Sterben escrita por Pamisa Chan


Capítulo 4
Depression


Notas iniciais do capítulo

PENÚLTIMO CAPÍTULO!!!!!!!!
ÊEEEEEEEEEE!
Fantasminhas, eu não mereço um comentário? :(
Essa história é legal, fala sério!
Enfim...
Quarta fase: Depressão.



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Quando finalmente acordei, estava destruída. Meus olhos estavam inchados e vermelhos após todo o choro que me pôs para dormir. Normalmente, eu me arrumaria se acordasse tão mal. Mas simplesmente pensei "De que adianta? Para que serve a beleza? Eu não preciso disso. Não preciso de mais nada. Apenas dormir.". Eu não aguentava mais ficar acordada. Recusei-me inclusive de me levantar da cama. Só queria dormir, queria que cada dia de minha vida passasse com meu sono. Até que eu adormecesse na morte, pacificamente.

No dia seguinte, de manhã, umas 6h00, minha mãe surgiu na porta do quarto. Uma imensa claridade surgiu da fresta da porta, visto que tudo estava trancado e as luzes do quarto apagadas. "Filha... tá tudo bem? Você tá dormindo desde ontem à tarde. Já está dormindo faz mais de meio dia." eu nada respondi, apenas joguei meu travesseiro por cima da cabeça e fechei os olhos com força, tentando dormir mais, mas ela insistiu. "Que escuridão, deixe entrar um ar, uma luz!", ela foi até o outro lado do cômodo e arreganhou a janela, fazendo meus olhos queimarem com o contraste entre a escuridão que estava e a luz infernal que ela fez surgir. "Eu quero dormir, por favor! Fecha a janela!", implorei. Ela se sentou na cama... Na cama que deveria ficar vazia para sempre desde então. A antiga cama de Lucy. "Filha, o que está acontecendo?"

Desandei a chorar sem parar, não conseguia mais segurar aquele rio de solidão, culpa e lástima dentro de mim. "Eu matei minha irmã! Por que eu deveria viver agora?! Vamos mãe, se acha o suicídio ruim, me mate você. Tire minha vida. É o que eu mereço por ter tirado a vida dela.", falei entre soluços e lágrimas gordas. "Anda! Pegue esse travesseiro que estou usando e me asfixie com ele! Me faça morrer. Eu não quero viver." Ela chamou meu nome, desesperada, não sabendo como melhorar a situação. "Por favor, Léna. Acalme-se. Por favor! Não diga uma coisa dessas nunca! Você não merece morrer! O destino quis que fosse assim.", falou, tentando me consolar.

"Destino?! Se o destino fez isso com ela, que esse maldito destino me mate também! Ou que pelo menos eu possa provar que ele não existe, e tome essa decisão por conta própria! Agora, ou você me mata agora mesmo, ou me deixa dormir. Eu não vou sair daqui. Nunca mais!"

Minha mãe fechou a porta chorando e pude ouvi-la falando aos prantos com alguém no telefone. Eu não entendia uma palavra, mas sabia que ela estava desesperada. E eu com certeza estava também. Voltei a dormir, mas antes fiquei pensando em formas de tirar minha vida.

Quando acordei novamente, era 12h. Resolvi me levantar, pois estava faminta e também um pouco mais calma. Fui cabisbaixa até a cozinha, com os cabelos desgrenhados pousando sobre meu rosto abatido, e peguei um pouco de leite na geladeira. Coloquei num copo e bebi. Estava ainda muito cansada, apesar de ter dormido por quase um dia inteiro. Debrucei sobre a mesa da cozinha e cochilei um pouco ali mesmo. Quando minha mãe viu-me ali, ficou apavorada e me chacoalhou.

"Filha... O que aconteceu?! O que você tem?!", ela perguntava incessante. "Eu... eu só... só cansei de tudo. Por que continuar vivendo depois de tudo que aconteceu com minha irmã? Pra que viver, se vou levar esse peso comigo para sempre? Pra que viver num mundo cercado de morte? Cedo ou tarde essa mesma morte que levou ela vai vir me buscar também.". Após dizer isso, comecei a me levantar e sair dali. Fui em direção ao meu quarto novamente. "Filha. Você precisa de ajuda... Eu estou aqui com você, querida. Eu nunca vou deixar que alguém te culpe pelo que aconteceu. Em alguns minutos um homem virá aqui para conversar com você. Seja honesta com ele, sincera. Por favor. Faça isso por mim, por você... e pela Lucy. Ela não gostaria de te ver triste, não é mesmo? E enquanto isso, por favor. Não faça nada de perigoso. Nada de que você possa se arrepender. Eu te amo, filha. Você vai sair dessa."

Entrei no quarto. Embora eu quisesse realmente acabar com minha vida e estivesse planejando fazer isso agora mesmo, aquelas palavras me deram o desejo de continuar tentando. Pela Lucy. Talvez realmente tudo fosse passar.


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Notas finais do capítulo

Digam o que acharammmm ;(
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