Invisíveis como Borboletas Azuis escrita por BeaTSam, tehkookiehosh


Capítulo 2
Verso 01: Can You Turn Off Your Phone?




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JungKook’s POV

Eu estou cantarolando alguma música qualquer enquanto ando pela Big Hit atrás da minha melhor amiga. O diretor da empresa me chamou mais cedo pedindo para que eu a avisar de que ele quer falar com ela.

Encontro-a encostada em uma árvore segurando seu inseparável violão, sorrio sem perceber, lembro da época que ela entrou aqui, nós dois costumávamos encostar naquela árvore e conversar, ás vezes ela levava o violão e começava a tocar enquanto eu a acompanhava no vocal quando conhecia a música. Eu já estou a uns 50 metros dela, como vim por trás ela não pode me ver, quando ela vai começar a tocar seu celular toca, ela xinga em português me fazendo segurar o riso.

Eu não costumo ser xereta, mas sua voz adquire um tom extremamente sério e levemente irônico quando ela atende o celular. Como minha amiga conversa em inglês eu resolvo prestar atenção na conversa, me escondo atrás da árvore e começo a ouvir a conversa.

– Alô?

– Hey, mana! – Uma voz feminina diz do outro lado, eu não fazia ideia de que Stella tinha uma irmã, mas pensando bem, existem muitas coisas sobre a vida dela que eu não sei. As únicas coisas que sei a seu respeito, é que sua família é meio distante e que ela veio morar com seu avô coreano quando completou 15 anos, na idade ocidental, ou seja basicamente há um ano atrás. – Escuta Stella, eu sei que você não quer ouvir a minha voz pelos próximos cem anos, mas por favor, me escute só agora. – Sua irmã fala suspirando, minha amiga não expressa reação senão revirar os olhos em impaciência.

– Okay. – Disse simplesmente.

– Papai adoeceu gravemente...

– E eu com isso? – Stella pergunta com certa ignorância, do outro lado da linha ouço um suspiro.

– E caso ele morra, seria legal se você visse ele pelo menos uma última vez. – A menina do outro lado da linha fica nervosa.

– Tá, tanto faz. Falo com você depois, preciso pensar em como vou me disponibilizar pra uma viagem.

– Não haja como se isso fosse um contratempo! Mesmo que você não queira aceitar ele ainda é seu pai, foi ele que cuidou de você, foi ele quem te criou! Foi ele que te pôs no mundo.

– Ele pode ter feito tudo isso, mas foi por obrigação nunca por amor! Ele me pôs no mundo contra a vontade, eu fui apenas um imprevisto. – Ela grita fazendo quem passa a volta a olhar com desprezo. Desliga o celular e começa a dedilhar Everything I Knew, do Busted. Para não ficar suspeito demais, fico ali ouvindo a música.

Everything I knew just went out the window

(Tudo o que eu conhecia simplesmente saiu pela janela)

Know I can't depend on you – forever

(Eu sei que não posso depender de você para sempre)

And I never thought I'd see

(E eu nunca pensei que fosse ver)

My life walk away from me

(Minha vida se esvair)

I thought we'd always be – together

(Eu pensei que ficaríamos juntos para sempre)

Notice you didn't have to pay

(Escute, você não precisa pagar)

For every word I say

(Por cada palavra que eu disse)

And I wish I could change your decision

(E eu gostaria de poder mudar a sua decisão)

And you know that I try

(E você sabe que eu tentei)

And tell you what it's like

(Te dizer como é)

But you just wouldn't listen

(Mas você simplesmente não ouviria)

Eu pensei que ela fosse tocar algo melancólico, mas até que a música é animada. A letra tem bastante coisa a ver com o que tinha acabado de acontecer, provavelmente algo muito mais profundo existe por trás daquelas palavras, eu consigo ouvir sua voz de forma amarga, e aquilo me causa um arrepio, e não é um arrepio bom.

Let’s go back, let’s rewind, to the days that remind me

(Vamos voltar, vamos rebobinar, para os dias que me lembram)

Of all the good times that we spent together

(De todos os momentos felizes que nós passamos juntos)

And I don't know why we just let it all slide

(E eu não sei porque jogamos tudo pro alto)

When we both knew inside we were right for each other

(Quando nós sabíamos que éramos certos um pro outro)

I don't know what to do

(Eu não sei o que fazer)

‘Cause your everything that I knew

(Porque você era tudo o que eu conhecia)

Everything’s the same

(Tudo está igual)

It's like tomorrow never came

(É como se o amanhã nunca chegasse)

We used to talk about – whatever

(Nós costumávamos falar sobre qualquer coisa)

And the seasons never change

(E as estações nunca mudam)

We never used to act our age, everytime we were – together

(Nós nunca agíamos de acordo com a nossa idade, quando estávamos juntos)

Notice you didn't have to pay

(Escute, você não precisa pagar)

For every word I say

(Por cada palavra que eu disse)

And I wish I could change your decision

(E eu gostaria de poder mudar a sua decisão)

And you know that I try

(E eu tentei)

And tell you what it's like

(Te dizer como é)

But you just wouldn't listen

(Mas você não ouviria)

I don't know what to do

(Eu não sei o que fazer)

‘Cause your everything that I knew

(Porque você era tudo o que eu conhecia)

How can you just walk out of my life

(Como você pode sair da minha vida)

Without even giving a reason?

(Sem dar nenhuma razão?)

And how can you look so good?

(E como você pode parecer tão bem?)

The day I watched you leaving

(O dia que eu te assisti indo embora)

Ela termina de tocar e eu saio de meu esconderijo a aplaudindo. Ela pula de susto. E quando eu me sento ao seu lado, me dá uma ombrada que me faz tombar para o lado, eu rio, ela sorri de lado, e depois foca em algum ponto qualquer. É, ela sabe que eu tinha escutado a conversa, se não sabe, imagina. Fico meio desconfortável com a situação que eu mesmo criei e tento quebrar o silêncio.

– Como você está? – Que pergunta idiota! Preciso parar de andar com aqueles seis abestalhados, tô ficando que nem eles.

– Mal, eu não sei o que fazer. Isso é frustrante! – Exclama, Teh tem os olhos marejados, eu percebo que ela evita piscar para segurar as lágrimas. – Droga! – Reclama quando uma lágrima escorre por sua bochecha, que é secada violentamente pela garota de cabelos vermelhos.

Eu não sei o que dizer para confortá-la, então apenas a puxo para um abraço, Stella esconde o rosto na curva do meu pescoço e começa a chorar. Aperto o abraço, um tempo depois ela se solta do meu aperto e sorri pra mim. Ela tem o nariz levemente vermelho. Eu sei que ela odeia chorar na frente das pessoas, segundo ela, se sente fraca. Mas, naturalmente ela é uma pessoa muito forte, quase nunca chora, são raras as vezes.

– Obrigada, JungKook-oppa – me abraça e sorri, é só um sorriso comum e um jeito carinhoso de me chamar, mas, por algum motivo eu coro. Stella nota e cora um pouco também, mas depois começa a rir. Eu definitivamente não entendo essa garota, 5 segundos atrás estava chorando e agora está rindo.

– Teh, o diretor disse que queria conversar com você. – Ela faz uma expressão de surpresa, levanta-se e estende-me a mão para me ajudar a levantar também.

Stella segue para a sala do diretor, ela me diz que me encontrará mais tarde na sala de dança onde eu e os hyungs costumamos ensaiar, concordo e sigo pra sala de dança assobiando qualquer coisa.

– Olha quem resolveu aparecer! – Namjoon fala um pouco alto quando me vê entrar na sala, eu rio e acenei.

– Agora podemos ensaiar! – J-Hope fala animado, sorrio com sua animação e começamos a ensaiar.

Stella’s POV

Quando chego na sala de dança, eles estão ensaiando o final de Danger, entro sem fazer barulho para não os atrapalhar, mas não dá certo, não porque eu fiz barulho, mas o Jimin vem em cima de mim me perguntando o que o diretor queria comigo, eu rio da ansiedade do ser.

– Calma Jimin-oppa! – Exclamo e ele sossega, eles tinham deixado eu os chamar só pelos nomes, mas eu insisto em chamá-los formalmente, não que eles não gostassem, eles até acham fofo. – Ele queria dizer que a minha agenda vai ser afrouxada por causa da brasileira que vocês convidaram pra vir pra cá. – Eu sorrio e Jimin começa a pular de felicidade, como ele consegue?! Parece que toma energético! Deve ser por isso que eu e o Yoongi-oppa nos damos tão bem, dois preguiçosos.

Jungkook P.O.V.

Aqueles acordes ainda soavam na minha cabeça. A batida que escondia todo o sofrimento da letra. Ela nunca me falou muito sobre situação da família... Será que ela não confia em mim? Rapidamente balanço a cabeça, afastando o pensamento. Não deve ser isso... Se eu tivesse uma situação difícil em casa, acho que também não gostaria de falar...

Vai chegar outra garota brasileira... Não sei ao certo se isso vai ser bom, mas a Stella vai ter uma companhia do mesmo país, que fala a mesma língua. Sim, talvez ela até se anime!

Argh! A imagem dela chorando sempre volta a minha mente e isso me mata por dentro. Vamos, Jeon Jungkook! Amanhã você tem que se apresentar no Music Bank! Você tem que estar animado para as A.R.M.Y.’s!

– Jeon Jungkookie! – Jimin-hyung se joga sobre mim. – No que o nosso belo maknae está pensando tanto? Desde o treino você está tão quieto, sentado aí no canto...

Ele passa o braço sobre o meu ombro e examina o meu rosto mais de perto. Eu tenho medo da conclusão que ele vai chegar...

– Você está pensando na Stella, não é? Ai que fofo!

– É que aconteceu uma coisa e ela está triste...

– Jungkookie, - seu tom de voz se torna mais sério, mesmo que ainda reconfortante. – você tem certeza de que não a vê como nada além de uma hoobae?

– Eu não sei.


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