Billie, Mike e Tré estavam na cozinha discutindo o que iriam fazer para encontrar mais pistas.

— Vamos ir para o parque, no beco e na igreja de novo, vai que quando ele espalhou as pistas deixou cair alguma coisa, não sei — sugeriu Tré.

— Acho que vamos mesmo, não tenho outra ideia melhor. Você tem, Mike? — perguntou Billie.

— Não. Precisamos coletar mais informações, até agora é ele que está na vantagem.

— Então vou lá pegar a mochila e as pistas — disse Billie subindo para o seu quarto.

A mochila estava no guarda-roupa e os bilhetes em cima do criado-mudo onde estava o objeto que caiu da cesta do piquenique, era um rolo de fita de cetim. Quando pegou os bilhetes, percebeu que o rolo de fita de cetim era a mesma fita que foi usada para amarrar o primeiro bilhete na árvore do parque. Billie saiu correndo até a cozinha.

— Pessoal, pessoal! — chamou Billie apressado.

— Aaaai que susto cara! — gritou Mike. Tré não disse nada, apenas ficou com a mão em cima do peito com a respiração ofegante.

— Olha só isso! — Mostrou o rolo de fita de cetim em uma mão e na outra mostrou um pedaço da fita. — Esta fita é a mesma que foi usada para amarrar o bilhete na árvore lá no parque. Sabe Mike, o bilhete que você achou. Ela estava dentro da cesta de piquenique porque eu lembro de ter colocado um objeto em cima do criado-mudo que caiu da toalha que eu usei para secar o chão quando choveu. Mas nem percebi na hora porque estava com sono.

— E como não percebeu isso na hora que guardou as coisas, Mike? — perguntou Tré.

— Eu nem sei, guardei tão rápido que nem percebi. Na hora tínhamos acabado de saber do sumiço da Blue.

— Dá para perceber que este rolo foi usado uma única vez, está novinho. Vamos na papelaria perto do parque para ver se vende esta fita lá.

— Boa ideia! — exclamou Tré.

Billie pegou a mochila com as pistas e em seguida foi com os demais até o carro para ir até a papelaria. Chegando lá, falaram direto com o balconista.

— Bom dia, senhor. Aqui vende fita de cetim? — perguntou Billie.

— Bom dia! Vendemos sim, mas está em falta. Mas temos fita adesiva, fita crepe, fita voal...

— Ah, obrigado moço, mas eu procuro pela de cetim mesmo. Onde eu posso encontrar por aqui?

— Em uma floricultura. É na mesma calçada, é só seguir reto. Mas temos barbante também, se você pintar com guache fica parecendo uma fita! — respondeu o homem.

— Obrigado moço, mas tem que ser a de cetim — Billie disse rindo achando engraçado a insistência do homem.

— Mas se você comprar a fita voal fica demais em qualquer coisa — insistiu o homem novamente.

— Me dê duas fitas aí logo antes que você enlouqueça a gente! — pediu Tré.

— Ah, claro! Quer a fita voal? — o homem disse animado.

— Pode ser essa daí.

— Que cor?

— Uma amarela e uma roxa.

— Quer levar mais dois cadernos? Leve um amarelo e um roxo para combinar com as fitas!

— De brinde?

— Na verdade, não. Mas se você levar os cadernos, te dou de brinde dois lápis e duas borrachas para combinar com os cadernos e as fitas!

— Tá, tá, pode ser! — Tré abriu a carteira e perguntou quanto era. Após o homem responder pagou os materiais.

— Tome o seu troco, é o preço de uma caneta gel com cheirinho, se você quiser levar...

— Fiiica com o troco para você! Vamos logo Billie, senão ele vai me fazer levar toda a papelaria!

— Nossa Tré, sua cara essas coisas! Tem que acontecer com você! — Mike estava rindo apoiado no ombro de Tré.

— Ele também quer levar umas coisas... — Tré apontou para Mike. Não terminou a frase porque o mesmo tampou sua boca.

— O que? Você também quer levar algo? — o homem perguntou todo animado.

— Não, é mentira dele! — Mike disfarçou.

— Tchau! — Billie os puxou para fora da papelaria. Mas lembrou de algo que tinha que perguntar e voltou. — Ontem as fitas de cetim já estavam em falta?

— Sim, elas acabaram rápido porque mês passado vieram poucas.

— Ah, sim. E por acaso tem uma como esta? — pegou a fita de cetim da mochila e mostrou para o homem.

— Vendo sim. E costuma sair bastante da cor vinho.

— Obrigado, até logo!

[...]

Chegando na floricultura, falaram direto com a vendedora.

— Bom dia, moça. Poderia me mostrar as fitas de cetim? — perguntou Billie.

— Bom dia! Você tem alguma preferência para o buquê?

— Na verdade eu queria comprar só a fita.

— Ah, sim. Vou lhe mostrar.

Os três seguiram a vendedora. A moça mostrou onde ficavam as fitas.

— Fique à vontade para escolher. Se precisar de alguma ajuda é só chamar.

— Na verdade eu quero uma como esta aqui. — Mostrou a fita para ela.

— Já imaginava que queria essa. — A vendedora sorriu. — Saem muitos buquês com a fita de cetim vinho. Torça para ainda ter — brincou.

Ela procurou na prateleira, até que encontrou uma.

— Aqui está. — Deu o rolo da fita para Billie.

— Vocês costumam a vender bastante separadamente? — perguntou Tré.

— Não muito. Você também quer levar?

— Não não. Você lembra se vendeu alguma fita de cor vinho separadamente ontem? É porque eu recebi um bilhete que estava amarrado com esta fita. Uma admiradora secreta, sabe. E ela me deu flores desta floricultura.

— Vendi sim! — lembrou. — Mas a única pessoa que comprou fita vinho ontem foi um menino.

Billie Mike e Tré se entreolharam em choque.