Domingo.

Era certo que um sentimento crescia dentro de mim em relação a Alina, tão certo quanto era errado. Ela nunca deveria ter se declarado para mim, e eu nunca deveria ter permitido que isso acontecesse, e pior, gostado.

Sei que não devo me encontrar com ela na terça, porém, por mais que eu queira, eu não consigo sufocar esse desejo que cresce dentro de mim a cada dia.

Alina veio como uma droga, que se deu pra mim em doses homeopáticas e sem que eu percebesse acabou me viciando, agora não se passa um minuto sem que eu a deseje, e justamente por isso me sinto sujo, e vivo a me repreender.

Sei que não há maneiras para que isso acabe bem, mesmo que ela não fosse minha aluna ou anos mais nova, acontece que eu não sou o tipo de pessoa com quem se pode ser feliz. Exemplo disso é meu casamento com Lydia, dessa relação só trago lembranças lúgubres, nós nunca fomos felizes, mesmo ela, que sempre viveu de aparências não conseguiu sequer fingir estar bem ao meu lado.

Se com Lydia que não havia complicação alguma não havia dado certo como haveria de dar com Alina?