Ela aproximou-se em lentos passos ritmados e alcançou-me com suas mãos, logo as luzes da sala acenderam-se sucessivamente, num lento processo a sala clareou-se, no fundo os monitores reagiram à aproximação da mulher exibindo diferentes gráficos e códigos em sua tela.

Focou-me novamente com aquele olhar acolhedor, o mesmo que sempre usava ao pairar seus olhos sobre mim, e abraçou-me como se fosse uma última vez. Em poucos, porém incessantes, instantes ela permaneceu assim, e logo, quando sentiu que fosse necessário, ela encerrou o ato e caminhou em direção a porta de onde viera, e, ao passar por ela, tocou no interruptor.

Aos poucos meus olhos escureceram-se e minhas pálpebras começaram a se fechar, logo eu não conseguia me mover, pela primeira vez após a decolagem senti-me sozinha na mesma intensidade. Ela ainda estava lá observando o mar pela ventana que se estendia do outro lado da porta, e, em poucos minutos, eu só pude sentir a lágrima quente que ela deixou sobre mim, além do cansaço interminável que abateu-se sobre mim.

E assim ela se foi.

Eu, formada por inúmeros uns e zeros, fui deixada para trás. E terminaram de justapor o último barco nas docas da cidade marítima.