O novo passatempo de Lucius Malfoy era discursar sobre como seu filho conseguia antepor Astoria a todos os demais interesses familiares que ele supostamente deveria ter.

Draco desconfiava que ele pudesse falar sobre isso por dias inteiros e quase começava a desejar voltar para o St. Mungus. Não importava quão razoável se sentia em um determinado dia, seu pai sempre conseguia reduzir suas expectativas.

– Fui uma criança estúpida. E um adolescente da mesma estirpe. – Ele disse certa vez, deitado com os braços cruzados atrás da cabeça nos jardins do terreno da Mansão Malfoy. – Tenho medo de não conseguir ser nada alem disso.

– Você já é algo alem disso. – Astoria respondeu, observando as nuvens densas.

Ele gostava dela, mas não conseguia acreditar nisso por um segundo sequer.

– É. – Murmurou, sem convicção. Seus dedos fincaram na grama verde e ele sentiu as palavras surgirem, uma por uma, quase como uma revelação: tenho medo de ser o meu pai.

Mas não disse nada. Ao invés disso, puxou-a para perto.

– Nós deveríamos ir embora.

Astoria riu, encarando-o finalmente.

– Ou nós poderíamos conversar sobre o que te incomoda. Alem disso, me recuso a ir para qualquer lugar menos cinza que o meu estado de espírito.