The Movie of Our Lives escrita por Heosphoros


Capítulo 4
Estágio com Bane


Notas iniciais do capítulo

"Todo mundo é capaz de remediar uma dor, exceto quem a sente".

William Shakespeare.



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ATO VI

Clary acordou com o braço de Jonathan enlaçando sua cintura, a mão repousada em sua barriga, causando uma sensação de calor e paz pelo pequeno corpo dela. Um calor que ela pensou nunca ser capaz de ser emanado dele, que era sempre frio e distante.

Então ela realmente despertou.

Com os olhos verdes arregalados, ela tirou delicadamente o braço do irmão de si e saiu do sofá. Essa foi por pouco! O que ela estava pensando ao deixar aquele boçal abraçá-la enquanto os dois dormiam como se fossem outras pessoas? Como se fossem, de fato, um casal de irmãos normal que suportasse ficar mais de um minuto perto do outro.

Clary olhou para Jonathan por um instante; os olhos fechados e a expressão tranquila, ausente de sobrancelhas erguidas e sarcasmo. Era quase um anjo quando ficava inconsciente, e não poderia irritá-la com palavras ácidas.

Ela se virou e foi para a cozinha. Precisava do contato de Magnus Bane e ficar olhando o irmão diabólico dormir não a ajudaria em nada.

Ao chegar na geladeira, Clary viu um bilhete de Simon.

Fui ver Isabelle. Jace ligou, vá até a casa dele. 

Vida longa e próspera,

Simon.

Ao ver o nome de Jace, ela ficou tensa. Teria que explicar toda aquela situação louca para ele...

Suspirou. Era a hora.

Anotou o número do diretor em seu celular, que estava colado na geladeira graças a sua mãe - que ainda deixava números colados nos imãs para Clary - e já foi discando. 

— Magnus Bane, fabuloso diretor, roteirista e tudo o que há de bom - soou a voz no telefone.

Clary pegou um casaco e abriu a porta da frente, com o celular preso entre o ombro e a orelha.

— Ah! Oi! - ela gaguejou - quer dizer... alô! Sou Clary Fray...

— Você é minha Julieta! 

Clary esperava tudo, menos aquela reação.

— Sou sim, ér... 

— As gravações começam semana que vem - Magnus mal a deixava falar - enviei o roteiro dos primeiros atos por email, espero que tenha recebido... A não ser que você viva em Valhala e não possua uma conta no Yahoo...

— Não! Eu recebi sim e...

— Ótimo. O endereço do estúdio está na descrição do arquivo. Até a próxima semana!

E desligou.

Pelo visto, era preciso apenas checar os emails...

Clary deu de ombros. Se aquilo estava resolvido, havia um problema maior. 

Havia Jace.

ATO VII

Alexander Lightwood, ao contrário do irmão adotivo, estava focado em conseguir um emprego dentro dos estúdios. Escrever sempre foi sua vocação, por mais que a mãe desejasse que ele fizesse Direito. Para ela, ser advogado daria a ele um futuro mais "promissor" do que ser roteirista; mas a vida de Alec estava no cinema.

E para ele tudo bastava agora, mesmo um pequeno serviço como ajudante pessoal do diretor Magnus Bane em seu mais novo filme.

Pelo o que Izzy lhe contou por SMS, Clary conseguira o papel principal. Mesmo que ele a achasse muito sem graça, com poucos atributos e assuntos interessantes, seria bom ver um rosto conhecido por lá. Mesmo que esse rosto fosse extremamente miúdo e coberto por sardas!

Talvez estivesse pegando pesado com ela. Desde que ela e Jace começaram a namorar, Alec desistiu da paixão irracional que sentia pelo irmão de criação. Jace era totalmente irresponsável, irritantemente frio e completamente hétero! 

Talvez Alec devesse tentar ser também. Seria mais fácil do que possuir mais um atributo errado para os olhos da mãe. Para os olhos de todos.

— Alexander - Melissa, a responsável pelo cenário, passou por Alec e parou ao ver que ele estava encostado no meio de cabides do figurino, com alguma expressão de bunda no rosto, dormindo acordado - Magnus estava procurando por você.

Isso o tirou dos pensamentos mórbidos.

— Oh - ele saiu do meio das saias longas, quase tropeçando no próprio pé - onde ele está?

— Está no set - ela o olhou de cima a baixo - na sacada. Leve café.

— Sim, claro.

Com um copo de café expresso quente nas mãos, uma caneta presa na orelha e um brilho meio perdido nos olhos azuis; Alec correu até onde Melissa informara que o senhor Bane estava. Amaldiçoando a si mesmo em pensamento, ele tentou ensaiar um pedido de desculpas apropriado. Não podia perder aquele emprego, por mais pequeno que seja. O dinheiro era legal e a experiência, única.

O cenário daquele ato era lindo. A sacada de Julieta. Uma torre de tijolos cinzentos e vigas de hera falsas, enroscadas em torno, parecia real. O jardim em volta era lotado de flores vermelhas e azuis, colorindo arbustos e com as pétalas salpicando a água prateada de uma fonte de granizo. Tudo falso, obviamente. Mas mesmo assim, incrivelmente bonito.

— Uau - Alec sussurrou.

— É esplêncido, não é?!

A voz inesperada o assustou. Alec olhou em volta, mas não viu ninguém. 

— Sr. Bane? - chamou.

— Aqui em cima, gracinha.

Alec ergueu os olhos. O homem alto e moreno estava debruçado sobre a sacada, com as cortinas vermelhas da janela rodeando-o como se ele fosse um príncipe de verdade. Seus cabelos eram arrepiados, parecendo brilhar à luz das lâmpadas acima deles - que possuíam um efeito branco artificial e que a fazia parecer lunar. Os olhos eram amarelos, brilhando numa cor que Alec nunca havia visto na íris de alguém: indo do dourado ao verde.

— Sr. Bane -  foi só o que conseguiu dizer.

— Você é ótimo em falar o meu nome - Bane apoiou o rosto em uma das mãos, como se o admirasse - você é meu novo estagiário, suponho. Alejandro?

— Alec - ele engoliu em seco - ér... Alexander Lightwood.

— Oh! Irmão da modelo Lightwood, suponho.

— Supôs corretamente.

— Esse é o meu café?

— Sim.

Alec ainda estava nervoso. Não por ser seu primeiro dia de trabalho e ele já estar pagando altos micos por estar pensando na própria vida no meio das saias do figurino, mas porque nunca imaginou que seu chefe era tão jovem e tão bonito.

— Alexander?

— Sim. Eu! Me desculpe.

Bane riu.

— Ajude-me a descer daqui, gracinha.

Ainda com o café na mão, Alec usou o braço livre para que Bane pudesse se apoiar, enquanto descia pela escada ereta de ferro que levava até a sacada onde Clary ficaria nas filmagens.

— Obrigado - Bane sorriu, exibindo os dentes brancos - oh, e obrigado pelo café!

— De nada...

Alec percebeu, subitamente, que o braço de Bane ainda estava entrelaçado no dele e as mãos estavam unidas, segurando o café. Ele não imaginou que teria aquele tipo de aproximação com o chefe e repreendeu a si mesmo! O que havia de errado com ele, por Deus?

Mas o senhor Bane apenas exibiu um meio sorriso, ao notar que Alec encarava seus olhos.

— Passe na minha cobertura qualquer dia desses - sugeriu.

Alec ficou boquiaberto.

— Mas...

— Quer saber - Magnus jogou o café longe - vamos agora!


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Notas finais do capítulo

AMORZÕES EU VOLTEI! O/ return from the deads.
Perdoem o capítulo pequeno
E sem Clastian :'O

Então...
Queria dar um agradecimento especial aos meus leitores lindos que não deixaram eu desistir da fic (e espero que também não tenham desistido tbm!). Eu realmente tenho uma vida de maluco - e estou dando uma atenção especial pro book que estou produzindo - mas passei aqui pra dar novas esperanças pra vocês! E espero poder responder TODOS os comentários LINDOS que recebi.

Enquanto não faço isso...
Madge
ZEZINHA
Sra Morgestern
Angel Dark
Vic Fray
Lohanna Viana
AlineCorrea
ena

AMO TODAS VOCÊS