Secret of Wind escrita por Jooy Jones


Capítulo 18
Primeiro encontro


Notas iniciais do capítulo

Oiii pessoal?
Novo capítulo para vocês!



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Eu não sabia bem o que estava acontecendo comigo. Por que diabos eu abracei Black naquele momento? Aliás, por que tinha gostado tanto de um simples abraço? Eu devia saber que essa coisa de ser amiguinhos não ia dar certo. Eu odiava quando as coisas ficam assim, tão fora de controle. Aquela não era eu. Eu não agia por impulso, e eu sabia muito bem das consequências quando isto acontecia.

Estava agora a caminho do colégio. Meu plano seria evitar Black a todo custo. Essa tal de amizade, ou seja lá o que eu tinha com ele, não iria mais me atrapalhar. Entrei na escola olhando desconfiada aos arredores. Como eu iria me esconder de cinco garotos lobos que insistiam em me vigiar como uma águia? Tudo bem, eles estavam mais simpáticos comigo, mas de vez em quando eu ainda sentia o olhar deles  me espionando, principalmente o de Paul. E ainda tinha o fator Jacob, meu atual stalker, que teimava em não sair mais do meu pé.

Até então minha missão estava sendo um sucesso – exceto por um Vince escandaloso, que não conseguia chegar sem chamar a atenção.

— ARIA! – gritou alegre.

— Shhhh! – pedi, puxando-o para dentro de uma sala vazia.

— O que aconteceu? – perguntou assustado. – Assaltou um banco? Está fugindo da polícia? Matou alguém? Eu sempre soube que você não sairia da Itália para este fim de mundo sem um motivo. O que você aprontou afinal? – indagou.

— Eu não estou fugindo! – defendi-me. – Estou apenas me escondendo.

— Brad fez algo com você? – perguntou assustado.

— Estou me escondendo do Black! – falei por fim, causando uma gargalhada aguda de Vince.

— Querida!  Eu só me esconderia se estivesse com ele, e em uma mata de preferência. – Sorriu malicioso, fazendo-me revirar os olhos. – Por que está se escondendo dele?

— Ele não sai do meu pé! Parece chiclete!

— Madonna, perdoe essa criatura, ela não sabe o que diz – dramatizou. – Falando nisso, ele estava te procurando hoje de manhã.

— E você só me diz isso agora?

— Como acha que vai se esconder dele? Vocês estudam na mesma sala. – Não consegui responder, porque o sinal tocou anunciando o inicio das aulas. – Boa sorte com isso – falou Vince antes de sair rindo do meu desespero.

Caminhei rapidamente para a sala. Precisava chegar antes de Black. Eu tinha um plano! Já que não podia me esconder, eu iria evitá-lo.

— Katy! – chamei. – Pode trocar de lugar comigo?

— Aria, eu não...

— Faço seu trabalho de Biologia – interrompi-a.

— Feito.

Era perfeito. Katy sentava-se do lado oposto ao meu, ou seja, bem longe de Black. Assim, eu poderia me concentrar na aula sem problemas, e ainda evitaria bancar o papel de melhor amiga.

O Sr. Tuner entrou minutos depois, com a cara amarrada de sempre, seguido por Black e seus amiguinhos. Evitei olhar para Jacob. Sabia que provavelmente ele estava confuso com a repentina troca de lugar.

A aula começou tranquila, até que algo se chocou contra minha cabeça, fazendo-me soltar um gritinho.

— Srta. Campbell, algum problema? – perguntou o professor, carrancudo.

— Eu me machuquei sem querer – inventei e ele apenas assentiu, retomando a aula. Então, fui procurar o objeto que tinha me atingido. Era uma borracha, e eu tinha a leve impressão de saber de quem era.

Olhei para Black zangada. Ele, em resposta, apontou de mim para Katy. Revirei os olhos e apontei para o professor Turner, voltando a prestar atenção na aula. Jacob não me incomodou mais. Pelo menos não até a hora do intervalo.

— Por que trocou de lugar? – perguntou-me assim que o sinal tocou.

— Katy disse que enxergava melhor do meu lugar.

— Peça para ela usar óculos, oras! – falou irritado. Esse garoto era mesmo impossível!

— Vince está me chamando. – Deixei-o falando sozinho. Definitivamente ia ser difícil evitá-lo por muito tempo.

Entrei no refeitório e encontrei meus amigos sentados em nossa costumeira mesa.

— E aí, gata? Como está a missão “fugindo do lobo-mal”? – perguntou Vince.

— Dando certo. – Sorri satisfeita.

— Tem certeza? – questionou Jane, encarando um ponto atrás de mim.

— Está me evitando? – Jacob jogou sua bandeja na mesa, e sentou-se ao meu lado, ignorando meus amigos.

— Não – falei sem encará-lo.

— Não é o que parece – comentou segurando-me pelo braço, forçando-me a olhá-lo. – O que está acontecendo, Aria?

— Campbell – Eu o corrigi – Nada! Eu só estou com sono – inventei. Na verdade, eu não sabia o que dizer. Como eu contaria para ele que o estava evitando por que não gostava de como ele me fazia sentir, ou de como ele me fazia perder o controle?

— Verdade? – perguntou desconfiado.

— Claro!

— Ótimo! Se for só isso, podemos sair à noite. – Sorriu malicioso.

— Não posso.

— Por que não? – insistiu.

— Tenho que estudar.

— Não temos prova – rebateu.

— Estou com dor de cabeça.

— Tome remédio.

— Er... Tenho que dar comida para o cachorro. – Estava começando a ficar sem desculpas, mas o olhar de Black continuava desafiador.

— Você não tem cachorro! – denunciou Vince. Ele parecia estar se divertindo com isto.

— Aria, chega de desculpas! Conte-me o que esta acontecendo – disse Jacob rígido.

— Nada! – respondi nervosa. Senti minha respiração alterar-se. Eu não conseguia pensar direito quando me pressionavam.

— Ok. Te pego as oito então – disse Black, antes de sair e me deixar com cara de bocó entre meus amigos. Eu não conseguia mais raciocinar. A única coisa que me vinha à cabeça era: “eu tenho um encontro com Jacob Black”.

O fim das aulas passou em um piscar de olhos. E eu continuava atônita com tudo o que tinha acontecido. Se eu conhecia bem Jacob, ele não iria deixar isto para lá. E agora? O que eu faria?

Fui para casa sentindo meu corpo e minha mente totalmente exaustos. Precisava relaxar e pensar em algo que fizesse Jacob desistir daquilo. O problema era que nada me vinha à cabeça. Eu estava ansiosa demais. Tomei um de meus tranquilizantes e me deitei na cama, com certeza eu iria acordar tranquilamente. Infelizmente, as batidas insistentes na porta não permitiram que isso acontecesse. Olhei atônita para o relógio. Sete e meia. Ai caramba! Dormi demais! Como eu ia inventar uma desculpa agora?

Abri a porta ansiosa, encontrando um Jacob emburrado.

— Não acredito que você se esqueceu! – E assim que o vi, não pude deixar de babar. Ele estava muito bonito. Vince surtaria se o visse naquele momento. Vestia uma camisa xadrez e calça jeans, mas o melhor mesmo era o cheiro amadeirado delicioso.  – Você é uma péssima imprinting— falou, invadindo minha casa.

— O que isso significa? Já escutei muita gente falando...

— Você devia ir se trocar rápido. Vamos perder o filme se demorarmos muito – interrompeu-me.

— Sabe, Black, eu...

— Não invente desculpas, Aria! Eu só quero assistir um filme como amigos. Por que você complica tanto? – E mais uma vez eu agiria impulsivamente. Eu apenas não conseguia negar, vendo-o ser tão persistente.

Subi para o meu quarto e encarei meu guarda-roupa. Não podia demorar muito. Então optei por um vestido floral branco, uma jaqueta e botas. Resolvi deixar meus cabelos soltos, já que o destino decidira me ajudar mantendo os cachos em ordem.

— Vamos? – chamei-o, ao vê-lo sentado em meu sofá, os pés batendo no chão em um ritmo impaciente.

— Você vai mesmo assim? – perguntou espantado.

— Por quê? Não estou bonita? – Eu não deveria estar me preocupando com isto não é?

— Está perfeita! – Sorriu pervertido. – Venha! – disse, arrastando-me para a saída. E neste momento eu entendi o porquê da pergunta. Estava bem frio hoje, e o vestido tinha sido uma péssima opção.

— Acho melhor eu trocar de roupa – falei encolhendo-me.

— Não temos mais tempo – disse malicioso. – E acredite, comigo, você não passa frio. – Eu devia mesmo ter pensado em uma desculpa para não sair de casa. – Além disso, vamos de carro hoje – falou, abrindo-me a porta do Chevrolet.

Fomos até Port Angeles conversando e cantando algumas músicas que sabíamos. Estava sendo divertido. Tudo com ele se tornava divertido. E eu ainda não tinha decidido se isso era bom ou ruim.

Chegamos ao cinema um pouco atrasados para a sessão que ele tinha escolhido.

— Que filme vamos assistir? – perguntei quando entramos na sala escura. Os trailers já tinham começado.

— Você verá – cochichou.

Sentei ao seu lado, ansiosa. Qual seria o gênero preferido dele? Ação? Terror? Mas quebrando todas essas expectativas, o título do filme apareceu na tela, fazendo-me rir.

— Romance, Black? É sério?

— O quê? Pensei que garotas gostassem disso. – Fez uma careta.

— Não precisava se obrigar a ver romance comigo. – Sorri.

— Eu queria que você se divertisse hoje. – Seus olhos negros me encaravam intensamente. Apenas um olhar dele, e todo o controle que eu pensava ter, se esvaía. – Fiquei preocupado quando me evitou.

— Desculpe-me. – Desviei o olhar, estremecendo. Não sei se pelo frio, ou pelo que ele me causava.

— Está com frio? – perguntou. – Aqui está bem quentinho. – Abriu seus braços, convidando-me para me aquecer em seu corpo. Deus sabe o quanto eu estava tentando resistir aquilo, mas Jacob Black era simplesmente irresistível!

Aninhei-me em seu peito quente, agradecendo mentalmente por estar escuro o suficiente para que ele não conseguisse enxergar minhas bochechas coradas, ou meu sorriso que ia de orelha a orelha.

O restante do filme se passou assim. Eu não tinha movido sequer um músculo, porque no fundo, não queria que nada estragasse aquele momento. O cheiro, a pele quente, as batidas do coração, a respiração lenta, nada iria me fazer esquecer daquilo.

— Acho que acabou o filme – disse ele tirando-me de meus devaneios horas depois. Eu queria soltá-lo, mas seus braços fortes impediam-me de sair. – Só mais um pouco – sussurrou. Ele parecia querer gravar aquele momento tanto quanto eu.

—Black – chamei, abafada por seu peito.

— Ok, vamos.

Eu estava envergonhada demais para falar qualquer coisa. Na verdade, eu tentava colocar meus pensamentos em ordem. De manhã eu lutava para ignorá-lo, e agora eu tinha assistido a um filme agarradinha com ele. Isto não fazia nenhum sentido. Eu devia ser bipolar ou algo assim.

— Está tudo bem? – perguntou-me ansioso, ao chegarmos a minha casa. – Você não falou nada o caminho inteiro.

— Eu não sei, Black – disse sincera. – Acho que só preciso de uma boa noite de sono – despedi-me antes de sair do carro.

— Espera! – chamou-me vindo até mim.

— Esqueceu alguma coisa? – perguntei em frente à porta. Jacob parecia estar em uma batalha interna, aflito.

— Eu não posso ir sem antes fazer isto.

Então ele se aproximou de mim, com o olhar em um misto de desejo e desespero, as mãos quentes acariciando meu rosto. Era como seu meu corpo não me obedecesse mais. Eu estava ansiosa por dentro, querendo descobrir o gosto que eu iria provar dali a pouco tempo. Não pensava mais em fugir, não queria mais escapar. Deixei-me envolver por ele.

Mas o abrir da porta de minha casa interrompeu o momento, e a figura loira postada dentro me trouxe ao mundo real.

— Aria? – chamou-me.

— Lachlan?! – perguntei espantada. – O que faz aqui?


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Quem será esse novo desconhecido que chegou em La Push?
Digam-me o que acharam!
Beijoos JJ :*



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