POV QUIL

 

Eu só posso estar zicado mesmo, não é possível, ultimamente tudo vem acontecendo comigo. Primeiro minha noiva me chifra na frente de todo mundo com meu rival de infância Sam Uley, depois, eu venho parar numa cidade que não sei onde, acordo na cama de uma louca que não sei quem é, mas que tenta me matar com um abajur. Agora ela me acusa de ser casado e desmaia ao ver que a única pessoa comprometida aqui é ELA. E eu lá tenho culpa que ela ficou bêbada e chifrou o pobre coitado e CORNO do marido dela, com o gostosão aqui? Era só o que me faltava essa maluca morrer aqui... Do jeito que ando com sorte, é capaz de eu ser indiciado como o assassino.

 

- Hey moça, acorda! Cutuquei seu ombro.  – Garota não vá morrer agora, por favor! Espere eu ir embora primeiro... Implorei chacoalhando a defunta. 

 

Tentei fazer um flash back mental de tudo que havia acontecido ontem, para arrumar uma explicação plausível para os fatos. Ajeitei a doida na cama e tirei uma mecha de cabelo do seu rosto para observá-la melhor, ao levar minha mão esquerda até sua face, notei o motivo pelo qual ela havia me acusado de ser casado anteriormente. No meu dedo anelar também havia uma aliança dourada muito parecida com a de...

 

- PUTA QUE PARIU! Esbravejei com a mão no peito.  – PUTA QUE PARIU! PUTA QUE PARIU! PUTA QUE PARIU!  Repeti várias vezes pulando que nem um retardado, inconformado ao olhar a aliança em meu dedo. – Isso não pode estar acontecendo... Olhei novamente para o rosto da garota e me lembrei que ela era a bêbada que estava dançando e cantando descontroladamente em cima do balcão do bar que fui ontem. – Garota acorda, pelo AMOR DE DEUS! Berrei desesperado sacudindo a doida com mais urgência.

 

Ela abriu os olhos assustada e deu um salto da cama.

 

- AAAAAAAAHHH!!! Gritou ao olhar pra minha cara.

 

- Mas será possível que você só sabe gritar? Cale a boca! Não percebe que estamos com um problema muito sério! Recriminei irritado.

 

- Quem você pensa que é pra me mandar calar a boca, seu...  Ela desceu olhar para meu corpo.  - PEVERTIDO!

 

- Ao que tudo indica... SEU MARIDO! Falei apontando nossas alianças.

 

Ela paralisou séria no lugar por alguns segundos, encarou a aliança em seu dedo, depois subiu o olhar na minha direção...

 

- Hahahahahahahahahahaha... A doida disparou numa estrondosa gargalhada. Pronto! Só me faltava essa agora, a garota surtou.  –HAHAHAHAHAHAHA... Ela não parava de rir um minuto sequer e aquilo definitivamente estava começando a me irritar.

 

- Posso saber o que é tão engraçado?  Perguntei nervoso.

 

- Menino, essa foi muito boa... Respondeu contraindo a barriga. – Estou até passando mal de tanto rir...

 

- O que foi muito boa?

 

- Essa armação de estarmos casados, pode falar a verdade cara, eu já saquei tudo... Ela continuou sorrindo animada.

 

- Já sacou O QUE? A cada instante eu ficava mais furioso.

 

- Chega vai, acabou a graça já...  Disse ela fechando um pouco a cara.

 

-DO QUE VOCÊ ESTÁ FALANDO PORRA?! O pouco que tinha restado da minha paciência foi pro saco.

 

- Não é preciso encenar mais, eu já entendi tudo... Onde esta a Renesmee? Ela abaixou para procurar embaixo da cama. – Vai Nessie sai daí acabou a graça... Exigiu um pouco mais séria agora.

 

- Quem é Renesmee? Perguntei confuso. Eu não estava entendendo absolutamente nada.

 

- Ué, Renesmee é a mulher que te contratou para fazer essa piada comigo... Disse naturalmente.  – Vai me diz logo onde ela está?

 

- Eu queria muito conhecer essa mulher ai que você esta dizendo e te confirmar essa historia, mas definitivamente não faço idéia de quem seja...

 

- Você jura? Ela fechou a cara e colocou a mão no rosto.

 

- Ahãm... Confirmei com a cabeça. Ela se jogou no chão.

 

- OMG! O que vamos fazer agora? Suplicou sentada no chão com as mãos pra cima.

 

- Primeiramente sugiro que vista alguma coisa, ficar ai nesse chão gelado só de calcinha e sutiã poderá te deixar resfriada... Direcionei o olhar para seu corpo. Bem que tirando os distúrbios mentais da garota, até que ela era muito atraente.

 

- ÓH! Ela puxou minha camisa que estava jogada no chão e vestiu.  – Pare de ficar me olhando desse jeito! Ordenou sem graça.

 

- Não sei por que está tão constrangida... Pela forma que acordamos hoje, deve ter acontecido coisa muito pior ontem a noite do que simples olhadas... Abri um sorriso malicioso em sua direção.

 

- Ai Senhor! Eu juro que nunca mais vou beber tanto... Ela se levantou do chão e se atirou na cama com as mãos no rosto novamente.   – Acho que eu vou chorar...  Soluçou abrindo um berreiro.

 

- Acalme-se, acalme-se... Tentei consolá-la.  – Nós vamos resolver isso.  Sentei na cama junto com ela e lhe abracei amigavelmente.  – A primeira coisa que devemos fazer é tentar forçar ao máximo a nossa memória para lembrarmos o que aconteceu...

 

- Tudo... Bem...Você... começa... ou... eu... começo... Disse entre soluços.

 

- Pode ser eu, quem sabe assim você se acalma um pouco... Falei erguendo a camisa que ela vestia para limpar as lágrimas em seu rosto.  - Bom vamos lá, mas antes devo informar que não estou numa maré de muita sorte ultimamente, então não ria de mim ok? Ela sorriu em meio às lagrimas.

 

- Tudo bem, não se preocupe com isso, somos dois então... Olhei para um ponto fixo do quarto e forcei a memória para resgatar minhas lembranças.

 

- Tudo começou quando fui chifrado em público pela minha noiva, irritado, peguei meu carro e comecei a dirigir sem rumo, depois de algumas horas dirigindo decidi parar para encher a cara no primeiro boteco que eu vi na frente... Enquanto eu falava, ela me encarava atentamente sem dizer uma só palavra.  – Entrei no bar e notei que estava uma agitação no local, caminhei até o motivo da bagunça e me deparei com uma linda garota bêbada dançando e cantando em cima do balcão do bar...

 

- Obrigada pelo LINDA! Ai que vergonha, eu não acredito que fiz isso... Lamentou-se envergonhada.

 

- Calma, com certeza todo mundo adorou sua apresentação, o único que pareceu não gostar muito foi um cara moreno que não parava de te olhar com cara de babaca...

 

- Era meu chefe... Suspirou derrotada. – Digo, depois do que eu falei pra ele ontem... meu EX chefe...

 

- No começo tinha uma garota que estava a todo custo tentando te arrancar de lá, mas a sua animação era tanta que você a convenceu a encher a cara e dançar junto contigo no balcão... Eu sorri ao me lembrar da cena.

 

- Devia ser a Nessie... Pelo que eu lembrava era esse mesmo o nome da garota.  - Ela me matará por tê-la feito pagar esse mico... Continua, por favor...

 

- Então, depois disso eu entrei no seu embalo e fui bebendo também, posso te dizer que você tem certo dom pra música sua voz é muito bonita, Claire... Ela abaixou a cabeça envergonhada de novo.  Eu me lembrei do nome dela.

 

- Você lembrou o meu nome? Indagou surpresa.

 

- Sim... Sorri, não sei por que, mas fiquei feliz de ter lembrado o nome dela.

 

- Bem, a partir daí eu já não consigo me lembrar de nada mais com clareza... Sei que falei com meu empresário por telefone e... De repente minha expressão mudou completamente.

 

- E o que???? Questionou aflita.

 

- E no auge da minha empolgação, eu acabei te pedindo em casamento...  Putz, eu pedi mesmo uma estranha em casamento. – Essa é a ultima coisa que eu me lembro... Murmurei.

 

Ela ficou paralisada, respirou fundo e começou a se abanar...

 

- Socorro! Ussa... Ussaa..... Começou a meditar esfregando a orelha.

 

- O que é isso? Perguntei curioso.

 

- Você nunca assistiu aquele filme Os Bad Boys? Quando o Will Smith massageia a orelha para se acalmar? Continuei olhando pra ela com um ponto de interrogação na testa.  – Ok! Esquece, vou te contar minha parte...

 

- Estou esperando...

 

- Bom, ontem a tarde eu fui numa cartomante muito doida com a minha amiga, a mulher teve um ziriguidum lá e começou a dizer SIM! Eu achei que ela estava se referindo ao fato de eu me declarar ao meu chefe, cujo sou apaixonada há tanto tempo, mas acho que aquela gorda se enganou porque levei um baita fora dele fiquei revoltada, falei um monte de merda pra ele, enchi a cara e resolvi provar para aquele idiota que se ele não me queria tinha quem quisesse...   Eu não consigo descrever a cara que estava fazendo ao ouvir toda essa história, essa garota era bem mais louca do que eu pensava.  – Depois arrastei minha amiga para cima do balcão comigo e a partir daí a única coisa que eu me lembro, foi que eu virei uma garrafa de vodca na boca e algumas vozes na minha ficaram dizendo SIM...

 

- Cara, você realmente é MALUCA!  Indaguei embasbacado.

 

- Por quê? Encarou-me confusa.

 

- Como você aceita se casar com um cara que nem conhece??

 

- Talvez pelo mesmo motivo que você pediu uma garota que nem conhece em casamento...  Bufou revirando os olhos e cruzando os braços. Além de doida ela era esquentadinha.

 

- Você é sempre assim, essa simpatia? Ironizei.

 

- Você é sempre assim esse idiota?

 

- Bom, ficarmos aqui discutindo não vai resolver nosso problema, querendo ou não, nós estamos casados e precisamos dar um jeito nisso... Levantei-me da cama e comecei a caminhar pensativo pelo quarto.

 

- Mas como, espertão??? Ela ficou de pé na minha frente e apoiou a mão na cintura.

 

- O jeito é recorrer para as pessoas que presenciaram nosso porre e perguntar exatamente o que aconteceu ontem... Sugeri.   - Você liga pra sua amiga e eu ligo para o meu empresário, talvez eles saibam de alguma coisa, daí é só a gente voltar no lugar que nos casamos e pedir o divórcio, simples assim... Sorri satisfeito com minha Inteligência.

 

- Até que não é má idéia, pevertido... Disse a doida pegando o celular dentro de sua bolsa. Deitei na cama novamente, apoiando minhas costas na cabeceira e coloquei meus braços preguiçosamente atrás da nuca. Ela discava o número da amiga e me encarava ao mesmo tempo.

 

- O que foi?

 

- Cara você é muito folgado!

 

- Eu?

 

- Não, minha vó... Será que você poderia ao menos vestir alguma coisa?

 

- Hummm, por quê? Minha presença te incomoda? Brinquei malicioso. – Fala a verdade vai, você quer que eu me vista, porque esta doidinha pra vir deitar aqui comigo de novo e tem medo de não resistir... Provoquei-a propositalmente.

 

- Ai, como você ridículo! Vociferou pegando a calça que estava no chão e tacando em cima de mim. – Eu só não te arremesso pela janela junto com essa calça, porque eu preciso de você vivo para assinar nosso divórcio... A doida até que ficava uma gracinha toda brava.

 

- E ai? Conseguiu falar com sua amiga?

 

- Ainda está chaman... Ah atendeu! Sussurrou pra mim. - Alô? Nessie é você?

 

 

continua.......