Um Amor Invertido escrita por kelzinha, marinaflima


Capítulo 12
Que dia!


Notas iniciais do capítulo

Cara, essa história ta ficando cada vez mais maluuucaa!!!!!!!!!

Ok, esse cap demorou mais do que o previsto, maaaaaaaas, pra compensar ele esta enormeeeee. E tem ate uma NC de leve... Bom nao esta nada pesada, entao da pra todo mundo ler tranquilamente.

Aconselho que vcs deem uma rapida revisada no cap anterior para conseguir entender esse melhor!!

beijos da Quel e da Mari!!!



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POV DE NESSIE

 

             Nossa... Minha tia Alice realmente havia conseguido sugar todas as minhas energias no shopping. Como pode um ser tão pequeno ter tanto fôlego para entrar em todas as lojas e experimentar tudo o que vê pela frente? Eu estava exausta, para não dizer acabada! Mas pior que eu deveria estar a Claire. Dessa vez ela definitivamente, tinha se metido numa grande enrascada. Pelo menos o Quil parecia ser um cara legal, maluco, mas legal e tão azarado quanto ela. Nesse ponto eu tenho sorte por não ser uma sentimentalista idiota, assim, jamais correria o risco de dormir e acordar casada com um desconhecido maluco, nem no ápice da minha pior bebedeira.

 

             Romantismo é coisa para os fracos, eu queria dar um prêmio para a pessoa que inventou a palavrinha mágica “FICAR”. Esse verbo em conjunto com a expressão “SEM COMPROMISSO” então, era melhor ainda. E eu não me considero uma pessoa fria e sem coração por pensar dessa forma, como muitas vezes já fui julgada pelos meus “casos passageiros”. Eu nunca pedi para nenhum deles se apaixonarem por mim, pelo contrário, sempre deixei claro que o mais importante era aproveitarmos a vida da melhor maneira possível. Qual é o imbecil que não consegue traduzir isso como SOLTEIRA?

 

             Essa maratona de compras com a tia Alice havia me deixado faminta, como eu estava de férias no trabalho e sem um pingo de vontade de sujar a cozinha para ter que lavar a louça depois, eu tive a brilhante idéia de comer na casa da Claire. Ah, qual é? Depois do incidente com o Seth ela ficou desempregada mesmo, não ia reclamar de lavar umas loucinhas. Amiga é para essas coisas!

 

             Peguei minha bolsa e rumei em direção ao apartamento de minha amiga, será que ela já tinha conseguido resolver a questão do seu casamento com aquele bonitão maluco? Eu no lugar dela iria aproveitar para tirar uma casquinha daquela delicia, aliás, foi exatamente isso que eu sugeri que ela fizesse antes de eu ir embora hoje de manhã, mas, eu tinha a certeza que do jeito que a Claire era lerda, não tinha entendido o recado. Fala sério, ela já tinha feito a merda de se casar mesmo, qual o problema em tirar proveito da lua de mel? O noivo pelo menos não era de ser jogar fora...

 

             Logo que cheguei ao prédio da Claire, assim que Paul, o porteiro, me viu estampou um largo sorriso no rosto que ia de orelha a orelha, denunciando a ridícula queda que ele tinha por mim. Ele até que era um moreno bonito, pena que era dono de uma tremenda cara de babaca. Eu sempre falei isso para a Claire, ela não concordava nem discordava, apenas dizia: “Coitado Nessie, você não tem jeito!” e ria. Claro que isso significava que ela concordava comigo, mas era boazinha demais para admitir. Era complicado, bastava eu olhar para a cara do Paul que em meus pensamentos eu já suspirava “BABACA”.

 

- Boa tarde Dona Renesmee, veio visitar a Senhorita Claire?  Perguntou empolgado.

 

- Não Paul, eu vim aqui só para ver você...  Respondi revirando os olhos. Eu odiava perguntas idiotas.

 

- É sério?  Indagou-o, alargando mais o sorriso. Depois a Claire não quer que eu o chame de babaca.

 

- Paul olha pra mim...  Arqueei minha sobrancelha direita, enquanto ele me olhava.  - Eu estou com cara de que vim aqui pra te ver? Eu por acaso, alguma vez, já vim até aqui só pra te ver?  Ele imediatamente murchou o sorriso.

 

- Não...

 

- Garoto esperto, agora avise a Claire que eu estou subindo...   Ordenei a caminho do elevador.

 

- Er... Dona Renesmee, a senhorita Claire não está...  Automaticamente, estagnei no lugar franzindo o cenho, confusa.

 

- Não está?

 

- Não.    Fiquei esperando ele me dizer mais alguma coisa, mas, apenas ficou me encarando com aquela cara que todos conhecem.

 

- E você por acaso, sabe para onde ela foi?  

 

- Não, eu a vi saindo com aquele rapaz que ela chegou hoje pela madrugada...   Respondeu por fim.

 

- Ah sei, o marido dela.   Murmurei para mim mesma.

 

- Hã... Quem???   Paul encarou-me espantado. Claro que ele deveria estar assustado, até ontem a Claire era solteira e mal pegava alguém, hoje ele escuta que ela estava casada com um cara que nunca apareceu por aqui? Eu como não estava com a mínima paciência de explicar, tratei logo de encerrar o assunto.

 

- Nada Paulzinho, é muita informação pra você conseguir entender agora... Quando ela chegar apenas peça para me ligar, ok? Quem me viu mentiu, pois a Renesminha partiu, FUI!  Virei às costas e saí andando antes dele falar alguma coisa, deixando-o novamente com aquela típica cara de ba... OH.MEU.DEUS! 

 

             E foi naquele exato momento que eu perdi completamente o rumo e o senso de raciocínio. Eu sei que estava prestes a atravessar a rua quando o vi. Alguém poderia me dizer de qual açougue havia saído aquele filé? Ok, essa comparação foi realmente péssima, mas na verdade, eu só tinha uma pergunta em mente: Quem era aquele homem?

 

             Moreno, pele cor de jambo, alto, musculoso... Er... Eu disse musculoso? Eu quis dizer muuuuito musculoso. Um verdadeiro Deus Grego. Senti meu corpo formigar e minhas pernas bambearem de uma maneira que nunca havia acontecido antes.

 

             O homem estava olhando para cima, parecia procurar por alguma coisa, eu sabia que ele era turista, pois nunca havia o visto rondando pela cidade antes. Eu precisava arranjar um jeito de falar com ele, ou melhor, de “FICAR” com ele.  

 

             Renesmee Cullen chegou à hora de você entrar em ação!  Eu era muito boa com flertes, sempre fui acostumada a conquistar meus alvos, mas dessa vez, eu estava estranhamente nervosa. Com a rapidez de uma raposa, bolei um plano tático na minha cabeça.

 

             Eu iria andar na direção oposta a ele e “sem querer” fazer com que nos esbarrássemos acidentalmente. Depois, era só começar aquele “blá blá blá” chato de sempre para, enfim, nos beijarmos e eu desaparecer da vida dele antes que o infeliz pensasse que o nosso caso sem importância, seria o inicio de um relacionamento sério. Um ato simples e infalível, acho que já fiquei com uns 8 carinhas dessa forma. Respirei fundo e rumei decidida para o outro lado da rua. Seria fácil esbarrar com ele, já que ele estava bem distraído olhando para cima, procurando por sei lá o que.

 

             Assim como planejado, dei alguns passos largos na direção oposta do “Sr Músculo” e Plaft! Nós nos trombamos. O que eu não esperava era que o cara fosse tão forte e duro a ponto de fazer com que a pancada me derrubasse que nem um saco de merda, de joelhos, no chão. Pronto, agora era só eu aproveitar que estava de joelhos e rezar bastante para ter a coragem de olhar para cima e encará-lo depois disso. Que mico, meu Deus! Que vergonha!

 

- Bosta!    Bufei irritada.

 

- Caiu?  Perguntou ele estendendo a mão para me ajudar.

 

- Não, estou limpando o chão... Murmurei automaticamente, ainda olhando para baixo. Eu precisava aprender a controlar esse instinto de não aturar perguntas idiotas.

 

- O que disse?   Por sorte, ele não havia ouvido minha respostinha mal criada.

 

- Er... Desculpe, não vi você...   Apoiei-me em sua mão estendida para conseguir me levantar, eu ainda estava treinando como fazer para encará-lo.

 

- Eu é que peço desculpas, eu estava distraído procurando por um apart... Foi nesse momento que os nossos olhares se cruzaram pela primeira vez.

 

 

Para ficar mais legal

Leia ouvindo: http://www.youtube.com/watch?v=aFoQdZxf6qs&feature=related 

 

 

Ele ficou mudo de repente e eu também não sabia se ainda tinha voz. Ainda de mãos dadas, ficamos nos encarando em silêncio por alguns segundos, totalmente hipnotizados um pelo outro. Sem nenhum tipo de explicação ou conversa, nossas bocas como se puxadas por um imã, foram se aproximando até encerrar completamente a distância que havia entre nós. Nossas línguas passavam com urgência uma na outra, as minhas pernas ficaram completamente tremulas, denunciando quão excitada eu estava ficando com aquela situação inédita na minha vida.

 

Eu não sabia nada daquele cara, nem nome, nem telefone, nem endereço, nada! Mas também não me importava, eu acho... OMG! Essa foi à única vez que eu me vi interessada em saber o nome do homem que eu estava ficando. Eu iria perguntar, mas não agora. Eu não queria quebrar esse delicioso beijo que estávamos trocando de uma maneira desigual.  Foi o alvo mais rápido que eu já tinha conseguido conquistar e o mais gostoso também.

 

Eu não queria parar, eu não tinha a intenção de parar, foda-se que eu estava me atracando com aquele desconhecido no meio da rua. Ele também pareceu se esquecer desse detalhe, nós só caímos um pouco na realidade quando um rapaz que passou pela gente nos mandou para um motel. 

 

Depois de um bom tempo, finalmente, paramos com o beijo para podermos respirar. Ambos estávamos ofegantes e dominados por um silêncio absoluto. Ainda sem trocarmos uma só palavra, ele simplesmente puxou minha mão conduzindo-me para uma rua pouco movimentada que havia próximo dali. Eu não protestei, também não poderia, eu estava em transe e completamente vulnerável ao desejo por aquele desconhecido. Eu sabia que aquela rua tinha um beco sem saída, eu já havia ficado com outro cara ali depois de uma festa.

 

Quando estávamos a uma distância segura e isolada, das outras pessoas, ele me abraçou fortemente encarando-me novamente. Eu nunca tinha visto alguém com um olhar tão intenso. Que olhos meu Deus! Que boca! E que... membro? Senti a excitação daquele homem um pouco abaixo do meu abdômen quando ele me puxou para junto de si novamente. E com um leve sorriso que foi retribuído por mim, afundamos nossas bocas mais uma vez num caloroso e delicioso beijo.

 

Sem platéia, ou ninguém para encher o saco, eu acabei fazendo algo que eu sabia muito bem que era o sinal verde para minha perdição: Acariciei a elevação por cima da calça dele. Imediatamente, o rapaz entendeu o recado e fez o mesmo comigo, só que com um pouco mais de ousadia, enfiando a mão por dentro do meu jeans até encontrar o meu clitóris. Ele era rápido e o principal, tinha A PEGADA! Eu nem preciso dizer que àquela altura, eu estava completamente molhada. Eu tinha ficado com vários homens na minha vida, mas a ponto de chegarmos aos “finalmente” eu poderia contar nos dedos de uma só mão. Eu nunca havia feito isso dessa forma e por mais que a minha cabeça estivesse explodindo com a frase “Renesmee você esta agindo como uma vagabunda!” eu não conseguia parar, eu não queria parar.

 

Deixei a luxúria falar mais alto, eu provavelmente, nunca mais veria aquele homem na minha vida, ainda mais porque ele não era da cidade, seria fácil, eu não teria que me explicar depois, ou me preocupar com o julgamento dele sobre mim. Era isso... E daí que eu estava sendo um pouco “perva” com esse cara? Ele jamais saberia quem eu sou mesmo, quem provaria que eu transei com um homem que eu nunca vi na vida, no meio da rua? Sem testemunhas, não há crime, certo? E foi com esse pensamento que eu dissipei todas as incertezas a respeito da minha moral e me entreguei completamente às carícias daquele delicioso estranho.

 

Ele era bem experiente, sabia exatamente como levar uma mulher a loucura. Era como se a gente se conhecesse há anos, uma química inexplicável, embora a posição em que estávamos não fosse a mais confortável (de pé enlaçada em sua cintura), meu sexo se encaixava perfeitamente no dele, o mais difícil era ter que conter meus gemidos, eu queria gritar alto de tanto prazer. Notei que ele também estava se esforçando para não gemer, senão poderíamos ser pegos por alguém.  Ao final de tudo, nossos corpos estavam suados e cansados pelo esforço físico rápido, mais intenso. Nossa respiração estava ofegante e o meu coração parecia querer saltar pela boca. Essa foi sem dúvidas, à melhor “rapidinha” da minha vida.

 

Depois que o desejo já havia me consumido inteiramente, me veio à dura realidade... PUTA QUE PARIU! Eu transei com um estranho no meio da rua! Como eu deixei isso acontecer? Eu só queria dar uns beijos nesse cara, mais nada. De repente, vim parar aqui nesse beco deserto, com minha calça e calcinha arriada aos meus pés. Eu não podia nem usar a desculpa da Claire e dizer que estava bêbada e não lembrava como tudo tinha acontecido. Não, ao contrário, eu estava completamente sã e saberia contar cada detalhe do ocorrido.

 

Era a primeira vez também, que eu não tive pressa de me trocar para ir embora, eu acho que poderia ficar ali abraçada daquele jeito com ele por semanas sem me mexer, mas eu não podia, infelizmente, eu teria que criar coragem para desenterrar meu rosto do pescoço dele e enfrentá-lo, por mais vergonha que eu estivesse tendo de mim mesma. Por mais que eu tivesse a certeza de que ele devia estar me considerando à maior prostituta que ele já conheceu na vida. Não adiantaria nada eu lhe explicar que eu não era nenhuma santa, mas também, não era uma completa vaca. A opinião dele ao meu respeito já estava formada, eu só precisava agora criar coragem para ir embora e nunca mais vê-lo.

 

Lentamente fui me afastando de seu ombro até que consegui ficar de frente pra ele.

 

- UAU... Ele suspirou por fim, com um sorriso satisfeito nos lábios.  – Cara, isso foi muito...

 

- Foda...  Sussurrei ao completar a sua frase.  Eu estava pensando a mesma coisa.

 

- Era exatamente o que eu ia dizer...  Indagou-o, sorrindo.

 

- Isso nunca me aconteceu antes...  Falamos ao mesmo tempo.  – Er... digo... Não desse jeito.   Novamente falamos juntos. Foi inevitável cairmos na gargalhada com a coincidência nas falas. – Qual é o seu nome?  Perguntamos simultaneamente. Ficamos nos encarando profundamente por alguns segundos... – Bem, não importa!  Dissemos por fim.

 

Eu já estava completamente assustada com tudo aquilo. Como pode duas pessoas falar tantas coisas ao mesmo tempo? Eu precisava sair dali imediatamente, antes que eu realmente ficasse maluca.  Eu nunca fiquei tão nervosa depois de ficar com alguém, meu estomago estava revirado e uma sensação estranha brotou dentro de mim. Merda Renesmee! O que esta acontecendo com você? Você sempre teve o controle de tudo e agora esta parecendo uma adolescente idiota. Vesti minha calça, em seguida, peguei minha bolsa caída no chão e me preparei para sumir dali o mais rápido possível. Notei que ele permaneceu parado me observando de um jeito esquisito o tempo todo.

 

- Aonde você vai, gata?  Questionou segurando meu braço.

 

- Desculpe-me, mas eu tenho que ir...  Menti descaradamente, desvencilhando-me de seu aperto.

 

- Ei... Espere!    Gritou ele, no momento que eu virei às costas e sai correndo.  Eu apenas girei meu rosto para encará-lo pela ultima vez e abri um sorriso, antes de deixá-lo para trás me observando enquanto eu desaparecia pela rua principal de Bronxville.

 

Cheguei ao meu apartamento completamente atordoada e morrendo de fome, pois, no final das contas, eu não tinha comido nada nem na casa da Claire e nem na rua. Eu seria obrigada a sujar a minha cozinha de qualquer forma. Aliás, eu deveria ter feito isso desde o inicio, pois, se eu tivesse feito minha própria comida, eu não precisaria ter ido até casa da Claire. E se eu não tivesse ido até a casa da Claire, eu não teria trombado aquele homem na rua. E se eu não tivesse trombado aquele homem na rua, eu não estaria nesse estado que me encontro agora.

 

Involuntariamente, as imagens daquele homem não saiam da minha cabeça, eu devia ter deixado ele me dizer qual era o nome dele... Droga! Eu precisava urgente de um bom banho. Corri para o chuveiro e deixei que a água caísse por cima de mim por nem sei quanto tempo. Eu estava a todo custo tentando esfriar a cabeça, mas, quanto mais eu tentava esquecê-lo, mais os meus pensamentos se voltavam para ELE. Merda!  Eu precisava contar essa tragédia para a Claire, talvez ela pudesse me ajudar com o fato de eu estar completamente enlouquecida.

 

Sai do chuveiro, amarrei a toalha em volta do meu busto e peguei meu celular. Eu tinha que falar com a Claire. Disquei o numero dela e ansiosa, fiquei esperando ela atender. Chamou uma, duas, três, quatro vezes e nada, apenas caiu na caixa postal. A cada segundo eu ficava mais agoniada, tentei novamente, uma hora ela ia atender. Eu acho que já tinha feito umas cinco tentativas, estava prestes a desistir quando ela finalmente atendeu.

 

- Alô?

 

- ALELUIA! Não atende mais o celular não Claire?   Vociferei irritada.

  

- Ah, eu? Estou ótima Nessie, obrigada por perguntar! Muito sensível da sua parte.     Eu estava sem a menor paciência para o “momento ironia” da Claire. O assunto que eu precisava falar com ela era muito mais importante.

 

- Corta essa Claire, eu preciso te contar uma coisa muito importante, é uma coisa horrível que aconteceu comigo! Eu pensei que nunca fosse acontecer mas...

 

- Ah você não sabe, apareceu uma menina aqui, lindinha me pedindo um CD da Lady Gaga. O DEMÔNIO me fez correr a loja inteira atrás dela.   E não é que a filha puta da minha amiga, tinha me interrompido pra falar uma merda dessas? Eu lá queria saber de porra de menininha pedindo Cd da Lady Gaga...

 

- Claire, é sério, preciso te contar. Eu...   

 

- Nessie, eu te ligo depois tá? Tchau amiga.  A infeliz desligou o celular antes mesmo de eu conseguir dizer alguma coisa.

 

Nota mental: Matar a Claire lenta e dolorosamente assim que eu a vir.

 

Depois de eu ter ficado com a maior cara de otária segurando o telefone na orelha, decidi finalmente ir até a cozinha preparar algo para eu comer. Pensando por alguns segundos me dei conta de uma coisa, que raio de loja era aquela que a Claire estava quando falei com ela ao telefone?

 

Bom, depois eu descubro isso... Agora o melhor que eu tenho a fazer é comer e talvez tentar dormir um pouco, a fim de esquecer toda a loucura que ocorreu na minha vida hoje à tarde.

 

 

POV CLAIRE

 

Nunca fui boa em dar conselhos e muito menos em ouvi-los. Lembro-me bem de quando meus pais estavam prestes a se separar, eu devia ter meus sete ou oito anos. E em uma das rotineiras discussões de relação que presenciei, minha mãe me disse uma coisa muito importante, uma coisa que eu deveria ter levado a sério. Agora que sei, devo dizer ao maior número de mulheres que eu puder: NÃO SE CASE! Tudo bem que eu nem me lembro do meu próprio casamento e conheci meu marido no dia do matrimônio, mas ainda sim é uma combinação explosiva e mortal. 

 

Sério, se alguém lhe pedir em casamento, ainda mais se for um bêbado encantador e desconhecido, fuja o mais rápido que puder. Por mais que ele seja lindo, tenha um abdômen bem definido, uma simpatia de arrancar suspiros e você estiver mais bêbada que a Britney Spears em uma de suas crises existenciais, FUJA enquanto é tempo! Por quê? Simples, tem várias possibilidades: ele pode ser um serial killer, pode ser um traficante de órgãos, um contrabandista de churrasco para tribos canibais, ou um cara que tem uma ex-namorada vaca e vingativa – MEU CASO. Aí, você poderá acabar como eu, numa cadeia imunda ao lado do seu querido e amado marido e mais meia dúzia de psicopatas.

 

- Claire você é louca? Onde já se viu voar em cima de um policial?   – Eu não estava nem um pouco a fim de discutir o meu surto de orgulho agora, mas, eu tinha a absoluta certeza de que o Quil não iria perder a chance de jogar na minha cara que eu tenho um parafuso a menos. 

 

- Dá um tempo Quil, estou com dor de cabeça... Revirei os olhos e fiz um sinal com a mão para que ele parasse de falar.

 

- Dor de cabeça? Eu é que deveria estar com dor de cabeça, se não fosse por SUA causa nós não estaríamos aqui!       Acusou-me irritado. Como é? Ele que faz a merda e agora quer que eu limpe? Ele perdeu a noção do perigo, com toda a certeza...

 

- Olha aqui, pelo menos não fui eu que disse em voz alta que os policiais são um bando de CAGÕES, idiota! - gritei fazendo os outros presos olharem em nossa direção.

 

- Ah tá, falou a GLADIADORA... - rebateu debochado.   - Ou por algum acaso você estava brincando de upa-upa cavalinho com o segurança da loja?

 

- Ele me chamou de mentirosa, tarada e sem-teto! Eu não podia deixar isso barato... – Olhei para as minhas unhas a fim de disfarçar o meu constrangimento e percebi que as cutículas estavam enormes. Cruzes! Há quanto tempo eu não vou à manicure? 

 

- Ok Claire, muito bom! E a maneira mais inteligente que você arrumou para resolver o problema, foi conversar amigavelmente com o segurança montando nas costas dele? Faça-me o favor...

 

- Eu sei me cuidar sozinha, está legal? Aliás, não fui eu que banquei o SUPER HERÓI. – Quil abriu e fechou a boca, inconformado.

 

- Claire, como você é sem noção...    Disse ele balançando a cabeça negativamente.  - Você poderia ter morrido esmagada, garota!

 

- Aaahhhh, então é isso que você pensa de mim? Que eu sou uma completa SEM NOÇÃO?   - Senti como se tivessem me apunhalado pelas costas... Tudo bem, eu posso ter exagerado um pouco. Mas eu não imaginava essas palavras vindas do Quil, eu fiquei realmente chateada.

 

- Será que o casalzinho aí poderia calar a boca? Estou tentando dormir...  Murmurou um dos caras que dividiam a cela com a gente.  Ele estava deitado em um dos colchões imundos daquele lugar. Deus me livre deitar minha cabecinha num colchão desses. O Quil e eu nos encaramos e resolvemos abaixar o tom da voz.

 

- Não é isso que eu estou falando...  Sussurrou ele, justificando-se.

 

- Vai começar a se desmentir agora Quil? – Cochichei rude, cruzando meus braços emburrada.

 

- Claire, acontece que você está distorcendo tudo o que eu falo! - respondeu aumentando o tom de voz novamente.  - Eu por algum motivo insano que não sei explicar, simplesmente me importo com você e não queria que saísse machucada de lá...

 

Confesso que me sensibilizei com a revelação, mas ele estava querendo desviar o foco da conversa. Os homens sempre fazem isso, é um tipo de técnica anti-DR. Ele me achava uma sem- noção e era isso o que mais importava no momento.

 

 - Eu não distorci nada, o que você entende por “Claire, como você é sem noção.” – falei engrossando a voz imitando-o. – Eu apenas repeti suas palavras em relação ao que você pensa de mim! Ou vai ter coragem de falar que não foi exatamente o que você quis dizer? 

 

- Ah não... Discussão de Relação AQUI?  Um senhor de terno e gravata sujos se levantou do nosso lado trançando as pernas. – EU FUI PRESO POR ENGANO, SERÁ QUE ALGUÉM PODERIA ME TIRAR DAQUI?  Berrou o bêbado se pendurando na grade da cela. O cheiro de cachaça que exalava dele era horrível, quase me fez vomitar. Só de pensar a quanto tempo ele esta aqui sem tomar banho... Argh... Nojento!

 

 

- SSSHHHHIIIIIIIIIUUUU...  Vociferou aquele cara de antes, colocando um travesseiro na cabeça para cobrir seus ouvidos. Nós apenas o ignoramos e continuamos com a nossa discussão.

 

- Não foi isso que eu quis dizer Claire, você me interpretou mal...  

 

- RÁ, RÁ, RÁ! Nunca fui boa em interpretação de texto mesmo... Quanto mais literal melhor, e você foi bem claro ao dizer o que pensa de mim Quil!   Berrei apontando meu dedo na cara dele.  Ah, quem nunca fez um drama na vida? E, além disso, ele ainda não tinha me pedido desculpas.

 

- DELEGADO, PELO AMOR DE DEUS, TIRA O CASAL DO ANO DAQUI! – implorou o bêbado maltrapilho se sentado no chão da cela.

 

- Ninguém falou com você Lionel Richie depois da gripe. – retrucou Quil nervoso. Não pude evitar, comecei a gargalhar descontroladamente, fazendo todos olharem para mim com um ponto de interrogação estampado na testa.

 

- Falou o Michael Jackson dos pobres! – debochei entre gargalhadas relembrando o episódio que a Nessie nos contou da noite passada. – Sabia que ele é o cover do Michael nas horas vagas pessoal??? Dança aí Quil! Who’s BAD? Who’s BAD?  - gesticulei com as mãos para cima.  Para a minha total surpresa uns três presos gargalharam junto comigo, deixando o Quil ainda mais envergonhado. 

 

- Claire, fica quietinha para eu continuar gostando de você vai?  Ponderou ironicamente.

 

- O QUÊ??? VOCÊ POR ACASO ESTÁ ME MANDANDO CALAR A BOCA? QUEM VOCÊ PENSA QUE É PARA ME MANDAR CALAR A PORCARIA DA MINHA BOCA?  Berrei indignada.

 

- Claire, pare de escândalo...   Sussurrou Quil olhando ao redor, constrangido.

 

- HÁ, AGORA EU SOU A BARRAQUEIRA ESCANDALOSA?  Coloquei minhas mãos na cintura e fiquei batendo o pé impacientemente. Não sei o que estava acontecendo comigo ultimamente, mas desde que eu dei aquele piti com o Seth que eu conseguia mais controlar minha raiva.

 

- CALA A BOCA PORRA! EU JÁ FALEI QUE EU QUERO DORMIR, SE EU PRECISAR FALAR MAIS UMA VEZ EU ACABO COM A VIDA DE VOCÊS!   Esbravejou novamente aquele homem que estava deitado com o travesseiro na cabeça. 

 

- Não se mete que a conversa não chegou o chiqueiro, seu porco imun...

 

-Shhiiii...   Interrompeu-me Quil tapando a minha boca, com os olhos esbugalhados.  – Será que você ainda não se ligou que nós estamos numa cadeia, sua maluca? Só Deus sabe o que esses caras fizeram para estarem aqui! E com certeza, não deve ter sido por tentar roubar um DVD pornô no Music Palace...  Concluiu reprimindo um sorriso zombeteiro.

 

- Eu não roubei nada! Eu já falei que foi aquela biscate da sua...     Eu estava prestes a concluir minha frase quando notei o semblante de Quil ficar sério, cortando meu coração. Que ótimo! Acabei de tocar na sua ferida.   – Hã... Ok me desculpe!     Murmurei a contra gosto, afinal, ele que deveria estar me pedindo desculpas e não o contrário.   - Eu não quis te ofender e nem fazê-lo se lembrar dela...

 

- Sem problemas, eu vou ter que me acostumar com isso um dia... Suspirou pesaroso.  – Eu também lhe peço desculpas por minha grosseria, é que muitas coisas aconteceram na minha vida nos últimos 2 dias e eu acho que estou surtando...  Disse ele segurando a minha mão.

 

- Nem me fale, minha vida virou um hospício... Brinquei forçando um sorriso torto.   - Você ainda gosta bastante dela não é mesmo?

 

- Como?

 

- Da sua ex, eu percebi como você ficou nervoso perto dela hoje à tarde...

 

- Infelizmente, existem coisas que a gente não consegue apagar da noite para o dia... Ele desviou o olhar para o lado.  - Por mais que a gente tente...

 

- Eu sei bem como é isso, mas eu tenho certeza que você irá encontrar uma pessoa muito especial para completar sua vida e lhe fazer feliz, apesar de tudo você é um cara legal Quil...   Eu fui mais sincera do que eu esperava com essas palavras.

 

- Obrigado Claire, mas no momento eu não posso fazer isso... 

 

- Por que está preso?   Questionei confusa.

 

- Não... Porque eu já sou um homem casado...   Brincou ele sorrindo, fazendo-me sorrir também. Nós nos encaramos por um segundo e involuntariamente nossos corpos foram se aproximando deixando nossos lábios cada vez mais perto um do outro...

 

- HEEEYY, OS DOIS POMBINHOS ARRUACEIROS AÍ DO CANTO, PODEM SAIR FORA!  JÁ PAGARAM A FIANÇA DE VOCÊS...  Berrou um policial ao abrir o portão da nossa cela.  Não preciso nem mencionar o susto que levamos com a voz do policial, fazendo com que nos afastássemos abruptamente.

 

- Hã... er...bem... Acho que o Jacob chegou...    Disse ele sem graça.

 

- Que bom, então vamos?  Respondi mais sem graça ainda.  Nós saímos da prisão e demos de cara com um Jacob estranhamente sorridente na porta da delegacia...

 

 

Continua...

...

...


 


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Notas finais do capítulo

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