— Meritíssimo, apesar de Morte possuir, sim, culpa em alguns desses casos, você deve ser cauteloso com sua sentença.

Charles caminhou até o juiz com um documento.

— Cada assassinato foi atribuído a um assassino. Portanto, James Lerroy só pode ser preso por um homicídio.

O juiz assentiu.

— Você está, de fato, correto, detetive Kenton.

Desceu o martelo.

— Caso encerrado. Sentencio o réu culpado a três anos de prisão.

Os presentes começaram a se levantar. Morte olhou para Charles agradecido, e o detetive sentiu-se bem. Na saída, foi cumprimentado finalmente por Mary e Beatrice Lerroy.

— Obrigada pelo que fez ao meu filho, detetive.

Mary saiu, deixando-o só com Beatrice. Janota como sempre, madame Lerroy abraçou-o.

— Muito obrigada, Charlie. Sério, muito obrigada.

Ela apertou, lágrimas escorrendo pelo rosto e estragando sua maquiagem.

— Beatrice...

— Não diga nada. Apenas faça.

E então, seus lábios se encontraram, em uma demonstração de amor. Parecia-lhes natural fazer aquilo, dando continuidade a uma já esquecida noite romântica. Agora já era como se nunca houvessem esquecido de fato, como se apenas tivessem tido essa memória ocultada por preocupações maiores. Quando se afastaram, as lágrimas coloridas já não caiam mais dos olhos de Beatrice por tristeza. Eram agora lágrimas de alegria.