Secret of Wind escrita por Jooy Jones


Capítulo 2
Vida nova


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoas!
Como prometido, aqui está o primeiro capítulo.
Espero que gostem!



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CAPÍTULO I

O céu estava completamente nublado naquela manhã de terça feira. Suas cores variavam de cinza mórbido a cinza sem graça. O que eu estava esperando afinal? Port Angeles não era nenhuma cidade ensolarada onde eu poderia desfilar por aí de short e chinelos. Eu teria que me acostumar com o frio.

Olhei para os passageiros ao meu redor e percebi pela primeira vez o quão ansiosa eu estava para chegar. Finalmente eu iria começar uma vida nova. Longe de problemas. Iria me preocupar exclusivamente com minhas notas e em conseguir meu diploma.

O avião pousou bruscamente na pista fazendo meu coração dar um pulo. Não sabia se era pelo pequeno susto ou devido à ansiedade de finalmente ter chegado.

Desci da aeronave rezando para que minha bagagem tivesse chegado devidamente lacrada e principalmente, que tivesse chegado. Esperei na esteira até que vi, para meu alívio, a enorme mala azul vibrante.

Por fim, passei pelo portão de desembarque e fui imediatamente atingida por uma criatura muito pesada para sua estatura, quase sendo arremessada no chão.

– ARIA! – gritou Alice me sufocando em seu abraço.

– Heey! Não esperava que viessem me buscar aqui – Encarei os dois casais incrivelmente belos que ali estavam. Era incrível o fato de ficar sempre surpresa com a aparência anormalmente bela deles.

– Você não avisou que viria. Achei justo que também não avisássemos – disse a pequena me soltando.

– Você não mudou nada – Rosalie estava sendo amigável comigo? Surpreendente! O tempo talvez tivesse mudado algumas coisinhas por aqui.

– Jura? Por que acho que todo este tempo não lhe fez muito bem. – respondi cinicamente.

– Viram? Não tem como ser legal com ela – falou a loira emburrada, me fazendo automaticamente lhe dar um abraço apertado.

– Senti sua falta Rose.

– E de mim não sentiu? – Puxou-me Emmett esmagando-me em seu abraço de urso.

Separei-me dele e encarei cautelosa a figura loira parada, como uma estátua a poucos passos de mim. Ele esboçou um sorriso amigável. Joguei-me em seus braços. Jasper pareceu um tanto surpreso, mas retribuiu o abraço.

– Está me abraçando sem uma mordaça? Parece que melhoramos em algo aqui, huh?

– Cale a boca.

– E os outros onde estão? E o Ed? Pensei que ele viesse me buscar – perguntei soltando-me dele.

– Carlisle estava ocupado com o trabalho e não pode vir. Esme resolveu ficar em casa e preparar-lhe algo para comer. Ela estava animada com a sua volta. E Edward... – Alice hesitou. Parecia buscar as palavras certas, ou uma desculpa.

– Edward...? – Incentivei-a para continuasse. Conhecia Alice há muito tempo e sabia muito bem quando ela estava mentindo. E este momento era agora.

– Está ocupado – concluiu, mudando de assunto rapidamente. De todas as pessoas que ali estavam a que mais eu queria ver resolvera me dar o bolo. Edward não tinha o direito de esquecer a melhor amiga dele. Que outra coisa poderia ser mais importante que a minha chegada? Olhei desconfiada para Alice, que apenas deu de ombros e agiu como se nada tivesse acontecido.

– E então? Quanto tempo irá ficar em Forks?

– Não vou ficar em Forks – respondi causando espanto em todos ali. – Vou morar em La Push por um tempo.

– La Push? Por que La Push? – perguntou uma Rosalie incrivelmente surpresa. – Saiu da Itália para vir a esse fim de mundo?

– Justamente por isso Rose. Preciso de um pouco de paz, sabe? Não quero me meter em encrencas. La Push parece ser um bom lugar. Calmo e com uma bela paisagem. Quero entrar no colégio, conseguir meu diploma e depois... Bem, não planejei um depois.

– Aria, vai por mim, La Push não é uma boa ideia – disse Alice convicta. – De toda forma, acho difícil você conseguir um lugar para morar. As pessoas que moram ali estão na mesma casa por gerações. Por que não fica conosco por um tempo? Em Forks.

– O namorado de Ignis tem uma casa por lá. Segundo ela, o lugar é pequeno, tedioso e sem graça. Absolutamente tudo que eu quero no momento. Mas por que tanta birra com La Push? Vocês estão estranhos... Tem algo acontecendo? Tem haver com Edward?

– Muitas perguntas, jovem gafanhoto. Se quiser ir para La Push pode ir. Só tenha cuidado para não pegar pulgas... – E com essa frase Emmett me deixou mais intrigada do que eu já estava. Tinha alguma coisa muito errada ali. Resolvi ignorar esses sentimentos e segui os Cullen para dentro do Jeep Wrangler prata.

Forks era bem parecida com o que eu tinha imaginado. Uma cidade com poucos habitantes, relativamente calma e fria. Bem fria. Paramos minutos depois em frente a uma casa enorme e isolada às margens da floresta, cujas paredes externas eram feitas de vidro, de modo que eu podia ver claramente seu interior.

Esme já estava a nossa espera. E assim que me viu sorriu angelicalmente como de costume.

– Oh, querida, você cresceu! – Apertou-me contra seu peito frio.

– Esme, você sabe que eu não mudei nada desde a última vez que a vi, não é? – falei, sorrindo abertamente com sua demonstração de carinho. Ela conseguia se parecer muito com a minha mãe e eu realmente adorava aquela mulher.

– Bem, você ainda continua muito bonita. Vamos, entre! Preparei algo delicioso para você.

– Deve ser chato gostar de cozinhar e não poder fazer isso para ninguém. Imagino a felicidade de vocês com a minha chegada – E mais uma vez aquela vozinha na minha cabeça se pronunciou, quando Esme fez uma careta ao ouvir o que eu tinha dito. O quê? Eu falei algo que não devia? Eu sabia que tinha intimidade o suficiente com a família para fazer esse tipo de brincadeira. Estranho. Melhor mudar de assunto. – E onde está Edward?

– Meu Deus, você está tão carente! – resmungou Rosalie, encarando-me enquanto eu me sentava à mesa.

– Você não pode passar um dia sem o grandão aí e vem me dizer que eu sou a carente? - retruquei, fazendo-a revirar os olhos teatralmente e resmungar baixinho um: “mal amada”.

– Edward saiu, querida. Logo deve estar em casa – disse Esme ignorando minha costumeira troca de farpas com Rose.

Eu já falei o quanto eu gostava de Esme? Essa mulher superava-se em todos os quesitos. O banquete postado em minha frente fazia minhas lombrigas agitarem-se dentro de mim. Para uma vampira que só podia beber sangue, Esme se saía como uma ótima cozinheira. E foi de bom grado que abocanhei o espaguete ao molho branco que ela havia preparado.

– Então, Aria? Quais os seus planos? Pretende ficar muito tempo por aqui?

– Ela vai para La Push – falou Emmett segurando a risada. Sério, qual é o problema deles? La Push é tão ruim assim?

– La Push? – perguntou Esme espantada. – Por quê?

– Por que todos estão reagindo assim? – questionei irritada, largando os talheres no prato. Tinha alguma coisa acontecendo e definitivamente eu descobriria o que era.

– Digamos que não vamos muito até lá – respondeu Jasper com um ar zombeteiro.

– E por que não?

Salvo pelo gongo! Carlisle chegou a casa antes que Jasper pudesse me responder qualquer outra coisa.

– Aria? Você por aqui?

– Carlisle! Vim lhes fazer uma visita, mas infelizmente não poderei demorar muito. Quer dizer, ainda preciso me instalar na casa de George...

– Não vai ficar aqui?

– Ela vai morar em La Push – respondeu Emmett da mesma forma que antes, fazendo Carlisle desmanchar seu belo rosto em uma careta.

– OK. Já chega! – disse soltando os talheres. Agora eu realmente estava irritada. – Se não vão me contar o que tem de errado com La Push eu mesma irei descobrir. Esme, a comida estava delicosa, mas eu tenho que ir – Levantei-me e peguei minhas malas, partindo para fora de casa. – Ah! E avisem para aquele traidor do Edward que ele me paga por ter se esquecido tão rápido de mim. E outra coisa... – A face de todos estava surpresa com meu súbito piti. – Emmett, ficarei com seu carro por enquanto.

Saí furiosa da casa dos Cullen, já sentindo minha respiração se alterar. Ótimo. Eu ia começar a hiperventilar. Acalme-se, Aria. Inspira. Expira. Não acredito que depois de tantos anos eles estavam me recebendo assim!

Acelerei o Jeep, agradecida por Emmett não ter tirado as chaves da ignição, e segui as placas em direção a La Push. Eu definitivamente iria descobrir o que diabos havia de tão errado com aquele lugar.

Porém, ao passar por árvores e mais árvores, casas e mais casas, a piada interna deles fazia menos sentido para mim. La Push era... normal. Fria, exatamente como Forks, e aparentemente calma e tediosa. As casas eram parecidas, a paisagem era muito bonita. O que havia de estranho ali?

Andei mais um pouco, observando a área, até perceber que eu estava completamente perdida. Não tinha noção de onde ficava a casa de George. Resolvi que pedir informação seria uma boa ideia para começar. Parei o carro próximo a uma casa onde um policial conversava animadamente com um cadeirante. Talvez eles pudessem me ajudar. La Push não era tão grande, eles deviam conhecer quem morava por ali. Buzinei para chamar a atenção deles e o policial veio até mim.

– Em que posso ajudar?

– Oi. É que sou nova na cidade. Estou tentando encontrar a casa de George... Imagino que o senhor deve conhecê-lo.

– Billy? – chamou o policial. – Conhece algum George? – O cadeirante de cabelos longos e olhos negros veio até nós com um sorriso amistoso no rosto.

– George? A casa dele fica próximo à praia. Mas ele se mudou há alguns anos.

– Eu sei. Ficarei na casa dele por um tempo.

– Moradora nova! – falou animado. – Se precisar de algo, pode me procurar ou procurar qualquer um da reserva.

– Obrigada – Retribui o sorriso. Que pessoas gentis. La Push definitivamente seria um bom lugar para morar. Era exatamente disso que eu precisava. Um lugar calmo e com pessoas amistosas.

Liguei o Jeep e rumei para a praia. Não foi muito difícil encontrar a casa. Era a mais próxima do mar. E aparentemente a mais acabada. Me perguntei há quantos anos George não aparecia por ali. Ignis provavelmente o arrastara de lá para nunca mais voltarem. Eu iria ter um belo trabalho.

Entrei na casa. Ela era relativamente pequena. E suja. Bem suja. Possuía apenas um quarto e um banheiro. A sala era grande e um balcão a dividia com a cozinha. As paredes eram brancas e os móveis eram todos de madeira – eles estavam cobertos com teias de aranha. Eu definitivamente iria ter um belo trabalho.

Mas antes de qualquer coisa, eu precisava urgentemente de um banho – sentia-me imunda desde a viagem. Um banho em que pudesse relaxar. Agradeci aos céus por ter uma banheira para ajudar-me neste feito.

Eu não sabia qual era o problema dos Cullen com aquele lugar, mas ele parecia perfeito para mim. Calmo e confortável. Já era o suficiente para recomeçar minha vida, ter um descanso de toda a loucura que ela era. Principalmente do que eu era.


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Notas finais do capítulo

Gostaram?
Parece que essa garota chegou para agitar as coisas em La Push...
Contem-me o que acharam, deem sugestões, enfim, quero saber a opinião de vocês.
O próximo capítulo será postado neste sábado.
Espero que continuem acompanhando!

Beijooos JJ :*



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