Indagou-se onde encontraria uma melancia àquela hora da madrugada. Às quatro e quarenta da manhã com certeza não encontraria nenhum mercadinho aberto nas proximidades e, mesmo se encontrasse, eles certamente não estocavam melancias para momentos como esse. Mas pelo menos o pedido não tinha sido tão extravagante, como melões de uma floresta sagrada da Índia, por exemplo.

Checou a gasolina do carro uma última vez e garantiu que dava para ir até o centro da cidade fazer uma busca mais detalhada, sorriu em seguida, preparado para seguir adiante. Fez o retorno e se dirigiu ao centro, encarando todas as lojas fechadas e alguns letreiros solitários piscando aqui e acolá... Depois de uns vinte minutos finalmente avistou uma pequena lojinha na entrada de um beco e acelerou até lá, freando bruscamente e saltando do carro com um caderneta em mãos. Correu os olhos pelos corredores e prateleiras abarrotadas de produtos deliciosos e frescos mas, naquele momento, desinteressantes, até que finalmente a avistou: uma grande e saborosa melancia descansava num cesto junto à outras cinco iguais.

Sacou uma caneta do bolso e anotou o nome do local, atualizando sua pequena lista de necessidades que sua futura esposa e petiz fossem lhe trazer.