Casada com Edward Cullen II escrita por Catiele Oliveira


Capítulo 32
Capítulo 31




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Capítulo 31

Pov Edward.

 

Eu estava voltando ao tempo. Parecia que eu tinha novamente um mês casado com essa mulher e estava chegando do trabalho cansado e encontrando uma surpresa que ela havia feito para nós comemorarmos. E eu que pensava que ela não poderia mais nos surpreender.

Era exatamente o que eu estava pensando agora. Passei uma semana angustiado achando que ela havia esquecido meu aniversário e agora... Estou aqui.

Quando meu carro adentrou a rua antiga que eu vivi a vida toda, meu coração apertou em meu peito de uma forma muito estranha. Entrar nesta casa de novo... Era uma sensação de desconforto e insegurança, eu tinha medo. Mas ela estando comigo fazia eu me sentir seguro, as lembranças que eu vivi aqui vieram todas com força total. Lembrei-me de Fenrir, meu cachorro que eu matei em um dos meus aniversários. Lembrei também de todas as garotas estupidas que eu trouxe para cá, de todas as festas que eu passei entorpecido por tantas drogas diferente. De todos os amigos estranhos que eu tive em uma fase tão obscura. E claro, lembrei-me da minha última briga com mus pais... Antes da morte deles.

Quando me casei com Isabella, quis enterrar meu passado de uma vez, mas parecia que toda hora alguém estava disposto a trazê-lo à tona. Trazendo minhas companhias de quase quinze anos atrás, me fazendo lembrar-me do monstro que eu costumava ser e que eu tentava a cada segundo esquecer.

Depois de perder Bella de vista e entrar e uma avalanche de cumprimentos e assuntos sobre recordações do passado, me senti mais confortável quando finalmente encontrei um rosto realmente amigo. Jasper estava ali, mas foi só quando Esme se aproximou que eu pedi licença para sair do circulo.

— De quem foi essa ideia? — Perguntei deixando visível minha raiva.

— Da sua adorável esposa, é claro. — Esme usou seu tom mais fingindo tentando me abraçar.

— Não minta, tia. Isabella pode até ter tido a ideia da festa, mas aqui? Isso é coisa sua.

— Essa é a sua casa, menino. — Murmurou ela. — Você não pode abandonar isso. É um patrimônio!

— Como você disse, É A MINHA CASA. Eu faço com ela o que eu quiser.

Os olhos de Esme se estreitaram ao me observar e eu podia sentir o ódio dela, afinal, antes dessa casa ser minha ou do meu pai, havia sido dos pais deles. Mas meu avô decidiu que meu pai seria o dono da casa e o legitimou como seu único herdeiro através de seu testamento.

— Você precisa contar a ela, Edward. Ninguém aguenta viver fingindo a vida inteira ser o que não é. — Direta, ela disse.

Seus olhos fuzilaram o meu e eu só sentia raiva. Senti vontade de tirá-la daqui com minhas próprias mãos, mas segurei o ímpeto por Isabella e pelo seu esforço em me agradar.

— Na próxima vez que você mexer em algo meu sem a minha permissão, eu coloco você na cadeia. Até onde eu sei, você não deveria ter a chave da minha casa.

Acusei e ela assentiu, saindo do meu campo de visão.

De longe vi Rosalie e Alice conversarem com Isabella e lhe entregarem algo, Bella guardou em sua bolsa e olhou para mim em seguida, sorrindo animadamente. Eu sorri de volta.

Esme estava até certa, ninguém merece viver ao lado de uma mentira. Eu teria que contar a Isabella quem eu sou de verdade, sem mais rodeios, sem mais ocultações. Deveria deixar também que ela descobrisse o que eu fiz, que eu a traí com Lauren. Ela merecia saber, por mais doloroso fosse e eu não aguentava mais esconder isso. Por mais que até Alice insinuasse que deveria ser melhor ocultar, eu não aguentava mais encarar minha esposa sabendo que ela dormia achando que estava tudo certo e eu tinha toda a certeza do mundo que estava tudo errado.

— Ei, BOB! Vem aqui. — Até Cindy está na festa.

Sorri de novo para Isabella que assentiu, como quem dissesse “volte para seus amigos” e eu voltei.

— Nós estávamos lembrando do dia em que colocamos fogo na arvore da casa dos Lockwood. — Disse Quil e nós rimos. — Claro que a ideia foi sua Cullen, sua mente sempre a pior para maldades.

— E aquele dia que matamos aula e ficamos chapados na quadra de basquete da escola? Memorável! O Bob era o mentor das piores/melhores ideias. — Disse Cindy.

— Ei cara, suas festas costumavam ser mais animadas. — Murmurou Paul.

— Estou fazendo 31 e não 18, deve ser por isso. — Disse, desconfortável.

Esse não é mais meu mundo. Não quero mais estar com essas pessoas.

— Mas a sua esposa tem quase isso, não é? — Murmurou John. O cara mais idiota que já havia conhecido na minha vida e nem imaginava o motivo dele ter sido convidado.

 — Você gostava de garotas mais experientes, Edward. — Murmurou Cindy, me cutucando.

— As pessoas mudam. — Fui grosso.

— Ah, isso é verdade. — Jasper interviu.

— Nem todas, eu ainda continuo gostando do bom e velho baseado. — Murmurou Quil.

— Maconha é sempre bom. — Cindy concordou.

— Vocês ainda usam essas porcarias? — Jasper também estava se sentindo um peixe fora d’água. — Meu Deus, essa merda comeu o cérebro de vocês.

Foi então que a música mudou para uma mais animada e eu procurei minha esposa que sorriu para mim. Eu não me despedi daquelas pessoas quando corri de volta para ela, recebendo um longo abraço como recepção.

— Isso ficou bacana. — Eu disse para ela, sobre a festa. — Eu tinha até me esquecido daqui.

— Por que nunca me contou desse lugar? É tão bonito... A casa dos sonhos.

— É uma longa história... — Sussurrei a abraçando.

— Feliz aniversário, meu amor. Eu te amo. Me perdoe por tortura-lo com isso...

Eu ri, ela parecia realmente afetada por isso. A apertei mais eu meu corpo.

— Eu te amo, Bella, para sempre. Você é minha vida.

— Sempre... — Ela concordo me beijando.

Nós dançamos um pouco abraçados e eu beijei a barriga de Isabella antes de voltar a abraça-la.

— Sabe qual lugar e gostaria de conhecer aqui?

— Hm, qual?

— Seu quarto. — Ela disse entusiasmada, eu ri.

— Essa casa tem lugares incríveis e você quer conhecer meu quarto, sério?

Ela assentiu dando uma risada e eu concordei. Saímos da multidão andando contra todos. Eu podia sentir a presença do meu pai e da minha mãe por onde quer que eu olhasse, os olhos verdes e apelativos de minha mãe quando me pedia para não chegar tarde em casa. A voz cruel e desenfreada do meu pai quando ameaçava me deserdar. Suas promessas de me colocar rédeas a todo custo, as coisas que me impuseram para ter minha herança. Todas as escolhas que precisei tomar até aqui... Que me fizeram casar com Bella.

Como fui tolo, um menino que queria viver a vida, resiste a tanto tempo, mas quando finalmente fiz o que deveria ter sido feito desde o inicio, descobri que ficar com Bella foi a melhor coisa que aconteceu em minha vida. Ela sempre foi minha luz no fim do túnel. Mas, também pude perceber que há feridas que nunca se curam. Pude perceber como meus demônios ainda me assolavam dia e noite e a hora da verdade precisava chegar para nós.

Quando eu girei a maçaneta do meu quarto, no segundo andar da mansão Cullen e Bella entrou fechando a porta atrás de si, o silêncio tomou conta de tudo. Senti meu corpo tremer com a adrenalina, enquanto observava minha cama devidamente arrumada. Tudo estava coberto por lençóis brancos. E a poeira estava por todos os lugares.

— Você era mesmo fã do Batman... — Bella murmurou soltando uma risada.

Nas paredes, haviam pôster de diversos filmes. Eu, porém, não respondi ao comentário dela.

— Eu coloquei essa casa somente no seu nome. — Murmurei a encarando, Bella se assustou ao ouvir o que eu disse. — Quando descobri que você estava grávida, eu quis deixar algo realmente bom para vocês.

Eu me sentei na beirada da cama, enquanto ela ainda me olhava surpresa.

— Edward... — Ela não sabia o que dizer, porém.

— Eu nasci e cresci aqui, literalmente. Então eu queria que a Marie crescesse aqui. Com o tempo você pode deixar todo a sua cara, acredito que antes mesmo dela nascer vocês possam se instalar aqui.

— Por que você está falando assim? — Bella me perguntou com uma voz falha.

— Isabela... O que eu vou te contar agora... Preciso que me ouça sem falar nada. — Eu pedi e ela se sentou em uma cadeira ao lado da escrivaninha. — Eu sempre fui uma criança mimada, minha mãe me mimou além da conta. Por isso eu virei o adulto que você conheceu, mas ainda pior... O que eu queria, tinha que ter ou então... Me revoltava.

Bella me olhava atentamente. Eu me sentia um pouco sem ar, então pausei meu monologo para pigarrear antes de continuar.

— No meu aniversário de seis ou sete anos eu matei meu cachorro. Eu queria um novo, mas eu não cuidava nem do que tínhamos e minha mãe havia sido clara que só teríamos outro quando Fenrir se fosse...

— Edward... — Bella balbuciou sem entender.

— Meus pais fingiram que não sabiam como aquilo tinha acontecido, enterraram o cachorro e contaram a história como se fosse um acidente. — Pausei por alguns segundos secando as lágrimas. — Na adolescência fiz escolhas mais terríveis ainda. De drogas a pequenos delitos, nada me detinha. Sempre usei as pessoas ao meu redor como objetivo, desde aos meus pais, até as mulheres com quem eu dormia.

O silêncio continuou, isso me deixou num pior estado possível. Isabella ouvia sem intenção alguma de responder e então eu continuei:

— Pouco antes dos meus pais morrerem, tive uma discussão com eles por causa de Tânia. Eu disse que os queria mortos.

— Já chega... — Bella sibilou, abaixando a cabeça.

— E eles morreram e eu nunca consegui dizer que os amava. — Lágrimas rolaram pelos meus olhos, eu encarei minha esposa, que também chorava. — Eu me arrependo tanto.

— Eu sinto muito. — Ela sussurrou.

— Não sinta, eu não mereço. — Continuei. — Te tratei mal porque eu queria resistir a você, sempre tão boa para mim. Você sempre foi tão superior, você merecia alguém melhor que eu. Eu não deveria ter fugido daquele casamento miserável, mas eu fugi... Por egoísmo, e quando quase morri dentro daquele elevador, só pensei que também morreria sem te dizer o quanto te amava.

— Eu amo você. — Ela sussurrou em um tom quase inaudível, mas me garantindo isso.

— Por sorte você me ama. — Tentei sorrir. — No dia do nosso casamento, o segundo... Foi o segundo melhor dia da minha vida, porque o primeiro foi quando eu descobri que você faria de mim um pai. Eu não tenho palavras para descrever como você me fez feliz durante todo esse tempo...

— Não fique falando como se fossemos acabar.

— Eu menti para você, Bella... Menti esse tempo todo.

— Do que você está falando, Edward? — Ela não parecia surpresa, parecia preocupada.

 — Na noite que e eu dormi fora de casa, eu disse que fiquei no bar, praia e outras coisas... Que eu não lembro, porque são mentiras. Porque mentiras são assim, nós contamos e depois esquecemos.

— Eu ainda não estou entendendo. Você pode ser mais claro, sem rodeios, por favor? — Ela pediu calmamente.

— Eu estava com a Lauren. Nós... Eu... Traí você, Bella. Eu passei aquela noite com a Lauren. — Bella não parecia chocada com o que ela ouvia, arqueou seus olhos levemente, mas não fez menção de que fosse falar nada. Acho que ela esperava uma continuação. Mas eu não suportei continuar encarando-a. — Eu... Preciso que você cuide da nossa filha.

E quando ela continuou sem nenhuma reação, eu deixei o quarto, andando o mais rápido possível. Eu comecei a correr quando ao longe, ouvia os gritos de Bella. Eu não ia conseguir olhá-la de cara e ver toda a dor que eu estava causando a ela, ouvindo seu choro e vendo-a falar sobre divorcio. Então como um  covarde eu corri antes da sentença final.

Tânia conseguiu o que queria. Lauren conseguiu o que queria. Minha vida estava arruinada, graças a mim mesmo. Eu podia novamente ver o fundo do poço no qual eu estive por muito tempo.


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