Chuva de Lágrimas escrita por Skadi, Ana Gomez


Capítulo 20
Capítulo 19 — Parte II


Notas iniciais do capítulo

Boa tarde, meus amores! Aqui quem vos fala é a Jaci. Tudo bem?
Gostaria de lhes desejar uma boa leitura e anunciar que SIM! ESTAMOS DE VOLTA!!!
Anunciamos nosso retorno já faz alguns dias lá no grupo da história no Facebook (vou deixar o link lá embaixo pra não atrapalhar a leitura) e não podíamos estar mais felizes! Enfim, divirtam-se!
P.S.: Ana pediu pra dizer que ama vocês demais da conta! Eu também, viu gente?! XD



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Parte II  

. No dia seguinte . 

— Jasper, querido, quanto tempo! — Renée cumprimentou, o abraçando rapidamente.  

— Nem me fale, Sra. Swan.  

— Já lhe disse para me chamar de Renée — ela o repreendeu de forma brincalhona, dando tapinhas leves nas costas dele quando seu abraço foi retribuído.  

— E aí, garoto?! — Charlie apertou sua mão, o sorriso escondido atrás do espesso bigode. 

— Por que não nos visitou? Ainda estou esperando aquela revanche no truco. 

— As coisas se multiplicaram por aqui — Jasper sorriu.  

— Muito trabalho, não é, filho? Entendo — Charlie deu um aperto em seu ombro e seguiu Renée.  

— Podemos jogar hoje a tarde, o que acha? Tenho que recuperar meus trezentos dólares.  

Ele ouviu a risada do outro homem e balançou a cabeça.  

Rosalie tinha acabado de sair de seu quarto quando as risadas no andar de baixo lhe alertaram que os convidados, enfim, haviam chegado. Parou por uns minutos no corredor, para checar a aparência no espelho. Não estava tão ruim assim, o cabelo preso em um coque despojado combinava com o short jeans e a regata preta.  

 A primeira coisa que notou ao terminar de descer os degraus da escada foi seu irmão parado perto da porta. Agradeceu aos céus pelo belo sistema auditivo que possuía.  

— Isabella — Jasper tinha um sorriso convidativo nos lábios e como o perfeito cavalheiro que fora ensinado a ser, auxiliava sua sócia a retirar o casaco.  

— Jasper... — A doutora respondeu. 

Rosalie cruzou os braços, vendo um sorriso fraco cruzar os lábios de Isabella rapidamente. Aparentemente, o carisma de seu querido irmão não surtia muito efeito nela. O que a agradava já Jasper estava acostumado demais a ter quem quisesse na palma de suas mãos.   

— Suponho que seja a irmã de Jasper, Rosalie, não é?  

Ela desviou os olhos para a mulher que tinha parado a sua frente, com o cabelo preso em um penteado elaborado.  

 — Sim, senhora.  

— Oh, por favor, querida. Nada do senhora, me sinto tão velha quando dizem isso — ela sorria. — Apenas Renée. Você é tão bonita!   

— Obrigada — Rosalie respondeu. — É um prazer conhecê-la, Renée. 

— O prazer é todo meu, querida. Diga-me, quando vai começar a trabalhar no hospital?  

Ela sorriu quando Renée entrelaçou seus braços e começou a andar na direção que seu marido tomou alguns segundos antes. O gesto a fez sentir saudade de sua própria mãe. Conseguia ver Jasper e Isabella pelo canto dos olhos , mas preferiu deixar a implicância com o irmão de lado.  

— Logo após o feriado, estou super ansiosa!  

— Pensei que seria um pouco diferente do seu irmão, mas me enganei — Renée balançou a cabeça, como se estivesse decepcionada.  

— Eu sou mais bonita que ele — Rosalie brincou dando uma piscadela.  

— Mas bonita que quem?  

— Lógico que é de você, até mesmo aquela sua pintura estranha sai vitoriosa no quesito beleza.  

— Rose!  

As risadas descontraídas fizeram as horas passarem mais rápido.  

 

 

. Mansão Swan . 

Ela ficou olhando o sol lentamente se encontrar com a noite no horizonte. O crepúsculo era sua hora preferida do dia, uma pena que não pudesse vê-lo com frequência por causa do trabalho. O almoço na casa de Jasper tinha sido agradável, conseguiu manter um tom civilizado com Renée e até sorriu algumas vezes.  

Conhecer Rosalie um pouco mais também foi algo bom. Pensou que ela fosse arrogante quando a encontrou no hospital no dia anterior, mas isso já não importava. Sua mais nova socorrista era uma mulher competente e confiante no que fazia, o que a agradava imensamente. Arquivou um lembrete mental de pedir a Sue ou Sam para encomendarem um casaco novo para ela, como compensação por sua ajuda.  

— Não devia estar aqui fora vestida desse jeito, filha — a voz preocupada de Renée a deixou tensa.  

O calor de uma manta sobre seus ombros enviou calafrios por seu corpo. Ela manteve os olhos firmemente no anoitecer. As mãos da mãe deslizaram até as suas por alguns segundos e então a abraçou de lado.  

— Quando você era pequena costumava fazer a mesma coisa na varanda da casa do vovô e da vovó. No natal e no ano novo. Ficava horas no ar gelado olhando para o céu.  

A voz de Renée soou um pouco melancólica como se estivesse imersa nas memórias.  

— Me acalma — Isabella sussurrou, virando o rosto de leve na direção oposta de Renée.  

— Me preocupa, porque você sempre adoecia. Seu pai e eu ficávamos acordados a noite inteira  cuidando para que sua febre não ficasse muito alta. 

— Quando foi que tudo mudou? 

Renée apertou os braços em torno da filha.  

— Quando nós vamos mudar? 

— O que estão fazendo aqui fora no frio?  

Charlie perguntou fazendo as duas se virarem assustadas.  

— Pai!  

— Querido! 

Ele gargalhou, se aproximando delas com as mãos nos bolsos do casaco. Já estava ali há alguns minutos, apenas observando-as interagir uma com a outra. Deu um beijo na testa de Isabella e apoiou o queixo no ombro de Renée. Ficaram em silêncio, vendo as luzes da cidade acenderem completamente. Charlie sorriu, feliz. Fazia muito tempo desde que ficou assim com as mulheres de sua vida.  

Elas eram teimosas até mesmo na hora de admitirem que, de fato, são teimosas. Mas ele entendia os sentimentos das duas e apenas dava seu melhor para tentar ajudá-las a entenderem uma a outra, o que não era lá uma tarefa muito fácil. Tinha esperança de que conseguiria. Ama a sua pequena família demais para vê-la continuar fragmentada dessa forma.  

Retirou as mãos dos bolsos e usou-as para puxar suas joias raras para mais perto. 

 

 

. Família Cullen. 

Edward tomou um gole da champagne, gostando de como as bolhas explodiam no céu da boca. As risadas começaram cedo e seguiam até aquele momento, faltando apenas alguns minutos para a virada do ano. Ele não sabia como as coisas seriam dali para frente. Esperava conseguir recuperar suas memórias completamente, esperava reencontrar Jake.  

Ele sorriu. Sentado onde estava no sofá, conseguia observar praticamente a sala inteira. Alice tinha uma daquelas tiaras temáticas no topo da cabeça enquanto devorava um pedaço de cheesecake de frutas vermelhas. Seus avós tinham sido “obrigados” a usarem o mesmo adereço e apostavam alguns dólares com Jacob em um jogo de baralho que Edward não conhecia. E seus pais abraçavam um ao outro, se mexendo devagar ao ritmo da música que tocava. Alice encontrou seu olhar e piscou, mostrando a língua em seguida. 

— A contagem! A contagem! — Sua irmã gritou, chamando a atenção de todos.  

Jacob veio até ele e o puxou até que ficasse de pé. Eles começaram a repetir os números conforme apareciam na televisão, praticamente gritando. Edward passou os olhos pelos rostos da família que agora chamava de sua. Estavam juntos de frente à grande janela da sala.  

— Feliz Ano Novo!  

Tinha certeza que sua voz foi a mais alta quando os gritos começaram, enquanto os fogos de artifício coloriam o céu noturno com suas vibrantes cores. Fez de tudo para guardar bem aquele momento na memória, para que nunca mais esquecesse essa sensação de aconchego.  

E, no fundo da sua mente, se perguntava se ela estaria tendo um momento tão agradável quanto o dele? Se estaria dando um daqueles seus sorrisos pequenos. Se talvez estivesse passando o ano novo com aquele mesmo homem com quem saíra...  

— Feliz Ano Novo, filho!  

Ele se desvencilhou dos pensamentos e voltou a prestar atenção no momento que vivia. A doutora está feliz, Garantiu a si mesmo enquanto retribuía o abraço do pai.  

 

 

 

. Um mês depois . 

Ele parou de correr e tirou o fone de ouvido, respirando fundo o ar frio. Tinha adquirido o hábito de correr pela manhã há pouco tempo. Devia parar um pouco enquanto estava em Forks, mas não conseguia. Apoiou as mãos nos joelhos, deixando a cabeça abaixada por alguns segundos. O cansaço começando a se fazer presente, o trajeto do hotel até ali não foi tão curto quanto imaginou que seria. Também, o que podia esperar sendo que nunca tinha feito esse caminho nem mesmo quando era mendigo?  

A calçada de concreto molhado contrastava com o tênis branco que tinha ganhado de  presente do pai. Ele sorriu, levantando o olhar para a grande construção do outro lado da rua. Estava tão perto, era só atravessar a rua e...  

— Você... Você quer... Quer correr uma maratona agora? — a voz ofegante de Carlisle o fez gargalhar, nuvens de fumaça saindo de sua boca e sumindo em seguida. Ele se virou para ver o pai com a mão nas costelas e uma careta no rosto. — Câimbra, câimbra!! 

— Eu avisei que o senhor devia se alongar antes de começar — Edward sorriu indo ajudá-lo a se sentar no que parecia ser metade banco e metade monte de neve. O fez esticar a perna e a manteve daquela forma.  

— Não sou mais jovem como você, filho — Carlisle comentou, grunhindo de incômodo quando Edward empurrou a ponta de seu pé. — Por que parou aqui?  

Ele olhou para trás, para o grande portão de ferro. Ir correndo até ali não tinha sido um erro, não tinha ficado perdido em seus próprios pensamentos como da última vez. Sabia bem o caminho que fez quando deixou a casa, prometera a si mesmo que voltaria para agradecer. Se perguntou se ela estava lá dentro, se estaria lendo um livro na grande biblioteca ou confortavelmente deitada no sofá assistindo aos programas de televisão que gostava.  

— Porque o senhor não é mais jovem como eu — respondeu, abaixando a perna do pai com cuidado.  

— Edward!  

— Fique tranquilo, pai — estendeu a mão para ajudá-lo a se levantar. — Já nos exercitamos por tempo suficiente. Quero passar naquele abrigo de animais para ver se sabem algo sobre o Jake. Devia ter vindo procurar ele antes...  

— Não se preocupe, vamos encontrá-lo, certo? — Carlisle apertou seu ombro de forma solidária e então sorriu. Edward conhecia aquele sorriso pois já o tinha visto em Alice, mas não esperava que o pai fosse sair correndo. — Agora quero ver você me alcançar! 

... 

Isabella fechou o portão atrás de si, segurando bem a guia para não correr o risco do cachorro fugir. Por mais estranho que achasse, não conseguiu evitar se apegar a ele ao menos um pouco, então perdê-lo era algo que nem queria imaginar. Neve estava acumulada nos cantos das calçadas, a chuva mais cedo a fizera derreter, fazendo com que filetes de água escorressem até o asfalto.  

Decidiu sair um pouco pelo simples fato de estar entediada, talvez pudesse ter algo a ver com Jake começar a destruir algumas de suas almofadas preferidas de tão inquieto, mas isso era apenas uma possibilidade. O latido que ele deu a fez se sentir culpada por não ter pensado em comprar roupas quentes ou sapatos para ele antes. A caminhada até o pet shop não era tão longa assim, no entanto, menos de cinco minutos e estariam lá.  

Balançando a cabeça enquanto começava a andar, Isabella se deu conta de que se tornara uma daquelas madames que costumavam carregar um chihuahua a tira colo, como se fosse um acessório e não um ser vivo. Com a diferença de que Jake não era um chihuahua e ela não o considerava como um acessório.  

— Você está me fazendo passar pelos mais diferentes problemas — ela reclamou, observando como ele abanava o rabo. — Sabe, eu nunca tinha saído para caminhar assim, nem mesmo nos fins de semana. Provavelmente estaria dentro do carro indo para o hospital agora, se não fosse você.  

Desviando os olhos do poço de felicidade que Jake tinha se transformado, Isabella fixou a atenção nas árvores de galhos nus do outro lado da rua. Era uma visão bonita, com os postes acesos auxiliando na iluminação, derramando um brilho amarelado no chão. Ouviu risadas e ao procurar a origem, encontrou a forma de dois homens correndo ao longe. Torceu para que fossem inteligentes o suficiente para terem noção de que podiam cair se continuasse daquele jeito.  

— Consegue vê-los também? São atitudes impensadas como aquela que me fazer ficar mais tempo no hospital — um latido, como se Jake estivesse confirmando que prestava atenção. — Os casos mais corriqueiros são os que me dão mais dor de cabeça porque podiam ser evitados se as pessoas pensassem antes de agir. Tudo bem — ela colocou as mãos no bolso, esquentando a ponta dos dedos dormentes. — Acidentes acontecem, eu sei, como o que o seu dono sofreu. 

Viraram a esquina, Isabella dando bastante folga na guia para que ele explorasse os arredores antes de entrarem na loja, mesmo que a chuva fina tivesse levado o cheiro dos outros animais embora. Ficou alguns minutos esperando ele vasculhar cada arbusto que enfeitava a entrada, batendo o pé no chão para ouvir o barulho do cascalho sendo esmagado sob das botas.  

— Bom dia — cumprimentou assim que Jake estava comportadamente parado em cima do tapete de plástico na frente do balcão. Ele a tinha seguido como um bom menino depois de sua investigação.  

— Bom dia. Em que podemos ajudá-la? — A jovem de pele bronzeada, com maquiagem carregada demais para o horário, perguntou com um sorriso.  

— Adotei esse rapaz e vim trazê-lo para tomar as vacinas — Isabella indicou Jake.  

— A senhora sabe quais ele já tomou? 

— Senhorita. E não, não sei. Imagino que nenhuma, o encontrei na rua para ser mais exata.  

— Certo. Se puder aguardar um momento, por favor. Vou falar com o veterinário.  

— Obrigada.  

Leah, como estava bordado em seu uniforme, levantou de sua cadeira e entrou por uma porta de vidro, o cabelo curto deixando o que parecia ser traços de uma tatuagem a vista. Isabella tentou fazer uma quando estava na faculdade, daquelas bem escondidas que apenas ela saberia onde estava, mas acabou por desistir da ideia depois de um tempo. Não tinha nada significativo para gravar no corpo.  

A estantes carregadas de produtos coloridos e chamativos formavam dois corredores,  eram feitas de vidro, assim como as prateleiras nas paredes. . Ela não sabia dizer se para atrair os donos ou animais, mas pelo visto, com Jake não funcionava. Ele tinha deitado no tapete, fazendo uma expressão triste. Isabella sorriu, se abaixando. Apoiou a cabeça nos joelhos e esticou a mão até poder fazer carinho atrás da orelha dele. Deu uma risada baixa quando ele começou a bater a pata traseira no chão.  

— Não se acostume — murmurou, deslizando os dedos suavemente pelo focinho  até chegar embaixo do queixo.  

— Senhorita — a voz de Leah a fez se levantar. Ela pedia a guia, o braço estendido enquanto esperava. — Pode esperar aqui fora, se quiser.  

— Não, eu quero entrar... Ele pode ficar assustado se for sozinho. Vamos, garoto. 

— Tudo bem — Leah assentiu e a levou pela mesma porta da qual saiu.  

O veterinário, um homem bonito com cabelo de um loiro escuro, estava colocando as luvas de látex quando entraram. Devia ser mais velho que ela uns cinco anos. Isabella observou bem ele abrir uma nova embalagem de agulha e colocar o remédio. Jake tinha se escondido entre as pernas dela, com as patas dianteiras cobrindo os olhos. Ela não resistiu dar um sorriso e acariciar atrás de sua orelha.  

— Deixo você morder a almofada cinza com flores quando chegarmos em casa.    

Jake, no final das contas, se comportou melhor do que diversos de seus pacientes adultos, o que a deixou impressionada. Isabella nem ao menos pestanejou ao pedir alguns vidros de vitaminas que o veterinário informou serem necessárias para repor o que ele tinha perdido enquanto morava na rua. Também fez questão de comprar alguns brinquedos, uma cama grande e confortável para que ele parasse de usurpar a dela, algumas roupas diferentes, mais um pacote grande de ração e pediu que entregassem em sua casa assim que possível.  

A única coisa que manteve consigo foram os sapatinhos e um casaco com capuz. Quando os sapatos foram colocados nas patas dele e ela o viu tentar andar, não conseguiu segurar a risada. Foi como nos vídeos que via na internet vez ou outra. Jake estava estranhando as peças, rebolando pela loja de forma engraçada, o capuz saindo da cabeça vez ou outra. Isabella sentiu pena do coitado, chegou a fazer menção de tirar, mas então ele deu a volta por cima e saiu trotando em direção à porta, como se fosse dono do mundo.  

— Obrigada, Leah. Tenha um bom dia — desejou, ouvindo o tilintar dos sinos pendurados perto da entrada.  

A volta para casa foi mais rápida do que esperava. Jake parecia se divertir ao tentar correr de um lado ao outro com os novos sapatos. Quando chegaram, encontraram Renée na porta, um xale de lã branca sobre os ombros e um sorriso nos lábios rosados. Seu nariz estava vermelho por causa do frio e ao dar alguns passos na direção deles, pequenas gotículas de água da chuva, ficaram em seu cabelo até serem absorvidas pelos fios.  

Isabella soltou a coleira de Jake e colocou as mãos nos bolsos, vendo a felicidade do cachorro ao correr até Renée, que se agachou para recebê-lo. Ele latiu, apoiando as patas no joelho dela e antes que pudessem fazer qualquer coisa, ele lambeu sua bochecha.  

— Também senti sua falta — ela riu, fazendo carinho atrás da orelha do bichinho.  

Isabella se aproximou devagar e ficou esperando até Renée se levantar para dar um beijo em sua cabeça.  

— Bom dia, mãe — sorriu.  

— Bom dia, filha. Onde você foi? — Renée retribuiu o sorriso, acariciando mais uma vez Jake antes de abraçar Isabella.  

— Fui comprar algumas coisas para ele.  

— Jake, quanta mordomia! 

Ambas deram uma risada quando o cachorro latiu, colocou a língua para fora e saiu correndo abanando o rabo para dentro da casa. Charlie estava sentado ao redor de uma mesa de vidro no jardim de inverno. Parecia bastante concentrado no jornal que estava em suas mãos, nem para beber o café seus olhos desviavam a atenção. Jake foi até ele e sentou, inclinando a cabeça para a direita, como se estivesse curioso sobre o que estava escrito no jornal.  

— Tome café da manhã com a gente, querida — Renée convidou, a puxando pela mão. — Não tem que ir para o hospital hoje, não é?  

— Isabella é igual a mim, meu amor, trabalho nunca é demais para ela — Charlie resmungou, dobrando o jornal e o colocando na mesa. — Mas café da manhã com a família é primordial, filha.  

— Eu sei — Isabella sorriu.  

Sentou-se na cadeira que ficava mais perto das peônias brancas que tanto amava e esticou a mão para pegar um morango na tigela de cristal. Jake latiu e a cutucou com o focinho. Ela sorriu ao escolher um dos maiores e dar para ele.  

— Tenho que dar uma passada rápida no hospital depois do almoço, mas depois disso volto para casa — comentou.  

— Ou podemos fazer algumas compras e depois jantamos fora — Renée opinou, servindo a xícara de Isabella com água quente para fazer o chá. — O que acha, querido?  

— É uma boa ideia a parte do jantar — ele piscou para a filha. Não eram tão fãs de compras como a matriarca da família.  

— Os novos tacos de golfe que você queria já foram lançados, Charlie.  

— As compras são uma excelente ideia, querida — ele se inclinou sobre a mesa para beijá-la, fazendo Isabella rir.  

Conversaram sobre amenidades enquanto comiam, os sorrisos sumindo apenas quando Charlie perguntava sobre o trabalho para Isabellla. Renée os repreendia logo em seguida, mas eles não conseguiam evitar e ela, por fim, desistiu. Simplesmente aceitava o fato do marido e a filha serem viciados em trabalho.  

O entregador da petshop chegou alguma horas depois, com muitas  sacolas. Apenas agora Isabella percebia quanta coisa havia comprado para o pequeno bagunceiro. Deu uma boa gorjeta ao rapaz pela gentileza de ter levado tudo até a sala e se sentou no chão para começar a desembrulhar as coisas.  

— Você já pode parar de destruir minhas almofadas — murmurou para Jake enquanto rasgava a embalagem de um dos brinquedos.  

Ele latiu como resposta e tomou o osso de plástico de sua mão. Isabella riu do barulho engraçado que fez quando ele o mordeu. 


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Notas finais do capítulo

E aí?? Curtiram? Espero do fundo do meu coração que sim!
O link do grupo é esse aqui:
https://www.facebook.com/groups/1648205522063173/
Para quem não conseguir acessar por esse link por motivos de os deuses não estarem a nosso favor, basta procurar lá por Chuva de Lágrimas - Leitoras e pedir para participar. Muito obrigada a quem leu esse capítulo, a quem continuou esperando por essas duas enroladas aqui darem continuidade e por nos apoiarem. Amamos muito vocês!
Um grande abraço de panda e até mais ver!



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