Jacob POV

Eu estava realmente contente com o dia de hoje. E devo admitir que ansioso também. Iria passar duas horas com Aria, e eu esperava que fosse o suficiente para reverter seu conceito sobre mim – e quem sabe ainda, aproximar-me da garota que ela era quando estava com o Jacob lobo.

Faltavam alguns minutos para o fim da aula de história. Embry e Quil se divertiam com a minha ansiedade.

– Cara, relaxa! Vai dar tudo certo – cochichou Quil.

– Ou não. Ela pode acabar confirmando o que acha de você – disse Embry com um tom sarcástico. Ele queria ver meu sofrimento.

Não pude responder ao comentário, pois para meu alívio o barulho estridente do sinal alertou o fim das aulas. Cutuquei Aria, que estava sentada em minha frente e perguntei:

– Ainda vamos sair, não é?

– Se você se refere a ter aulas de biologia comigo, sim, nós vamos – disse cansada. – Espere-me na saída – despediu-se e saiu, deixando-me intrigado.

– Não vai fugir, não é? – gritei. Ela não me respondeu, mas eu podia jurar que naquele momento ela estava revirando os olhos.

Assim como ela tinha me pedido, esperei-a na saída. A ansiedade ainda não havia passado. Esperava que depois de hoje, as coisas entre nós melhorassem.

Minutos depois, Aria chegou, sorridente.

– Desculpe o atraso. Tinha que falar com Vince antes de irmos – Estremeci com a menção do nome. Eu não tinha nada contra gays, mas ainda era estranho saber que um cara sonhava coisas inadequadas comigo.

– Tudo bem – respondi – Vamos?

– Na verdade, estou esperando alguém para ir conosco – disse com um sorriso malicioso.

– O quê? Por quê? – perguntei. A ideia era passar um tempo a sós com ela. Aria sabia disso! A cara dela não negava que ela tinha convidado alguém de propósito.

– Lá vem ele – falou alegre, apontando para a figura atrás de mim – Seth!

– Seth? – disse surpreso – Por que está aqui?

– Aria se ofereceu para me ajudar com os estudos, mas não sabia que você viria também – falou sem graça. Então ele queria ficar a sós com ela também?

– Não tem problema, Seth. Posso ajudar os dois! – disse a garota alegre. Se ela achava que eu ia deixar as coisas assim, ela estava muito enganada.

– Mas somos de anos diferentes. Ele pode procurar a monitora do ano dele – Olhei zangado para Seth.

– Os assuntos serão os mesmos, Black. Você disse que só queria relembrar.

– Ele tem coisas mais importantes para fazer. Não é? – Encarei-o. Eu sabia que ele ia entender meu recado.

– É. Eu tenho.

– Seth, não se intimide com ele – falou séria.

– Seth vai – retruquei autoritário.

– Ele fica – rebateu ela da mesma forma. Essa garota era tão petulante! Achava-se a rainha do mundo.

– Embry! – gritou o garoto de repente, ele parecia aflito com a situação. Embry caminhou até nós e sorriu.

– O que houve? – perguntou.

– Você não ia resolver umas coisas com o Seth? – perguntei. Precisava arranjar uma desculpa para me livrar dele.

– Não... – falou, mas foi interrompido por um beliscão meu, que o fez dar um gemido de dor – Na verdade, eu tinha sim. Preciso da sua ajuda com... er... uma coisa!

– Ahh! Aquela coisa! – disse Seth atuando – Claro! Como pude esquecer? Aria, tenho que ir com ele – falou antes de arrastar Embry para longe dali.

– Você é impossível! – disse ela incrédula.

– O quê? Eu não fiz nada – falei inocente, recebendo como resposta seu costumeiro revirar de olhos.

– Black, você não... – disse, até parar de falar de repente. Seus olhos arregalaram-se e fixaram-se em algum ponto atrás de mim – Black, vamos sair daqui!

– O que houve?

– Campbell! – gritou uma voz conhecida. Infelizmente, mais uma pessoa para estragar meu dia. Brad apareceu por trás de mim e puxou Aria pelo braço – Precisamos ter uma conversinha.

– Solta ela! – falei para ele. Brad era alguns centímetros mais baixo que eu, mas era tão musculoso quanto Nossa rixa durava desde que entrei no colégio.

– Não se intrometa nisso, Black! – Puxou-a mais uma vez.

– Já disse para soltá-la.

– E eu já disse para não se intrometer – Ele soltou o braço de Aria e encarou-me com raiva.

– O quê? Está com raiva por ter apanhado de uma garota? – falei sarcástico. Se um olhar matasse, provavelmente eu estaria morto agora.

– Melhor ter apanhado, do que ter levado um pé na bunda de uma – retrucou da mesma forma que antes. A raiva estava tomando conta de todo o meu ser. Segurei-o pelo pescoço e ergui-o do chão.

– Como sabe disso? – perguntei. Eu já não conseguia pensar em nada, apenas queria matar aquele idiota!

– Black, solta ele! – gritou Aria. Sua voz parecia distante em minha mente.

– Então é verdade? Jacob Black levou um fora de uma garota? – falou sarcástico – Tenho que dar os parabéns a ela. Afinal, o que ela poderia querer com um fracassado?

Meu corpo agora tremia e minha respiração estava alterada. Não ia demorar muito tempo para que eu me transformasse. A única coisa que passava em minha cabeça era matá-lo. Levantei meu punho. Mas antes que fizesse qualquer coisa, um vento muito forte passou entre nós, afastando-me de Brad. Aria agarrou meu pulso e arrastou-me dali, correndo em direção à floresta, deixando um Brad zangado e caído no chão. Sua mão delicada apertava fortemente meu pulso.

Ela parou de correr e soltou-me quando achou que estávamos longe o bastante, mas para minha surpresa, ela não falou nada. Seus pensamentos pareciam distantes.

– Obrigado – falei, fazendo-a voltar a Terra. Se ela não tivesse me tirado de lá, eu poderia ter machucado Brad, ou pior, me transformado em lobo e revelado o nosso segredo.

– Você estava irreconhecível, Black. Fiquei assustada – disse seriamente – Pensei mesmo que fosse matá-lo.

– Desculpe-me – Foi única que coisa que pude dizer.

– Antes que você pense besteira, eu não fiz isso por você. Só queria evitar problemas – disse convencida. Sorri com aquilo. Eu sequer tinha pesado no assunto, mas ao vê-la negar veemente, só podia significar uma coisa: que ela tinha ficado preocupada comigo.

– Eu sei que não, você só queria uma desculpa para me arrastar para a floresta – Sorri malicioso. O rosto dela retorceu-se em uma careta.

– Se tentar algo comigo, eu juro que te mato! – Ela deu as costas para mim e voltou a andar. Corri até ela e puxei-a pelo braço. Ela me encarou com um sorriso desafiador – Não brinque com fogo, Black.

Aproximei-me de seu rosto, parando a centímetros de seus lábios. Seu corpo ficou rígido e seu hálito, quente e agradável, arfava agora desregulado. A tentação de beijá-la naquele momento estava me deixando louco. Não consegui evitar um sorriso malicioso, porque eu sabia que ela estava ansiosa por aquilo tanto quanto eu. Ao invés disso, sua orelha me pareceu mais provocativo.

– Se eu tentasse algo com você, aposto que você iria gostar – Sussurrei suavemente em seu ouvido. Aria estremeceu com o ato e empurrou-me para longe. Seu rosto estava corado e eu percebia que ela queria acalmar seu coração.

– Não seja convencido, Black – Gesticulou nervosamente, para então, mudar de assunto – Só temos uma hora para estudar – Eu estava mesmo me divertindo com aquilo. Ela parecia nervosa com as sensações que eu tinha acabado de lhe causar. E eu queria mais que tudo provocá-la de novo.

– Você disse que eram duas horas.

– E estão sendo contadas, desde que saímos da escola. Para aonde iremos agora?

– Minha casa – Sorri maroto. Eu não sabia bem como iria terminar aquele dia e que surpresas ainda estariam por vir, mas nada iria me fazer esquecer aquele momento íntimo e tão precioso que eu tinha acabado de ter com ela. Aria, definitivamente, seria minha.