Palavras ao Vento escrita por Menta


Capítulo 11
O Frio Zéfiro por cima do Muro - 1989


Notas iniciais do capítulo

Oiê! Outro acontecimento histórico importantíssimo do fim do século XX, por todo seu simbolismo.

Eu lembro de dizer no começo dos drabbles que a partir do dia 20 só contaria "causos" do cotidiano da perspectiva do Vento. Mas, infelizmente, não tive todo o tempo que imaginei que teria para escrever, deixando de aparecer por aqui por uns bons cinco dias. Mas não se preocupem, vamos a uma prosa poética anônima muito em breve.

Palavra de hoje: donaire.



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Foi no fim do outono. Havia começado a perceber no ar pesado os grãos da mudança por vir. Na época, pastoreei nuvens de chumbo, que por pouco não produziram uma tempestade sem precedentes.

Nunca fui muito a favor de muros. Nunca vi no ato de separação qualquer tipo de glamour ou donaire. Muito pelo contrário. Mas, na metade posterior daquele século, pude acompanhar a construção, o auge e a queda daquela murada tão representativa da divisão política vigente.

O mundo se dividia em dois polos, polos estes que eu visitava, pois não há cimento, cal ou pensamento pró-segregação capaz de me barrar. E não havia simbolismo maior para tal separação, naquela época, do que o muro que foi derrubado naquele dia fatídico.

Um país, dois lados.

Um mundo, dois lados.

Duas faces da mesma moeda que regia a ordem mundial; dois sistemas ambivalentes entre si, governantes em oposição. Levavam consigo toda a gente que aguardava, quieta, pelo desfecho daquele conflito silencioso.

Lembro-me de carregar as partículas da murada tombada. O fim de uma pretensa guerra que não se fez. O término de uma aludida ameaça global, e a implantação de um único regime majoritário.

Só sei que ainda restam vítimas.


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Notas finais do capítulo

"A Queda do muro

Em 9 de novembro de 1989, com a crise do sistema socialista no leste da Europa e o fim deste sistema na Alemanha Oriental, ocorreu a queda do muro. Cidadãos da Alemanha foram para as ruas comemorar o momento histórico e ajudaram a derrubar o muro. O ato simbólico representou também o fim da Guerra Fria e o primeiro passo no processo de reintegração da Alemanha."

http://www.suapesquisa.com/pesquisa/queda_muro_berlim.htm

O fim da guerra fria e suas consequências: o capitalismo impera no mundo. Resta a dúvida: o que vencemos com isso? Deveríamos nos conformar com um regime tão disfuncional? Qual a solução contra a meritocracia falha de um regime que se sustenta com base na necessidade de opôr um pólo rico a um pólo explorado?

Acho que nem o Vento saberia como nos ajudar...



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