Kaito suspirou e levou a folha coberta de números para perto dos olhos. Talvez ele estivesse ficando míope, ou sua letra diminuíra sem que ele percebesse.

Ele estava trabalhando na demonstração daquele teorema desde as dez da noite, e o rádio relógio que ficava na cabeceira de sua cama mostrava que já era três e quarenta da manhã.

Talvez fosse hora de fazer uma pausa.

Ele passou as mãos manchadas de grafite e tinta pelo rosto, e se pôs de pé.

A matemática o encantava desde a infância. Kaito adorava perscrutar os mistérios daquela ciência abstrata que muitos odiavam.

Ele foi até a cozinha de seu pequeno apartamento, encheu uma caneca de leite e a colocou no microondas.

Suas pálpebras estavam pesadas e seu corpo implorava por algumas horas de sono. Ele organizaria aquela bagunça que estava sobre sua escrivaninha e depois iria direto para a cama.

Ele tirou a caneca do microondas e bebeu tudo em um gole só.

De volta ao quarto, Kaito juntou o monte de folhas que estava espalhado pela mesa.

E foi aí que ele percebeu que colocara um seis onde deveria ser cinco em uma das equações.

Ele teria que fazer tudo de novo.