Invisíveis como Borboletas Azuis escrita por BeaTSam, tehkookiehosh


Capítulo 18
Verso 17: Too Much




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Stella P.O.V.

“Cuida da sua própria vida! Você não dorme no dormitório há dias! O que você acha que vai acontecer se os fãs descobrirem? Não vai ser só você quem vai sair prejudicado com isso! Pelo menos eu penso na imagem do grupo.”

As palavras do Jimin ainda estão suspensas no ar, pairando como uma assombração sobre todos no cômodo. O clima ficou tenso. Eu ainda estou tendo dificuldades para assimilar o que acabou de acontecer. Jimin nunca tinha dito nada parecido para o Tae em todo este tempo que eu convivo com eles. Namjoon, Hoseok e Jin conversam em um canto, provavelmente sobre o ocorrido. Jungkook está sentado a uns 5 metros de distância de mim, absorto por seus próprios pensamentos.

Tae está sentado longe de todos no grupo. Punhos cerrados com força, cenho franzido, dentes trincados. Se o Namjoon não tivesse interferido, eles provavelmente sairiam no braço. E com razão. Os dois vivem brigando por coisas bestas, mas dessa vez eles extrapolaram.

Yoongi foi o primeiro a fugir. Há um tempo atrás, eu o flagrei roubando alguns brigadeiros e colocando numa vasilha, se aproveitando da apreensão de todos sobre a situação para relizar seu roubo. Antes de fugir da cena do crime, ele ainda piscou para mim! Que figura!

Durante longos vinte minutos, fingimos que está tudo bem. Claro, se nós saíssemos daqui logo, havia uma grande chance de toparmos com o Jimin por aí, o que seria a pior situação possível. É por isso que todo mundo está enrolando aqui. Se bem que isso não torna o ambiente aqui dentro nem um pouco melhor. Numa vã tentativa, J-Hope tenta puxar assunto com o V sobre uma nova coreografia qualquer, mas ele apenas balança a cabeça em negação e sai do lugar batendo o pé.

Jimin, nós seguramos ele aqui pelo máximo de tempo possível. Agora, você se vira.

Jin pigarreia chamando a atenção de todos nós para si:

– Eu acho que devíamos descobrir o que há de errado com esses dois...

– Concordo, mas eu não acho que o problema seja só com Jimin e Taehyung. – Digo fazendo quatro pares de olhos se voltarem para a minha direção.

– O que você quer dizer, Teh? – Hobi pergunta com uma sobrancelha erguida.

– Quero dizer que todos vocês andam meio estranhos uns com os outros, e isso não é de hoje. Vocês sabem disso, mas parece que não querem assumir. – Respondo fazendo os quatro se entreolharem.

– Você está certa... Francamente, todos essas shows, essa turnê pelo mundo todo, o novo album, isso é tudo muito cansativo. Depois dos EUA, meu relógio biológico foi para o espaço. O Taehyung e o Jimin não parecem estar levando isso muito bem, umas férias agora seria o melhor, mas o que nós podemos fazer? Essa decisão não cabe a mim. Então, o que faremos em relação a eles? – Rap Monster pergunta.

– A Sam, pelo que eu percebi, foi tentar conversar com ele, se ele não fugir dela já vai ser uma avanço. Quanto ao Taehyung-oppa.... eu posso tentar falar com ele... – Respondo.

– Mas, Teh, você não é tão próxima do Tae assim... Deixa que eu falo com ele. – Jungkook diz me olhando com consideração.

– Kook, eu não vou ficar olhando meus melhores amigos se destruírem por causa de simples discussões. E, eu sou melhor que você para consolar as pessoas. – Falo e ele sorri para mim. – Além do mais... eu meio que estou em dívida com o Tae-oppa. – Os quatro me olham sem entender e eu apenas dou de ombros.

– Bom, eu acho que já está meio tarde... Devíamos seguir para os dormitórios. – Namjoon diz. Assentimos e eu sigo com eles para fora da Big Hit, em direção aos nossos dormitórios que ficam próximos.

Nós nos despedimos e eu, como estava sem sono sento em um banco que havia ali perto dos dormitórios. Puxo meus fones e coloco BIGBANG para tocar. Algum tempo depois, Suga aparece, ele me vê e sorri. Ainda com a vasilha em mãos, mas apenas metade do seu conteúdo.

– Por que está chegando tão tarde? Já está todo mundo aí. – pergunto só por perguntar.

– Digamos que eu fiz um desvio um pouco longo demais. – ele ri.

O garoto apenas pisca para mim e segue em frente. A cabeça do Suga ainda é um mistério a ser devendado pelo humanidade.

Duas horas depois, no frio e na penumbra das noites de Seul, quando eu finalmente começo a ficar com sono, V para e fica olhando para os dormitórios com o olhar perdido.

– Taehyung-oppa! – Chamo. Ele, que olha para mim um pouco confuso, pois a luminosidade do local está meio fraca, dificultando que ele me identifique, começa a andar em minha direção e senta-se ao meu lado.

Respiração. Silêncio. Um suspiro por parte do garoto.

– O que você faz sentada aqui neste frio, Stella? – Pergunta com um falso tom de preocupação, a raiva prevalecendo.

– Estava te esperando. – Digo. Não é mentira, mas também não é o principal motivo por eu estar aqui.

– Sei...– Ele diz revirando os olhos. - Agora que eu já cheguei, pode voltar para o Jungkook. Sei que você está morrendo de vontade de fazer isso. Não precisa mais se esforçar em demostrar esse falso interesse no meu estado emocional. Agora, me deixa em paz.

– Eu estava esperando por VOCÊ. Eu queria saber o está se passando nessa sua cabecinha. – Falo sorrindo.

– E SE EU NÃO QUISER DIZER?! – esbraveja.

Se eu não o conhecesse, provavelmente estaria um pouco assustada. Minha expressão ainda assim, não consegue esconder a minha indignidade. Ele suspira ao perceber a minha reação:

– Desculpa, Stella. Eu sei que você não tem nada a ver com isso, mas eu não consigo evitar não ter raiva do Jimin! Você ouviu o que ele disse! Aí eu acabo descontando nos outros. – Confessa, bagunçando seus fios castanhos.

– Entendo, Tae. Mas, o Jimin tem seus motivos. Eu não concordo com eles, mas na cabeça dele ele está fazendo o que acha certo.

– Mas ele está fazendo isso apenas para não perder pessoas que se dizem nossas fãs! Isso é absurdo! Ele está sendo mais idiota que essas “fãs” por se submeter a isso! Isso é babaquice! Eu só estava querendo ajudar e ele diz uma coisa dessas! Eu tenho que entender os motivos dele mas o filho da puta não entende os meus! – Exclama nervoso, indignado, irado.

– Concordo, Tae. Contudo, não é discutindo que esses problemas se resolvem.

– Foi ele quem começou! – Eu teria rido se ele não estivesse sério.

– E você perdeu a razão no momento em que deu corda para essa discussão.

– Eu não dei corda! Eu apenas disse o que eu penso. Ele que exagerou!

– Não precisa ficar nervoso. Estamos só conversando. Eu só quero te ajudar. – Digo sorrindo para ele, que formou uma espécie de bico. - Ajudar a todos vocês... – sussurro.

– Como assim ajudar a todos nós?

– Tae, o problema não é você e o Jimin. O problema é muito maior que isso. O que aconteceu hoje foi só uma amostra do que ainda pode vir a acontecer.

– Como você sabe? Tem bola de cristal?

– Eu posso parecer avoada em relação às suas vidas, mas eu percebo o que está bem debaixo do nariz de vocês.

– Se você está dizendo...

– Acho que metemos a Sam nesse drama...

– Acho que nós metemos vocês duas nesse drama.

– E agora temos que nos virar e achar algo para nos salvar deste redemoinho de problemas.

– Desculpe.

– Pelo quê?

– Por te meter em uma confusão.

– Nha! Que isso, Tae?! O que seria a vida sem alguns problemas no caminho? Ficaria muito sem graça! Imagina... você ter tudo na palma da mão... se fosse assim, qual seria a graça em sonhar?

– Seria chato, de fato. – Ele sorri de canto.

Taehyung se levanta e põe seu casaco sobre-tudo sobre mim, ficando apenas com o seu moletom largo.

– Você ficou bastante tempo aqui me esperando, né? Jungkook vai me matar se eu te deixar no frio por mais um segundo.

– Ele vai te matar por ciúmes, isso sim!

– Ciúmes faz bem para o coração. Pode me entregar o casaco amanhã.

– Duvido muito que ele concorde com isso. Mas, eu sinto que fugimos bastante do assunto.

– Talvez...

– Eu acho que você deveria falar com o Jimin. A este ponto, ele deve estar arrependido de tudo o que lhe disse.

– Eu duvido muito. Você ouviu as coisas que ele disse! Pareceu que ele não tinha remorso algum! E ele não vai dar o braço a torcer desse jeito.

– Ele disse coisas horríveis sem pensar. Mas, você indo falar com ele, mesmo que ele não tenha percebido que disse coisas horríveis, fará ele ficar envergonhado com a situação.

– Eu acho que não entendi...

– Pense. Você não está puto com ele?!

– Muito.

– Então, ele te conhecendo provavelmente imagina a sua reação. E você estando certo, mesmo que na hora tenha contribuído para uma discussão... você estando certo e indo se desculpar com ele, fará ele se sentir envergonhado por ele, estando errado, não ter ido se desculpar com você.

– Isso até que faz sentido... Mas, sei lá! Não estou com humor para fazer isso. Não agora.

– Sim. – Concordo rindo.

– Obrigado. – O garoto tenta sorrir em agradecimento.

– Taehyung, não faça isso.

– O que eu fiz agora? – A raiva toma conta de parte de sua voz.

– Não sorria falsamente. Faz você parecer alguém que não é, e ofusca a sua personalidade brilhante. – Ele ri e balança a cabeça em negação.

– Você não existe! O Jungkook vai me matar bem morto mesmo!

– Eu não me lembro de ter morrido..., mas tudo bem. – Eu sorrio para ele que retribui, desta vez seu sorriso é verdadeiro. Posso ver um brilho em seus olhos se destacando na penumbra.

– Obrigado, Teh. Dessa vez é sério. – Ele diz, deixando seu semblante sóbrio.

– Pelo que você está me agradecendo? Eu apenas conversei com você.

– Você pode pensar, mas fez mais que isso.

– Bom, então eu também tenho que te agradecer. – Agora é a vez dele de ficar confuso.

– Pelo que você está me agradecendo? Casaco?

– Você sabe muito bem o porquê. – Falo levantando-me e esticando as minhas costas. V olha para mim com um ponto de interrogação na cara. – Vá dormir, já está tarde. Boa noite, Tae. – Completo e pisco em sua direção.

Ele pareceu entender a mensagem e seguiu em direção ao dormitório do Bangtan. Sorrio comigo mesma. É, parece que daqui pra frente as coisas começarão a se acertar.

Jungkook P. O. V.

Já estou há mais de duas horas empoleirado aqui nessa janela. Pelo o que eu li, está 9°C lá fora, e a Stella está ali só com um casaco leve. Eu resisti por muitas vezes o meu impulso de descer lá e levar um casaco, fazer companhia por sorte. No entanto, se eu fizesse isso, tenho certeza que ela ficaria sem falar comigo por dias! Melhor não correr esse risco. Stella tem um talento especial para me deixar preocupado. Felizmente, o Taehyung-hyung teve a decência de emprestar o casaco para ela! Queria eu mesmo ter feito isso, mas...

Agora, os dois já terminaram de conversar, o Taehyung-hyung pode chegar a qualquer momento. Boa noite, Teh. Eu desejo em silêncio. É claro que eu poderia mandar uma mensagem, mas aí eu ia entregar que eu fiquei a observando a noite toda. Aí ela vai achar que eu sou inseguro, obsessivo, maníaco, pervertido... Melhor não.

– Jeon Jungkookie! – Taehyung-hyung escancara a porta.

– Hyung! Pensei que você não fosse voltar hoje.

– Mudei de ideia. Eu fui iludido pensando que você estava me esperando. Talvez eu fosse mais interessante se tivesse cabelo vermelho... – ele faz bico.

– Hã? Como assim? – Enrubesço. Droga! Agora o hyung vai ficar me zoando!

– Nem tente me enganar. Dá até para ver a sua marca na janela!

– Taehyung? – Jimin aparece no final do corredor.

Instantaneamente a expressão do Taehyung-hyung se agrava. Eu tenho medo do que vai acontecer agora e não tem mais ninguém para apartar se rolar briga, já que o Namjoon-hyung está dormindo. Espero que não sobre para mim.

– Não estou a fim de falar com você agora.

– Taehyung, é sério. Me desculpe. Eu fui muito babaca. Eu preciso conversar com você.

O pedido de desculpas do Jimin o pega de surpresa. Ele analisa cada detalhe do rosto do dançarino principal do grupo, ponderando se deve ou não atender ao seu pedido. Já Jimin está completamente arrependido, tão arrependido que dá pena.

– Para de fazer essa cara. – Taehyung-hyung finalmente responde. – Vamos beber. Eu comprei cerveja no caminho.

Um grande sorriso se abre no rosto do Jimin. Ele é tão simples, mas tão simples que eu fico até preocupado de vez em quando. Qualquer um consegue lê-lo como um livro.

– É claro que isso não inclui você, Jungkook – o hyung complementa.

– Ah, fala sério! Eu já sou quase maior de idade! Faltam só alguns meses!

– Você sempre será uma criança aos nossos olhos, Jeon Junggukie. – Jimin ri.

– Mas você é mais baixo que eu, Jimin-ah. – brinco.

– Ah! Seu rebelde! Jiminie é o caramba! Volta aqui!

Ele não consegue me alcançar e eu fujo para o banheiro. O Jimin-hyung é o tipo de pessoa que nunca vai ser respeitada se continuar frouxo desse jeito. Enquanto isso, eu me divirto. Por sorte, eles esquecem da minha presença e começar a conversar:

– Foi mal. - Jimin começa. – Eu não deveria ter dito aquelas coisas. Eu acabei até comendo alguns brigadeiros depois! Eles eram muito bons mesmo!

– Não disse?

– É. A Sam realmente insistiu.

– Eu também vou me desculpar. Eu fui um pouco demais também.

– Não! Você estava completamente certo e só queria me ajudar. Eu quem fui babaca.

– Ainda bem que você sabe.

Ouço risos. Parece que está tudo bem. Logo eles mudam de assunto:

– Realmente, quem te convenceu a fazer isso foi a Sam?

– Sim. Pode parecer meio bobo isso, mas a opinião dela sobre as coisas é muito diferente. É algo vindo diretamente do Brasil.

– Tipo...?

– Já parou para pensar quantos padrões estéticos já quebramos? Nós temos fãs no Brasil, na Rússia, em Israel, na Austrália, nos Estados Unidos... Já parou para pensar que lá os padrões estéticos são diferentes dos daqui? E mesmo assim as nossas fãs nos acham bonitos! Isso não é incrível? Ou seja, a aparência não é tão importante para elas.

– É verdade... Mas você não acha isso meio estranho?

– O que?

– Todo mundo está tão próximo dela e nós a conhecemos não faz nem dois dias! E se ela não for uma pessoa legal? Vocês estão falando muitas coisas pessoais! Isso é estranho. Eu não confio nela.

– Isso é porque ela é de outro país. Pelo o que ela me disse, lá no Brasil, as pessoas são assim mesmo, mais próximas umas das outras. Não há motivo para você desconfiar dela. Depois de ter conversado melhor com ela, eu percebi que ela é uma pessoa legal. Ela tem uma aura muito diferente. É estranho porque ela é brasileira e tem costumes totalmente diferentes, mas ela está tentando se adequar aos costumes coreanos!

– Não sei, não...

– Eu não posso te forçar a ser amigo dela, mas dê uma chance. É muito divertido conhecer culturas diferentes!

– Está bem. Porém saiba que é só porque você está pedindo.

– Mas, me fala uma coisa, por que você não estava voltando para o dormitório esses dias?

– Lembra daquela estagiária do staff do BTOB?

– Ah, sim!

– Eu acho que estou apaixonado.

– Sério?

– Sim. No início, eu só achava ela bonitinha, nada que fosse durar mais que uma semana, mas ela é incrível! Ela é sempre tão sincera! E ela desenha também, sabia? O sonho dela é ser estilista, mas vez ou outra ela faz alguns desenhos artísticos. São lindos! Lembra quando ficaram falando mal de mim na internet? Naquele dia, ela fez um desenho da galáxia à aquarela dentro dos meus olhos. Eu juro chorei quando vi aquilo! E o jeito que ela ri, fala, a voz dela é tão macia... As piadas dela são sempre na hora certa, e como ela fica com raiva quando eu implico com ela! A risada dela é tão fofa! Ela nem se contém quando começa a rir!

– Calma aí, Taehyung! Guarda isso para as músicas!

– Eu estou falando sério! Não consigo pensar em mais nenhuma outra garota.

Então era isso... O Taehyung-hyung já tinha comentado sobre ela algumas vezes comigo, mas como ele vive mudando de garota, eu não prestei muita atenção. Agora parece realmente sério... Que bom que ele achou alguém que realmente goste! Contudo, acho melhor sair do banheiro agora. Tudo já está de volta ao normal. Ou quase. De qualquer maneira, eles já beberam tanto que nem vão perceber que eu estava ouvindo. Saio na ponta dos pés e atravesso o corredor até o meu quarto. É bom vê-los felizes. As coisas vão melhorar. Que pensamento bom de se ter!


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