Eu prefiro não falar sobre o que aconteceu naquela noite, mas como é necessário, é melhor eu confessar logo.

Não, não é o que você está pensando, eu não fiz aquilo. Minha confissão é de que eu roubei dois potes de sorvete da casa da Selina e, sem querer, deixei o cachorro dela paraplégico.

Foi só um acidente, eu não o vi no meio da estrada. E também, quem deixa um cachorro tão pequeno sair correndo pela rua?

Enfim, por isso eu e ela estávamos brigando naquele dia, mas eu não queria que todos pensassem que sou um monstro. Teve um momento em que eu segurei o braço dela, mas foi apenas para admoestar.

É, eu também odeio essas palavras esquisitas, mas é um projeto da escola, sabe? Aulas de vocabulário todas as sextas.

Eu queria saber quem falou sobre minha briga com a Selina, foi a Clarissa, não foi? É, eu sabia. Ela não sabe cuidar da própria vida.

Além de me acusar, aquela vadia por acaso citou que ela estava nas redondezas da casa da Selina na noite do crime? Aposto que não, né?

Se eu fosse vocês, voltaria a falar com ela... Talvez tenham deixado passar algo.