Invisíveis como Borboletas Azuis escrita por BeaTSam, tehkookiehosh


Capítulo 8
Verso 07: Wake Up


Notas iniciais do capítulo

Oops! Parece que eu acabei pulando dois capítulos! Foi mal! Postando versos 07 e 08 já!



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Stella’s P.O.V

Eu saio quase correndo da cafeteria. Tenho uma reunião com as meninas daqui a alguns minutos e estou relativamente atrasada. Termino meu mocaccino quente no meio do caminho. Cantarolando Black Veil Brides eu chego a Big Hit com alguns minutos de antecedência, também correndo feito uma condenada quem não?!

JungKook me mandou uma mensagem pedindo para que eu o encontrasse depois do meu compromisso, isso aconteceu um pouco antes de eu alcançar a porta da sala onde eu, Chae-ryoung Lin e Jasmine Williams vamos ter a reunião. Sim, elas são minhas amigas e fazem parte do grupo. Somos só nós três, na verdade. Chae é chinesa e Jazzie é americana, porém ambas têm descendência coreana. Jazzie é a mais velha e eu sou a mais nova, como sempre sou a mais nova aonde quer que eu vá. Eita troço chato, mas enfim. Entro na sala e a reunião começa...

O nosso pequeno encontro não dura mais de meia hora, afinal era só pra acertar horários e essas coisas. Saio procurando Kook e o vejo encostado numa parede olhando pro céu. Me encosto ao seu lado, ele parece notar minha presença, só não entendo o motivo de ter ficado tão enrubescido com a nossa situação. Qual é?! Somos melhores amigos!

– O que houve Biscoito? – Eu o chamo, às vezes uso esse apelido devido ao nome dele lembrar Cookie e Cookie é biscoito em inglês. Ele ri com o apelido, deixando o clima mais leve.

– Eu só quero...

No meio do nada o maldito do Taehyung brota na nossa frente e nos convida pra assistir ao ensaio da coreografia deles. Eu não vejo por que não aceitar, por mais que o sorriso sacana do Tae fosse algo suspeito... Confirmo com JungKook se está tudo bem e ele assente um pouco receoso.

Chegamos a sala de dança e V vai até seu lugar, JungKook já em seu lugar me olha e sorri sem graça, logo após eles começam a ensaiar No More Dream, exceto por uma pessoa, JungKook começa certo mas acaba mudando de música. Ele começa a dançar For You, V e Jimin começam a rir dele, que se desconcentra e tropeça nos próprios pés. Ele se recompõe, porém, V e Jimin não, esses dois continuam rindo do Kookie, que se desconcentra de vez e cai no chão com tudo. Eu, preocupada, corro até ele pra chegar se ele está bem. JungKook se levanta, me ignora e sai correndo da sala. Eu tento correr até ele, mas, Jimin me impede alegando que é melhor ele ficar sozinho por um tempo. A atitude dele me magoou um pouco. Mas eu ignoro esse sentimento, como faço com todos, exceto a raiva e a felicidade.

Saio da sala sozinha pensando em tudo que aconteceu nesses dois dias... Sam, Yoongi e Namjoon continuam na cafeteria pelo que imagino, e Tae, Jimin, Hobi e Jin continuam na sala de dança enquanto eu ando sem destino pela Big Hit. Depois de algum tempo esbarro em JungKook novamente, ele tinha trocado de roupa e tomado um banho, voltava da sala de treino vocal... Ele havia colocado uma meia diferente da outra, sua camisa estava do lado avesso e sobre seu rosto usava uma máscara parecida com a de J-Hope no vídeo de No More Dream.

Seguro-me pra não rir, ele me nota, seus olhos parecem angustiados mas a vergonha permanece, seus braços erguem-se um pouco e parece que ele vai tirar a máscara e falar algo, porém parece lembrar-se do que aconteceu há alguns minutos atrás e corre de volta para a sala de canto. Ergo uma sobrancelha em sinal de dúvida.

Após mais um tempo andando sem rumo pelo local e pensando em 500 coisas ao mesmo tempo...meu celular toca. O ID do meu celular diz ser a minha irmã. Reviro os olhos, como uma garota de 14 anos pode me causar tanto transtorno?! Meu Zeus! Atendo a ligação.

– Papai piorou. – Fala com a voz levemente embargada.

– Eu já disse que não me importo, porra! – Falo elevando a voz.

– Mas ele se importa! E quer te ver antes de partir! – Ela diz quase chorando.

– Eu vou para o Brasil, diga pra ele aguentar mais um pouco. Afinal, vaso ruim não quebra não é mesmo?! – Digo soando pesarosa e sorrindo com ironia.

– Argh! Não dá pra conversar com você! Você não ouve nem a sua própria irmã! Parece até que não liga pra sua família! – Exclama com raiva.

– Eu me importo com a minha família. Mas você não faz parte dela, nem você, nem o “papai”, nem a “mamãe”. Você é apenas a filha infeliz da mulher e do homem que me puseram no mundo. – Falo com um sorriso sombrio estampado em meus lábios.

Desligo antes que ela me importunasse novamente. Parece que Zeus tirou o dia pra me zoar. Volto correndo para meu quarto. Tranco a porta e vou até o banheiro...eu odeio repetir isso, mas eu não aguento...dói demais! Olho para meu braço, branco e apagado. Fazem anos que eu não faço isso. Acho que um ou dois não vão matar ninguém...

Puxo uma das lâminas que eu escondo do mundo. Suspiro, eu me sinto extremamente fraca fazendo isso. Ignoro esse sentimento. Sento-me na cama e vagarosamente deixo a lâmina beijar de forma ácida a pele desnuda de meu braço, sangue cai no chão e na colcha, ignoro e faço mais um e mais um.

Vou até o banheiro lavar a lâmina e a guardo onde ela não poderá ser encontrada por ninguém. Puxo a toalha e com ela tento estancar o sangue que jorra violentamente de meu braço. Eu irei me arrepender disso depois...

Sento em minha cama e fico pressionando a toalha contra os cortes. Eu começo a ficar bamba e extasiada, minha visão começa a falhar. E logo tudo se apaga...

JungKook’s P.O.V

Eu percebo que estou sendo escroto com a Stella, ela provavelmente não vai querer olhar na minha cara de novo nunca mais. Merda! JungKook, por que você é tão idiota? Vou correndo até seu quarto. Tento entrar, porém a porta está trancada. O que é estranho, ela nunca tranca a porta. Começo a ficar preocupado, logo me lembro que ela esconde uma chave reserva debaixo do tapete. Pego a chave e abro a porta.

Eu gostaria de nunca ter visto essa cena. Foi uma das cenas mais horríveis que eu já vi na minha vida! Minha melhor amiga, caída na cama, com uma toalha em cima de seu braço, o chão cheio de sangue, o cheiro forte de ferro impregnando o local...e, e ela inconsciente.

Corro até ela e começo a sacudi-la em desespero com medo dela não acordar. Porém, ela abre seus olhos âmbar, sem brilho algum, mas mesmo assim ela sorri. Eu deixo uma lágrima cair e sua mão trêmula a enxuga.

– Não chore por isso. Foi uma escolha minha. Você não tem culpa. – Diz com sua voz levemente instável.

– Foi minha culpa! Eu fui idiota com você! – Exclamo nervoso.

– Shiu! – Ela me cala pousando um de seus dedos sobre meus lábios – Isso foi uma escolha minha – repete – você não tinha como impedir, eu iria afundar de qualquer maneira.

– Afundar? – Pergunto. Ela afirma com a cabeça.

– Kookie – chama-me pelo apelido – eu caí.

– Eu também caí! Hoje mais cedo! E você viu! – Exclamo envergonhado, ela ri e aperta minha bochecha corada.

– Não foi desta maneira que eu caí. Coisas ruins, problemas me fizeram tropeçar, porém, uma vez todos eles vieram juntos. Eu não consegui me apoiar e caí. Nunca mais consegui levantar-me novamente. Agora, eu apenas afundo dentro do poço onde caí. – Explica ela sorrindo minimamente.

– O que você quer dizer? – Pergunto, ela por sua vez já tinha se recuperado do desmaio, está meio grogue mas consegue sentar-se e já não está mais tão trêmula.

– Eu sou uma pessoa quebrada, Kookie-ah. Eu estou quebrada. – Diz olhando em meus olhos, seus olhos profundos e sem brilho me deixaram assustado. – Eu preciso de alguém que me conserte, pois sozinha eu sou incapaz de fazer isso. – Completou sorrindo com carinho pra mim.

– Eu vou te consertar! – Exclamo. – Eu vou trazer de volta a luz que brilha por trás dos teus olhos! – Ela sorri pra mim e me abraça sussurrando “eu sei que vai” em meu ouvido.


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