Chuva de Lágrimas escrita por Skadi, Ana Gomez


Capítulo 24
Capítulo 23


Notas iniciais do capítulo

Boa noite meninas, tudo bem? Esperamos que sim. Para compensa-las pelo atraso do capítulo que devia ser postado dia 20, iremos repor com um hoje e um amanhã. Então esperamos de coração que vocês tirem uns minutos do tempo de vocês para comentar. Precisamos saber o que acharam. Veremos vários momentos novos por aqui e seria triste não saber se gostaram ou não. Beijos, Ana e Jaci.



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Jasper olhou para o relógio em seu pulso. Estava atrasado dois minutos. Com sorte, Bella não reclamaria tanto em seu ouvido quando chegasse no lobby. Mas ela não estava lá, ao lado da recepção, como ele pensou. Tirou o celular do bolso e rapidamente efetuou a chamada.
— Minha mãe chegou, estamos no carro aqui fora — a voz dela soou antes do terceiro toque, antes que ele falasse qualquer coisa, fazendo-o sorrir. — Vamos passar em casa primeiro, depois seguimos para o centro, tudo bem?
— Certo. Vou pegar meu carro, me dê mais três minutos.
— Dois — ela respondeu antes de desligar.
Ele riu baixo, para si mesmo. Começou a andar novamente, o mais rápido que podia, em direção ao estacionamento aberto. Distraído com a tela do aparelho em sua mão, acabou não reparando que havia alguém parado a sua frente.
— Desculpe — murmurou, após esbarrarem um no outro.
— Tudo bem — o outro homem falou, balançando a cabeça.
Jasper continuou caminhando até o carro. Antes de dar partida checou se havia novas mensagens e deu um suspiro frustrado quando não viu nenhuma notificação. O trajeto para a casa da amiga foi tranquilo, sem trânsito algum. Em menos de quinze minutos dirigiam através do jardim frontal. Ele parou logo atrás do sedan preto e desceu.
Ele viu Bella sair e depois abrir a porta de trás. Cruzou os braços, a observando estender os dela para dentro do carro, curioso. E então pôde, enfim, entender o porquê de ela ter lhe feito aquela pergunta mais cedo. Quando retornou a postura original, ela tinha um bebê de cabelos brancos, aninhado contra o peito. Aquela cena definitivamente o surpreendeu, mais do que ele imaginava. Nem sequer prestou atenção nas outras duas pessoas, enquanto encarava sem reservas o bebê.
— Jasper? — A voz grave de Charlie o fez virar a cabeça.
O encontrou parado junto a porta aberta da casa, uma das mãos segurando uma xícara, do que ele supôs ser café, e a outra enfiada no bolso da calça. Seus olhos pareciam rir da expressão surpresa que Jasper fazia, com a gargalhada retumbante soando quando um cachorro saiu correndo de dentro da casa direto para perto de Isabella. Tudo parecia ser uma alucinação. Um bebê. E um cachorro. Todos dois envolvidos de súbito com Isabella. Não conseguia acreditar!
— Jasper, querido, vai ficar aqui fora?
A tom de Renée continha felicidade quando ela chamou sua atenção. Ele sorriu, meio envergonhado, passou a mão pelo cabelo e balançou a cabeça. Seguiu Charlie para dentro da casa e até a sala. Isabella vinha logo atrás deles, conversando com a outra mulher — Maria, ele descobriu depois de ouvir Renée a chamar assim —, indicando quais cômodos eram quais.
Sentou em uma das poltronas, cruzou as pernas e ficou, novamente, analisando a amiga que agora estava sentada no grande sofá, conversando com a assistente social — Isabella havia lhe esclarecido sussurrando. Um sorriso brando abriu em seu rosto quando o cachorro se aproximou dela em cima do sofá, pulou entre suas pernas, cheirando o bebê adormecido em seu colo e então lambeu a orelha dela.
— Jake! — Ela o reprendeu, afastando o corpo de leve. Jasper viu seu olhar mudar de direção, parando em Charlie. — Pai, por favor, pode ir mostrando a casa para a Senhorita Campbell? Já os alcanço.
— Claro — Charlie levantou e esperou que a mulher fizesse o mesmo. — Poderia me acompanhar por gentileza?
Maria não respondeu, a pergunta fora retórica afinal de contas, apenas o seguiu. Jasper aproveitou para se aproximar do cachorro aos pés de Isabella. Tinha um carinho especial por animais, em especial cachorros, desde novo. Sempre que encontrava um perdido na rua, a primeira coisa que fazia era levá-lo para casa e cuidar para que se recuperasse caso estivesse doente. Se não se interessasse tanto por direito, talvez tivesse feito veterinária na faculdade.
Cautelosamente, estendeu a mão na direção do animal, para que ele sentisse seu cheiro primeiro. O focinho gelado tocou se leve sua pele, sendo substituído em seguida pela aspereza de sua língua quente. Jasper riu baixo, sem se mexer por alguns segundos enquanto o animal se acostumava a sua presença.
— Ei, garoto — murmurou, acariciando atrás da orelha dele. O cachorro ergueu o corpo, apoiou as patas nas pernas de Jasper e latiu. — Como você se chama?
— Jake — Isabella disse, sorrindo de leve.
— Será que sua dona te vende?
O bichinho inclinou a cabeça de um lado para o outro, como se estivesse negando.
— Nem pensar — ela respondeu rapidamente, percebendo que Jasper retribuía seu sorriso.
— Talvez alugar? Só por algumas horas, Rosalie ia amar brincar com ele. — Tentou negociar, sentando-se ao lado dela. — Eu também.
— Nos acostumamos a tê-lo por aqui, Jake se tornou um Swan.
Ele contemplou a amiga com um misto de curiosidade e animação. Gostava de ver essa parte mais afável, leve, sem a fachada gélida que costumava exibir para todos. Sempre teve certeza de que aquela faceta existia. Voltou a encarar os inteligentes olhos do animal, a vontade de pegá-lo no colo se tornando maior a cada segundo. Se perguntou se valeria a pena correr o risco de levar uma mordida, afinal de contas, ele ainda não estava familiarizado com seu cheiro.
— Jake não morde, Jasper. — Renée, que retornava à sala depois de ter ido preparar algo para comerem, comentou piscando em sua direção. Carregava uma bandeja de prata cheia de pequenos doces e salgados, atrás de si, uma das funcionárias da copa a acompanhava com copos de suco. — Sinta-se livre para brincar com ele.
— Sério?
Era como se tivesse voltado a sua infância, ganhado permissão da mãe para deixar o estudo de lado e ir brincar com Rosalie. Tinha quase certeza que o sorriso que abriu em seu rosto chegava às orelhas.
— Você ouviu? Posso brincar com você! — Jasper se inclinou, colocando as mãos, uma em cada lado do rosto do cachorro. — Sempre que tiver tempo, venho te tirar das garras da Bella, ok?
— Garras? Sou uma pessoa muito boa, se quer saber — ela reclamou, levantando o queixo.
— Não precisa escutar ela, vamos nos divertir.
— Jazz... — Isabella falou, ajeitando Marco em seus braços para que pudesse entregá-lo ao amigo. — Fique com ele, por favor, enquanto falo com a assistente social.
— Bella. — Ele arregalou os olhos, assustado, embora estendesse as mãos para receber o bebê. — Nunca segurei uma criança antes...
— Sempre há uma primeira vez para tudo — ela brincou, sorrindo. Marco ainda dormia, então foi mais cuidadosa ao entregá-lo para Jasper. — Hoje é a sua primeira vez, bobo.
— Está bem — concordou.
Engoliu seco quando os olhos azuis de Marcos se abriram para encontrar os seus. Jasper sorriu, nervoso. Definitivamente não sabia lidar com crianças, por isso preferia os animais.
— Use isto para o distrair — Renée sorriu ao entregar o objeto a ele.
— Oi, pequeno... — Jasper sussurrou.
O bebê soltou grunhidos baixos, esfregando os olhos, enquanto Jake observava Isabella se afastando, parecia não saber se devia segui-la ou esperar ao lado do pequeno humano com o mesmo cheiro dela. Jasper reparou na reação do cachorro e tentou imaginar onde a sócia havia encontrado uma figura daquelas.
— Sabe o que eu trouxe para você? — ele perguntou, mesmo sabendo que não teria uma resposta de Marco. — Um chocalho!
Agitou o brinquedo com uma das mãos e, com a outra, sustentou o peso do pequeno em seus braços fortes. Marco agarrou para si o presente, sacudindo diversas vezes. Os som do chocalho fez com que ambos gargalhassem.
...
A conversa com a assistente social tinha sido melhor do que esperava. Ficaria com Marco e Daniel até o pai deles se recuperar. Então, quando Maria Campbell finalmente foi embora, Isabella deixou os ombros caírem. Estava aliviada por poder ajudar os meninos, por lhes dar ao menos uma sensação de segurança em meio a situação pela qual estavam passando.
Vestiu algo confortável já que andaria bastante no shopping e prendeu o cabelo. Voltou para a sala a passos lentos, se preparando mentalmente para o dia de compras que enfrentaria.
Definitivamente não esperava encontrar Jasper se dividindo em dois para dar atenção a Marco e Jacob ao mesmo tempo. O amigo se dividia em dois, balançando o chocalho e fazendo caretas para o bebê, e afagando o cachorro.
— Se divertiram? — Ela perguntou, parada na porta. Jasper demorou alguns segundos para levantar a cabeça em sua direção, verdadeiramente distraído por seus companheiros. E mesmo quando se virou para vê-la, foi como se ela nem estivesse ali. Arqueou as sobrancelhas, surpresa. — Pelo visto, já se tornaram melhores amigos. Está na hora de irmos.
— Jake também vai? — Jasper perguntou, desajeitadamente pegando Marco no colo mais uma vez para que pudessem levantar.
— Hoje não, vai ficar em casa com meu pai — ela respondeu. Perguntava a si mesma se deveria pegar Marco agora ou esperar até que chegassem ao carro.
Mas não precisou falar nada, para sua surpresa, o pequeno estendeu os braços em sua direção, pedindo que ela o pegasse. O que ela fez, com um sorriso nos lábios.
— E a assistente social? — Jasper sorriu na direção do bebê e apertou de leve sua bochecha.
— Já foi embora.
— Você vai adotar Marco?
— Serei a família temporária dele e do irmão, Daniel, durante o tempo que o pai permanecer em coma — Isabella anunciou, pegando o cachecol que costumava deixar no cabideiro e cobriu o corpo do bebê em seus braços.
— E como é o quadro de recuperação do pai?
— No momento, está instável. Respira por aparelhos e a medicação é bem forte. Se o deixássemos acordado, a dor seria grande demais. — Jasper abriu a porta, pegando a bolsa da mão de Isabella enquanto ela falava. — Vou fazer tudo o que puder para que ele melhore. Essas crianças não podem ficar sem o pai também.
— Isso é verdade, Marco é adorável. Daniel deve ser maravilhoso também.
— Sim, são. — Ela confirmou, prendendo o olhar no rosto angelical do bebê.
— Você está sendo um anjo na vida deles, Bella. — Jasper falou.
Renée estava parada ao lado do carro, esperando-os, tinha um sorriso nos lábios e parecia ansiosa. Isabella caminhou ao seu encontro acompanhada de Jasper. Ficava feliz em poder compartilhar momentos como esses com a mãe, em ter a ajuda dela. Só de ver o carinho brilhando nos olhos de Renée quando os direcionava para Marco...
— Já fizeram uma lista do que vão comprar? — Jasper ajudou as duas a entrarem no carro e depois se acomodou no banco do passageiro. — Olá, Phill.
— Olá, sr. Hale.
— Já lhe disse para me chamar apenas de Jasper, sinto como se fosse o meu pai sempre que falam “sr. Hale”.
— Certo — Phill respondeu, o sorriso agora em evidência depois que se livrou do bigode.
— Não fizemos lista, são desnecessárias — Renée explicou, passando os dedos pelos fios brancos de Marco.
Isabella chacoalhou o brinquedo para distrair o bebê, pensando em tudo que iriam comprar. Faria questão de mandar todas as coisas junto com eles quando seu pai acordasse e se recuperasse.

* Noite – do mesmo dia. *
Ela sorriu, maravilhada. Inclinou o corpo por cima da muralha de travesseiros que tinham feito e beijou o bebê entre as sobrancelhas. Gemeu de dor quando, com a mão pequenina estendida, ele puxou seu cabelo. Renée, apoiando o peso sobre o cotovelo na cama, apreciava a cena. Certamente era um sentimento sublime ver a filha agindo de forma tão maternal.
— Ei, meu cabelo — Isabella murmurou, tentado voltar a posição original.
Marco olhou para ela, com uma careta tomando lugar em seu rosto rosado, o queixo tremendo e os lábios se abrindo. O choro começou baixo, mas foi aumentando, assim como a surpresa de Isabella.
— Pegue ele no colo e o balance, querida — Renée sugeriu, dando uma risada baixa com a reação da filha. — Converse com ele.
— Shh... Está tudo bem — Isabella o pegou nos braços como sugerido, devagar, como se tivesse medo que fosse derrubá-lo. O mar azul de seus olhos hipnotizando-a por alguns segundos. — Não chore...
Renée tirou o celular do bolso e eternizou o momento em uma foto. Sorriu, com o coração transbordando de felicidade por poder testemunhar a filha em uma situação repleta de ternura e ainda ter a oportunidade de ajudá-la. As lembranças de si mesma, inexperiente e atrapalhada, quando segurou junto ao peito uma Isabella recém-nascida, passaram por seus pensamentos. Sua mãe esteve ao seu lado durante os primeiros meses, como Renée esperava poder estar por Isabella, mesmo que apenas temporariamente.
— Mãe... — Ela pegou o bebê e o ninou, mostrando que ele havia parado de chorar. — Olha.
— Logo você se acostumará a fazer isso — Renée murmurou, chegando mais perto dos dois.
— Espero que sim.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham feito bom proveito da leitura! Como Ana avisou ali em cima, teremos outro capítulo amanhã, então não desanimem caso não tenham lido o que queriam... Vai que aparece algo legal! Um grande abraço de panda a todas. Obrigada pela paciência e por serem lindas ♡
Com amor,
Jaci & Ana ♡