O pensamento é célere, tão lépido que quando deu por si já tinha digitado os cento e quarenta caracteres.

Leu, releu. Notou que tudo na sua frente eram palavras vazias em um momento de raiva, mas por que não as apagava? Não eram palavras célebres, nenhuma citação que valesse a pena ser dita.

O dedo pairava no botão enviar. Mordeu o lábio, releu, respirou fundo.

Imaginou toda uma reação em cadeia por aquela resposta breve. A frustração, o cansaço. Não aguentava mais falar o óbvio.

Apagou as letras da tela.

Engoliu-as.

Engasgou-se.

As palavras, antes vazias, tinham fechado sua traqueia.