POV CLAIRE

Abri meus olhos vagarosamente e senti como se um trator tivesse passado por cima de mim. Cada parte do meu corpo doía muito e minha cabeça parecia que ia explodir de tanta dor. Olhei para o lado e em cima mesinha de cabeceira, o despertador marcava 12:20. Eu não conseguia me lembrar de como havia conseguido parar na minha cama. Tentei me movimentar cuidadosamente e a única coisa que eu sentia era a minha cabeça latejando. Espreguicei-me com dificuldade quando esbarrei em algo do meu outro lado.

- AAAAAAAAAAHHHHHHHH!!!!! Desesperei-me ao ver um homem sem camisa deitado, ao meu lado na cama. – AAAAAAHHHHH SOCORROOOOO, UM TARADOOOOO!!!  Acusei o maníaco que dormia profundamente e pareceu nem se incomodar com os meus berros.

Aflita, estiquei meu braço e alcancei o abajur em cima da mesinha de cabeceira, disposta a quebrar na cabeça do pervertido. Ele lentamente abriu os olhos e se deparou comigo segurando o abajur a poucos centímetros de seu rosto.

- AAAAAAAAHHHHHHH!!! Gritou o maníaco.  – SOCORROOOOOO, UMA ASSASSINAAAAAA!!!! Acusou-me atormentado. Ficamos nos encarando em silêncio, por alguns segundos.

- AAAAAAAHHHH! Berramos simultaneamente.

- Dá pra parar de gritar sua louca? Pediu com a mão na cabeça.  – Minha cabeça está latejando...

- Ah, pronto! Era só o que me faltava, agüentar um tarado querendo dar ordens na MINHA CAMA! Falei inconformada.  – Aliás, eu posso saber quem é você e quem te autorizou a dormir na MINHA CAMA?    Que cara abusado! 

- Calma, uma pergunta de cada vez... Falou massageando as têmporas. – Primeiramente, quem disse que eu estou na SUA cama? Eu apenas acenei na direção do porta-retrato ao seu lado. Ele analisou minha foto, depois observou o quarto todo e me encarou confuso. – Como eu vim parar aqui?

- Hey, essa pergunta é minha, dá licença? Como você veio parar aqui?

- Eu não sei... Respondeu se ajeitando para sentar na cama.  – Eu não consigo me lembrar de nada...  Que maravilha! Eu também não me lembrava de quase nada da noite passada. – Pelo visto nós nos conhecemos no boteco que fui ontem, rolou uma química entre nós e acabamos transando... Disse naturalmente estralando o osso do pescoço.

- O QUÊ VOCÊ DISSE??? POR ACASO ESTÁ ME CHAMANDO DE VAGABUNDA??? Vociferei magoada. – O QUE TE LEVA A PENSAR QUE SOU UMA VACA QUALQUER QUE TRANSA COM UM CARA QUE NEM SABE O NOME, LOGO NA PRIMEIRA VEZ QUE O CONHECE??? Ele me encarou assustado.

- Garota eu não estou pensando nada, apenas estou deduzindo o que aconteceu considerando os fatos...  Justificou-se.  – Afinal, não vejo outra explicação para estarmos seminus, de ressaca e deitados na sua cama.  Ele colocou as duas mãos no rosto e esfregou o olho. Eu olhei para meu corpo e constatei que estava só de calcinha e sutiã.

- AAAAAAAHHH!!! Automaticamente puxei o lençol que estava enrolado em sua cintura, para cobrir minhas partes íntimas. Devo ter sido um pouco bruta, pois, conforme puxei o lençol, o pervertido rolou na cama e se espatifou no chão. – Você ficou maluco? Eu jamais ficaria com um homem CASADO, seu safado!  Acusei-o olhando para a aliança dourada em sua mão esquerda, enquanto ele se levantava do chão, não pude deixar de notar o corpo escultural daquele homem másculo dentro daquela boxer vermelha.

- Aaaaaiiiii sua doida, você me derrubou!  Gemeu me tirando de meus devaneios.  – Já estou aqui todo dolorido e você me estrupia ainda mais? E outra, da onde você tirou essa idéia que eu sou CASADO? Perguntou indignado. – Eu era noivo, mas felizmente me livrei dessa a tempo de me casar... Suspirou pesaroso.  -  Já você, coitado do CORNO do seu marido...

- Hã? Meu marido? Comeu merda?  Perguntei confusa.

- Ué essa aliança de compromisso ai no seu dedo anelar esquerdo é o que? Não me parece um anel comum...  Subitamente ergui minha mão esquerda e me deparei com algo que eu tinha certeza absoluta que não estava lá até ontem à noite.

- OH-MEU-DEUS! Foi só o que consegui expressar antes de tudo ficar preto na minha frente.

continua....