Ponto de Impacto escrita por Além do Meu Olhar


Capítulo 29
Tentativa Frustrada - Parte 2


Notas iniciais do capítulo

Bianca chega ao seu limite e resolve colocar um ponto final na birra da filha.

Boa leitura!



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—Hum lasanha de frango? Nossa a Juju ama! – Bianca comentou quando ele colocou a travessa na mesa. – E esse cheirinho, hummmm está maravilhoso!!

—Eu tentei fazer como minha mãe me ensinou.

—Está com uma cara ótima. Me dá seu prato filha que eu te sirvo.

Juju pensou um pouco e séria respondeu.

—Não quero.

—Como assim filha?

—Não estou com vontade...

—Mas você nem comeu nada antes de vir, você adora lasanha!

—Mas só a lasanha que a minha vó faz.

Bianca sentiu o corpo se contrair, sua filha estava testando a sua paciência.

—Tudo bem, quem sabe quer o macarrão?  - Marcelo tentou contornar a situação.

—Não quero nada.

—Juliana filha, por favor não seja indelicada.

—Não Bia, olha só vou ligar pedir uma pizza...

—Não! Isso é um absurdo! Se a Juliana não quer comer o que está na mesa então não vai comer nada, ela sabe muito bem disso!

—Posso ir na sala?

—Claro Juju, fica a vontade...

A menina pediu licença e saiu.

—Bia...

—Marcelo eu não sei o que fazer estou morrendo de vergonha... Você fez tudo isso e...

—Por favor. – ele pegou a mão dela sobre a mesa. – Vamos dar um tempo para ela. E eu cozinhei para você também...

—É verdade, confesso que perdi o apetite, mas... Estou curiosa para ver como se saiu. – ela sorriu apertando a mão dele.

—Então eu vou te servir! – ele sorriu pegando o prato dela.

Na sala Juju observava a mãe atenta, pegou um folha e começou a desenhar.

—Nossa que delícia! – Bianca falou após provar o macarrão.

—Já posso casar?

—Só se for comigo! – ela respondeu sorrindo.

—Vai ser!

—Eu espero que você não fuja até o fim dessa história! –Bianca respirou fundo olhando para a menina na sala.

—Nunca! – ele falou dando um beijo no rosto dela.

—_________________

Quando Marcelo arrumou a mesa para sobremesa Bianca ficou encantada com a delicadeza de tudo.

—Você que fez isso tudo?

—Infelizmente não, encomendei numa confeitaria que a Cida indicou, mas já roubei um brigadeiro e está ótimo! Juju quer comer sobremesa?

—Sabe que acho que essa menina nem merecia...

—Não Bia, por favor...

—Tudo bem, vem Juliana.

A menina veio com um desenho na mão, sentou deixando o desenho virado para baixo sobre a mesa.

—Torta de prestígio gosta?

—Você que fez? – perguntou com os olhos curiosos.

—Não...

—Hum...

—Você quer Juliana? – Bianca já havia parado de chamar a filha do apelido carinhoso a algum tempo e estava com a voz séria.

—Sim! 

Bianca ficou observando a filha enquanto Marcelo servia um pedaço do bolo, era claro que ela iria comer algo que não foi ele quem fez, a menina estava provocando.

—Nossa filha, parece que está muito bom.

—Sim, está!

—Pena que você não comeu a lasanha que o Marcelo fez especialmente para você...

Ela não respondeu nada.

Assim que terminaram a sobremesa Marcelo tentou puxar assunto.

—Então Juju fez um desenho?

—Sim.

—Posso ver?

—Pode...

Ele pegou o desenho, com traços fortes que quase rasgavam o papel a menina fez uma mulher de sorriso enorme com mãos dadas com uma menina também sorrindo.

—Hum, você e sua mãe?

—É, minha família. – ela disse com voz firme.

—É uma linda família.

—Só falta uma coisa para ficar completa.

—É? E o que seria?

—Um cachorro, e nada mais!

—Que isso Juliana? – Bianca questionou escutando o tom de voz da menina.

—É verdade, não precisamos de você na nossa família!

Um silêncio ensurdecedor se fez, Marcelo olhou para a menina de os olhos duros, mas viu o medo brilhando lá no fundo, assim como muitas via nos olhos da mãe dela.

—Meu Deus, chega! – Bianca quebrou o silêncio. – Juliana vai arrumar as coisas que você usou na sala, porque já vamos para casa.

A menina levantou e obedeceu a mãe.

—Bia...

—Marcelo, me desculpa por essa noite, por tudo... Eu nem sei o que dizer... Mas eu temos que ir.

—Não briga com ela... – Marcelo estava arrasado.

—Fica tranquilo tá?! Depois a gente conversa. Arrumou? – falou quando Juliana voltou.

Ela chacoalhou a cabeça afirmativamente.

—Ótima se despede do Marcelo.

—Tchau...

—Tchau Juju... – ele falou chateado com a situação.

—Boa noite! – Bianca deu um beijo nele. –E me desculpe mais uma vez.

—_____________

Assim que entrou no carro Bianca pegou o telefone, no elevador com o estresse que estava sentindo tomou uma decisão.

—__

A: Alô? Filha?

B: Mãe? Está muito tarde para a Juliana ir ficar com vocês?

A: Não, mas está tudo bem? Que voz é essa?

B: Não está nada bem, Sua neta me decepcionou de uma maneira... Mas agora não quero falar nada.

A: Ok filha, vem com calma tá!

B: Pode deixar.

—___

—Eu vou dormir na casa da vovó?

—...

—Mãe?

—Juliana, agora eu não quero conversar com você. Eu sinto que seja assim, mas foi o que escolheu!

A menina ficou triste quando a mãe não falava com ela era horrível, e sabia que ela estava muito brava.

Seguiram em silêncio até na casa dos avós, quando o carro parou Bianca olhou para a filha.

—Juliana, eu quero entender, por que está agindo assim, eu conversei com você, contei que estava namorando, pedi como você se sentia, mas não me falou nada, eu não vou gritar com você, mas a minha vontade era gritar... Hoje você vai dormir com a vovó, amanhã teremos uma conversa séria, e você está de castigo, a nossa noite do cinema, está em recesso até que sua atitude de desrespeito comigo e com o Marcelo acabe... Não quero que você o coloque no lugar do seu pai, só quero que tenha respeito. Agora pode ir que o vovô está lá na porta te esperando.

A menina olhou para ela com vontade de chorar, saiu do carro e foi correndo para o colo do avô, enquanto Bianca arrancava o carro sem olhar para trás, as lágrimas já tomando conta do seu rosto.

Foi ainda no elevador que soube o que tinha que fazer, se fosse para casa iria ser muito pior iria começar uma discussão que não teria fim, e precisa esfriar a cabeça, tanto quanto Juju precisava sentir o que estava causando a ela, mesmo que sua intensão fosse atingir Marcelo. No caminho de volta só tinha em mente a vontade de mudar o final dessa noite.

***

Marcelo tinha guardado todas as coisas e com uma taça de vinho analisava outro desenho que a menina tinha feito e deixado sobre o sofá quando ouviu uma batida na porta. Foi até lá sem entender como o porteiro da noite não avisou que alguém estava subindo e ficou surpreso ao dar de cara com Bianca.

—Bianca? Tudo bem? Aconteceu...

—Shiiiiiiiiiiii! – ela disse com o dedo na frente da boca dele. –Vamos fingir que estamos em Paris? Que ainda não voltamos, e que estamos bêbados talvez?

Ele percebeu que ela tinha chorado, os olhos inchados e o rosto vermelho.

—É isso que você quer?

—Agora sim!

—Então vem... –ele a puxou para si a tomando em seus braços, as bocas se encontrando num desespero.

Com ela em seus baços fechou a porta e a imprensou na parede, com carinho os lábios percorreram o pescoço da moça, deixando uma trilha de fogo onde passava.

Bianca acariciava os cabelos dele e se deixava levar pelas carícias a fim de esquecer tudo mais, naquele momento era o que precisava e era o que teria.

***

 

Na casa dos avós

 

—Por que está chorando Juju?

—A minha mãe está brava comigo vó...

—Sem motivos? – Anita tinha esquentado um leite para a menina que já estava de pijama pronta para dormir.

—Por culpa do Marcelo. – falou chorando mais forte.

—Juliana, você sempre foi uma menina boazinha, por que está mentindo para a vovó?

—Não to mentindo vó!

—Está sim, sua mãe estava muito chateada, mas acho que foi algo que você fez...

—Eu não queria ir jantar na casa do Marcelo!

—Querida, por que não gosta dele?

—Eu não gosto e pronto!

—Que pena, achei que éramos todas amigas, mas vejo que me enganei, e coitadinha da minha filha se enganou mais ainda, achou que você e ela seria m mais amigas que eu e ela...

—Mas eu sou sua amiga vó, e da mamãe também!

—Então fale o que está te incomodando?

—Ele vai tirar a minha mãe de mim, ela não vai gostar mais de morar junto comigo e vou ficar sozinha! – Juju redobrou o choro assustando a vó que a puxou para o colo e a abraçou.

—Que isso Juju, se acalme... – alisava os cabelos da menina enquanto a embalava carinhosa até o choro virar uma série de suspiros profundos. –Pronto?

—Pronto. – a menina disse mais calma.

—Escute o que a vovó vai te dizer, nunca, mais nunca, nunquinha mesmo a sua mãe vai te deixar sozinha, só que olha para mim, a Bianca é minha filha, mas ela não está grudada aqui em mim, todo dia ela está lá com você, e nunca deixei de amar ela ou ela a mim, você é pequena ainda, um dia vai ficar moça, vai estudar, namorar e não vai ficar com a sua mãe o dia todo... E dai a mamãe vai ficar sozinha?

—Não sei...

—Juju, sua mãe, te ama tanto, e sempre colocou você em primeiro lugar na vida dela, e vai ser assim agora, daqui a pouco ela não vai aguentar ter que ficar brigando com você e se ela terminar com o Marcelo por isso, vai sofrer muito...

—Não quero que a mamãe sofra...

—Ninguém quer, mas pense se sua atitude está sendo legal?

—Mas eu não quero ser amiga dele...

—Então não seja, mas mude essa atitude de criança birrenta e egoísta, você não é isso, e sim uma princesa que ama a mamãe e ajuda ela a ser feliz! Tome seu leite que vou pedir para o vovó vim te contar uma história.

—Vó... Será que a mamãe vai me perdoar?

—Claro querida... Ela está chateada, mas te ama muito.

Anita deu um beijo na testa da menina  e a deixou tomando o leite.

Uns minutos depois o vô apareceu na porta.

—Aqui que pediram uma história maravilhosa?

—Sim! – a menina sorriu.

—Ótimo! O que teremos hoje?

—Vô me conta uma história do meu pai?

—Hum... Conto, conto sim querida.

Anselmo deitou na cama ao lado da menina e começou a contar alguns momentos do genro falecido, enquanto a menina fingia estar vendo o pai como no relato do avô.


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Notas finais do capítulo

Vem MaJu???? Vemmmm no próximo capítulo começa... Depois de algumas revoltas aposto que vamos morrer de amores (ainda mais) por essa pequena!

Essa semana fluiu né? 3 ou 4 caps na sequência, bom? Bom! Infelizmente vou entrar numa semana atípica e provavelmente as fics só voltem na segunda semana de fevereiro ;) Não desanimem eu volto, sempre volto!

Beijos