Leonardo acaricia minha bochecha, prendendo uma mecha do meu cabelo em seus dedos. A sensação é tão boa que fecho os olhos para apreciá-la. Meu coração bate tão forte em meu peito, como se quisesse sair dele. Seus dedos quentes e macios continuam me segurando, agora no pescoço, e ele se aproxima. Milímetro a milímetro, até que não resta mais espaço e nossas testas se encostam. Sinto sua respiração leve em contraste com a minha, pesada e ansiosa. Então ele acaba com o pouco que nos separa, tocando seus lábios nos meus. E é um beijo tão doce e manso, o mais gentil que já provei. Conto mentalmente. Um, dois, três, quatro, cin... E acaba. Olho para ele, que acabou de se afastar. Sei que um sorriso dança em meus lábios agora. Vejo que ele está se aproximando novamente, e me dou conta de que ainda estamos no mercado. “Alguém pode nos ver e admoestar à gerência”, sussurrei. Mas ele apenas diz “Valerá a pena, se acontecer”. Suas mãos seguram meu rosto delicadamente, como se Leonardo tivesse medo de me machucar. Voltando para perto, ele me beija novamente, dessa vez de verdade. Então já não tenho nenhum controle sobre mim.