Flor do Mandacaru escrita por Luh Castellan


Capítulo 2
No Aroma de Amores Pode Haver Espinhos


Notas iniciais do capítulo

Voltei o/
Me desculpem se o capítulo ficou meio corrido, porque eu o fiz em cima da hora para terminar o prazo do concurso :')
Enfim, espero que gostem.



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Algumas semanas se passaram desde que ingressei no cangaço. Eu já estava mais adaptada à rotina e familiarizada com as pessoas. Era sempre a mesma coisa: acordava com as galinhas, nos reuníamos para rezar o Ofício de Nossa Senhora, tomava café – na maioria das vezes, literalmente só café, ou uma fatia de queijo ou pão esporadicamente – e depois fazia as tarefas domésticas, enquanto os rapazes partiam para alguma ação.

Depois de algum tempo, o capitão Januário decidiu levantar acampamento e viajar para outro lugar. Tivemos que desmontar tudo, depois viajar por várias horas debaixo de um sol causticante. As camadas de roupas de couro não ajudavam. Tomaz havia me ensinado a andar à cavalo, então eu estava no meu próprio.

Já à noitinha, paramos numa pequena cidade para descansar. A sede e a fome amoleciam aqueles corpos fortes e rudes carregando armas e apetrechos comuns a eles. Eu não sentia mais os meus membros inferiores, então foi difícil descer do cavalo. Januário conseguiu uma “amizade” com o dono de um bar, portanto ganhamos uma cota livre de comidas e bebidas. O local rapidamente se encheu de homens mal cheirosos e famintos. Seu Cardoso, dono do estabelecimento, recebeu os cangaceiros com muita gentileza.

Desabei em cima de uma cadeira e Tomaz sentou ao meu lado. Desamarrei o lenço e livrei-me do bornal, para me aliviar do calor. Em seguida, tirei as botas e massageei os dedos dos pés. Senti aos poucos o sangue voltar.

— Tô com uma fome de comer esteira de cangalha*! — Um dos bandoleiros reclamou.

Januário conversava com Seu Cardoso, recostado no balcão. O velhinho desviava o olhar para o rifle do Capitão, com um sorriso nervoso. Depois de uns instantes de prosa, o dono do bar chamou um dos empregados.

— Traga alimento e bebida pra nossos convidados. Pão, queijo de coalho, ovos, salame, conhaque e muita água da jarra — Recomendou.

O empregado foi e voltou com tudo que ele pediu. A algazarra era grande. Os cangaceiros beberam e comeram fartamente.

— E tiro só se houver precisão! — Avisou o Capitão, antes de sentar numa das mesas.

Eu nunca havia tomado uma gota de álcool, e isso não mudou naquela noite. Quando o empregado veio encher nossos copos e eu recusei, Tomaz perguntou:

— Não vai beber?

Balancei a cabeça negativamente.

— Eu não bebo.

Ele olhou para a bagunça e gritaria dos homens em volta. Em seguida olhou para mim, a peça deslocada naquele cenário.

— Então vamos tentar um programa diferente — Levantou-se e deixou o estabelecimento, me puxando pela mão.

Agradeci mentalmente por aquilo, pois eu mesma estava querendo correr dali.

Saímos para a rua, sentindo a brisa fria da noite tocar a minha pele. Andamos a esmo por um tempo, em silêncio, só aproveitando a sensação de ter nossas mãos dadas.

Olhei para o meu namorado, devorando cada detalhe. Desde seus lábios grossos, seu andar confiante, até seus escuros e misteriosos olhos. Misteriosos sim, pois pouco eu conhecia sobre o dono deles. E naquele instante eu me dei conta disso.

— Tomaz?

— Sim? — Ele virou-se para me encarar.

— Agora que eu percebi... Você sabe praticamente tudo sobre mim. Sobre a minha família, meus problemas e defeitos. Mas eu não sei quase nada sobre você.

O moreno fitou o chão por um momento. Dobramos uma esquina para outra rua exatamente igual àquela: silenciosa, cheia de casinhas desbotadas e sem qualquer sinal de vida.

— O que cê’ quer saber?

— Sei lá — Pensei um pouco — Como você entrou para o cangaço?

Os olhos dele brilharam.

— Quando eu tinha 16 anos. Capitão Januário tava na cidade que eu morava, procurando cabras valentes. Eu me ofereci, contei minha história e ele me acolheu.

Revelou somente isso. Eu senti que ele estava escondendo algo mais. “Cabra valente”. Até onde iria o significado de valentia? pensei. Matar alguém significava ser valente? Sobressaltei-me com a ideia.

Paramos numa pracinha. Só possuía alguns bancos e poucas árvores. Sentamos num deles.

Fitei meu namorado. Quantos segredos guardavam aquele coração?

Não me contive mais. Quando percebi, já estava fazendo a pergunta.

— Você já... Matou alguém?

Ele hesitou antes de responder.

— Eu morava sozinho com a minha mãe. Nunca conheci meu pai — Ele franziu os lábios numa linha fina. — A única lembrança que me restara dele era um revólver Colt cal. 44, que ele deixara para eu usar “quando chegasse a hora”, como dizia minha mãe. Quando eu tinha dez anos, ela se casou de novo, com um baitola* véi. Ele arengava* demais comigo. Batia, mandava eu ajoelhar no milho, inventava mentiras sobre coisas que eu havia feito, como roubar o mercadinho. E eu era pequeno, não podia fazer nada. O peste era ruim por demais. Quando eu cresci mais e fui entendendo das coisas, percebi que mainha aparecia com umas manchas roxas no corpo. Eu perguntava o que aconteceu e era sempre a mesma desculpa: “eu caí”, ou “bati em algum canto”. Até o dia que eu cheguei em casa mais cedo. Eu tinha uns 15 anos.

Tomaz olhava para o nada, como se revivesse a cena.

— Escutei uns gritos e uma choradeira, e fui ver o que era — Ele cerrou os punhos. — O desgraçado tava dando uma pisa* na minha mãe.

— Vixe*! — Espantei-me.

— Eu não me aguentei. Peguei o revólver na gaveta do meu criado-mudo, recarreguei-o rapidamente, com as mãos tremendo e fui para o quarto. Só me lembro de aponta-lo para o quengo* daquele fi duma égua e falar que ele nunca mais ia fazer mal a ninguém. — Balançou a cabeça em negação, como se desaprovasse o ato. — Eu vi o olhar de medo da minha mãe quando eu puxei o gatilho. Não tinha experiência, mas acabei acertando em cheio.

Continuei em silêncio, pois não sabia o que dizer. O rapaz estava tenso, mas prosseguiu.

— Quando eu vi o sangue e ouvi o grito da minha mãe, fiquei com muito medo. Larguei a arma no chão, sem saber o que fazer. A mulher aproximou-se do corpo do defunto e chorou ainda mais. Depois olhou para mim, com uma mistura de ódio e nojo. Sabe qual foi a última coisa que ela me disse?

— O que? — Perguntei.

— “Seu monstro! Você tem mesmo o sangue do seu pai.” Sabe como é ouvir isso da sua própria mãe, depois da loucura que você fez para ouvir ela?

— Deve ter sido horrível.

Ele suspirou.

— Pois é. Eu saí de casa depois disso. Não pertencia mais àquele lugar. A minha sorte foi que o Capitão tava na cidade, com o bando. Pensei que se eu era mesmo um monstro, um assassino fugitivo, talvez me daria bem com eles. E Januário foi como um pai para mim. Passei por muitas provas de coragem e lealdade para entrar de vez no bando. E hoje é a minha família. — Apertou mais firme a minha mão — E agora você também faz parte dela.

Aquela última afirmativa me fez sorrir. Percebi que “valentia” ou “coragem” era um conceito muito relativo, pois dependia bastante do ponto de vista de cada um. Alguns podem dizer que Tomaz foi sim corajoso ao enfrentar o padrasto, para defender a mãe dele, e mais corajoso ainda em seguida, quando teve que enfrentar todo o desprezo dela. Já outros, diriam que foi covardia atacar um homem desarmado.

Nenhum dos dois conceitos importava para mim, nem o fato de o meu Tomaz ter sujado as mãos de sangue. Os próprios “bem” e “mal” são relativos.

— Enfim — Ele interrompeu meus devaneios. — Chega de histórias tristes. Ouvi falar que tem um circo na cidade. Acredita que eu nunca fui em um?

— Sério? — Perguntei.

Ele assentiu.

— Então vamos resolver isso agora — Anunciei, puxando-o para se levantar. — Quando eu era pequena, eu pensava em fugir com o circo...

Tomaz riu.

— Imagina você com aquelas roupas coladinhas, dependurada numa corda, lá em cima. Não ia prestar não! — Brincou.

— Ei! — Protestei. — E você seria um palhaço. Já tem as piadas sem graça, só falta o nariz vermelho.

Ele abraçou-me de lado, enquanto seguíamos pelas ruas, em direção à grande lona azul.

***

Depois de pernoitar naquela cidade, seguimos mais umas horas até achar um bom lugar para montar acampamento. O Capitão parou às proximidades de uma grande fazenda e, com a ajuda dos alguns dos seus homens, saqueou o celeiro. Encheram uma carroça com vários sacos de feijão, açúcar, milho, entre outras provisões.

Em seguida, parou em um humilde vilarejo. As casinhas eram de taipa* e pareciam prestes a desabar. Os moradores se esconderam com medo.

Januário desceu do seu cavalo e bateu na porta da mais próxima. Um homem abriu, assustado. Atrás dele escondiam-se três crianças magrinhas, de olhos grandes e curiosos.

— M-me desculpe senhor, mas não tenho nada... — O morador começou a defender-se.

— Relaxe, home’ — O Capitão o tranquilizou. — Pare de ser frouxo. Tô aqui pra ajudar.

Fez um sinal para Ciço se aproximar trazendo alguns dos sacos que haviam roubado.

— Pegue, pra dar de cumê* aos seus meninos.

Depois apontou para a carroça.

— E fique como resto, pra dividir com seus companheiros.

O morador emocionou-se.

— Muito obrigado, Capitão. Que Nossa Senhora ilumine seu caminho.

Januário sorriu.

— O seu também.

***

Finalmente achamos uma clareira segura pra erguer as tendas. Foi o dobro do trabalho que tivemos para desmontar. No fim, de tanto dar nós em cordas, descarregar fardos, prender e desprender amarras, desabei de exaustão. Suor irradiava de todos os meus poros e eu me sentia imunda. Pela primeira vez, senti saudades dos banhos refrescantes na minha banheira.

Tomaz surpreendeu-se ao entrar na tenda e se deparar comigo jogada na cama, com as mangas da camisa arregaçadas e os botões abertos.

— Por favor, me diz um lugar em que eu possa tomar banho! — Praticamente implorei.

— Hã... Tem um riacho aqui perto, eu acho. Joana pode ir com você.

Levantei-me de supetão e fui rapidamente pegar umas roupas no meu baú. Quando o abri, deparei-me com a foto dos meus pais. Senti um aperto no peito. Era impressionante como só se passara dois meses, mas pareciam séculos. Aquilo tudo parecia ter se passado numa outra vida.

Peguei as roupas logo e fechei o baú.

Joana era uma mulher baixinha e tagarela. Eu só participava da conversa pronunciando um “nossa”, ou um “sério?” de vez em quando. E ela falava, falava e falava. Pelo menos era simpática e legal, diferente de Inacinha.

Num determinado momento, quando ela mencionou a cangaceira, indaguei:

— O que aquela mulher tem contra mim? Desde que cheguei aqui ela não para de me aperrear*.

Havíamos chegado ao riacho, depois de algum tempo de caminhada. A água clara serpenteava entre as rochas secas, e deixava verde as plantas em sua margem. Um oásis no sertão.

— Inveja. — Joana respondeu. — Sabe, seu companheiro Tomaz era muito desejado aqui no acampamento. Tem fama de namorador, e é bonito, com todo respeito. Inacinha é amancebada* com João Jiló, mas sempre teve uma queda por ele.

Fiquei de queixo caído.

— Mas, ele é bem mais novo que ela! — Observei, indignada.

Joana riu.

— Ela não é tão velha quanto aparenta. Deve ter no máximo 25 anos. Enfim, Tomaz nunca quis ela. E a mulher tem dor de cotovelo até hoje. E agora ele aparece com você, uma linda filha de coronel, e te traz para o cangaço. Sem contar o fato de que o Capitão aceitou isso de bom grado.

Aquilo era informação demais para absorver. Comecei a me despir, e Joana virou-se de costas, mas não parou de falar.

— E sim, ela vai tentar fazer da sua vida um inferno.

Com essa afirmação otimista, mergulhei no riacho, deixando a água lavar meus problemas.

***

Era uma manhã como qualquer outra. Acordei cedo, com o nascer do sol. O tempo estava meio frio e úmido, já que havia chovido no dia anterior. Estava e espreguiçando ao lado da barraca quando Dona Maria me chamou. Era cangaceira mais velha dali, gordinha e pequena. Mas não ouse dizer isso a ela, a não ser que queira levar uma facada no olho.

— Minha filha, vai ver água pra mim lá no riacho, pra eu fazer o café — Entregou-me um pequeno caldeirão de alumínio.

— Viu*.

Segui o caminho que era meu conhecido, pelas veredas até o riacho. Du, um dos vira-latas que tomava conta do acampamento, me seguiu. Fiz um carinho atrás das orelhas dele. Quando me abaixei para pegar a água, Du eriçou o pelo e começou a latir para o mato.

— O que foi, garoto? — Perguntei, virando-me para ele.

Ergui o olhar para aquela direção e gritei imediatamente ao ver o motivo dos latidos. Era um homem de roupa engomada e quepe, apontando um fuzil para mim. Tinha um sorriso malicioso estampado no rosto, abaixo do bigode.

— Deixe de pantin*, menina, senão te deixo mais furada que arupemba*.

Eu entrei em desespero, deixando a lata d’água cair. Reparei que o homem não estava sozinho. Um dúzia deles, que reconheci como os volantes, cercavam o riacho. Não podia pedir ajuda, nem fugir, ou levaria um tiro.

— O que vocês querem? — Perguntei, tentando ser corajosa.

— Que você seja uma boa menina e mostre o esconderijo dos seus amiguinhos bandidos — O policial aproximou-se de mim.

Permaneci imóvel. Du tentou ataca-lo, mas um dos outros volantes atirou em sua cabeça. Fechei os olhos ao ouvir o som do disparo, seguido do ganido do animal.

— Cachorro fresco*. Não vai aperrear mais — O outro homem debochou.

O policial de bigode, que deduzi ser o comandante deles, aproximou-se mais de mim e abaixou a arma. Minhas pernas tremiam.

— Anita! — Ouvi a voz de Tomaz me chamando, um pouco distante.

O macaco sorriu. Uma nova onda de apreensão me invadiu. Queria poder mandar todos fugirem, irem para longe, mas não podia.

— Se você não quer levar nós até eles, os vagabundos vêm até nós — Deu de ombros. — Até que tu é bem formosa*, bichinha — Tocou uma mecha do meu cabelo. — Posso me divertir um pouquinho antes de te matar.

— Tu vai se divertir é no inferno, seu fi duma égua! — Tomaz ameaçou, dessa vez bem mais perto.

Estava bem armado e acompanhado de boa parte dos cangaceiros do bando.

O policial riu com ironia. Me segurou pelo braço e apontou a arma para a minha cabeça. Lágrimas descontroladas rolavam pelo meu rosto, como a correnteza do riacho.

— Atire em mim, que ela morre.

Tomaz hesitou. Lancei lhe um olhar de “vá embora”, mas acho que ele não entendeu.

— Largue ela! — Januário brandiu. — Estamos em maior número. Vamos acabar com a sua raça.

— Não sou frouxo que nem tu, Januário. Vou lutar até o fim — O desgraçado riu.

Aconteceu tudo muito rápido. Tomaz atirou na mão do policial, que deixou a arma cair. Os volantes entenderam isso como sinal para disparar e uma chuva de balas iniciou-se. Me joguei no chão e tentei me arrastar para longe dali.

Meu coração pulsava loucamente quando alcancei a vereda que levava ao acampamento. Mas não podia deixar meu namorado ali.

— Tomaz! — Chamei, desesperada.

Tanto policiais quanto cangaceiros jaziam, mortos, nas margens do riacho.

No meio do rebuliço, vi tarde demais que um dos volantes havia reparado a minha presença. E também vi tarde demais quando alguém se jogou na frente do revólver dele no momento em que este disparou.

— Não! — Meu grito de dor perdeu-se nas quebradas do sertão.

Parecia que o tempo havia congelado. Não ouvi mais os barulhos dos tiros nem a gritaria. Avancei para o rapaz baleado no chão. Ele ainda estava vivo. Minha visão estava borrada pelas lágrimas.

Debrucei-me sobre ele e apoiei sua cabeça no meu colo. Uma mancha vermelha espalhava-se pela sua camisa branca. Ele respirava pesadamente. Seus olhos negros encontraram os meus.

— Vai ficar tudo bem, meu amor — Murmurei, mais para acalmar a mim mesma do que a ele.

— Você foi corajosa — Ele respondeu com dificuldade. — Estou orgulhoso, minha cangaceira.

— Não fui corajosa, você que foi! — Minha voz estava embargada. — Você é o cabra mais valente que conheci, meu herói.

O rapaz tirou algo do bolso do casaco. Era uma flor branca, um pouco murcha devido à claridade. A mesma flor que ele me presenteara meses atrás. Colocou-a no meu cabelo.

— Eu te amo — Sussurrou fracamente.

— Eu também te amo — Respondi, apressada. — Mas você não vai morrer! Vamos cuidar de você, vai dar tudo certo...

Ele balançou a cabeça em negação. Sem pensar duas vezes, o beijei. Como se selasse um acordo silencioso, uma promessa. Senti pela última vez os seus lábios macios e quentes tocando os meus.

Quando nos separamos, ele ainda estava de olhos fechados. Chamei-o repetidas vezes, pedindo que acordasse, mesmo sabendo que era inútil. Abracei o meu namorado inerte e chorei, como nunca havia chorado na minha vida.

Olhei a pequena flor de mandacaru, frágil, se desfazendo. Era forte, capaz de crescer em volta de espinhos, mas bastava algo simples como a luz do sol para fazê-la murchar. De igual fragilidade era a vida. Talvez fosse por esse motivo, a fragilidade, que ambas eram bonitas.

A morte, assim como o bem e o mal, é um conceito abstrato. Pode significar a dor, e às vezes, a salvação. O mundo não faria mais sentido sem meu cangaceiro. Peguei o revólver Colt que ainda estava em suas mãos e encostei o cano frio em minha testa. De todas as loucuras que já fiz, acho que esta foi a maior.

Pensei nos meus pais. E se eu tivesse recusado a proposta de Tomaz e me casado com Dom Joaquim? E se eu não tivesse ido buscar água naquela manhã? E se eu tivesse sido realmente corajosa e enfrentado o volante? Eram tantos “e se’s”. Possibilidades. Infelizmente, a vida não possui o botão de voltar atrás e refazer escolhas. E nesse instante, eu faço a minha.


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Notas finais do capítulo

* Cangalha: Suporte colocado no lombo dos animais para
transporte de carga.
* Baitola: Viado, fresco, gay.
* Arengar: Brigar.
* Vixe: Vige. Virge. Virgem Maria. Expressão de espanto,
surpresa.
* Pisa: Espancamento, surra.
* Quengo: Cabeça, crânio.
* Taipa: técnica construtiva vernacular à base de argila (barro) e cascalho empregue com o objectivo de erguer uma parede.
* Cumê: forma popular de "comida".
* Aperrear: Encher o saco.
* Amancebado: Amigado, aquele que vive maritalmente com outra.
* Viu: Entendi. Está certo. O.k.
* Deixe de Pantin: Deixa de onda; Deixa de frescura (fulano está
com pantin, com manha).
* Arupemba: Tipo de peneira.
* Fresco: Frouxo, viado, gay.
* Formosa: Mulher bonita.

Obrigada por lerem até aqui e não me matem por causa desse final hahaha.
Amo vocês



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