado. Porém, muito romântico.

– É!!! Se a namorada dele não estiver lá, tem tudo pra ser o encontro mais romântico de todos.

– Que bom, então vamos torcer para a namorada do seu prometido não estar lá! – Disse ele rindo.

– Prometido? – Pensei comigo mesma, será se ele sabe de alguma coisa? Não! Deve ser só modo de falar, acho que estou ficando paranóica.

O restante do caminho foi silencioso, porém muito agradável. A presença daquele jovem me deixava a vontade e um pouco relaxada.

– Chegamos Senhora. – Comunicou ele.

– Nessie, por favor. Me chame de Nessie, sou muito jovem pra ser chamada de Senhora.

– Ta bom então. – Disse ele rindo por minha repulsa ao pronome de tratamento.

Quando vi que o homem ia saindo do carro para retirar minhas malas. Falei de imediato:

– Não, espere... Será se você poderia ficar aqui pra me levar pra casa após minha conversa com o amor da minha vida.

– Sei não Senh... Nessie! Tenho de trabalhar.

– Quanto você ganharia nessa tarde?

– Mais ou menos, uns cem dólares.

– Eu pago!

O garoto ficou boquiaberto com minha proposta e apenas assentiu.

– Então vem... Você pode me esperar do lado de dentro da casa.

– Mas e o encontro de vocês, não vou atrapalhar?

– Não... é a sua oportunidade de ver o quanto estou apaixonada. – Rimos juntos. – Está com fome?

– Um pouco.

– Então, você pode fazer um lanche na cozinha enquanto eu e Jacob conversamos.

– Legal, apesar de ser a casa de um estranho... gostei da idéia. – Disse ele com um sorriso meigo no rosto.

– Então, vamos! – Falei saindo do carro.

Sei que Jacob poderia muito bem me deixar em casa, mas seria um impacto muito forte pro papai. Ele e Jacob nunca foram amigos – Hoje entendo melhor o porquê, e prefiro nem pensar nisso – então, quero matar a saudade da minha família, sem Jacob do lado. Se eu o levasse junto, o papai não seria o mesmo.

Cada passo que eu dava em direção a porta, meu nervosismo aumentava. Olhei pra trás, e o jovem motorista vinha admirando detalhadamente a fachada da casa. Seu jeito alegre e descontraído foi tomado por expressões sérias e um pouco de desconfiança. Natural por ter encontrado uma cliente tão sem noção quanto eu.

A porta da casa estava entreaberta, a abri devagar. Colocando um pé seguido do outro, com muito cuidado. O silêncio na casa me fez desconfiar do que poderia estar acontecendo... Quando já estava totalmente dentro da casa, me deparei com uma cena que nunca imaginei ver – Não na realidade que vivo – Senti adagas atingirem meu peito, socos imaginários começaram a me bater no estômago. Minha garganta deu um nó e as lágrimas já anunciavam sua chegada.

– Minha nossa! – Disse o motorista atrás de mim, totalmente perplexo com o que estávamos presenciando.

Meu corpo não se movia. Eu tentava me mexer, mas não conseguia. A única coisa que conseguia fazer era chorar, um choro silencioso demonstrado apenas pelas lágrimas que jorravam por meu rosto.

P.V DA BELLA, AO CHEGAR NA CASA DO JACOB.

– Toc, toc, toc... – Bati na porta de entrada da casa do Jake. – Essa porta podia estar entreaberta como todas as outras vezes que vim aqui. – Pensei comigo mesma.

Depois de alguns segundos. Ele abriu a porta, sua aparência era fria e carrancuda. Senti um soco no estômago ao vê-lo assim, tentando encontrar seus olhos que fugiam dos meus... Perguntei:

– Posso entrar?

– Não. Vá embora. – Respondeu Jacob dando um passo para trás e trazendo a porta para frente a fim de fechá-la. Antes que ele fizesse isso, segurei a porta e persisti:

– Não importa. Nós precisamos conversar... – Falei entrando na casa, passando por baixo de seus braços.

– Bella, não insista... – Disse ele subindo as escadas que levava ao andar de cima da casa.

Eu o segui e quando estava no topo da escada, segurei firme seu braço o obrigando a parar. Como eu já esperava, seus olhos me olharam flamejando um ódio imenso.

– Desculpa. É só o que eu peço, me desculpa... – Dei uma pausa, tentando conter o tom da voz que começava a ficar embargada - eu não queria ter feito você sofrer tanto. Você prometeu estar comigo enquanto eu precisasse lembra? E, isso ta me matando por dentro Jake. Saber que você me odeia está sendo uma tortura... - Calado e indiferente, Jacob me encarava. - Ta bom. Entendi, o que eu fiz não tem perdão não é?- Perguntei de olhos vermelhos, pela vontade de chorar.

Concluindo que minha tentativa de obter um perdão tinha sido inútil, o soltei e caminhei de volta para a porta. Antes que eu pudesse sair, ouvi Jacob pedir baixinho:

– Não vá...

– O quê? – Disse confusa e incerta do que achei ter ouvido.

– Não vai Bella, fica comigo... – Jacob pediu num tom mais audível.

Ele estava com o rosto baixo e não conseguia me encarar fixamente. Quando levantou seu rosto para me ver, vi seus olhos piscando numa tentativa de conter as lágrimas. Um vazio profundo tomava conta de sua expressão. Sem pensar em mais nada, corri para ele e o abracei sem temor.

Não contei direito, mas se não me engano, ficamos mais de cinco minutos em pé envolvidos num abraço. A lógica me fazia lembrar que se passaram cinco minutos, mas eu sentia que só haviam se passado apenas cinco segundos. Após isso, sentamos no terceiro degrau da escada e rompi o silêncio:

– Eu pensei que você iria falar com a Nessie ontem lá em casa. Porém, você nem apareceu. – Falei sustentando a mentira de que Nessie estava em casa. Não me senti preparada para revelar a viagem à Forks.

– Não. Eu não tenho esse direito Bella.

– Como assim? – Perguntei muito confusa com suas palavras.

– É que... no final das contas, a culpa é toda minha. Você não entende?

– Sinceramente... não! – Falei.

– Foi eu quem insistiu para que a Nessie desse uma carona pra Thyfane naquela noite...

– Mas, você não podia adivinhar que a cobra da Thyfane iria exigir alguma coisa para a Nessie. Você é tão inocente quanto a Ness!

– Não! – Disse ele, exaltado, levantando e encostando-se à parede. – Eu sabia que a Nessie não gostava muito da Thyfane. E nunca entendi o porquê disso, então pra que ela a conhecesse melhor eu insisti que desse uma carona pra Thyfane. Eu sou o culpado pelas feridas que a Thyfane abriu naquele dia. E, não posso exigir que a Nessie volte a falar comigo sendo que fui eu quem provocou tudo isso.

– Olha Jake, eu imagino o quanto você esteja sofrendo e...

– Não Bella! Você não faz idéia da culpa que estou sentindo. A Nessie é a única coisa que penso 24 horas por dia. Ultimamente, tenho a visto em cada canto dessa casa. Eu pensei em ir pra Forks, tentar esquecer tudo isso sabe?

– Nem pense nisso Jake... – Falei assustada.

– Eu sei, fugir não vai adiantar nada! Sem falar que meu pai me encheria de perguntas e não quero que ele saiba que meu impriting não deu certo, não agora. Bella, não sei se vale mais apena viver. Às vezes penso que só a morte é capaz de dar fim a minha dor.

– Não diga isso... – Disse colocando minha mão em sua boca. – Nunca mais pense nisso.

– Eu não sei mais o que fazer Bella. Eu provoquei um verdadeiro desastre na minha vida, feri os sentimentos da mulher que amo e não me resta mais nada nesse mudo...

– Esqueceu que eu ainda existo? – Perguntei rindo, sem graça.

Jacob apenas riu incrédulo com meu comentário. Após isso, ficou me observando de modo estranho, como se tivesse tentando lembrar de alguma coisa.

– Me lembro dessa blusa, é igual a da... – Jacob não conseguiu prosseguir.

– Nessie?! – Completei.

– Hunrrum...

– Sim, é dela. - Ele franziu o cenho confuso com a informação – É que ela me deu. A Nessie sempre soube que eu achava essa blusa linda. – Menti descaradamente, confesso!

– Quando foi que a Nessie te deu essa blusa?...

– Há uns dois dias atrás... Por quê?

Uma onda de amargura tomou conta do seu ser e após alguns segundos, respondeu inconformado:

– A Nessie deve estar tentando se livrar completamente dos momentos que passávamos juntos e das lembranças que possam ter a minha presença.

– Por que você diz isso? – Perguntei aflita.

– Porque eu dei essa blusa pra Nessie de presente. Quando eu a presenteei, ela simplesmente disse que havia adorado e que guardaria para usar em uma data muito especial pra nós dois.

Fiquei pasma com o que Jacob disse. Isso justifica a dificuldade que tive de encontrar essa blusa, ela estava guardada no fim do closet, praticamente isolada das outras.

– Desculpe, eu não sabia... – Pedi.

– A culpa não é sua, ninguém além de mim, tem culpa de tudo o que está acontecendo.

– Não fala assim. – Disse com meu coração partido por vê-lo assim tão abatido, na tentativa de consolá-lo, formei uma concha com a mão e acariciei um dos lados de seu rosto.

Jacob, de olhos fechados, deitou carinhosamente seu rosto em minha mão. Quando abriu os olhos percebeu aquilo que eu lutava tanto para esconder.

– O que é isso? – Perguntou ele, levantando a manga comprida de minha blusa.

– Não é nada, foi só um acidente. – Falei por impulso recolhendo meus braços.

Ele me ancarou incrédulo e sem comunicar nada, segurou meu outro braço, em seguida, levantou a manga da blusa e viu mais hematomas.

– Você teve um acidente nos dois braços. – Perguntou ele ironicamente.

Minha mentira foi revelada pelo poder da lógica.

– Ta bem, não foi um acidente. Mas, eu não quero falar sobre isso...

– Eu insisto em saber o porquê desses machucados. Como você mesma disse, você ainda existe na minha vida. Será se é demais querer zelar pelo que me restou de mais precioso. – Finalizou ele pegando minhas mãos e levando-as ao seu peito.

Praticamente derreti com suas palavras e seu gesto. Foi impossível continuar negando a dura verdade.

– É por isso mesmo que eu não quero que você saiba a origem dessas marcas. Eu odiaria magoá-lo. Você não precisa sofrer mais do que está sofrendo... – Falei recolhendo minhas mãos e cruzando meus braços.

Jacob se colocou atrás de mim, e aos poucos, foi abraçando minha cintura. Quando me envolveu, deitou seu queixo no meu ombro e pediu baixinho:

– Só saber que você está machucada já é um motivo para sofrer, não saber de quem é a culpa só me deixa mais angustiado. Sinto-me impotente diante do seu silêncio, me diz quem fez isso Bella!!! Foi o Edward???

– O Edward!? – Perguntei surpresa.

– Bom, um humano não é capaz de te machucar. Então...

– Não Jake! O Edward nunca me machucaria.

– Então, quem foi?

– Se é pra você não culpar inocentes eu digo quem foi.

– Pode dizer...

– Foi você Jake! Você me deixou essas marcas antes de ontem quando esteve lá em casa.

– O quê?!!! – Indagou ele, me soltando e ficando de frente pra mim.

– Isso mesmo, sua força de lobo me deixou esses hematomas. Mas, isso não é tão importante. São só marcas...

– Mas Bella, isso não faz sentido. Você é mais forte que eu, por ser uma recém criada lembra? Como é que você não reagiu ao ter sentido minhas mãos apertando forte. – Jacob falava num tom de quem lastimava amargamente o que tinha feito.

– Eu nunca seria capaz de revidar Jake. Não seria capaz de machucar você... Nunca!!! – Confessei.

– Ao contrário de mim, que mais uma vez cometi uma idiotice irreparável. – Disse ele querendo não acreditar no que fez.

Jacob levantou as mangas da minha blusa e depois de ver as marcas, disse:

– Eu sou um monstro Bella!

– Não!!! – Questionei.

– Não passo de uma fera irracional e inconseqüente.

– Para! – Pedi - Para de se menosprezar, você não é nada disso. Você é o menino carinhoso e inocente por quem me encantei assim que vi há muitos anos atrás... E sempre será assim, haja o que houver. – Falei olhando nos seus olhos.

O silêncio tomou conta da casa. Jacob me encarava com um olhar estranho, mas que eu já tinha visto antes... Ele estava com o mesmo olhar hipnótico da noite em que assistimos ao filme Crepúsculo. Só que desta vez, seu olhar era mais intenso e seu comportamento mudou repentinamente.

Ele, que já estava perto de mim, se aproximou mais ainda me envolvendo num abraço. Tentei contestar sua ação, mas um nó na garganta não me permitia falar uma só palavra. Quando senti que seus braços me seguravam forte, minhas pernas ficaram bambas e minha cabeça se voltou pra trás. Eu não acreditava no que estava prestes a acontecer, sem piscar os olhos, Jacob aproximou seu rosto do meu. Minhas tentativas de afastá-lo eram inúteis. Não conseguia falar e nem mesmo me mexer direito, então baixei meu rosto. Outra tentativa inútil, pois seus lábios acharam os meus e minha face se ergueu para corresponder ao beijo ardente que ele me dava. Por um momento esqueci das conseqüências daquele ato e me deixei levar pelas minhas emoções momentâneas. O abracei firme e por uns três minutos o beijo continuava tão ardente e envolvente que não sentia mais o chão debaixo dos meus pés, apenas o sabor dos seus lábios carnudos e olhos negros que hipnoticamente me olhava com um ar de extrema admiração. O desejo tomou conta de mim, quando seus lábios desceram para meu pescoço, suas mãos seguraram minha nuca e calmamente, me encostou na parede da lateral direita da escada.

Após poucos segundos de delírio, seus lábios voltaram para os meus e com um olhar paralisado, ele disse:

– Eu te amo.... Nessie!

Paralisei ao ouvi-lo confundir-me com a minha filha. Antes que eu pudesse falar algo para desfazer o mal entendido, Jacob me puxou novamente e retornou ao beijo que interrompeu há poucos segundos atrás.

Embora quisesse, não conseguia falar... Ele me sufocava, sem falar que eu não era capaz de não corresponder ao seu beijo.

Fechei os olhos em atitude de entrega, quando os abri, vi dois olhos que nos observava atentamente. Dois olhos castanhos pelos quais corriam lágrimas que demonstrava uma mistura de indignação, dor, decepção e raiva.

– Mãe??? – Gritou ela num tom de revolta e extrema decepção.

– Nessie!!! – Falei ao ver minha filha. Então, lancei Jacob para trás. Por sua vez, ele acordou do sonho que lhe permiti estar vivendo, seus olhos tentando acompanhar tudo demonstravam a confusão que agora, ele sentia. – Querida, não é nada disso que você está pensando. Eu... – Perdi as palavras e não soube mais me explicar...

– Não precisa explicar nada mamãe, eu já entendi tudo. – Disse ela enxugando as lagrimas com as costas de suas mãos.

– Nessie??? – Chamou Jacob suave, como se estivesse zonzo.

Ela voltou seu olhar para ele, desta vez seus olhos revelavam a vontade que ela tinha de ao menos abraçá-lo. Torci para que isso acontecesse, porém ela saiu correndo.

Eu e Jacob corremos em disparada para acompanhá-la, antes que a alcançássemos, ela entrou num táxi e a ouvi dizer para o motorista: Para o aeroporto, rápido!

O carro partiu em velocidade máxima. E eu, adentrei na floresta para acompanhá-lo, minha super velocidade foi ofuscada quando cheguei ao centro cidade e não podia mais correr, se não todos saberiam quem somos.

Desesperada, e vendo o táxi sumir de minha vista, comecei a soluçar um choro que não conseguia ser derramado em lágrimas.

– Sobe aí... – Disse Jacob, chegando em sua moto.

Surpresa e aliviada ao vê-lo, subi na moto e ele deu partida.

– Você sabe pra onde ela está indo? – Perguntou ele.

– Para o aeroporto.

– Segura firme. – Disse ele.

Quase caí da moto quando Jacob deu partida, então entendi o porquê de eu segurar firme. Com toda cautela o abracei pela cintura e deitei em suas costas. Senti Jacob enrijecer os músculos ao sentir o quão perto estava dele novamente. Sua frieza comigo era totalmente compreensível. Afinal, o beijo que aconteceu há poucos minutos, resultou numa tragédia. E ignorar-nos era o mínimo que poderíamos fazer.

Quando chegamos ao aeroporto, desci da moto correndo em rumo a recepção. Olhei ao redor tentando encontrar Nessie, mas não achei mais vestígios de sua presença.

– Lá está ela!!! – Disse Jacob apontando para a área de embarque.

Minha filha já ia em direção ao avião de volta pra Port Angeles, corremos para a área de embarque, mas fomos barrados pelos seguranças. Jacob se exaltou com um deles e tentei acalma-lo para que não descobrisse nossas forças “sobrenaturais”. Inconformado com a situação, se dispôs a gritar:

– Nessie!??? Nessie!!!??? – Chamava ele, em alta voz.

Por um momento, vimos Nessie olhar pra trás. Nunca a vi daquele jeito, com tanto rancor e tristeza em seu olhar.

Tentamos fazer com que ela nos ouvisse até a decolagem. Vendo que não poderíamos fazer mais nada - por enquanto - para reverter àquela situação desastrosa, voltamos para a casa de Jacob.

Ao contrário de como andava anteriormente, Jacob pilotava devagar. O silêncio tomou conta de seu ser. Em mim, prevalecia a vergonha do que aconteceu com Nessie e do que deixei acontecer entre mim e ele.

Quando chegamos a sua casa, peguei as chaves do carro que havia deixado em cima da mesa e voltei em direção à porta. Antes que eu saísse, Jacob quebrou o silêncio:

– Espera... - Fiquei parada onde estava e com gestos de uma pessoa dopada, ele veio até mim. – Desculpa!

– Pelo que? – Perguntei intrigada, quem tinha de pedir desculpas era eu. Pois correspondi ao seu delírio.

– Por beijá-la. Eu não estava consciente do que estava fazendo! Eu poderia jurar que... – Interrompeu-se sem saber como completar o que tinha a dizer.

– Que estava beijando a Nessie??? – Perguntei completando seu pensamento.

Jacob assentiu e perguntou:

– Como você sabe?

– O seu olhar hipnótico revelava sua confusão. E, depois de você me beijar a primeira vez você me chamou de Nessie e disse que a amava.

– É! Eu fiz de tudo pra não olhar nos seus olhos, mas quando você me chamou de menino carinhoso e inocente, foi impossível não lembrar da Nessie. E, por um minuto eu quis vê-la em você. Não resisti ao desejo de beijar a “Nessie” que estava vendo a minha frente. E, minha atitude impensada gerou uma grande confusão na cabeça da mulher que tanto sonhei ter nos meus braços um dia. Agora, ela deve estar pensando coisas horríveis de você! Afinal, esse é o único motivo que ela teve pra reagir daquele jeito.

– É claro! Se minha filha não descobriu o amor que ela tem por você, a raiva dela se concentra apenas no fato da traição que cometi contra Edward.

– A Nessie.... me ama? – Perguntou ele surpreso e perplexo com minha afirmação.

– Sim! Na verdade, ela tinha muito ciúmes de você com a Thyfane e estava sofrendo muito em estar longe da sua companhia. Eu suponho que isso seja amor!

– E, por que você nunca me disse isso? – murmurou indignado.

– Você lembra que pediu para todos ficarem quietos em relação ao impriting. Eu não queria antecipar as coisas pra ela, ao contrário, queria que ela descobrisse por si mesma se te amava ou não.

– Como é que você pretendia fazer isso? Fazendo ela sofrer a cada dia que se passava?

– Não! Na ultima vez que você a viu na escola. A Nessie estava prestes a falar com você quando a Thyfane a interrompeu e exigiu que ela se afastasse de você. O ciúmes dela quase resultou numa besteira. Por pouco, ela não estraçalha a cara da sua ex namorada num tapa só! Então, para que e Nessie se acalma-se e colocasse seus sentimentos em ordem... Eu e Edward resolvemos mandá-la para Forks.

– Então o plano de vocês era afastar mais ainda a Nessie de mim? – Jacob perguntou derramando a primeira lágrima depois do flagrante.

– Não! – Respondi o abraçando, ele permaneceu com seus braços imóveis, mesmo assim não o soltei – Ela ficaria em Forks apenas uma semana, depois retornaria. O dia exato da sua chegada era amanhã, não sei o que houve para essa antecipação.

Vendo que o silêncio do Jake era uma forma de desprezo, continuei argumentando em busca de sua compreensão.

– Você lembra do dia que pedi pra você ficar só mais uma semana, antes de ir definitivamente para Forks?

– Hunrrum.

– Então, a Nessie tinha embarcado para Forks naquele mesmo dia. Eu pedi pra você ficar por que ela estava muito confusa. Um encontro naquelas circunstâncias estragaria tudo o que pudesse vir a existir entre vocês. Sem falar que uma semana seria o tempo necessário para você terminar com a Thyfane e voltar a ser solteiro novamente. Você não entende? Eu havia planejado tudo para um reencontro calmo pra você e a Nessie, mas infelizmente...

– Eu te beijei e estraguei tudo com a minha saudade não foi? – Completou ele, desconsolado. Correspondendo enfim, ao meu abraço.

– Não é bem assim. Você não tem culpa de amá-la tanto!!!

– Obrigado por tentar diminuir a culpa que sinto, mas é melhor você ir agora... temos uma longa viagem pra fazer ainda hoje!

– Você tem razão. Sem falar, do meu desafio de explicar tudo o que aconteceu para o Edward. – Falei imaginando no problemão que vinha por aí.

Jacob demonstrou uma grande preocupação com isso também.

– Boa sorte. Se precisar de uma força, é só pedir. Lembre-se de falar que a culpa é minha, não quero que o Edward pense que você voltou atrás na decisão que tomou há sete anos atrás.

– Eu não vou culpar você. Se eu fizesse isso, ele te mataria. Não quero mais desgraças por hoje.

– E como você pretende fazer isso?

– Darei um jeito. Adeus Jake! – Falei indo em direção ao Volvo. – Nos vemos em Forks! – Exclamei antes de abrir a porta do carro.

Jacob acenou e forçou um sorriso largo. Mas, suas preocupações eram inevitáveis de serem encobertas.

O que farei agora? Como explicarei aquele beijo tão ardente para o Edward? Não sei o que farei ainda. Só sei que minimizarei o maximo possível da quantidade de culpa que Jacob tem, o que eu menos preciso agora é de uma briga entre Jacob x Edward! Preciso me concentrar na viagem para Forks, a fim de resolver todo o estrago feito na vida da minha filha. Nessie, quanta saudades sinto de você! Minha filha amada a qual nunca desejei fazer nenhum mal. Mas, sou um desastre ambulante, mais uma vez feri o coração de quem menos desejava. Só me resta torcer para que dê tudo certo em Forks e que minha filha entenda que aquele beijo foi apenas uma fraqueza sem explicação.


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