C.a.c.a.a.c.t escrita por 0 Ilimitado
Acusações são tratados de morte. Se não for a forca, um revólver já está num canto guardado, assinado pelo sangue de um julgamento errado ou pela sua própria impunidade.
Cometi um homizio, venho confessar, e diferente dos poetas, estou aqui me abrindo para vocês não por não dormir devidamente nas noites mais acaloradas e sim por estar impedido de viver.
Em cada sombra, vejo-me apunhalando-o, no entanto, é como se a vítima estivesse sobre minhas costas, alimentando-se do meu restante de sanidade que ficou nos seus resquícios após esfaquear um maldito qualquer, ou bendito, perdão.
Meus cabelos caíram como podem perceber, estou com os olhos avermelhados e qualquer mínima inteiração social me remete o pesadelo que criei.
Estava com a minha filha, um desconhecido abordou-nos, pediu tudo segurando uma faca suja de sangue, e após pôr todos nós em risco, reagi e culminou num festival de cores e gestos.
Vocês nunca saberão a sensação de andar sozinho, com sangue escorrendo pelas suas meias, orelhas e veias, naquele momento é impossível distinguir o atacante, o assassino, da vil sujeira da sociedade.
Salvei a minha filha e um celular com obsolescência programada. Tantos heróis televisivos se sentem como veteranos do Iraque, mortos.
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