Casada com Edward Cullen II escrita por Catiele Oliveira


Capítulo 25
Capítulo 24




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Capítulo 24

Pov Bella.

Alice estava me escondendo algo, sabia disso. Eu podia sentir no seu jeito cauteloso de me perguntar se tudo estava bem ou até de recusar um convite qualquer para jantar. Principalmente por me perguntar se eu já estava estável ou poderia sutar a qualquer momento. A resposta era sempre a segunda opção, a fazendo rir disso.

Edward também estava na sua missão esconder algo da esposa. Sua aliança não havia aparecido, nem uma nova fora substituída. O que fazia de nós um casal sem aliança.

Na noite em que eu passei mal, minha mãe me contou o quanto ele estava desesperado após me ver no CTI. Ela disse que ele ficou na sala de espera e se recusou ir a casa colocar uma roupa decente. Eu vi a emoção nos olhos dela enquanto ela dizia que teve que obriga-lo a ir para casa, tomar um banho e se vestir e trazer algo para que eu vestisse quando o médico assinasse minha alta. Desde então eu tento olhar para ele com mais carinho. Apesar de sentir a raiva subir a garganta e meu coração acelerar descontroladamente toda vez que penso nas cartas, na noite em que ele esteve fora e em todas as mentiras que viera dele. Apesar isso, eu estava aberta para diálogos matinais, enquanto recebia duzentas ligações dele durante o dia para checar se eu estava bem. Acompanhados de uma pergunta recorrente durante a semana: você ainda me ama como antes?

Eu vi seus olhos tensos quando eu dei as costas para ele para tomar meu banho. Estava chateada porque as idiotices dele nos afastava dos poucos amigos que tínhamos, mas ele parecia estar animado para compartilhar uma noite comigo.

Eu saí do banheiro, de banho tomado, encontrando-o arrumado. Edward estava com seus cabelos molhados, perfumado. Usava jeans casual e camisa de mangas. Isso significava noite normal para um casal normal: um casal que nunca estava casual. Era sempre ternos caros e vestidos de grifes famosas.

Entrei e saí do closet com um vestido preto e sandálias de salto médio. Ele se sentou, pacientemente, assistindo enquanto eu me vestia rapidamente. Em seguida, olhou com atenção observando-me aplicar um pouco de base e pó-de-arroz. Lápis de olho e rímel estavam sendo indispensável nos últimos dias, já que eles ajudavam a esconder as terríveis olheiras que me perseguiam. Olheiras de preocupação. Eu coloquei um batom discreto e prendi o cabelo em um coque baixo.

Nós deixamos nossa casa após isso. Eu ouvi um muxoxo de aprovação da parte dele, acompanhado de um sorriso esperançoso. Era como se ele pensasse que um jantar faria tudo ser como era antes. O que eu estava tentando me esforçar para ajuda-lo.

Edward decidiu até que ele iria dirigir para tornar tudo mais intimo, dispensando os seguranças do último mês.

— Esme disse que não vamos nos arrepender. Ela foi à semana passada e adorou. — Puxei assunto quando o silêncio se tornou ensurdecedor.

Edward, porém, não queria falar de sua tia. Eu o vi sorrir de lado, naquele seu ar debochado e dei de ombros.

Ele estacionou um tempo depois. O manobrista abriu minha porta, tirando essa oportunidade dele. Segurei a pequena bolsa de mão que eu levava, ajeitando o cardigã nos braços.

Eu vi Edward trocar algumas palavras com o manobrista antes de entregar a chave do Volvo.

— Eu não acredito que você estava fazendo aquilo de novo... — Murmurei discretamente para ele, enquanto sentia suas mãos ampararem minhas costas, enquanto andávamos para a entrada do restaurante.

— Aquilo o quê? — Ele me perguntou se fazendo de bobo.

— Alertando sobre o dinheiro no painel.

Nós entramos no restaurante, o que o fez se livrar de uma resposta imediata. Mas isso não o impediu de rir divertidamente pela minha feição envergonhada.

Era um novo restaurante da cidade com três áreas climáticas. O primeiro me lembrava das cidades de Phoenix, como alguns pubs que eu frequentei na minha última viagem em família – quando meu pai ainda não havia torrado todo nosso dinheiro. Esse andar era mais jovial. Havia música ao vivo e as pessoas, quase todas, estavam rindo e falando em voz alta. Muito barulho.

Eu pensei que Edward fosse simplesmente passar direto pela primeira e seguir para o segundo andar, a qual Esme havia dito que era mais reservado.

— Nós podemos tomar alguma coisa e subir, o que você acha? — Ele perguntou, surpreendendo-me.

Eu assenti com um sorriso, percebendo seu esforço. Ele havia sido do tipo que farreava, mas desde que era um homem casado... Aquilo havia ficado abolido entre nós. Nada mais de noitadas... Era um pouco injusto, se comparado a nossa idade de tudo aquilo que nunca poderei viver graças ao casamento. Mas nada daquilo me fazia falta até então.

Nós nos sentamos no balcão e eu reparei-nos diversos homens atrás dele que preparava todos os tipos de bebida.

— Eu quero aqueles coloridos, Edward! — Soprei para ele, que sorriu para mim.

— John Collins, sem álcool, por favor — Ele pediu ao barman — E uísque. Com gelo.

Eu quase podia bater palminhas como um bebê foca quando minha bebida ficou pronta.

Eu vi Edward franzir seu cenho duas vezes, enquanto encarava alguém sob meus ombros. O suficiente para ele se levantar, pagando nossa bebida e me ajudando a levantar também. Era a hora de subir.

— Nós podemos ficar aqui ou subir. Esme disse algo sobre o terceiro andar? — Ele me perguntou.

Reparei bem o segundo. Era mais calmo, isolamento acústico, o que nos dava uma leve sensação de paz. E também havia poucas pessoas no recinto. Agradável.

— Ela falou algo sobre um cover do Ray Charles. — Eu o olhei, com os olhos brilhando em expectativa.

— Tudo bem, nós podemos ir até lá e conferir se esse cover do Ray Charles consegue ser parecido com o Ray Charles.

— É um cover — Digo a ele, sorrindo um pouco.

Nós subimos mais um par de escadas até o último andar e a minha surpresa é agradável. É como se fosse um longo terraço. O Jazz que toca é agradável, não é como ter 18 anos comprando bebida ilegalmente, mas também não é como ter 50 anos e comendo com seus avós. É como ter entre 25-35 e estar vivendo nos anos 60!

Nós sorrimos animados para o maître que nos abordou.

— Boa noite, sejam bem-vindos. — O homem disse gentilmente.

— Boa noite. — Edward respondeu — Nós podemos ter uma mesa, por favor?

— Mas é claro, senhor. Que tal aquela da ponta? Terão uma vista privilegiada do nosso músico.

Eu sorri em expectativa, aprovando a escolha do mestre.

— Eu pergunto se ele é cego também ou será indelicado? — Edward soprou para mim, fazendo-o olhar assustada.

— Edward! — Censurei. Ele riu — Não ouse.

— Bella...

— Fique a vontade, o atendente de vocês chegará a um minuto. Tenham uma boa noite.

Nós agradecemos com um sorriso quando o funcionário gentil nos deixou.

Nosso garçom apareceu em menos de um minuto nos oferecendo o cardápio.

— Peixe? — Ele me perguntou um segundo depois, mas eu estava mais animada em prestar atenção no Ray Charles.

— E não é que eles se parecem? — Perguntei, Edward assentiu — Veja, ele torce os lábios com Ray Charles.

— Você não é nova demais para ser fã do Ray Charles? — Eu soltei uma risada, encarando meu marido, pronto para ataca-lo com alguma piada maldosa sobre sua idade. Mas seus olhos bonitos me distraíram, fazendo-me suspirar.

— Peixe — Ignorei sua cutucada e voltei-me para o jantar. — Ah, e com certeza essa torta de frutas vermelhas como sobremesa.

— Você ainda nem teve o seu jantar... — Ele sussurrou.

— Eu sei.

Nenhuma outra palavra fora dada enquanto fazíamos nossos pedidos. Edward optou pelo carneiro, enquanto eu ficava com peixe grelhado, acompanhado de uma salada de cogumelos, agrião e azeite virgem.

— Eu gostei daqui. — Edward comentou algum tempo depois, após avaliar o Ray Charles — Contando que aquele Ray Charles de araque não está tocando o piado.

— Ele está. — Eu disse, concentrando-me nos óculos espelhados do homem atrás do piano.

— Bella, acredite, ele não está. Repare nos braços dele. Estão saltando e não se movendo. Ele está agredindo o piano.

— Edward... — Murmurei, reparando no que ele falava. — Talvez ele seja um pouco agressivo,  sim.

— Não amor, ele é uma farsa. Mas ele canta bem, tenho que admitir.

— Você está destruindo minha imagem de estar verdadeiramente no show do Ray Charles. Ainda bem que eu nunca te convidei para ir naquele espetáculo do Michael Jackson no teatro municipal.

— Aquilo? Porcaria... — Edward revirou os olhos, numa risada contagiante — Um insulto ao Michael Jackson, querida.

— Você só pode estar brincando... Aquele cara é genial, Edward...

— Amor, eu me senti num show da Britney Spears. Era playback. Ou ele cantava ou dançava... Desculpe destruir sua imagem do Jackson vivo, outra vez.

— Você é péssimo.

Eu choraminguei, enquanto ele jogava a cabeça para trás e beijava meu ombro nu. A essa altura meu cardigã já estava na cadeira disponível ao meu lado. Eu voltei minha atenção para o meu Ray Charles não tão real agora, vendo-o socar seu piano numa imitação muito ruim de quem estava tocando e ri sozinha. Odiava o fato de ele ser tão detalhista.

Nosso jantar chegou, o que nos fez ficar em silêncio para comermos.

Eu percebi que pela primeira vez, em um mês muito difícil, eu estava me sentindo bem e feliz. Edward parecia muito mais relaxado agora também. Ele havia tomado uma taça de vinho antes de trocar para água, sabendo que iria dirigir. E eu estava tomando soda com limão, observando o movimentar de pessoas, que iriam para uma pequena pista de dança ao lado no nosso Ray-fraude-Charles dançar.

— Você quer? — Ele perguntou, olhando para os casais na pista.

— Dançar? — O encarei.

Eu não era uma boa dançarina e ele sabia disso. Mas estava tudo bem, porque nós não saiamos para dançar e eu não fazia questão nenhuma. Mas ainda assim, esse convite para dançar estava sendo uma surpresa. Assim como a noite toda.

— Nós podemos dançar.

Eu sorri, bebendo um pouco mais da minha soda, antes de limpar a boca com um guardanapo e Edward me ajudar a levantar.

— Nada como pagar mico em casal — Ele brincou comigo, enquanto andávamos para junto dos outros casais, que parecia se divertir com o jazz animado.

Edward segurou em minhas mãos, enquanto eu tentava atacar de dançarina experiente e para minha surpresa, ele era bom naquilo! Era como se ele tivesse vivido nos anos 60/70 e tivesse sido o melhor amigo do Ray Charles. Era como se eles tivessem saído junto e beijado muitas garotas, dançado com todas elas e deixado um bebê em cada uma.

Nós nos abraçamos entre danças e risadas, porque ele era realmente bom  e eu estava pior que a Ray Charles falso fingindo tocar piano.

Edward tentou me incentivar suprimindo seu riso, mas eu desisti quando vi que não tinha jeito nenhum para dançarina dos anos 60.

— Eu sou uma fraude muito maior! — Gritei para ele, deixando que ele me abraçasse e consolasse na pista de dança.

— Não amor, você não é tão ruim assim. — Mentiu ele, beijando minha testa.

— Não? — Eu perguntei.

— Bella, você é ruim, mas não TÃO ruim assim. — Eu ri mais alto,  Edward uniu nossas testas, rindo um pouco mais até que nossos lábios se tocassem, impedindo nosso riso.

O beijo tinha gosto de limão, vinho tinto e frutas vermelhas. Eu deixei que a língua áspera dele tocasse a minha e sorvesse meu gosto, enquanto eu passava meus braços por seus ombros e gemia em seus lábios. Nosso beijo não durou muito, mas foi o suficiente para arrancar aplausos de quem estava perto.

— Para uma péssima dançarina, você é uma ótima beijoqueira. — Brincou ele, fazendo-me rir mais. — Eu amo você Bella, nunca duvide disso.

— Eu sei... — O olhei profundamente — Eu também amo você.

O silêncio após isso foi um pouco estranho. Edward me deu a mão e nós voltamos para nossa mesa, de onde olhávamos os casal que dançavam razoavelmente bem na pista de dança.

— Eu adorei esse lugar... — Confessei para ele, deitada em seu ombro — Deveríamos voltar logo. Jasper e Alice também adorariam.

Nós pedimos a conta quando Edward viu que já estava tarde o bastante e seu dia começaria cedo. E ele também resmungou dizendo que essa hora era a hora da mamãe estar na cama.

Nós descemos em risadas, ainda sobre minha teoria do cover do Ray e do Michael, enquanto Edward detonava ainda mais os profissionais que ganhavam a vida com essas performances.

Eu cochilei um pouco no carro, no caminho para casa, só assim me dando conta do quanto estava cansada. Eu tive ajuda para descer e entrar em casa.  Ajuda até para me trocar e escovar os dentes e capotar na cama, antes mesmo de Edward apagar a luz.


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