Billie Joe tomava uma caneca de café com leite em frente a janela, observando aquela bela manhã de sol. O dia estava maravilhosamente bonito para dedicar o dia para compor. Os seus devaneios foram interrompidos por uma ligação de Tré, dizendo que estava fazendo um piquenique no parque junto a Mike, para ele os encontrar lá.

— Parque, piquenique, dia bacana... — murmurou, contando nos dedos.

Depois de ter se arrumado, pegou uma caneta, um bloquinho e a guitarra e foi de bicicleta até o parque.

Quando chegou, avistou os amigos sentados embaixo de uma árvore com o piquenique já montado.

— Achei que não ia vir. — Tré mordeu uma maçã.

— Segura essa! — Mike jogou uma baguete para Billie pegar.

— Nossa, seu maluco! — Billie pegou a baguete todo desengonçado. — O que tem aí? Só tomei um café com leite antes de sair. — Sentou ao redor do piquenique.

— Frutas, pães, sucos, geléias e uma torta holandesa — respondeu Mike com a boca cheia cuspindo migalhas de pão em cima da geléia.

— Ê seu porco! — rindo, Billie empurrou de leve o ombro do mesmo.

— Aposto que já tem ideias para o novo disco — afirmou Tré olhando para o bloquinho que Billie acabara de colocar em cima da toalha.

— Ontem eu escrevi algumas coisas. — Jogou o bloquinho para Tré.

— E tinha que trazer o seu xodó e colocar em cima da grama? Essa é uma réplica da Blue, né? — perguntou não acreditando enquanto abria o bloquinho.

— Não não, é a legítima. — Billie pegou um cacho de uvas.

Em meio a tantas conversas, Mike e Tré resolveram tirar um cochilo, Billie ficou acordado compondo músicas. Aquele parque estava tão tranquilo que não resistiu e jogou a guitarra de canto e foi cochilar junto aos amigos. O que era para ser um cochilo tornou-se um sono profundo. Passaram-se sete horas. Mike acordou.

— Que horas são? — disse para si mesmo, olhando no relógio. — Cinco horas! — disse surpreso.

Mike começou a guardar os pertences do piquenique e sentiu que algo estava faltando. Ficou uns segundos pensando até perceber o que era.

— A Blue! — exclamou desesperado. — Acorda Tré, acorda Billie! — Chacoalhou um de cada vez. — Billie, a Blue sumiu! Billie, a Blue sumiu! — repetia várias vezes chacoalhando Billie.

— O que? Calma Mike... — Billie esfregava os olhos. — O QUE?! A BLUE SUMIU?! — gritou, levantando com um pulo.

— Nossa, para de gritar Billie Joe... — reclamou Tré meio que ainda dormindo. — O QUE?! A BLUE SUMIU?! — levantou rapidamente.

— Vão procurar ela pelo parque enquanto eu termino de guardar essas coisas! Depressa! — exclamou Mike mordendo um pedaço de uma baguete.

— Tá, eu vou pela direita enquanto você vai para a esquerda! — disse Tré para Billie pegando a baguete da mão de Mike e mordendo um pedaço.

— Beleza! — Pegou a baguete da mão de Tré e saiu correndo nervoso mordendo o pão.

Passou meia hora e eles voltaram ao encontro de Mike.

— Eu estava ansioso para que vocês voltassem! Olhem o que achei, estava amarrado com uma fita aqui em cima do galho da árvore onde estávamos — Mostrou um bilhete para ambos.

— Nossa! E o que diz? — disse Billie surpreso.

— Vamos ver agora, estava esperando vocês chegarem. Leia. — Mike deu o bilhete para Billie.

Billie começou a ler.

Olá Billie, Mike e Tré!

Para encontrarem a guitarra Blue, sigam as pistas dos bilhetes.

Atravessem a rua do parque e entrem no beco da esquina.

Vasculhem a lixeira e encontrem uma casca de banana.

Atenciosamente, St. Jimmy.

— Esse maluco está brincando com a nossa cara! E ainda se auto-intitula de St. Jimmy, é demais! — Billie colocou o bilhete no bolso.

— Vamos lá no beco em vez de ficar aqui perdendo tempo! — exclamou Tré.

— Mas gente, eu estou com fome. Vocês não estão? Ficamos tanto tempo no parque que nem almoçamos. Já são quase seis horas — reclamou Mike.

— Também não posso deixar a minha bicicleta aqui, senão ela pode sumir também — afirmou Billie irritado.

Resolveram ir primeiro na casa de Billie deixar a bicicleta, as coisas do piquenique e se alimentar.

[...]

Chegando no beco foram vasculhar a lixeira.

— Que cheiro horrível! — Tré tapou o nariz.

— Nem me fale! — abanou as mãos perto do nariz. Ah, quando eu pegar esse patife! — esbravejou Billie.

— Se fosse uma guitarra qualquer! Por que não trouxe outra? — lamentou Mike revirando tudo.

— Agora já foi. — Billie parou um instante de vasculhar o lixo. — Mas qual é a lógica de achar uma casca de banana? Será que só está brincando com a nossa cara?

— Mas que outro jeito de encontrá-la? Com certeza essa pessoa que está escrevendo esses bilhetes está com a Blue. E com certeza quer algo em troca. — comentou Tré.

— E nem sabemos se ela vai devolver realmente, as vezes pode estar querendo só nos fazer de palhaços — acrescentou Mike.

— Vamos achar essa porcaria dessa casca de banana logo e vamos continuar a seguir as pistas. Se no final não levar a nada, pelo menos tentamos. Foi um grande descuido meu — disse Billie um tanto deprimido.

— Ânimo pessoal, ânimo porque eu achei uma casca de banana junto a um bilhete! — exclamou Tré indo ler o bilhete.

Com um cheirinho fashion de lixo, podem seguir adiante.

Atenciosamente, St. Jimmy.

— Mas que cara sacana! Não escreveu nenhuma pista, era tudo uma brincadeira! — disse Tré estressado.

— E ainda tira sarro da gente fedendo a lixo! — disse Mike indignado.

— Atenciosamente vai ser o murro que eu vou dar na cara dele! — disse Billie nervoso.

— Ei! Tem alguma coisa escrita aqui na casca de banana. CHURCH on sunday. — Leu Tré.

Os três se entreolharam e ficaram pensando, tentando adivinhar qual o sentido daquela mensagem.