Como Matar Alguém escrita por kirasren


Capítulo 4
Lolita


Notas iniciais do capítulo

Quem ficou quase um mês sem postar? Eu!
Quem quer pedir desculpas sem parar? Eu também! ♥
MEU DEUS, FOI QUASE UM MÊS! EU SOU LOUCA. -qq
Primeiro, eu quero agradecer a todos vocês, de verdade. Temos 65 acompanhando e mais de mil visualizações, vocês são demais! ♥ ♥ ♥
Espero que gostem do capítulo!



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Depois do horário das aulas acabar, Rachel me insistiu para que eu a levasse até minha casa. Eu já estava cansado de sua companhia, mas a garota conseguia tirar alguém do sério até conseguir o que queria. Então eu fiz um acordo comigo mesmo, antes de realmente concordar com a garota: Eu a teria, novamente, naquela noite.

Cheguei em minha casa, agradecendo por meu padrasto não estar em casa naquele momento – e sim no trabalho – e abri a porta para Rachel. Ela sorriu e logo pegou agarrou minha mão esquerda, me levando para meu quarto.

— Já? Assim, tão rápido? Você é mesmo tão fácil, Rachel? — Perguntei.

— Ah, então você quer que eu seja difícil? — Ela perguntou em um tom de brincadeira. Ela sentou-se em minha cama, deixando bem á mostra suas coxas. — Então, vamos lá. Hoje você terá que me conquistar, Tony.

— Você quem manda. — Eu respondi.

Sentei-me ao seu lado, na minha cama. Agarrei sua cintura e puxei-a perto de mim, logo roçando meus lábios nos dela. Ela hesitou no começo, e logo depois nos separou.

— Tony, me responda uma coisa. — Rachel disse, virando o rosto. — Você realmente gosta de mim? Ou eu sou só uma distração para você? Como uma...

— Uma Lolita? — Eu sugeri.

— Exatamente.

Parei um pouco e a olhei direto nos olhos castanhos escuros. Com certeza, ela era só uma Lolita para mim. O que ela seria a mais para mim, a não ser uma boneca sexual? Absolutamente nada. Ela seria apenas a garota popular e mimada que acha que é cheia de drama na vida, quando na verdade vive a vida mais fácil e doce que alguém poderia desejar. Mas ela não poderia saber disso.

Eu iria falar que gostava muito dela, iria iludi-la, mas parece que eu tinha demorado demais pensando no que aconteceria se eu apenas dissesse que ela era praticamente, minha Lolita. Porque ela apenas bufou e saiu do meu quarto, emburrada.

— Eu não acredito nisso. — Ela disse antes de sair.

— Rachel! — Eu gritei de meu quarto. — Rachel, volte aqui! Você não me deixou falar.

“Mentir”, eu me corrigi mentalmente, “Você não me deixou mentir”. Fui até o andar de baixo, vendo que não existia mais o barulho dos passos duros e raivosos de Rachel no chão da minha casa. Ela me esperava de braços cruzados. Cheguei perto dela dizendo:

— Hey, Lolita, não fique assim.

— Não me chame assim, Tony! — Ela disse claramente emburrada comigo.

— Não fique assim comigo, então, Rachel. — Eu respondi tentando parecer o mais amigável possível. — Não quero ser o vilão da nossa história.

“Na verdade, eu sempre fui”, eu pensei.

— Então quem vai ser, Tony?! — Ela gritou, me chamando pelo nome todo. — Quem vai ser o vilão da nossa maldita história? Quero dizer, nós temos uma história?

Parei em silêncio para pensar no que dizer. Pode não parecer, mas é sempre mais difícil dizer as coisas nas quais você nunca irá acreditar. Não consegui pensar em nada, e ela ficou me olhando. No final, apenas sorri de lado para ouvi-la dizer:

— Foi o que eu pensei.

— Rachel, olha... — Eu comecei, tentando meu máximo nas palavras. — Nós ainda não temos uma história, mas pretendo escrevê-la. E o vilão será o tempo até que nós fiquemos juntos de verdade.

Ela não pareceu muito convencida. Realmente, eu não devia ter pedido para ela ser difícil. Ela começou a mexer no cabelo e pareceu pensar. Ela estava pensando se continuaria comigo, mesmo depois daquilo. Ela gostava de mim, tanto eu como qualquer um podia sentir aquilo, e essa era a melhor parte dessa história falsa. Eu poderia fazer o que eu quisesse que minha Lolita ainda estaria gostando de mim, mesmo tentando não demonstrar,

— Vou pensar no seu caso. — Ela disse, antes de sair de casa.

Fingi o melhor sorriso que pude naquele momento, antes de assisti-la partir. Ela não podia parar o jogo naquele momento, ela tinha sido minha melhor vítima até agora. Eu devo ter tido umas três. Ou alguma coisa assim.

No dia seguinte, no colégio, eu vi Rachel conversando com Daniel na aula de química e no intervalo. “Vadia”, eu pensei, depois de revirar os olhos. No final, não resisti e olhei-os de novo. Eu pude ler seus lábios, e os de Daniel diziam:

— Você me ama?

— Sim. — Os lábios vermelhos flamejantes de Rachel diziam.

— Poderia me dar outra chance?

Ela revirou os olhos e, consequentemente, seus olhos se encontraram com os meus. Ela sorriu fraco para mim e, quando desviou de meu olhar, mordeu o lábio inferior e, com tristeza nos olhos, respondeu:

— Não.

Daniel deu um chilique. Nem precisei gastar minha inteligência decifrando seus lábios, já que ele gritava, então dava para ouvir tudo do outro lado do refeitório.

— É POR CAUSA DO TONY? POR CAUSA DAQUELE IDIOTA? Seriamente, Rachel, você merece algo melhor!

— Exatamente por isso que não vou te dar outra chance.

Sorri com a fala deles e, depois do sinal tocar, peguei minha mochila e fui em direção ao corredor onde tem a sala de Cálculo. Rachel passou do meu lado, provavelmente indo para a sala de Geografia, e – não sei se foi com um propósito ou somente um acidente - agarrou minha mão por um momento.

Virei para o lado, tentando vê-la, e percebi que ela guardava um sorrisinho besta no rosto, com uma das mãos segurando a outra – que tinha segurado a minha.

“Hey, Lolita,”, a chamei mentalmente, “Você alguma vez já tinha pensado que iria se apaixonar pelo monstro da sua história?”. Porque, claramente, eu não era só o vilão daquela história. Eu era como a Fera, de Bela e a Fera, só que eu não apaixonaria pela Bela no final da história. E nem me tornaria em um belo príncipe. Eu era um monstro.

Depois da aula, no final do colégio, Daniel veio furioso falar comigo. Ele estava com os punhos cerrados e disse:

— Você não a ama! Por que diabos ela prefere você? Você é só mais um mesquinha psicopata! Você não a ama!

— Na verdade — Eu respondi. —, eu estou mais para o lado sociopata. Se eu fosse um psicopata, você nem estaria mais aqui, Daniel.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado!
Comentários serão sempre bem-vindos! ♥
xoxo