Humor Negro escrita por letter, Joke


Capítulo 1
One


Notas iniciais do capítulo

Letter: Hello aventureiros que aqui se arriscaram. Como dito no Disclaimer, esta fanfic pertence ao projeto "Encontro de Heróis" do blog Perfect Design.
Não é a primeira parceria que faço com a Harley, o negócio aqui vem de anos. E bom, sempre que escrevemos juntos, a coisa funfa bem. Vamos ver se dessa vez irá dar certo novamente, esperamos que sim! Pessoalmente é algo MUITO NOVO para mim escrever no meio de dois universos, e fiquei surpresa com o resultado do que está saindo. Façam uma boa leitura!



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Chovia em Azkaban.

Não havia registro de a luz do Sol alguma vez ter banhado aquele lugar. Era uma tempestade densa e forte, que apagava o caminho das pobres almas que rumavam por entre a névoa opaca. A grande estrutura de segurança máxima enfrentava bravamente as gotículas de água, juntamente com as ondas violentas do mar agitado, mostrando o porquê de ser conhecida como "inviolável". Os majestosos muros cinzentos eram praticamente invisíveis, assumindo tonalidade frias semelhantes ao do clima típico da Grã-Bretanha. Até mesmo os Dementadores, com seus mantos negros como corvos, passavam praticamente despercebidos pelo local.

Mesmo a tempestade não adentrando fisicamente no forte, era possível identificar seus resquícios de existência. O som da água encontrando pedra repercutia nas paredes, formando uma melodia soturna. Os gritos fortes dos trovões ecoavam pelas celas, como almas condenadas, acordando os desavisados de sua presença sem qualquer piedade.

O clima chuvoso dava um ar ainda mais medonho a Azkaban, que vivia assombrada pelos medos e gritos de lamúrias dos detentos.

Os Dementadores pareciam agitados, não que a tempestade os incomodasse, mas havia algo de diferente no comportamento daquelas criaturas sombrias. Se sentissem algo, Bellatrix Lestrange sugeriria que estavam excitados, afinal, fora um belo saque no último mês.

A queda do Lorde das Trevas resultou no preenchimento de quase todas as celas da fortaleza. Na opinião da bruxa, os Dementadores eram os piores vira casacas que poderiam existir: enquanto o Lorde das Trevas triunfava, eles estavam à mercê de sua vontade e dos Comensais da Morte. Todavia, agora que o Lorde caíra, eles se banqueteavam com qualquer boa lembrança que os Comensais ali mantinham.

Malditas. Cada uma daquelas criaturas miseráveis.

Apesar de tudo, não era tão ruim assim no começo, refletia Bellatrix. Estava entre os que podiam se chamar de colegas: o marido estava na cela ao lado, enquanto alguns Comensais do círculo íntimo de Lorde Voldemort estavam bem próximos. Nos primeiros dias era audível o arruaceiro dos condenados, alegando que o Lorde das Trevas apareceria a qualquer momento para recuperar os seus, e que os Dementadores lamentariam por sua traição. Era comum escutar constantemente planos e murmúrios entre as celas.

Mas logo cessaram.

Primeiros os risos. Depois as conversas. Seguiu-se então a esperança e, por fim, a sanidade.

Bellatrix se admirava em ver como os Dementadores fizeram um excelente trabalho com os condenados em tão pouco tempo. A Fortaleza parecia um mausoléu habitado por mortos-vivos, que se limitavam a grunhir algumas palavras e acabavam perdidos nos próprios delírios.

As horas tornaram-se dias, e os dias, meses. O tempo parecia estagnado naquele lugar maldito tomado pela morbidez. E foi com uma enorme surpresa que certo momento, algo sobressaltou Bellatrix em sua cela: um riso.

Uma gargalhada profunda, na verdade, que ecoava pelos silenciosos corredores de Azkaban. Receosa, Bella se aproximou das grades de seu cárcere, tentando identificar a fonte daquele riso espalhafatoso.

Porém, depois de muito procurar, percebeu que não havia ninguém nos corredores.

ㅡ Malditos! - Amaldiçoou a mulher com as mãos nas barras de chumbo, tentando ver algo além do final da passagem central. ㅡ Quem está aí?

Achando ser uma brincadeira de mau gosto, a bruxa se aproximou do canto esquerdo do cubículo, encostando o rosto na parede que a separava de Rodolfo.

ㅡ Estão zombando de mim, querido… Está ouvindo? Alguém está rindo de mim! Aposto que deve ser o meu primo, aquele maldito traidor do sangue que está trancado aqui em algum lugar - Ela socou com força a grossa parede, machucando de tal forma os nós dos dedos a ponto de fazê-los sangrar. ㅡ Por que está quieto, Rodolfo? Não me diga que está zombando de mim também!

ㅡ “Rodolfo” é um nome muito engraçado, sabia? ㅡ Uma voz que não pertencia ao marido respondeu em tom zombeteiro, soltando um riso curto e rápido. ㅡ Ele por acaso é parente do Rudolf? A rena de nariz vermelho?

Inicialmente, Bella nada disse, e limitou-se a se afastar da fria barreira que a separava da estranha voz.

ㅡ Você não é o meu Rodolfo! ㅡ Bellatrix gritou o óbvio. ㅡ Onde ele está?!

ㅡ Ao julgar pelo lugar e o estado em que está sendo mantido, provavelmente morto, minha querida ㅡ cada comentário expressava um nítido deboche, como se o dono daquela misteriosa voz estivesse contando uma piada atrás da outra. ㅡ Se bem que o serviço de quarto daqui não é pior que o do Arkham, e olha que lá eu era VIP! ㅡ Uma nova risada escandalosa tomou conta daquela ala de Azkaban, trazendo novos detentos curiosos para perto das barras que os prendiam. ㅡ O que há de errado com vocês aqui?! Por que tão sérios?

Bellatrix ignorou o comentário, focando sua atenção no final do corredor, onde uma fina camada de gelo começava a se formar pelas paredes e piso.

Seu coração parou e o ar fugiu de seus pulmões.

ㅡ Cale a porra da boca, seu idiota! ㅡ Demandou, prontamente, aos sussurros. - Você está atraindo eles pra cá!

O tagarela obviamente não se dobrou às ordens da prisioneira.

Bellatrix sentiu toda sua raiva e ódio contra aquele lugar que tomava conta de si. Sentiu todo o seu orgulho indo embora. Sentiu-se vazia e frágil. A bruxa se encolheu em seu canto, afastando ao máximo das grandes, colocando-se contra a parede com força, como se pudesse se fundir a ela, quando o ar gélido tomou conta de sua cela. Naquele momento, Bellatrix tinha certeza que nunca mais sairia dali, que o Lorde não viria, que não seria feliz ou teria qualquer outro prazer naquela vida.

A bruxa começou a ver imagens de Rodolfo jazido em qualquer lugar em Azkaban; do Lorde das Trevas ser desintegrado por uma criança; de sangues ruins rindo em todas as partes do mundo, comemorando por a guerra ter terminado e, por último, mas não menos aflitivo, rever o lado pelo qual lutara ser massacrado.

Afinal, porque resistia? Porque não deixava os Dementadores sugarem sua alma de vez, se é que ainda havia algo dela...

Uma gargalhada estrondosa opôs um trovão que rajava por sobre o mar negro de Azkaban, e Bellatrix saiu de seus devaneios. Odiava aqueles Dementadores, odiava o modo que eles a faziam se sentir fraca e impotente.

ㅡ Quem diria que vocês, bruxos, seriam tão covardes? - murmurou a voz desdenhosa da cela de onde deveria estar Rodolfo. ㅡ Ao invés de serem amedrontadores, como nos contos infantis, estão mais para as crianças que os lêem! Que ironia, parece até mesmo uma piada de mau gosto! E me disseram que aqui abrigava os mais temidos do seu tipo - bufou a voz.

Tão rápido quanto a presença dos Dementadores veio, ela se foi. Bellatrix respirava normalmente mais uma vez. Sabia que os Dementadores não aguentavam pensamentos felizes, mas não conseguia entender como uma pessoa dentro de Azkaban poderia afugentá-los. Ninguém ali dentro conseguia ser feliz, ou no mínimo pessimista. Nem o mais temido bruxos de todos os tempos, Lorde Voldemort, conseguia ter esse efeito sobre os Dementadores sem lançá-los o feitiço do patrono.

ㅡ Quem é você? - perguntou Bellatrix tão alto quanto pode, para que o vizinho de cela a ouvisse.

ㅡ A questão não é quem eu sou, mas sim o que pretendo fazer - a voz respondeu, não fornecendo prontamente a demanda da bruxa. ㅡ Eu sou a liberdade.


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Notas finais do capítulo

Letter: E então? Comentem, porque como é algo muito novo para nós duas, queremos muito mesmo saber a opinião de quem leu :D E logo logo já postamos mais.



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