– É verdade que não planeja se casar comigo um dia? – Perguntei quando estávamos mais uma vez a sós.

– Não. Quer dizer... Não sei. Você planeja? – Ela parecia desconsertada, colocando aquela mecha de cabelo atrás da orelha.

– Nós temos menos de seis meses de namoro, moramos juntos há menos de um mês... – Tentei fazer com que a ideia de casamento parecesse ridícula, porém sou meio otário.

Ela ficou me olhando com expectativa, entretanto eu não iria mesmo confessar que a ideia de um casamento bonito me atrai desde petiz, quando era uma miniatura de gente e assistia comédias românticas com minha mãe. Eu sei o quão ridículo isso me faria parecer.

– Não gosto de ser dessas pessoas que dizem “eu te conheço”, mas o que você está omitindo? – Inquiriu, com o sorriso travesso. Obviamente sabia o que se passava por minha cabeça.

– Não posso negar que já me ocorreu rapidamente a ideia de um casamento. – Murmurei, de maneira quase inaudível.

– O que? – Se engasgou com aquela bebida horrível que tomava.

– Pode guardar o “não” para daqui a uns quatro anos. – Emburrei.

– Então você pensa em um futuro comigo. – Parvati beijou as covinhas do meu rosto.

– Você não?

– O tempo todo. – Sorriu.