Dear Diary, escrita por LiKaHua


Capítulo 4
Capítulo 4 — Quão difícil é falar com alguém?


Notas iniciais do capítulo

Gente, em dois dias eu nunca imaginei que teria uma história assim! Rsrsrs tantos comentários, gente me incentivando a continuar, sério, obrigada de coração por isso! Espero mesmo que estejam gostando ♥ então, aí está mais um capítulo, já estou escrevendo o da Ellen, posto daqui a pouco!



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Querido diário,

Minha mãe ligou para casa ontem, apenas para avisar que não poderia vir no meu aniversário, mas que mandaria um presente legal pelo correio, como se eu me importasse com isso. Meu pai passou toda a noite passada falando como eu poderia ter feito os passes do jogo de abertura de forma melhor e mais precisa e perguntando o que diabos aconteceu comigo quando marquei o último gol e pareceu que eu estava em um universo paralelo enquanto todos comemoravam. Eu a vi. Eu estou fazendo duas matérias com ela e eu ainda não consigo acreditar nisso. Estou suando frio só de estar escrevendo isso, me sinto mal, porque quando o senhor Perk pediu que sentássemos juntos no laboratório eu não tive coragem de falar com ela, e eu havia me preparando tanto para aquilo, queria me apresentar, queria que ela soubesse que eu acho ela legal, mesmo que eu não a conheça. Mas ela sequer me olhou, por um momento parecia que ela estava com "medo" de mim, sentou na ponta do banco, não me olhou e, não sei se foi impressão, mas ela parecia tremer.

Diário, preciso dizer, ela é linda. Mas não linda da maneira que todo mundo pensa, ela tem um tipo de beleza diferente, está na maneira de ela agir, no jeito que seus olhos, escondidos pelas lentes dos óculos, ficam agitados quando ela está agitada, como ontem; a maneira como ela aperta as mãos entre os joelhos para disfarçar o nervosismo ou como o seu suéter verde parece ter sido feito pela senhora Weasley. Os cabelos dela estão sempre presos, mas os fios brilham, imagino que devem ser macios e, por um momento, quis tocá-los e a pele dela... ah, diário, ela tem uma pele de aparência suave, como se fosse tão frágil que pudesse quebrar. Eu queria vê-la sorrir, mas ao invés disso fiquei lá, sentado ao lado dela como quem está tentando esconder uma ereção (eu não estava, juro). Perdi a chance de falar com ela e, nas duas que tentei achar um pouco de coragem, ela já estava longe demais para que eu pudesse alcança-la. Eu não sei se foi impressão minha, mas por um momento pareceu que ela olhou diretamente nos meus olhos, que ela me viu, como se seus olhos azuis capturassem minha alma. Espero que seja loucura minha, porque se for verdade, significa que ela fugiu e eu não queria que ela tivesse fugido, não quero acreditar que ela fugiu. Será que ela me acha um idiota?

Treinei com meu pai até a hora de ir dormir, tanto os passes quanto o treino físico, estava tão cansado que quase não tive forças para fazer o dever de casa. Hoje, na aula de matemática, eu arrisquei olhar para ela, acho que ela não percebeu porque estava ocupada demais tentando resolver as equações, particularmente acho matemática divertida, ela parece levar a sério. Tão a sério quanto química aparentemente. Soube que ano passado ela trouxe um prêmio para escola em um campeonato de física, não tenho ideia do que ela fez, tentaram explicar, mas eu não entendi, só sei que foi uma coisa realmente genial para que ela ganhasse por unanimidade dos outros dez estados concorrentes. Meus dois tempos de história foram com a Vanessa Clarke, eu realmente não consigo lidar com essa garota, ela é intragável. E pensar que toda a escola é maluca por ela, não consigo entender isso. Só o que eu vejo é maquiagem, um monte de cabelo cheio de química pendurados numa cabeça sobre um cabo de vassoura. Você pode pensar que estou sendo maldoso, mas se visse a Vanessa me daria razão, pelo menos ela ainda não é líder de torcida, se eu tivesse de vê-la mais vezes que o necessário acho que enlouqueceria.

O treino de hoje foi bem puxado, temos um jogo importante em alguns meses e o técnico quer ter certeza que vamos vencer, meu pai tem estudado comigo jogos antigos da escola contra qual vamos jogar, está sendo um saco! Ele só fala de como vai ter olheiros de faculdade nesses jogos e de como eu preciso me dar bem, será que ele é incapaz de ver que eu vou completar 17 anos em algumas semanas, que estou chateado pela minha mãe não vir para casa e que independente da bolsa eu vou entrar na faculdade de qualquer forma? Tenho pena do Charlie, quando eu me for e ele ficar aqui sofrendo esse mesmo tipo de pressão me pergunto se ele não vai explodir, ou mesmo adoecer. Será que os meus pais tem noção do que estão fazendo com a gente? Nessas horas eu penso na Ellen, será que os pais dela a pressionam para tirar boas notas? Será que tem orgulho dela? Ainda estou arrependido de não ter falado com ela ontem e nem hoje, eu realmente estou interessado em conhecê-la, mas quão difícil é falar com alguém? Eu nunca tive dificuldade com isso antes, falo com todo mundo, dou meu melhor sorriso mesmo quando não estou a fim, todo mundo sempre quer conversar comigo, menos ela. Será que é por isso que eu a acho tão interessante? Por que ela não quer falar comigo? Por que ela não fica atrás de mim? Passei por ela no corredor hoje quando ia para o meu armário, eu olhei para ela e tentei sorrir, mas ela desviou o olhar, o que estou pensando, não é? Ela é a garota mais esperta da escola, eu só marco alguns gols, ela nunca olharia pra um cara como eu.

Ei, o que está havendo? Será que eu estou apaixonado por ela? Não, não é possível é? Como você se apaixona por alguém que não conhece?

Melhor eu ir dormir antes que o meu pai apareça aqui e reclame de novo. Preciso acordar muito cedo pra treinar antes da aula.

Michael.


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Notas finais do capítulo

E aí? O que acharam? Obrigada por terem lido! Super beijo!