Taiga era um homem de personalidade marcante desde a adolescência. Era corajoso, bravio, resiliente. O tipo de pessoa que não desiste até superar os limites.

Como bombeiro, não temia arriscar-se para salvar a vida de outras pessoas. Era tão intenso, que transmitiu isso para toda a equipe.

Então, quando houve o terrível acidente no metrô, eles não desistiriam enquanto não encontrassem todas as vítimas. O acesso era tortuoso, complicado. A estrutura abalada estava prestes a desabar e soterrar o túnel onde o vagão descarrilhara e colidira. Um acidente sem precedentes no Japão. Talvez no mundo: acontecera no horário de pico.

O número de mortos era grande. O de feridos, maior ainda.

Taiga, como líder nato, tinha o poder de influenciar seus companheiros a prosseguir na busca até o último segundo. Contudo, cinco anos como bombeiro e o instinto apurado o ajudavam a conter-se. Arriscar a própria vida não era problema, mas jamais exporia e equipe toda.

A um segundo de ditar a retirada pelo rádio, o pior aconteceu. A estrutura não resistiu mais, vindo abaixo.

Diferente do cinema, ele não viu a vida toda passar diante de seus olhos. Houve apenas a imagem de uma pessoa.

Daiki.

Então tudo escureceu.