Chuva de Lágrimas escrita por Skadi, Ana Gomez


Capítulo 15
Capítulo 15


Notas iniciais do capítulo

Olá meus amores! Ana e eu não sabemos por onde começar. Primeiramente queremos agradecer a todas as sete recomendações maravilhosas que vocês nos deram de presente (inclusive você, viu sr. Renato. Obrigada ♥). Em segundo lugar, agradecemos por terem dedicado um tempinho para deixar uma pequena, média, grande, enorme mensagem. Em terceiro lugar, agradecemos por acompanharem CDL, favoritarem e continuarem por aqui. Todos fazem a diferença. Ficamos sem palavras diversas vezes diante do apoio e carinho que recebemos a cada capítulo postado. A história promete muitas emoções, não deixem de expressarem as suas, vamos amar receber uma notificação de novos comentários e recomendações. O que move esse mundo, criado por mim e Ana, são vocês.



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— Forks, dia 26 de dezembro

Era um tanto doloroso para Isabella quando apareciam situações que a envolviam e também a seus pais. Olhando para o passado ela sabia que quase cedeu às tentativas ridículas de Renée para tentar reconquistar seu afeto. Estava cansada das discussões, mas achava que se seus pais quisessem recuperar o respeito que ela deveria ter para com eles, teriam que se esforçar ainda mais.

Entretanto, não devia estar pensando em seus problemas pessoais enquanto tinha tantas coisas para resolver. Ergueu a visão para as pilhas de papeis, de alturas variadas, espalhadas por sua mesa e acabou por encontrar os olhos brilhantes de Jasper a observando do outro lado da sala, com um sorriso no rosto.   

— O que foi? Aconteceu algo? — ela perguntou curiosa. Ele passou os dedos pela gravata vermelha, se aproximou apoiando as mãos na superfície de vidro da mesa          , inclinando o corpo para frente.

— Sim. Já que combinamos de sermos amigos, não posso esconder o motivo da minha alegria — murmurou, sem deixar de sorrir. — Minha irmã chegou à Forks.

— Sério? — Isabella exclamou surpresa. Levantou-se, organizou as folhas nas quais estava mexendo e contornou a mesa. Jasper endireitou o corpo quando ela passou por ele. — Fico contente com a novidade, será um prazer conhece-la. Traga-a para dar uma volta pelo hospital.

— Algo me diz que esse tour não vai demorar muito pra acontecer.

— Espero mesmo que não demore — ela sorriu e tirou o terninho que estava usando.

Depois se virou e voltou a se sentar em sua cadeira. Quando ouviu os passos de Jasper, levantou a cabeça apenas para ver as costas dele enquanto saia da sala. Escolheu uma das pilhas e começou a analisar os documentos. Havia acumulado trabalho no feriado, o que ela detestava, e pelo visto teria que ficar até mais tarde no hospital.

— Sue, venha com Sam até minha sala, por favor. Temos muita coisa para resolver e pouco tempo — disse apertando o botão verde do interfone.

— Sim, senhora — a resposta na voz metálica de sua assistente veio rapidamente e Isabella sentou-se.

Duas horas mais tarde, algumas anotações e ombros doendo, Isabella tamborilava seus dedos com impaciência. Estava cansada e ainda nem tinha feito as rondas de seus pacientes. Olhou para os dois assistentes sorridentes do outro lado da mesa. Respirou fundo e tomou um gole de água.

— A respeito dos voluntários para os testes, já temos algum? — Isabella perguntou enquanto assinava uma renovação de contrato com uma empresa terceirizada do hospital.

— Sim — Sam falou, abrindo a pasta preta de couro que segurava e tirando papeis de dentro. — Aqui está a ficha dele, juntamente com histórico médico e o termo de responsabilidade.

— Ótimo — Isabella respondeu. — Sue, agende o dia e o horário. Deixe claro para os pacientes que eles não terão que pagar para vir até aqui. Não se esqueça de mandar as passagens para ele e um acompanhante, caso queiram trazer alguém. Marque um horário na minha agenda para que eu possa encontra-los assim que chegarem ao hospital, quero vê-los pessoalmente.

— Sim, senhora.

— Confirme com o senhor Hale quando a irmã dele virá até o hospital e depois me avise, por favor.  

— Irmã? — ela olhou para Sue. A ruiva estava surpresa. Poucos sabiam que Jasper tinha uma irmã e não havia tanta informação sobre ele disponível nas redes. Ele evitava falar sobre sua família o máximo que podia.  

— Sim, irmã. Faça isso o mais rápido possível, sim?

— Certo, doutora.

*

Apesar de ter um corpo curvilíneo, ela na maioria das vezes se sentia incomodada com a atenção que recebia. E as pessoas tinham a péssima mania de subestimá-la. Rosalie detestava isso, detestava os estereótipos que criavam. Depois de encontrar e retirar sua mala da esteira, ela se dirigiu à saída.

Conseguia sentir o calor dos olhares sobre si e tentou ignorar. Arrumou a bolsa sobre o ombro e continuou andando. O aeroporto estava cheio de famílias e conversa. Demorou alguns segundos para que localizasse seu irmão e quando o fez, revirou os olhos.

Jasper se destacava entre as pessoas. Seu cabelo louro estava bagunçado, sinal de que havia saído mais cedo do trabalho apenas para busca-la. Provavelmente havia deixado o terno no carro já que estava usando apenas o colete bege com bordados intricados. Ela sorriu ao notar que ele recebia tantos olhares quanto ela.

— É impressionante como todas as suas roupas couberam em apenas uma mala — ele murmurou com tom implicante na voz.

— Calado — ela reclamou enquanto o abraçava. — Senti sua falta.

— Eu não — Jasper riu da expressão de raiva que tomou o rosto dela.

— Idiota.

— Rosalie! — ele chamou enquanto ela começava a andar novamente.

Jasper colocou os óculos de sol e balançou a cabeça antes de segui-la.

Rosalie abriu o zíper das botas e as tirou, deixando-as ao lado do sofá. Olhou pensativa para o irmão, escutando a proposta que ele lhe fazia enquanto deixava o corpo se moldar ao sofá.

— Conversou com sua sócia sobre isso? — perguntou ela, arqueando as sobrancelhas.

— Isabella já sabe que você está em Forks. Discutiremos uma proposta de emprego quando formos lá — ele sorriu, desfazendo os botões do pulso das mangas da camisa social branca que usava, dobrando-as até os cotovelos logo em seguida. — Ela está ansiosa para conhecê-la.

— Também estou — ela respondeu, deslizando os dedos pelos fios louros de seu cabelo. Continuou a observar o irmão, que agora estava atrás do bar, se servindo de um copo de uísque. — Mas o que você falou de mim para ela?

— Nada de mais — Jasper murmurou tomando um gole da sua bebida.

— Argh! — ela suspirou, se sentando e prendendo o cabelo. — Jazz, podia pelo menos a decência de contar a ela que sou ótima no que faço.

— Rosalie, por favor — ele levantou a mão —, eu te amo e você sabe disso, mas não quer dizer que a elogiaria para minha sócia. Isso poderia ser considerado nepotismo. Deixei que Bella tirasse suas próprias conclusões sobre suas habilidades.

— Hnm... Bella... — a loura sorriu e se inclinou para frente. — Pelo visto vocês são íntimos.

— Apenas colegas de trabalho, irmãzinha — ele movimentou o copo de cristal em sua direção —, e bons amigos fora do hospital.

A parte final a fez rir, jogando a cabeça para trás.

— É difícil acreditar que mulheres sejam somente suas “amigas”. Quando será que vou conhecer a mulher que derreterá esse iceberg que tem dentro de você?

Ele sorriu, balançando o copo de um lado para o outro, vendo o líquido de cor âmbar ganhar tons diferentes de acordo com a luz.

— Sabe que não tenho intenção alguma de me prender a alguém específico, isso não está nos meus planos. Gosto de curtir a vida.

— Esta é uma coisa na qual concordamos. Aproveite, maninho.

— E você?

— O que tem eu?

— Não quer um amor para todo sempre? Como os daqueles contos de fadas que você amava quando éramos crianças? Qual era seu preferido mesmo? Gabriella? Arabella?

É Cinderela, Jazz — ela revirou os olhos. Mostrou a língua pra fora e colocou o dedo próximo, como se fosse vomitar. — E eca! Isso faz tanto tempo. Tão clichê que me embrulha o estômago.

Ele arqueou uma das sobrancelhas e a encarou.

— Tem certeza? Lembro claramente de alguém fazendo planos de casar, ter filhos e ser “feliz para sempre” — ele fez as aspas com os dedos e tomou outro gole de seu uísque.

— Jasper, devíamos ter uns seis anos nessa época. Hoje cheguei à conclusão que prefiro ficar sozinha.

— Baita desilusão — Jasper meneou a cabeça de um lado para o outro, sorrindo.

— Calado! — ela o repreendeu, cruzando os braços sobre o peito, deixando as costas encostarem-se ao sofá. — Resumindo: nada de compromisso.

— Até parece.

*

Manhã do dia 27 de dezembro

Ao acordar Isabella sabia que não teria como fugir do ano novo com seus pais. Deitou de bruços e colocou o travesseiro por cima da cabeça, um hábito dos tempos de crianças que manteve durante a adolescência e ainda mantinha na fase adulta.

Só mais cinco minutos, pensou ela. Mas concluiu logo em seguida que sua vida não mais permitia que ficasse minutos a mais na cama. Antes que conseguisse se virar e levantar da cama sentiu o peso em seu corpo.

— Droga! — levantou um dos lados do travesseiro e olhou para o lado. — Sai.

O comando foi feito tarde demais e ela sentiu a língua áspera passar em seu rosto. Fez uma careta e o mandou sair novamente. Balançou a cabeça e soltou um suspiro abafado.

— Se está pensando que sou como seu dono, está enganado — tinha conseguido virar o corpo de alguma forma e agora encarava os olhos marrons do cachorro. Apontou o indicador para o focinho dele e franziu o cenho. — Temos regras nessa casa.

Jake a encarou por alguns segundos e então colocou a cabeça sobre as patas.

— Nada de sair desse quarto — ela disse jogando o lençol para o lado e se levantando. — Nada de bagunçar ou fazer as suas necessidades aqui, use o banheiro, é para isso que ele serve. Entendeu? Não rasgue, não morda, não estrague nada. Combinado?

Ele inclinou a cabeça para a direita e latiu, abanando o rabo. Isabella arregalou os olhos.

— Faça silêncio! Se meus pais escutam, estou ferrada. Nova regra: nada de latidos — ela sentia como se tivesse dez anos novamente e tentasse esconder de seus pais um gatinho que tirou das ruas. — Argh! Não sirvo como babá.

Fixou seu olhar em Jake com certo desespero, mas ele estava tranquilamente deitado no meio de sua cama, com a barriga para cima. Parecia-lhe inútil ditar regras a um animal, não achava que ele pudesse entender uma palavra que falava, mas tinha que tentar.


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Notas finais do capítulo

Esperamos que tenham curtido o capítulo. Como a procura por Jake foi enorme, mostramos o fofo e de quebra chegou uma nova personagem. O que acharam da irmã de Jasper? Já estão sentindo saudades do Edward? Amamos vocês!
Até mais ver.
Com amor,
Jaci & Ana ♥