Um Amor Invertido escrita por kelzinha, marinaflima


Capítulo 6
Machucados


Notas iniciais do capítulo

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POV CLAIRE

 

- Ainda está chaman... Ah atendeu! Sussurrei. - Alô? Nessie é você?  Questionei ao ouvir a voz embriagada de minha amiga.

 

- É o que parece... Respondeu mal humorada e sonolenta.

 

- Ness, é a Claire! Eu preciso falar com você URGENTE!

 

- Claire, já não basta à bosta do porre que você me fez tomar ontem, agora está querendo PERTURBAR a minha RESSACA?   

 

- Amiga, é sério! Eu acho que...    Olhei para a aliança em meu dedo e para o folgado em minha cama.    - Estou meio encrencada...

 

- Hahaha, você meio encrencada, Claire?  Ironizou.  - Agora me conta uma novidade?  Concluiu divertida.

 

- Er... tubo bem...eu...hã... euachoqueestoucasada! Falei na lata, atropelando as palavras. Aguardei por alguns segundos uma resposta dela, mas a linha ficou muda.    – Ness?   Chamei-a olhando o telefone para verificar se a ligação não havia caído. Depois de alguns segundos em silêncio ela começou a gargalhar compulsivamente.   – Renesmee! Impus chateada.  Eu conto uma desgraça dessa e ela ao invés de me ajudar, fica se divertindo com a minha cara.

 

-Ai Claire, você está cada dia pior mesmo... Eu não acredito que você teve a coragem de me acordar depois de um porre, só pra inventar uma brincadeira dessas... Bom, pelo menos dessa vez eu não fui obrigada a ir com você numa cigana maluca...

 

-Renesmee, eu NÃO estou brincando...  Afirmei com a voz cortada.

 

-Ah tá... Respondeu num tom de brincadeira.

 

- Nessie, o que eu preciso fazer para você acreditar em mim?

 

- Claire, pelo amor de Deus! Só me faltava agora você querer colocar seu marido na linha pra me dar “bom dia”, hahaha...  Ela não estava me levando a sério MESMO.  Olhei para a cara do pervertido que continuava todo preguiçoso deitado na minha cama. Não vendo outra saída, tirei o telefone do ouvido e estiquei na frente do abusado.

 

- O quê? Ele me encarou confuso.

 

- Tome, diga alguma coisa, ela não esta acreditando em mim... Revirei os olhos, derrotada.

 

- Dizer o que, doida?  Perguntou pegando o celular de minha mão.

 

- Não sei merda! Diga qualquer coisa...  Eu realmente estava ficando muito nervosa. Ele constrangido, colocou o telefone na orelha.

 

- Er... Bom dia?  Disse simplesmente fazendo uma cara de peixe morto.  Ele ficou em silêncio enquanto ouvia minha amiga tagarelar do outro lado da linha.

 

- Sim... Sim... Sim... Sim...  Repetia o tarado no telefone ao me fitar fixamente. A palavra “Sim” definitivamente estava me irritando e MUITO nesses últimos dias.  – Er... Talvez...  Disse por fim ao desligar e devolver o telefone para mim.

 

- O que foi?  Perguntei curiosa.  – Porque ficou que nem um retardado só dizendo “SIM”?

 

- Sua amiga é bem direta, não?  Indagou um pouco constrangido.

 

- É... Bem, digamos que sutileza não seja o forte da Renesmee...   Abri um sorriso irônico.   – Mas me conte o que ela te disse?    Eu já estava tendo uma sincope de tanta ansiedade.

 

- Na verdade ela só me fez algumas perguntas, nada de importante...  Disse sem graça.

 

-Como assim nada de importante? TUDO relacionado à merda que fizemos ontem é importante, entendeu? Agora vai, desembucha logo!   Incentivei-o a falar gesticulando com os braços.

 

- Ok, ok! Você que pediu... Suspirou com um meio sorriso pesaroso.  – Bem, primeiro ela perguntou se eu havia passado a noite aqui e eu disse “SIM”...

 

- Hã...

 

- Depois, ela perguntou se essa história maluca de casamento era verdade... Eu disse “SIM”...

 

- Certo...

 

- Ela ficou meio chocada e perguntou para si mesma, se você era maluca... É lógico, que eu disse “SIM”...

 

- Há-há, muito engraçado... E aí?

 

- Ela sugeriu que nos encontrássemos na lanchonete Starbuck imediatamente, para resolvermos isso tudo e mesmo não sabendo onde fica esse lugar, eu disse “SIM”...   Sorriu envergonhado.

 

- Tudo bem, são apenas duas quadras daqui...

 

- Então vamos?  Ele saltou da cama apressadamente vestindo sua camisa.  – Ela já deve estar chegando...  Concluiu caminhando até a porta do quarto, como se estivesse fugindo de alguma coisa.

 

- Eeeiii! Espere!   Chamei-o antes de sair, ele parou próximo a porta e virou-se para me olhar.  – O que ela perguntou por último que você disse “TALVEZ”? Lembro-me perfeitamente dessa última palavra antes dele desligar o telefone.

 

- Er... Hã... Pigarreou sorrindo.  – Ela perguntou se nós transamos, e eu disse que “Talv...

 

Eu nem o deixei terminar a frase, automaticamente, peguei o abajur que a pouco quase tinha quebrado em sua cabeça e arremessei com tudo em sua direção.  Ele, por reflexo, fechou a porta antes de ser atingido estraçalhando meu abajur na madeira da porta.

 

-AAAAAAAHHHHH... VOCÊ.ME.PAGA!  Ameacei furiosa, correndo atrás dele que nem louca pelo apartamento, enquanto ele desesperadamente fugia de mim. Eu estava cega de ódio, senti meu sangue ferver pelas veias e o meu único objetivo naquele momento era estrangulá-lo. Como aquele pervertido ousa insinuar que eu transei com um estranho? Eu não era esse tipo de mulher...

 

 

Para ficar mais legal, leia ouvindo:

Acesse: http://www.youtube.com/watch?v=XMiy_UsrPDs&feature=related

 

 

Meu apartamento era razoavelmente pequeno, então, não tinha muito para onde correr, ele dava voltas em torno do sofá da sala rindo que nem um idiota e com isso, minha fúria só aumentava mais.

 

- Acalme-se Claire, a gente não se lembra muito bem, mas só de olhar para sua cara de satisfação, posso garantir que a nossa noite deve ter sido ÓTIMA... Provocou-me presunçoso.

 

- AAAAAAHHH... TORÇA PRA EU NÃO TE ALCANÇAR SEU... TARADO! Esbravejei saltando com tudo pra cima dele, no sofá. Ele deu um passo pra trás e conforme eu havia pegado impulso para pular, meu peso acabou tombando o sofá para trás fazendo com que eu me espatifasse no chão.   – Aaaiiii...  Gemi toda arrebentada, eu não conseguia levantar. – Aaaiii... Era só o que eu conseguia dizer.

 

- Own sua louca, você caiu?   Perguntou ao se aproximar de mim.

 

- Não, na verdade estou treinando para disputar as próximas olimpíadas junto com o João do Pulo...  Uma pergunta idiota dessa, só podia ser digna de uma resposta cretina.

 

- Nossa, pelo visto a queda não prejudicou sua ferradura, não é? Disse sarcástico. Eu tentei levantar o braço para esbofetear sua cara, mas fui atingida por uma forte dor.

 

- Ai...ai... Reclamei segurando o braço. Só faltava essa agora...  – Merda!

 

- O que foi? Encarou-me preocupado.

 

- Eu não estou conseguindo mexer meu braço.

 

- Deixe-me te ajudar...

 

- Por acaso, você é médico? Falei carrancuda.

 

-Não, mas aprendi um pouco de primeiros socorros na reserva onde eu nasci em La Push...

 

- Reserva? Está me dizendo que eu casei com um índio?   Debochei.   – Vai fazer a dança da chuva também?

 

- Bom já que está toda animadinha aí, acho que não precisa mais de ajuda, não é mesmo?  Ele deu de ombros e ameaçou se levantar.

 

- NÃO!  Por favor, me ajude... Meu braço doía muito.

 

- Não sei se devo... Ele se posicionou na minha frente e cruzou os braços.  Eu sabia o que ele estava esperando.

 

- Me desculpe... Murmurei contrariada segurando meu braço dolorido.

 

- Assim está bem melhor...   Disse num tom vitorioso.  – Agora me deixe ver esse braço...  Ele cuidadosamente tirou minha mão do local machucado, substituindo pela dele.  – Dói aqui? Perguntou massageando a parte inferior de meu antebraço. 

 

- Um pouco...  Suspirei olhando para baixo, não era exatamente ali que estava doendo.

 

- E aqui? Ele apertou outro ponto mais próximo de minha mão.

 

- AAAAIII!!! Doeu muito dessa vez.

 

- Certo Claire, você deu um mau jeito no pulso, relaxe os músculos, isso vai doer um pouco no começo, mas depois vai melhorar... Falou me analisando.

 

- Não!   Ponderei retraindo meu braço, eu estava com medo, ele nem era médico de verdade, ou melhor, eu nem sabia quem era ele de verdade.

 

- Claire, você precisa confiar em mim...  Pediu com uma voz doce e melódica.

 

- Como posso confiar em alguém que eu nem conheço? 

 

- Como não me conhece? Eu sou o seu marido... Brincou irônico.

 

- Garoto, você já se deu conta do tamanho do nosso problema? E outra, eu nem ao menos sei o seu nome... Suspirei com os olhos cheios de lágrimas. Eu não sabia se eu queria chorar pela dor em meu braço, ou pela merda de ter me casado com um estranho.

 

- Claire, nós vamos resolver isso, relaxe, é só irmos até o lugar que nos casou e pedimos o divórcio. E quanto a não saber o meu nome, não seja por isso, muito prazer Quil Ateara...  Sorriu esticando a mão para me cumprimentar.   – Er... desculpe!  Disse olhando para o meu braço machucado. 

 

- Quil Ateara...   Sussurrei repetindo o seu nome. Até que era um nome que soava legal em minha boca.

 

- Algum problema com o meu nome? Questionou confuso.

 

- Não...  é só que... Estou tentando me acostumar com ele...  Suspirei constrangida.

 

- Ah Ok!  Sorriu, massageando o meu pulso. Dessa vez eu não contestei.  – Está aliviando um pouco a dor?

 

- Er... Até que você é bom nisso...  Impressionei-me com a precisão que ele contornava os movimentos em meu pulso. Minha dor já tinha aliviado em uns 80%.

 

- Técnicas ensinadas pelo velho Quil, meu avô.  Sorriu orgulhoso ao se lembrar de seu familiar.

 

Desde a hora que acordei, não tinha conseguido parar ainda para analisar a fisionomia do meu eventual marido.  Ele tinha uma pele cor de jambo, cabelos castanhos escuros e seus dentes eram alinhados num branco perfeito. Levantei um pouco minha cabeça, para encarar os seus olhos, foi quando me surpreendi ao constatar que ele fazia o mesmo comigo. Fitava-me intensamente com sua íris escura.

 

Ambos permanecemos em silêncio por alguns segundos, apenas estudando as feições um do outro.  E considerando o fato de eu ter me casado bêbada, pelo menos havia escolhido um marido bonito.  Sorri com esse pensamento.

 

- É difícil de acreditar...   Ele rompeu nosso silêncio, enquanto continuava com a massagem em meu pulso.

 

- No quê?

 

- Como uma mulher, feito você pôde se apaixonar por um babaca feito aquele de ontem?

 

- Como assim? Eu não entendi o comentário.

 

- Eu vi a forma como ele te olhava no balcão. Só um babaca mesmo para se sentir atraído por uma mulher e ficar parado ignorando-a que nem uma bicha. Seus olhos ainda estavam fixos nos meus.

 

- Mas, o Seth NUNCA foi atraído por mim...    Desabafei chateada.     -Ele sempre me considerou um “irmão” pra ele...      Concluí desviando meu olhar.

 

 Quil deslizou sua mão pelo meu rosto tirando uma mecha de cabelo de minha face, em seguida, o ergueu para que eu pudesse encará-lo novamente.

 

- É por isso que eu digo que ele é um babaca... Sussurrou com os lábios bem próximos dos meus.

 

Estranhamente me senti envolvida por aquele momento, fechei os meus olhos e senti seu hálito de eucalipto cada vez mais próximo de meus lábios. Eu sabia perfeitamente o que ia acontecer agora...

 

TRIIIIMMM TRIIIIIMMMMM!   O interfone disparou me dando um baita susto.  Como nossos rostos estavam a meio centímetro de distância um do outro, acabei sem querer dando uma cabeçada no nariz dele.

 

- Aiii!  Ele levantou com a mão no rosto.

 

- OMG! Você está sangrando!  Indaguei desesperada ao olhar o sangue em sua mão. OMG! Mal casei e já quase fico viúva!

 

Disparei até a geladeira e peguei umas pedras de gelo com a minha mão boa, se bem que a machucada nem estava doendo mais. – ME DESCULPE!  Gritei extremamente constrangida, da cozinha.

 

- Não se preocupe, eu já estou acostumado a sofrer lesões no meu nariz...  Respondeu ainda meio fanho. 

 

TRIIIIIIMMMM TRIMMMMM...

 

 Berrou o interfone novamente, eu não sabia se socorria o Quil ou se atendia o maldito interfone.  Corri até a sala, entreguei o gelo para ele e disparei em direção ao interfone. Cadê a merda do porteiro nessas horas?

 

TRIMMMMMM...

 

- O...oi... Atendi ofegante apertando a tecla viva-voz.

 

- Cacete Claire, estou há mais de 30 minutos te esperando na porcaria da Starbuck e nada de você aparecer! Venho aqui desesperada, achando que o cara é um psicopata maluco que te matou, enquanto você está ai no bem-bom, fazendo sexo com ELE?  Berrou irritada.

 

Eu não sabia onde enfiar minha cara, eu queria degolar o pescoço da Renesmee. Fiquei tão constrangida que eu nem tive coragem de encará-lo.

 

- Renesmee, pare de falar besteira, peça para o Paul liberar sua entrada e suba logo! Ordenei furiosa desligando o interfone.  

 

- Quem sabe agora com as revelações da sua amiga, a gente consiga desvendar o mistério da noite passada?  Disse passando o gelo por seu nariz inchado.

 

- É... Quem sabe...    

 

Continua...

 

 


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Notas finais do capítulo

qUER MAIS POST? COMENTEM!!!!!


RECOMENDE A FIC!!!!!!