Chuva de Lágrimas escrita por Skadi, Ana Gomez


Capítulo 14
Capítulo 14


Notas iniciais do capítulo

Leitores novos, comentários maravilhosos, apoio e carinho e amor e tudo que podemos dizer para vocês é um grande obrigada e lhes dar um capítulo novo!
Nossas princesas e nosso único príncipe até agora, esperamos que gostem do que vão ler.
Nos vemos em breve!



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A sensação que a descida do avião lhe deu não foi uma das mais agradáveis, Edward não havia gostado e ficou um pouco enjoado. Achou que podia ser por causa do remédio que estava tomando, mas descartou a possibilidade quando colocou os pés em terra firme e respirou fundo. No final das contas, só não estava acostumado.

Jacob o guiou até um carro preto grande e o ajudou a entrar na parte de trás, depois entrou no lugar do passageiro, só então Edward percebeu que havia um homem de cabelos pretos vestindo um terno também preto ao volante. Os dois homens na frente não falaram nada um com o outro e o carro começou a se mexer.

— Para onde estamos indo? — Edward murmurou, tocando com cuidado a região em que tinha sido machucado.

— Para sua casa, senhor — o homem de terno respondeu com uma voz grave.

Ele levantou a cabeça, intrigado. Não era nenhum senhor, porque o estavam chamando assim?

— Está tudo bem — Jacob falou, se virando no banco e lhe oferecendo um sorriso descontraído. — Você vai gostar da decoração — uma piscadela e estava olhando para frente de novo.

Edward ficou confuso, mas se manteve em silêncio depois disso.

— O que foi, Edward? — Jacob indagou curioso.

— E-eu — sua voz saiu arrastada, como se tivesse bebido demais. —Lembro... dessa casa.

Sentia-se confuso, com uma mistura grande de emoções passando por sua cabeça e coração. Seus dedos das mãos formigavam e instintivamente ele deu um passo à frente.

— Ah... Bem, isso é um alívio.

Jacob passou por ele e andou pelo caminho de cascalho até a porta de entrada. Olhou para trás e viu o brilho nos olhos azuis do amigo se intensificar. Era sem dúvida uma casa deslumbrante com três andares pelo que ele pôde notar. A pintura bem branca com detalhes em verde escuro e madeira na porta e janelas.  O jardim da frente era amplo, com arbustos que de alguma forma Edward sabia que ficavam lindos na primavera.

O círculo de cascalho feito especialmente para a chegada e saída de carros tinha uma fonte de mármore no meio. Ele imaginou se fosse possível fazer um desejo se jogasse uma moeda ali, mas não tinha certeza se podia fazer isso.

— Isso é mesmo real? — balbuciou, procurando qualquer indicador de que o moreno estivesse mentindo. — Eu realmente tenho uma casa?

— É real, Edward. Completamente real. Você cresceu aqui. 

Decidiu que daria mais alguns segundos para que ele pudesse controlar suas emoções, mas seu plano foi arruinado quando ouviu a porta abrir.

Demorou um minuto para que ela percebesse quem era o homem barbudo atrás de Jacob e menos de um segundo para que as lágrimas transbordassem de seus olhos e os soluços sacudissem seu corpo. Esme respirou fundo antes de dar um passo à frente, sem nem notar Jacob se afastando. Ela conseguia sentir o bater errático de seu coração, como se ele fosse sair voando de dentro do peito. Suas pernas tremiam assim como suas mãos — uma delas na altura da boca, tentando silenciar o choro.

A proximidade de seu menino, seu filho, fez a ansiedade aumentar em dobro. Edward estava com uma barba enorme, desgrenhada e que cobria seu rosto bonito. Ele estava magro, nunca antes tinha visto o filho naquelas condições. E as roupas que usava? Por Deus! O que havia acontecido para que ele acabasse daquele jeito?

Ela notou a confusão nos olhos azuis quando deu mais alguns passos até estar frente a frente com ele. Se não fosse seu filho, seu Edward, podia jurar estar a centímetros de um mendigo.

Mas não é isso como ele se parece? Ela pensou, esticando uma das mãos trêmulas até o rosto dele, a palma encostando na pele suja e pálida.

Edward sentiu pena da mulher elegante que estava parada diante de si; o pôr do sol a banhava com a luz alaranjada, fazendo os cabelos castanhos bem arrumados brilharem como as joias que adornavam seus dedos e pescoço, o vestido branco a fazendo se parecer com um anjo. E os olhos. Foi deles que Edward mais gostou. Um castanho convidativo, quente, carinhoso e que derramavam lágrimas sem parar.

Ele a imitou levantando uma das mãos e apreensivamente a levou à lateral do rosto dela, sentindo o calor emanar. Limpou uma das lágrimas com o polegar e esboçou um sorriso.

— A senhora não devia estar chorando — ele murmurou de forma suave, como se estivesse com medo de assustá-la.

 Esme colocou a mão sobre a dele, sentindo a pele áspera e os calos. Não conseguia nem mesmo começar a imaginar o quando Edward sofreu longe deles, longe da vida que conhecia e que era tão acostumado a ter.

— Oh Eddie... — ela sussurrou, o abraçando.

Ele se deixou ser abraçado, deixou que aquela mulher o apertasse em seus braços.

— Querida? O que está acontecendo? — ele ouviu a voz e levou o olhar para um homem alto que tinha acabado de aparecer pela porta.

O cabelo louro escuro estava penteado para trás e o suéter vermelho o fazia parecer mais pálido. Edward viu quando o choque o atingiu, viu as lágrimas inundarem seus olhos azuis. Antes que pudesse perceber, o homem estava parado diante dele e a mulher desfazia o abraço.

Carlisle piscava várias vezes, sem realmente acreditar no que estava bem diante de si. Seus lábios se abriram, mas nada saiu. Tinha ficado mudo pela surpresa. Mas queria tanto dizer o nome dele, queria tanto poder dar mais um passo, imitar sua esposa e dar um abraço nele. Suas pernas fraquejaram e ele nem sequer tentou manter-se de pé, deixou que seus joelhos atingissem o chão, deixou a cabeça cair, apoiou as mãos nas coxas e o choro engasgado balançou seu corpo com força.

Edward se inclinou o máximo que conseguiu, sentindo uma pontada aguda na região do abdômen onde tinha sido machucado, colocou as mãos no braço do outro e o puxou até que ele ficasse de pé.

— Vai machucar seus joelhos — ele murmurou.

— O que fizeram com você? Está tão magro... — Carlisle sussurrou, notando com o olhar os sulcos nas maçãs do rosto, nas olheiras abaixo dos olhos azuis idênticos aos seus. Ele se sentia aliviado por estar vendo o filho, se sentia feliz também, tão feliz que as lágrimas se acumularam e caíram. — Posso abraça-lo?

Edward assentiu, deixando os braços do homem o rodearem. Tinha tantas perguntas que queria fazer, tantas dúvidas dentro de sua cabeça, mas sabia que aquele não era o momento ideal. Que naquele momento devia simplesmente deixar que aquelas pessoas, que aparentemente o amavam muito, colocassem toda aquela tristeza para fora de seus corações.

Era estranho se sentir amado.


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Notas finais do capítulo

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Com amor,
Jaci & Ana ♥