“Querido diário,

Vou passar o feriado sozinha dessa vez. Os meninos vão viajar não sei para onde e eu vou ficar aqui. Minhas amigas também viajaram e não teremos visitas em casa. Então seremos apenas eu, mãe e pai. Ontem foi ruim, ficamos sem luz o dia todo, eu estava sozinha em casa durante a tarde e parte da noite, devo dizer que fiquei um pouco com medo. A casa é enorme e um pouco afastada da cidade, alguém podia até tentar entrar escondido. E sei lá quantos anos tem essa casa, não sei se tem fantasmas rondando por aqui. Dormi no quarto dos meus pais, só por garantia. Não que eu seja uma menina medrosa, mas aqueles dois já haviam me contado algumas histórias de terror. Fico arrepiada só de pensar. Por sorte, logo pela manhã a energia voltou. Agora o único problema em estar sozinha é o tédio. Talvez eu durma mais um pouco. Tchau.”

Penso nessa casa totalmente sem luz e fico arrepiada. Seria um ótimo reflexo do meu estado de espírito atual, ambos lúgubres. Juntos, formam o palco perfeito para um melancólico filme de terror. Por quanto tempo mais ficarei perdida em meu próprio terror solitário?