Dear Diary, escrita por LiKaHua


Capítulo 6
Capítulo 6 — Os segredos da Princesa


Notas iniciais do capítulo

Meu Deus, se eu não colocar um freio isso vai virar uma long fic kkkk, mas é que eu estou tão feliz com os acompanhamentos e comentários de vocês que não queria ir embora assim tão cedo. Mas vou acelerar as coisas um pouquinho. Estou eufórica por estarem gostando da história! A Mikawaii até visitou outra fic minha e eu ganhei o dia! Está sendo incrível escrever pra vocês, seus lindos ♥
Espero que gostem desse capítulo! o/ até amanhã!



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Querido diário,

Quase não consigo escrever! Finalmente eu falei com ela!!!

Eu me sinto tão eufórico que acho que vou ter um ataque. Ainda não estou respirando direito de tamanha emoção, eu tive coragem. Por um momento cheguei a pensar que eu era retardado, como eu consigo encarar um estádio cheio me observando e não consigo falar com minha parceira da aula de química? Tá bom que eu demorei uma semana pra falar com ela, mas consegui e eu quero escrever cada parte para nunca esquecer esse momento. Eu posso estar sendo meio ridículo, mas parece que meu coração vai sair pela boca e nem mesmo o meu pai conseguiu estragar o meu dia hoje.

Quando cheguei na aula de química ela já estava lá, como não dá pra falar com ela na aula de matemática decidi que seria na de química, já que agora ela é minha parceira de laboratório. Hoje o professor passou um experimento básico, já que a maioria da turma está bem atrasada, tínhamos que fazer um composto para colher impressões digitais, o aluno monitor, no meu caso a Ellen, tinha de orientar o seu parceiro. Quando olhei para ela, vi seu rostinho corar e aquilo me deu toda a segurança que eu precisava para tomar uma iniciativa e falar com ela, inicialmente, hesitei pensando que ela não ia responder porque ela se virou para o livro enquanto eu fiquei lá, meio perdido, mas então percebi que era só uma maneira que ela tinha de se “proteger” do seu constrangimento.

— O que eu faço primeiro? — Arrisquei perguntar.

— Bom, precisamos separar o material... — ela começou, meio hesitante sem me olhar — conhece os objetos por nome?

— Não muito bem.

— Tá... vamos começar com o erlenmeyer é esse aqui — ela disse, erguendo um vidrinho de base meio quadrada e bocal redondo que tinha um “pescoço” comprido. Não sei descrever bem. — Essa é uma pinça de garras...

Assim, ela foi descrevendo os objetos e eu fazia o possível para assimilar tudo aquilo; depois, começamos a fazer o experimento que consistia em aquecer iodo dentro do erlenmeyer tapado por algodão, eu segurei a mão dela para coletar a impressão digital que precisávamos, ou a mão dela estava muito fria ou a minha estava muito quente. Nos olhamos por um momento, eu me senti totalmente ligado a ela, como se tocá-la fosse algo natural, mas quando eu segurei seu pulso, mesmo gentilmente, ela se retraiu com uma fisionomia de dor que me assustou.

— Tudo bem? — Eu perguntei, assustado.

— Está... desculpe.

Depois disso, ela mesma colocou a impressão no papel de filtro e me deu. Confesso, diário, nunca química foi tão fascinante pra mim, quando vi as linhas da impressão digital dela aparecendo no papel e o senhor Perk nos deu um A+ de cara, eu decidi que queria guardar aquela marca pra sempre. Cheguei, inclusive, a pedir a ela para deixar comigo. Ela colocou um pedaço de fita adesiva sobre a digital, sem me olhar.

— Não vai durar muito. — Explicou. — Teríamos que usar uma solução fixadora de iodo pra que a digital não sumisse completamente.

— Como isso acontece? — Eu quis saber.

— Quando tocamos com os nossos dedos em alguma superfície, deixamos resíduos de gordura, suor, aminoácidos e proteínas. — Explicou ela, com a voz suave e um jeito de professora. — São esses resíduos que permitem obter, neste caso concreto, as impressões digitais. O iodo é sublimado (passando diretamente do estado sólido para o estado gasoso) e os seus vapores vão dissolver-se na gordura deixada pelo nosso dedo. O resultado obtido mostra-nos que a gordura da pele, ao dissolver o iodo adquire uma cor acastanhada, permitindo ver a impressão digital com algum detalhe.

— É incrível. — Foi o que eu consegui dizer.

— Acha mesmo? — Ela me perguntou, aparentemente surpresa.

— Sim, você conseguiu me fazer entender muito fácil.

Naquele momento, ela sorriu. Um sorriso tão simples e doce que eu quase gritei de euforia na sala mesmo. Perguntei se ela queria ver o meu treino e, depois, se a gente podia conversar um pouco, ela pareceu hesitante de novo, e percebi que olhava para Vanessa constantemente, não gostei daquilo, ela parecia um pouco assustada, mas eu insisti e ela acabou cedendo. Quando cheguei ao treino pude vê-la longe, sozinha, nas arquibancadas opostas onde todo mundo ficava, acenei para ela que levantou timidamente a mão pra mim. Senti-me poderoso, joguei como nunca, confesso que eu queria impressioná-la, mostrar que eu não era só um cara idiota que sorria pra todo mundo, mas que eu era realmente bom em alguma coisa, quando o treino acabou corri e tomei o banho mais rápido da minha vida, cheguei de volta no campo e a vi, pálida e um pouco trêmula, perguntei o que havia acontecido, mas ela não me disse nada. Aos poucos consegui acalmá-la, dava pra ver que ela ainda estava desconfortável ao meu lado, mas era uma garota única. Gostava de música alternativa e ouvia sucessos dos anos 90, gostava de ler, lia de tudo e eu gostei ainda mais dela por isso. Seu livro favorito era Onde Terminam os Arco-íris e quando perguntei sobre sua família ela mudou de assunto. Tentei ver o pulso dela, mas ela ficava constantemente puxando a manga do suéter para baixo, me pergunto até agora o que ela esconde com tanto afinco. Me ofereci para leva-la em casa, mas ela agradeceu e disse que preferia ir sozinha, outra coisa que não entendi. Diário, juro que fiquei tentado a segui-la, estou disposto a descobrir o que há por trás dela, por que ela insiste tanto em se manter distante de todo mundo. E, principalmente, porque Vanessa parecia assustá-la.

— Por que você falou comigo? — Perguntou antes de ir embora.

— Você é minha parceira de química. — Sorri, mas vi uma tristeza em seu olhar que me fez sentir um imbecil. — E porque sempre te achei interessante. — Emendei imediatamente.

— Sempre? — Ela me lançou um olhar incrédulo. — Não achei que alguém me notasse.

— Pensei que você me odiava.

— Por que eu odiaria você? — Ela parecia confusa. — Você nunca me fez nada.

— Não sei, soa meio estranho... mas achava que você pensava que eu era um idiota.

— Bem, se te consola, não sou inteligente como você pensa. E sei que você é ótimo em matemática, o que já é muito para um capitão de futebol.

Não tive tempo de responder, vi um sorriso meigo em seus lábios quando ela foi embora. Mas pode ter sido só impressão minha. Cheguei tarde em casa, mas estou tão feliz que nem reparei nas reclamações do meu pai, o presente que a minha mãe havia mandado já está sobre a minha escrivaninha, mas eu não me preocupei em abrir, não me interessa, eu ganhei o melhor presente de aniversário de todo o ano! Mas ainda há algo que me incomoda, o fato de eu ter encontrado a minha princesa (isso soou meio piegas, mas acho que a gente fica assim quando se apaixona, não é?) não anula o de que ela esconde alguma coisa, sempre a vejo com um olhar triste, na defensiva, assustado com tudo, vou insistir, vou me aproximar dela o máximo que eu puder. Quero descobrir os segredos da princesa, só assim vou saber de que tipo de príncipe ela precisa.

Estou muito otimista! Nem o cansaço do treino dobrado do meu pai é capaz de acabar com a felicidade que estou sentindo!

Michael.


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Notas finais do capítulo

E aí? Curtiram? O Michael é um fofo, sério