Casada com Edward Cullen II escrita por Catiele Oliveira


Capítulo 16
Capítulo 15




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Capítulo 15

Pov Edward.

As coisas estavam complicadas. Após um mês da morte de Charlie, Renée continuava em minha casa. O começo havia sido fácil, eu não a via. Mas agora ela circulava livremente pelos cômodos, convidando seus amigos e oferecendo jantares. Parecia completamente recuperada e eu me sentia invadido até o último fio de cabelo. O quão adorável ela podia ser, também conseguia fazer da minha vida um inferno. Isabella estava, porém, fechando os olhos para a situação. Enquanto ela dizia que só era mais uma crise pós-luto.

Renée só fazia da minha convivência com Bella ser quase um fardo. Com pouco mais de um mês de casados, minha sogra resolve permanecer na minha casa após a morte do meu sogro. Isso é realmente mal. E com isso, uma chuva de depressões por todos os lados, e... Greve de sexo – de forma involuntária. Muito péssimo. Enquanto eu tentava me manter focado no trabalho, ainda alimentava os sonhos de chegar a casa e encontrar uma linda mulher me esperando. Mas não... Em sua maioria, eu sempre a encontrava cercada de livros, ou recebendo seus amigos. Por fim, frequentando até a casa deles... Já que Rosalie e Emmett McCoy resolveram marcar a data do casamento. Quando não era isso, estava se dedicando em se tornar amiga de Jared. No tempo livre... ela chorava. E quanto a mim? Não havia cuidados, quanto a mim.

— Quer que eu te deixe na faculdade? — Perguntei, pela primeira vez, no café da manhã.

— Não. É contramão para você e eu não quero te atrasar — Ela me disse, um pouco fria.

— Quando você vai parar de me tratar assim? — Pergunto.

— Quando você parar de perseguir a minha mãe.

Bella estava tão distante, não fisicamente, mas emocionalmente. Ela parecia estar há quilômetros de distância de mim. A vi se levantar, quando pegou a mochila que estava na cadeira ao lado. E saiu disparada, eu a segui.

— Estamos tendo outro desentendimento pela manhã, por causa da sua mãe?

— Já tentei explicar a você que o comportamento dela é provocado pelo luto, e em breve passará. Só me ajude, ela já voltará para casa dela.

— Estou tentando te ajudar, Isabella, juro que estou. Sou compreensivo e aturo suas oscilações de humor. Seus choros intensos na madrugada. A maldita greve de sexo. E... Enfim, eu aturo tudo. Só que há limites... Princesa, há limites.

Eu desabafei sem pensar, enquanto via o rosto da minha esposa empalidecer. Vi Bella engolir sua saliva, provavelmente descrente do que eu dizia.

— Antes de você voltar para casa hoje, minha mãe terá saído da sua casa.

Bella bateu a porta do próprio carro com força, dando ré rapidamente. Eu a ouvi cantar pneu pela estrada quando passou pelo portão da garagem.

Estupido! Era o que eu havia sido. Bella estava sofrendo, apenas um mês após a morte de seu pai... Era difícil para mim, imagine para ela. Eu deveria entender, aliás, eu sei bem o que é perder um pai e uma mãe. No mesmo dia.

xXx

— Bom dia — A voz que me recebeu dentro do meu escritório, não me era uma total surpresa. Apesar de não saber como ela havia passado pela minha secretária.

— O que você faz aqui? — Perguntei, porém. Meu mau humor seguiu pela minha voz.

— Jasper me ligou. Disse que precisava de ajuda com você. O que está acontecendo?

— Lauren, isso é pessoal. Não quero conversar com você.

Eu me sentei em minha cadeira e a observei se sentar na cadeira à frente. Não entendia qual havia sido a ideia de gênio para meu amigo trazer sua irmã, já que ela havia partido após meu casamento. Mas aqui estava ela.

— Acaba sendo pessoal para mim também. Jasper não me ligaria e traria de Londres por conta de nada. Então vamos lá Edward, esqueça as desavenças, meus momentos insanos passaram — Ela murmurou, seu tom de voz parecia preocupado. Além de sua postura séria — Não vou negar que você mexe comigo. Mas você é casado agora. Então, como sua amiga, que eu sempre fui, diga-me o que há.

— Bella e eu — Bufei — Morte de Charlie, Renée morando conosco. Coisas do tipo.

— Recém-casados não resolvem essas coisas na cama?

Revirei meus olhos para ela, ainda desconfortável por abordar esse assunto com Lauren. Tudo que eu não queria era mais problemas no meu casamento.

— Depois que Renée virou meu alvo, minha esposa me feriu aonde realmente dói.

Lauren riu, e eu revirei os olhos de novo. Inclinou seu corpo na minha direção, respirando funda. Lauren segurou minha mão sob a mesa e me encarou profundamente.

— Não fique assim não — Disse ela — Casamentos são difíceis. Eu vejo Alice e Jasper se desentendendo o tempo todo. Mas eles sempre ficam bem.

— Eu espero que isso aconteça conosco, Lauren. Eu não vivo longe daquela mulher — Disse sinceramente.

Eu a vi se levantar agora. Dar a volta na mesa e colocar suas mãos finas no meu ombro. Fechei os olhos quando percebi sua intenção.

— Se você quiser, eu posso conversar com ela — Sugeriu enquanto fazia uma massagem.

— Não mesmo — Neguei — Eu não deveria nem estar falando isso com você.

— Espero que saiba que pode confiar em mim, Eddie. Sou sua única amiga e isso é uma coisa eterna.

— Obrigada, Lauren.

Me desvencilhei de suas mãos sutilmente, enquanto ela sorria. Eu tentei sorrir, agradecido pela massagem. Havia surtido efeito, afinal.

— Eu preciso ir agora, bonitão. Mas você tem meu número, então só ligue se precisar de mim.

Eu a vi ir embora depois de um aceno. E eu sabia que esse tinha sido um dos momentos mais normais que eu havia vivenciado com Lauren. Não houve pretensões, nem insinuações. Ao contrário disso, eu tive um bom conselho e sua ajuda foi me oferecida.

Vi o dia se arrastar, depois de um telefonema para repreender Jasper por ter levado meu problema até sua irmã. Eu obtive risadas como resposta, e ele perguntou porque eu tinha tanto medo de uma menininha. Não quis contar para meu amigo os aborrecimentos que tive por causa da “menininha” que é sua irmã, mas ele disse que não levaria mais meu caso a um tribunal dos “amigos”.

Assim que eu entrei em casa, no final da tarde, vi George acenar em minha direção. Andamos juntos até a cozinha.

— Aconteceu algo? — Perguntei.

— Senhora Swan foi embora há mais ou menos uma hora — Ele sussurrou, confidenciando-me.

— Isabella está em casa?

George negou. Por alguns segundos, eu vi seus olhos ficarem distantes, isso fez com que eu me desesperasse um pouco. Principalmente quando as palavras de Bella rondaram minha mente “Renée irá embora da sua casa”. O pânico me abateu fortemente, como se uma bigorna tivesse me atingido em cheio.

Ignorei George, avançando para as escadas, em desespero. Eu quis gritar por ela no caminho, mas simplesmente invadi o quarto puxando a porta do closet. Respirei fundo, porque suas roupas estavam lá. Perfeitamente arrumadas. O alívio me atingiu. Mas o medo ainda era persistente.

Tirei meu celular no bolso e disquei o número de Jasper, pela terceira vez no dia, só para ouvir que era impossível completar a ligação. Então... Eu liguei para Lauren.

Demorou a que ela me atendesse.

— Algum incêndio? — Uma voz risonha me cumprimentou.

— Minha sogra foi embora — Disse baixo.

— Você me assustou... Mas, isso é bom, não é? Era o que você queria.

— Isabella também não está em casa — Disse, novamente. Meio preocupado.

— Ela deve estar com a mãe. Ou saiu para outro lugar. Edward... — Lauren se interrompeu, respirando profundamente — Daqui a pouco ela chega.

— Você está certa. Desculpe o incomodo...

— Edward, querido, não há problemas. Ligue se precisar, tudo bem? — Porém, não esperou minha resposta para desligar.

Eu me sentei na cama, como uma criança meio perdida e numa fração de segundos vi o vulto dos cabelos castanhos de Bella. Ela entrou no quarto um pouco apressada, passando por mim como uma bala e abrindo a porta do banheiro com força. Eu me levantei assustado com a cena, e encarando Bella sentada ao chão. Com suas mãos segurando o assento do vaso sanitário, enquanto ela se derramava nele. Vomitando.

Tentei segurar seus cabelos quando algo como consciência me atingiu, mas ela só empurrou minhas pernas.

— Saia daqui — Disse um pouco agitada, nervosa — Que saco, Edward! Só saia!

Bella limpou sua boca com as costas da mão, me empurrando para fora do banheiro e batendo a porta bem na minha cara depois disso.

— Bella, o que houve? — Tentei perguntar.

Eu a ouvi no vaso de novo. Vomitando um pouco mais.

Ela deixou o banheiro um tempo depois. Seu rosto estava pálido. Os cabelos úmidos e presos em um coque. Com o rosto molhado. A ajudei a se sentar, enquanto buscava por uma toalha.

— Você está bem? — Ela revirou seus olhos, tentando fugir de mim — Não seja infantil, Bella. O que aconteceu?

— Eu estou bem, Edward. Deve ter sido a porcaria do meu almoço — Rosnou em minha direção, se levantando.

Ela estava me odiando. Eu percebi isso.

— Você está muito pálida — Disse, enquanto via procurar por alguma roupa dentro do closet.

— Eu estou bem. Foi aquele maldito cachorro-quente. No mínimo.

— Certo. Você não almoçou? Ou esse foi seu almoço? — Bella não me respondeu. E eu sabia que ela não responderia — E sua mãe?

— Está na casa dela — Murmurou — Por que o interesse?

— Por que você ainda está agindo assim comigo?

Nós nos encaramos por alguns minutos. Bella respirou fundo, e parecia muito mais cansada do que seu mal estar dizia que ela estava.

— Você tem razão. Eu tenho agido mal com você, então me desculpe...

— Eu que devo te pedir desculpas... — Rebati, Bella soltou uma risada, segurando uma peça de roupa em sua mão.

— Não assuma essa responsabilidade por mim. Eu tenho agido mal, me distanciado e sei que você tem sido compreensivo. Mas eu vou tentar melhorar, Edward. E tudo voltará ao normal – ou ao menos, do que jeito que era antes. Acho que nunca fomos muito normais, não é?

— Mas eu gosto da nossa anormalidade — Segurei o rosto dela, sorrindo um pouco — Eu deveria te dar esse banho, minha gatinha manhosa. E nós dois vamos esquecer esses dias ruins.

— Eu amo você — Ela me disse — E vamos esquecer esses dias ruins.

Nós andamos para o banheiro, enquanto eu a ajudava a se despir, e Bella fazia o mesmo com muito ímpeto. Ela desfez o nó da minha gravata e a jogou longe. Antes disso ela já tinha deixado meu blazer em algum canto do quarto. Agora ela se dedicava em desabotoar os botões da minha camisa, quando eu só tinha seu sutiã e calcinha no meu caminho. E finalmente... Nus.

— Como foi o seu dia? — Ela perguntou casualmente, enquanto eu abria  a ducha.

O jato de água quente veio primeiro, muito quente. E então, eu equilibrei as temperaturas, deixando-a morna. Do jeito que minha esposa gostava. Ela me puxou quando eu a ajudei a entrar.

— Produtivo. Eu fechei um contrato hoje para a construtora — Comentei e ela sorriu — E o seu?

— Normal...

Sabia que tinha algo mais, quando Bella escondeu seus olhos de mim.

Eu soltei seus cabelos e ela mergulhou na água. Fechando seus olhos.

— O que você acha se eu vender as ações do meu pai? Soube que a bolsa está em alta.

— Você soube, senhora Cullen? — Eu perguntei dando uma risada.

Coloquei sabonete líquido na esponja e apertei esperando fazer espuma. Então comecei a passar delicadamente pelo corpo dela, enquanto Bella reagia aos estímulos.

— Jared — Ela murmurou, abrindo seus olhos — Ele comentou comigo superficialmente sobre o assunto. Eu acho que seu pai tem interesse.

— Hm... — Murmurei — Por que a senhora não me explica direitinho o que anda conversando com o Jared, hein?

Eu não queria ter mudado o tom de voz, mas foi além da minha capacidade de ser racional. Bella apertou seus olhos, também tentando controlar seu temperamento difícil do último mês.

— Seu pai quer comprar as ações, Jared perguntou se eu tinha interesse em vendê-las. Eu avisei que veria com você.

— E ele? — Questionei, ela fechou seus olhos de novo — Não minta.

— Você sabe que eu não minto, Edward — Cuspiu grosseiramente — Ele disse que você não deveria intervir.

— Ele quer se aproveitar, obviamente. As ações devem estar em alta, gerando bons lucros. O que você disse a ele?

— Ué, Edward, o obvio. Você é meu marido, resolvemos esse tipo de coisas juntos.

Dessa vez ela sorriu, passando seus braços pelo meu ombro e se aproximando para selar nossos lábios.

— Você sabe que ele é um bastardo filho de uma boa p...

— Opa — Ela riu — Acho que agora eu deveria te dar esse banho, não é, senhor Cullen?

— Bella... Você está passando mal...

Tarde demais. A esponja estava em sua mão, e nesse momento ela lavava algo que... Oh... Não era tocado por ela há um bom tempo.

Nós saímos do banho algum bom tempo depois. E ela tinha um sorriso convencido no rosto, e eu era um fracassado que não havia me segurado perante a mulher doente.

— Morrendo de fome — Comentou depois de vestida — Vamos descer e comer algo?

— Você não estava passando mal?

— Estava, você viu... Mas eu estou bem agora. E com fome. Adivinhe por quê?

Eu me deixei rir, jogando a cabeça para trás. Bella riu também.

Nós descemos, encontrando a cozinha vazia e limpa. Fizemos alguns sanduiches e eu fiquei um pouco embrulhado vendo que ela misturou cenouras e queijo, mais maionese no sanduiche dela. E parecia muito feliz com isso. E eu a vi devorar tudo em um tempo bem curto. Enquanto eu ainda estava na metade. E por fim, ainda tive que dar um pedaço do meu.

Eu a vi dormir depois disso. Ela tomou um remédio para dor de cabeça, e recusou a janta. Perguntei se ela queria ver um DVD, mas ela se sentia muito cansada. Deitou no meu peito, e em questão de segundos estava longe.

Eu a observei dormir, tendo a certeza de que agora tudo ficaria bem...


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