Corações ao Mar escrita por Izabell Hiddlesworth
Notas iniciais do capítulo
Palavra do dia: perscrutar.
As mãos suavam quando as fechou em nervosismo.
Entrou na cabine a passos vagarosos, fingindo segurança. Perscrutar Salinas – o castelo de seus dias quentes com Lorde Harrison – depois de meses, fazia-o sentir-se um desertor, um intruso na nova vida que certamente viera a nascer para o nobre.
Via com o canto do olho, tomado por ansiedade, o modo como Phillippe parecia cansado, taciturno e solitário. Doía encontrá-lo assim, mas não era como se estivesse em melhores condições. A viagem às Américas tinha anestesiado suas dores por toda a briga que tiveram sobre ser nobre e ser livre. Mas Nathaniel não se esquecera, nem por um dia, de que tinha um porto ao qual precisava voltar – mesmo com toda a mágoa de ter ouvido Phillippe dizer que não o queria mais.
E como se este pudesse lhe ouvir os pensamentos:
– Eu menti.
As botas estancaram no piso de madeira lustrosa. Nathaniel virou-se para ele aos poucos na distância de um metro.
– Eu preciso de você, Nate. Precisei o tempo todo – lágrimas afogavam seus olhos. Ele levantou-se e andou em sua direção a passos bambos. – Amo-te em demasiado, capitão.
Vestiu-se de cautela. Havia o medo de ser alguma cruel miragem de maresia.
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