Proesiando escrita por Layla Glêz


Capítulo 27
Petit Mort


Notas iniciais do capítulo

Não tenho tempo para ajeitar como eu quero esse capítulo, mas quem sabe em breve... Espero que gostem! Boa leitura!



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A primeira vez que provou daquela droga foi em um recital, junto a um desconhecido. O vício foi irreparável, no momento em que inspirou a fumaça de um cigarro e se afogou em um redemoinho de sensações. Sentiu-se compreendido.

Encantou-se, decidiu que queria algo assim para a sua vida. Aquela overdose de amor, capaz de matar.

Com o tempo, foi perdendo as esperanças. A frivolidade dos romances modernos lhe entediava. Era tudo muito passageiro, fugaz, miúdo. Acreditou por um segundo que ninguém jamais recitaria versos no pé do seu ouvido, deixou o romance para os outros. A velhice marcava seus anos em rugas, sentia-se velho, tornou-se soturno.

Naquela biblioteca, sua mão tropeçou em outra, na lombada de um livro. Os versos foram lhe foram sussurrados, improvisados por uma voz rouca, espontâneos como um respirar.

“Teu olhar oblíquo

me encanta, me diz

em francês, la petite mort

em minha língua, tu

meu belo petiz.”

Os dois mandaram a Métrica para junto do Decoro, devorando-se entre as estantes C e D.

Não deixou provas daquela cena nada infantil. Sequer um papel com o número do outro gravado, memorizou-o. Levou consigo as únicas testemunhas da pequena morte: um exemplar de Drummond de Andrade, outro, de Castro Alves.


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Notas finais do capítulo

Para os que não entenderam, sim, é um casal gay.
Petit mort = a sensação após o orgasmo. Sim, os franceses tem palavras lindas para falar isso.
Depois explico o resto e ajeito o que ainda está me incomodando (garanto que são detalhes, mas eu sou perfeccionista).
Beijinhos, até o próximo.



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