SeuSegredo. Com escrita por Panda Chan


Capítulo 10
Sobre rosas e espinhos


Notas iniciais do capítulo

Olá bolinhos, como vocês estão?
Eu estou super cansada, mas estou aqui u_u (Oi Gui, oi Agnes q).
Infelizmente, não consegui responder os comentários do último capítulo :C Espero que entendam que eu já li todos, mas não me sinto bem respondendo qualquer coisa e quero preparar respostas bem engraçadas para vocês.
Boa leitura.



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Começo a sentir o suor surgindo em minha testa enquanto meus dedos passeiam pelo teclado com agilidade. Pisco rápido várias vezes para que meus olhos parem de doer com a luz do monitor.

– Só mais um pouco, Anna – a voz de Gustavo não me acalma como deveria, ele está demorando mais que o normal dessa vez – Já consegui levantar algumas barreiras.

Tá’ – minha resposta sai como um resmungo e não me arrependo disso.

O site do SeuSegredo está sob ataque. Eu sei o que você deve estar pensando e não tem nada a ver com tiro, porrada e nem bomba.

Aconteceram poucas vezes nos últimos anos, algum engraçadinho tenta invadir o meu sistema para descobrir o IP e consequentemente minha identidade. Ninguém nunca havia chegado perto disso até agora.

O blog é protegido com várias “barreiras” que Gustavo criou e quando alguém tenta invadir, nós entramos em ação levantando todas elas e bloqueando o engraçadinho da melhor forma possível.

O barulho das teclas sendo pressionadas é tudo que preenche o meu quarto, não me dou ao trabalho de olhar para a pequena tela do tablet para ver se Gustavo está fazendo sua parte.

– Ele é bom – murmuro.

O engraçadinho invasor é realmente bom, caso contrário não estaria me fazendo soar e sentir os dedos doendo.

– Nós somos melhores.

Não sei dizer quanto tempo se passou até que Gustavo me alertasse que conseguiu restaurar todas as barreiras e agora estava tentando rastrear o engraçadinho. Suspirei aliviada quando pude parar de digitar comandos.

– Conseguiu rastrear o IP dele? – pergunto.

– Estou quase – ele responde. Finalmente olho para a tela do tablete, meu querido amigo fofinho está tão acabado quanto eu – Encontrei uma mensagem criptografada, vou envia-la para que você decifre.

A combinação aparentemente aleatória de algoritmos aparece em minha caixa de entrada, faço o melhor para decifra-la com a ajuda de um programa. Mordo a parte interna da bochecha para controlar minha vontade de esmurrar o monitor quando termino de decifrar.

– Consegui! – Gustavo anuncia – O IP em de Oasis, porém está bem mascarado e não consigo uma localização precisa.

– Não precisa, eu já sei quem fez isso.

O nome “CYBER” na tela diante de mim causa uma estranha revolta.

Preciso lidar com esses anônimos, rápido.

Não vou à escola na manhã de sexta-feira, e acho válido ressaltar que fiz isso porque virei a noite impedindo um maluco de hackear meu site.

Acordo apenas na hora do almoço com dezessete chamadas perdidas do Lucca no celular e oito novas mensagens do Ícaro no telefone.

Ícaro: Você não vem hoje?

Ícaro: Anna, a escola tá’ um porre.

Ícaro: O Lucca me perguntou sobre você.

Ícaro: O Lucca disse que te ligou onze vezes e você não atendeu. Tá’ tudo bem?

Ícaro: O Lucca acha que você morreu, ele quer ir te ver.

Ícaro: Ele tá’ querendo ir aí na sua casa te ver, você ainda tá’ brava com ele?

Ícaro: Convenci ele de que é melhor eu ir ai, mas lembrei que não sei o endereço.

Ele me passou seu endereço, chego em dez minutos.

Engasgo com meu leite com achocolatado porque a última mensagem foi enviada há cinco minutos e eu ainda estou vestindo meu pijama do Mickey.

Droga.

Tropeço na minha pantufa quando tento calça-la e resolvo abandonar o objeto para trás e ir descalça até o quarto.

Parece que só porque estou com pressa todas as minhas roupas resolveram desaparecer e começo a questionar se elas não forma roubadas enquanto eu dormia.

Um gnomo pode muito bem se dar ao trabalho de vir até o meu quarto à noite para bagunçar meu guarda-roupa, ou tem um ladrão roubando as minhas roupas, alguém chame a polícia!

– Ah – encontro uma montanha de roupas reunidas atrás da porta junto a uma caixa vazia de pizza – Preciso arrumar esse quarto.

Quando finalmente consigo vestir algo decente e começo a pentear os cabelos (com os dedos mesmo, porque convenhamos que esperar que eu encontre uma escova de cabelo no meu quarto é pedir demais), ouço a campainha tocar.

Desço correndo as escadas e abro a porta com a respiração ofegante, mas sorrindo para disfarçar.

– Ícaro, que surpresa você por aqui. Gostaria de entrar e tomar uma xícara de café?

Ele me analisa rapidamente e sorri.

– Claro, porém acho que seria melhor você tirar a sua blusa do avesso antes.

Olho para a camiseta que eu acidentalmente vesti pelo lado errado e bufo irritada.

– Você não devia ter dito nada, tinha que fingir que não percebeu! – reviro os olhos de forma dramática – A culpa é sua por ter me avisado em cima da hora que vinha aqui.

– Estou te enviando mensagens desde que a aula começou – ele franze o cenho – Cê’ tava’ dormindo?

– Não – minto.

Ícaro me encara mais um pouco.

– Estava sim.

– É, estava – assumo derrotada.

Ele sorri vitorioso.

– Você resolveu dormir até mais tarde e o Lucca quase teve um ataque cardíaco imaginando que tinha ficado doente. Tem certeza que vocês não namoram?

Seguro a maçaneta da porta e a empurra para fechar na cara dele, o loiro coloca o pé na frente e impede.

– Ai, isso doi – reclama.

– Tire o pé daí e a dor desaparece – resmungo.

– Pare de ser chata – ouço sua risada – Eu impedi o Lucca de vir te ver, isso não é bom?

Bem, o que ele diz tem razão. Não estou pronta para rever meu melhor amigo e depois de ter dormido tão pouco essa noite, meu humor está horrível.

Abro a porta e olho para ele.

– Você tem dois minutos antes que eu feche essa porta no seu pé de novo.

– É mais que o suficiente para te convidar para ir a uma festa – ele sorri.

Começo a gargalhar, mas não qualquer gargalhada estamos falando daquela que te faz se contorcer como uma lacraia tendo convulsão e ficar com a boca aberta como uma foca sem que nenhum som saia dela.

– O que tem de tão engraçado?

– Não vou a festas.

– Por que?

Porque durante as festas acontecem as melhores histórias e a Secret precisa posta-las assim que as recebe.

– Não gosto de gente.

– Você é uma pessoa – ele franze o cenho.

– E só por isso tenho que gostar das outras?

Ele fica em silêncio refletindo sobre o que eu disse.

– Olha, é muito legal você me convidar e tal – começo – Mas festas e Nicole Annalise não estão na mesma frase. Ou página. Ou qualquer coisa.

– Porque você não deixa – ele me encara nos olhos – Dê uma chance para a vida, Anna.

– Eu dou para a Netflix que é muito melhor, na minha opinião.

– Dê uma chance para a sua vida. Essa festa vai ser bacana e garanto que nada de ruim vai acontecer – ele levanta a mão direita – Palavra de escoteiro. Venho te buscar às 20hr00min, caso mude de opinião – ele pisca um olho de jeito maroto e sai andando.

“Sobre rosas e espinhos.

Qual a diferença entre uma rosa e seu espinho? Um é belo e o outro mortal? Um é bom e o outro mau?

Ouso dizer que não existe diferença: ambos são a mesma coisa, o que muda é a forma como são vistos.

Uma rosa pode não ter seu veneno, mas sim um pequeno animal venenoso que vai morder seu nariz quando você tentar sentir o aroma.

Os espinhos vão te machucar se você tocar neles, mas já percebeu como ficam belos quando estão machados por sangue?

A beleza é relativa assim como os conceitos de bom e mau.

Bill entrega rosas.

Secret envia espinhos.

Bill faz com que todos se sintam amados.

Secret mostra porque algumas pessoas merecem ser odiadas.

Somos tão diferentes e tão parecidos ao mesmo tempo em que me surpreendo por não sermos a mesma pessoa.

Meu veneno não é a minha fraqueza, ele é a minha beleza.

Sejam venenosos.

Beijinhos, Secret.”


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Notas finais do capítulo

Eu fico realmente surpresa com o número de pessoas que shippam Luccaro e Luccana. Imaginei que o preferido de vocês fosse o ícaro, mas percebi que estava enganada kkkkk
Seguindo o clichê da vida, nessa festa algo muito ruim ou bom pode acontecer. Façam suas apostas.
Beijos com amendoim jovens bolinhos de morango.