Nathaniel observou os irmãos Harrison bailarem pelo salão com graciosidade. As saias de Gyselle rodopiavam com ela, relevando vislumbres do cano de seus sapatos. Um sorria para o outro em meio aos movimentos leves e fluídos. E parecia fácil.

Fácil como subir na plataforma do timão de Valente e apontar a espada para o horizonte, mandando os marujos içarem as velas.

– Então, devagar, você desliza suas mãos nele – Addam demonstrou –, sem deixar de olhá-lo no fundo dos olhos.

– Deve ser doce – Gyselle soltou um risinho de donzela, fitando o irmão. – Phill com certeza apreciará um toque mais duradouro.

– Faça uma reverência – Addam inclinou-se, dando um passo para trás. – E se afaste elegantemente.

– Seja fugaz, como se precisasse voltar logo para o mar. Phill vai estar ardendo por você depois disso – a moça rodopiou, com ar de quem tinha bailes e romances impossíveis na cabeça. – Com certeza terão uma noite de almirante.

Nathaniel repassou mentalmente os passos que aprendera durante aquela semana. O salão de baile dos Harrison tinha sido sua sala de estudos durante os fins de tarde em Southampton. Addam e Gyselle insistiam nisso fervorosamente.

– Addam – ele meneou a cabeça negativamente –, temo de que terá de reiterar as lições.