Como Matar Alguém escrita por kirasren


Capítulo 3
Kill Em With Kindess


Notas iniciais do capítulo

Me desculpem! Sério, eu demorei muito! *Ok, talvez nem tanto assim, mas demorei sim!* Eu não posso prometer nada, mas vou tentar postar mais cedo o próximo.
Bem, eu tive um bloqueio enorme nesse capítulo, então para mim ficou entediante, em minha opinião. *essa frase ficou certa?* Espero que não tenha ficado para vocês.
Olha, já são 55 acompanhando e 38 comentários, sem contar os 8 favoritos! Sério, vocês são demais! ♥♥♥
Bem, leiam logo! Espero que gostem do capítulo!



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Mesmo de longe, pude vê-la com suas amigas. Mas, dessa vez, tinha certeza que ela falava de mim. Ela, naquela segunda pacata, estava vestindo um short jeans — Que, em minha opinião, era muito pequeno — com uma camiseta e botas pretas, junto de um rabo de cavalo armado. E, em meio à conversa dela com suas amigas, pude ler seus lábios dizendo:

— Ah, cale a boca, Gabi! Não acho que foi um erro... Mas se foi, com certeza o mais bonito que já vi!

Consegui rir daquilo e pensei em como “Gabi” provavelmente estava certa sobre mim, e como Rachel era totalmente tola. Logo após a essa fala, ela notou que eu a encarava, sorriu para mim e veio para perto. Sentou-se ao meu lado e me encarou por um bom tempo, até que disse:

— Olá, Tony. Tudo bem?

— Olá, Rachel. — Eu respondi, fazendo-a sorrir. — Gostou do cinema no sábado?

Ela umedeceu os lábios vermelhos e pude ver suas bochechas ruborizarem. Abriu a boca para falar alguma coisa, mas se arrependeu logo depois e fez uma pausa longa para retomá-la, dizendo:

— Nós podemos dizer que o cinema não foi minha parte favorita.

Poderia beijá-la para tornar aquela cena em algo mais romântico. Mas eu não queria aquilo, não ali. Não iríamos ter mais nada, de qualquer jeito. Não poderíamos transar no meio do corredor. Então, não valia a pena.

Acho que ela estava esperando um beijo naquele momento, porque parecer bem desapontada quando notou que eu não iria beijá-la. Virou o rosto, com a face monótona para encarar o “horizonte” em volta. Ela parou o olhar em um lugar específico, e o encarou surpresa. Segui o seu olhar e encontrei Daniel conversando com Gabriela — a menina que ele havia traído.

Não me importei muito, na verdade, aquilo só faria Rachel querer ficar mais perto de mim. Ele estava só tornando aquilo mais fácil para mim. Mas, quando olhei para a garota ao meu lado, vi uma pequena lágrima saindo de seu olho. Também vi que ela me olhava, pelo canto do seu olho, esperando que eu a consolasse. Então não tive outra opção.

— Rachel, está tudo bem? — Eu perguntei, fingindo uma voz melosa.

— Não é nada, é... É só... — Pude ouvir um soluço vindo dela. Ela olhou pra mim. Segurava as lágrimas e me deu um abraço. — Tony, eu só...

Deixei-a falar. Eu não queria falar nada. Eu não queria nem aquele abraço. Não preciso de momentos melosos, e nem precisava naquele momento. Mas, como o bom ator que sou, retribuí o abraço, é claro. Eu precisava, naquele momento, fazê-la confiar em mim. Mas não de um jeito romântico, até porque eu não confiava nela, e acho que nem poderia confiar nela, se quisesse. Mas precisava dela para confiar em mim, porque para quebrar seu coração eu precisava tê-lo.

— Desculpe, Tony, mas eu só não consigo assistir eles. — Ela continuava choramingando em meu ouvido.

Olhei para “eles”. E percebi que Daniel assistira a cena, com uma visível dor em seus olhos. Os dois ainda se amavam, era nítido. E iriam ficar junto até que a morte os separasse, e eu, naquele momento, era a morte. E eu iria matá-los com gentileza. Com um pouco de amor falso, todos nós podemos ser mortos.

Quer dizer, menos eu. É claro.

Quando Rachel finalmente parou de chorar, ela não me soltou. Encostou sua cabeça em meu ombro e relaxou lá mesmo. Era obrigado a retribuir o abraço enquanto a assistia engolir seu choro. Depois de um tempo, a soltei. Pude ver as bochechas ruborizadas de Rachel enquanto ela olhava para o chão e para Daniel repetidas vezes.

— Desculpas, Tony. É que... Precisava de um consolo. — Ela se desculpou de novo. Quando voltou o seu olhar para mim, tive que fingir um sorriso e responder:

— Está tudo bem... Um abraço não mata ninguém.

Ela sorriu torto, como sempre. Naquele momento eu soube que aquilo estava sendo mais fácil do que eu imaginava. Rachel era tão frágil e iludida, se eu fosse alguém normal sentiria pena dela. Depois daquilo, alguma amiga dela apareceu ao seu lado e a levou embora. Quando notou que ela fora, Daniel veio até meu lado. O encarei por alguns segundos com a cara fechada, ele parecia um pouco preocupado, pude perceber isso porque não parava de mexer em seus cabelos loiros e morder os lábios rapidamente. Ele virou-se para mim e soltou:

— Cara, eu sei que vocês estão juntos agora. Ou parece que estão. Mas eu só queria perguntar se... — Ele fez uma pausa longa. Olhou para os lados, procurando alguém, depois se voltou para mim e sussurrou: — Ela ainda fala de mim?

Não respondi. Por que responderia? Era engraçado ver sua cara de desespero por minha resposta misturada com a saudade da menina. Dei uma risada fraca e desviei o olhar, olhando para a garota de quem ele falava tão alegre sem a presença dele. Ele acompanhou meu olhar até ela e depois rapidamente voltou-se para mim, completamente abatido.

— Não muito. — Respondi mentindo. Fiz uma pausa pequena e comentei com ele: — Ela não parece muito mais bonita quando está feliz? — Nessa frase, fiz questão de destacar a palavra feliz, só para ver a cara de Daniel.

Ele abaixou a cabeça, mas pude ver as lágrimas caindo de seu rosto. Colocou as mãos no rosto e começou a limpá-las, soluçando ás vezes. Então ele começou a sussurrar:

— Eu fui um estúpido com ela.

— Você foi. — Eu concordei.

— Eu a amo, ela não merecia ter enfrentado aquilo. Eu não a mereço.

— Realmente, não merece. Você foi totalmente egoísta e ridículo com ela. — Concordei novamente. — Por isso a perdeu. — Eu completei.

— Tony, faça-me um favor? — Ele sussurrou novamente. Não esperou uma resposta, completando logo em seguida: — Diga á ela que eu a amo?

Parei um pouco e sorri quando pensei na resposta. Revirei os olhos e ajeitei o cabelo. Após isso levantei da mesa e fui em direção á Rachel, do outro lado do refeitório. Abracei sua cintura e a dei um beijo em sua bochecha, apenas ouvindo a conversa dela com a amiga, enquanto olhava, pelo quanto do olho, a reação de Daniel. Mas antes, dei a resposta á ele, dizendo:

— Mas é claro que não.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado! ♥
Comentários serão sempre bem-vindos e respondidos (mesmo que demore um pouco :P)!
Beijos e até o próximo capítulo! :*