Casada com Edward Cullen II escrita por Catiele Oliveira


Capítulo 18
Capítulo 17


Notas iniciais do capítulo

LEIAM AS NOTAS FINAIS!



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Capítulo 17

Pov Bella

— Bella, você está bem? — Foi o que Edward me perguntou assim que entrei em casa.

Seus olhos estavam vermelhos e ele parecia agitado.

— Eu estou; você está? Aconteceu algo?

— Nada... É que ligaram... e — Ele me abraçou, interrompendo o que dizia.

— Edward, está tudo bem?

— Agora está — Disse, apertando-me em seu abraço.

— Ok, então... Eu vou até a cozinha ver como estamos para o jantar. Desculpe a demora, aconteceu tanta coisa...

Eu saí andando e falando, deixando o homem aturdido sozinho. Eu sabia que ele ia começar a falar sobre eu ter demorado em chegar, e como era perigoso andar sozinha e como ele me achava uma invalida porque eu estou gravida. Então só evitei o sermão.

— G, como estamos para o jantar? Estou com tanta fome! — Murmurei assim que entrei na cozinha.

— Tudo certo. Quando a senhora quiser, podemos servir — Eu ri, desviando meus olhos dele e inalando o cheiro de assado na cozinha.

Eu assenti, retornando da cozinha. Edward ainda estava sentado no sofá, um pouco no mundo da lua. Eu queria mesmo perguntar a ele o que estava acontecendo, mas eu não conseguia falar exatamente, porque ele parecia em transe.

— Eu vou tomar um banho — Avisei a ele.

Eu entrei no quarto e procurei pelo celular dele, provavelmente pensando que estaria com ele. Respirei fundo. Sua tensão havia acendido um porto de interrogação imenso.

Ignorei a sensação de que algo não estava certo, por ora. Era a mesma sensação que eu obtive em saber a história de Rosalie e ter me sentido tão mal em cortar Jared. Eu deveria ter dado uma chance a ele e, no entanto, eu o repeli.

Tomei meu banho, pensando nisso. Na dor que ela sentia enquanto falava do seu bebê. Então eu me troquei, ignorando isso, e descendo para encontrar Edward. Ele não estava mais na sala. Procurei pela biblioteca, até acha-lo no escritório. Edward usava o telefone de casa aos berros, e só se interrompeu quando me viu.

— Aconteceu algo? — Perguntei, enquanto ele murmurava outras palavras e desligava.

— O jantar foi servido — Disse, agora calmo — Vamos jantar, meu amor.

Antes que eu pudesse responder, ele tomou meus lábios e beijou-os com força. Depois me puxou gentilmente para andar ao lado dele, rumo à sala de jantar.

LIVRO DE JARED

Declarações

Isabella já era uma fixação para mim. Minha obsessão. Meu ponto de controle e o inicio da insanidade. Aquela pessoa que te faz respirar e a mesma que te tira o folego. Tudo aquilo que você sonha ter e não pode ter. Tudo aquilo que eu tinha e eu perdi. Ela representava o final das minhas lamentações e o inicio de outras dores. E eu já estava em descontrole por não tê-la.

1) Ela é casada. Isso já o suficiente para ela jamais ser minha.

2) Ela não me queria, e isso era de alguma forma, excitante.

3) Ela não é a Mandy. Por mais que eu feche meus olhos, sei que isso jamais funcionará, porque elas não são a mesma pessoa.

4) Ela vai ter um bebê! Quanto a isso... Sem argumentos.

O último quesito era o mais importante. Deixava bem claro que eu deveria me afastar de vez de Bella, ficar bem longe e não manter contato. Céus, eu mesmo sei que era doloroso suficiente ver sua barriga crescendo, vê-la feliz e ver aquele babaca do Edward feliz. Isso era mais que injusto.

Por que coisas ruins acontecem com pessoas boas? Porque era isso que eu sempre me julguei a ser. Um cara bom... Eu não era um cara ruim, ao menos não me considerava um.

No dia que eu soube da existência de Isabella, meu coração bateu tão forte, tão forte, que eu achei que fosse ter um ataque cardíaco. Eu já estava em luto, e era como se Deus tivesse me enviado um presente. Mandy de volta. Mas ela era mulher e aquilo já se tornou impossível desde o primeiro momento. Quando eles se divorciaram, meu pai me mandou para longe. Fiquei meses internado em uma clina de reabilitação. Já estava viciado em álcool. Então, quando eu voltei, ela já era um assunto encerrado. Já havia esquecido. Mas... Vê-la no primeiro dia de aula foi como se todo o sentimento reprimido, guardo no fundo em caixas fechadas e cadeados grandes, tivessem sido libertados. Tudo voltou com força descomunal. E em poucos dias... Ela era dele novamente.

E foi aí que tudo piorou...

Trabalhos da faculdade na casa deles. Jantares informais. Convivência nas aulas. Surgiu uma amizade. Conheci Isabella ao profundo, uma mulher bonita, inteligente, especial. Nunca poderia descrevê-la em poucas palavras. Então eu tentei transformar tudo em uma afeição comum. Fazia alguns flertes sem maldade. Mas sempre que ela agia ou fazia algo que me trazia Mandy de volta, eu a tratava como a pior pessoa do mundo. Eu queria trata-la bem, mas não podia. Então eu só a fazia sentir raiva de mim, e na maioria das vezes funcionava. E depois eu tinha trabalho em dobro para pedir desculpas.

Com o tempo, ela soube que eu escondia algo. E eu sabia que teria que contar antes que ela soubesse por outra pessoa, como Edward. Não entendo como ele nunca se quer comentou isso com ela. Sabe de todos os detalhes. Ele participou de alguns deles. Viu e soube pelo meu pai, e tem ciência dos meus sentimentos e a perseguição com Isabella. E mesmo que tenha sido por lealdade, ele se calou. Mas sempre me fazendo lembrar de que ela era dele. Como no ano novo, despedida de solteiro, dia do casamento... E agora, com a notícia do bebê.

Eles eram felizes, por que diabos eu não poderia ser também?

Estava deitado no sofá escuro, lembrando-me da Mandy e sentindo sua falta em todos os cômodos quando a luz se acendeu.

— Está fazendo de novo? — Rosalie disse, olhando-me com sua feição séria.

— Não consigo parar de fazer — Respondi.

— O que é que está pensando agora, então?

...

O sol estava quente e eu só me perguntava se ela tinha colocado protetor solar suficiente. Amanda era uma garota que gostava de praia, mas ela não gostava de se proteger. E não que estejamos na praia, mas aqui é como um deserto. E se eu não disser que ela deve usar protetor solar e um chapéu, ela simplesmente ignora isso.

Austrália. Nunca pensei que pudesse estar aqui, mas cá estou. Minha pesquisadora ambiental tinha um trabalho a fazer e disse que não conseguiria o concretizar em paz se eu não fosse sua companhia nessa jornada. Então, dentro desta tenda, na beira da estrada, a observo do outro lado da rua, usando algum aparelho que procurava algo no solo. Eu nunca entenderia o que era, na verdade. 

Ela sorriu quando percebeu que a encarava, e atravessou a rua vindo na minha direção.

— Muito calor aí? — Sorriu, perguntando.

— Sim — Disse.

— Certo. Você está bebendo água, Jared? Tem que se hidratar — Chamou minha atenção, procurando pelas garrafas de água. Tomou uma para si e estendeu a outra para mim — Vê se bebe tudo.

Eu obedeci, bebi a água, mas antes estendi outro tubo de protetor solar para ela. Minha menina miss Arizona revirou os olhos, mas não discutiu.

— Sabe, eu estava aqui refletindo sobre uma coisa... — Mandy disse.

— O quê?

— Sobre o clima. Hoje faz muito calor, mas me pergunto como o tempo estará com o passar dos anos. Se vai se manter, ou fará frio...

— Só veremos o estrago do aquecimento global daqui uns 50 anos, querida — Digo a ela.

— Não sei não, amor. Do jeito que as coisas estão. Estamos prestes a ter uma crise hídrica.

Eu dei uma risada. Ela era sempre muito exagerada.

— Não é para tanto, Mandy... — Digo a ela, que dá de ombros.

— Quero que nossos filhos tenham água potável para beber — Resmunga.

— E nós teremos filhos? — Faço um falso ar de surpresa e ela solta uma risada incrível.

Eu amo vê-la sorrir. E eu a amo mais que tudo.

— Sim, nós teremos, Jared Halle! Muitos!

Eu ri, me levantando para abraça-la.

— É ótimo saber disso, futura senhora Halle — A beijei profundamente — E eles serão orgulhos da mãe que terão, com grande consciência ambiental.

— Se eles forem como você... Nossa, vamos ter problema em fazê-los comer algo além de hambúrguer — Eu gargalhei quando ela franziu o cenho, realmente preocupada.

— Não importa. Eles vão se virar — Sua feição suavizou — Eu te amo, Mandy. Para sempre.

...

Contei minha lembrança para minha irmã, que suspirou.

— Ela se foi, Jared. Não podemos fazer nada para mudar este fato — Consolou-me, trazendo para realidade.

— Eu sei — Digo.

— Mas ainda tem pessoas vivas que gostam de você, e que você magoou profundamente — Rosalie estreitou seu olhar e então sorriu — Também sinto falta dela, Jared. Ela foi minha irmã. Mas temos que cuidar das pessoas que estão aqui agora, conosco.

— O que você quer dizer com isso?

— Procure pela Bella, Jared. Esclareça as duvidas dela e peça desculpa por trata-la mal. Ela disse que você a trata feito lixo.

— Eu não a trato feito lixo! — Desmenti, mas no fundo... Eu sabia.

— Foi ela quem disse, Jared.

Dizendo isso, Rosalie saiu, me deixando sozinho.

Me levantei do sofá, decidido a me desculpar. Busquei pelo meu celular e saí de casa, rumo à garagem. Não sabia como e o que iria falar, mas eu tinha que contar para ela. Mas o horário me dizia que isso era uma completa insanidade.

Duas da manhã. Eu sou um louco.

Ter uma conversa, com uma mulher casada, as duas da manhã.

Liguei o som do carro. Num volume alto para que nem eu pudesse me ouvir. Uma música de rock tocou, uma música que tinha mais barulho que letra. Mas não me importei. Era tarde.

— Mandy — Disse em um grito — Eu nunca... Nunca pensei que pudesse me ouvir, mas caso possa, me ajude... Me ajude — Implorei.

Sabia que ela iria me odiar quando soubesse.

Aumentei a velocidade, quando a ansiedade me atingiu. Entoava coisas como “coragem” pra mim mesmo. E quando cheguei na rua dela, desliguei o som.

Deitei em cima do volante, perguntando a mim mesmo qual seria o próximo passo agora.

Ligar para ela.

Mas se Edward acordasse? Se eles brigassem? Não seria nada bom. E se eu ligasse, e desse desligado? E se ela não pudesse vir? E se eu contasse, e ela passasse mal e perdesse seu bebê?

Foco Jared. Foco.

Eu tinha mil motivos para manobrar o carro e voltar para casa. Mas eu já havia sido um covarde por muito tempo. Não suportaria mais um dia sem falar tudo o que tinha para falar. Com detalhes. E então ela decidisse o que fazer a respeito. Não sei o que pode acontecer. Não sei se Edward permitiria que ela viesse até a mim. Mas eu tinha que ligar. Eu tinha que saber.

Mas... E se ela não vier?

Não tenho um plano B. Não posso obriga-la a me ouvir também. Não posso obriga-la a nada. Se ele a levasse para longe de mim? E se ele me achar um maníaco doido? Eu acharia. Se eu estivesse no lugar dele, mataria. Então, com a duvida plantada... Ligo ou não ligo. Ligo ou não ligo?

Liguei.

— Alô? — No segundo toque ela atendeu.

— Isa...Bella? — Murmurei baixo.

— Jared? — Ela disse.

— Sim, sou eu. Precisamos conversar.

— Ora, Jared. E você não podia esperar amanhecer? — Sua voz saiu nasalada.

— Não. Realmente não. Eu estou aqui na sua porta, então simplesmente venha. Quero falar com você.

E desliguei.

Eu esperei. Simplesmente esperei. Ligando o som do carro novamente, mas num volume baixo. E em alguns minutos, ela bateu no meu vidro. Eu abri a porta para ela.

— Você tem dez minutos! — Isabella praticamente gritou.

— Isso não é algo que eu possa contar rapidamente, Bella... Se eu vou contar, e você vai ouvir, terá que ser do meu jeito... Tudo bem?

— Deixei meu marido na cama, para encontrar outro homem, de madrugada...-

— Se você não quiser ouvir, eu entendo.

— Eu vou ficar quieta. Mas fale.

— Ok. Vou começar do começo. Eu tinha uma namorada... O nome dela era Amanda. Mandy. Eu a conheci quando tinha seis anos. Você acredita em amor a primeira vista?

Isabella sorriu, seus olhos marejaram, então ela assentiu.

— Eu me apaixonei por ela desde aquele momento. Ela era incrível. Você sentia empatia a primeira vista. Ela sorria e meu mundo se iluminava. Ela era quatro anos mais velha que eu. Então... Ela realmente valia a pena, porque ela teve paciência em me esperar. Ela foi minha amiga durante toda minha infância. E a primeira vez que nos beijamos eu tinha quinze anos. E ela, dezenove.

Bella riu um pouco, escondendo o rosto, então eu ri também e continuei:

“Começamos a namorar junto com Rose e Emm, eu ia fazer 16. Mas nós não ligávamos para os preconceitos. Ela era tudo que eu já quis na vida. Tão obstinada, decidida. Centrada. Mandona. Ela era pesquisadora ambiental. Adorava o que fazia. E nós viajávamos muito. Quando nós fizemos três anos de namoro... resolvemos comemorar. Emm e Rose vieram juntos, afinal, era aniversário de namoro deles também... Nós viajamos para uma cidade chamada Forks. Era frio e Mandy queria conhecer a vegetação. Foi um bom final de semana, perfeito, Isabella. Emm e Rose estavam muito felizes também. Minha irmã estava grávida... Então, na volta, todos estávamos um pouco alterados. Menos eu. Eu tinha ficado sóbrio, porque iria dirigir. Mas eu estava distraído, porque Mandy e eu tínhamos brigado...”.

Eu parei. Isabella inclinou-se em sua cadeira, e eu sabia que ela estava pronta para ouvir o desfecho final.

— Tudo bem, Jared... Shhh, tudo bem — Ela segurou meu braço, porque eu estava soluçando e nem sentia — Eu sinto muito.

— Eu não vi um caminhão vindo... O motorista estava desacordado e... Nós batemos. Emmett era o único no banco de traz com o cinto de segurança. Mandy... Morreu na hora... E Rosalie e... Minha sobrinha... Ficaram muito mal.

— A culpa não foi sua — Isabella disse em seguida.

— É o que eles dizem. O motorista apareceu do nada e... Enfim, Rosalie comprou essa história. Que seja, eu conheci você uns dias depois... E Isabella, você... É igual a ela. Não só em aparência... Atitudes, qualidades, defeitos... Por muito tempo eu confundi meus sentimentos, achando que ela e você fossem à mesma pessoa. Vocês são o avesso, porém. Ela era vegetariana, você ama carne vermelha. Eu já te vi jogar lixo na rua, Mandy provavelmente gritaria que nasceria uma árvore nos seus copinhos de café. E ela... Bom, ela tinha um bom coração. E você tem um coração imenso, afinal, você casou com Edward... Duas vezes.

O silêncio continuou, eu respirei fundo.

— Eu só quero que você tenha certeza... Que eu consegui fugir dessa confusão depois que eu passei um tempo fora. E finalmente, após conhecer você, percebi que não estava apaixonado pela lembrança da minha namorada. É por você, Isabella. Então eu só queria pedir que você me perdoe, porque eu sou um idiota. E prometo nunca mais ser.

— Jared... Bom, eu tenho que ir agora — Ela balbuciou — Eu preciso de um tempo.

Eu a vi descer do carro.

E eu estava magoado por isso.

Mas o que eu esperava? Isso não é reciproco.

Tolice.


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Notas finais do capítulo

Olá, doces! Primeiramente: me perdoem. Segundamente: a crise no BR tem fodido minha vida. Desculpem os termos!! Agora vamos aos finalmentes: sim, eu voltei. Não, não vou mais embora até concluir essa fic. Tô terminando de adaptar e pretendo postar bastante capítulos em poucos dias. Eu tô na página 111 de 302. Então, falta bastante coisa... Mas tô empolgada. Desculpem o sumiço, mais uma vez. E agradeço de coração toda a paciência de vocês. Obrigada pelos comentários, responderei a todos! Espero que não me abandone ao decorrer da fic... Obrigada, gatinhas! Beijão!